SUBSIDIO CONECTAR VIDA LEGADO DE MOISES N.12 (2)
Dt 31.1 Passou Moisés a falar. Tal como no caso de Deu. 29.1, este versículo tem sido considerado a conclusão do que foi dado antes, ou introdução do material que aparece em seguida. A Septuaginta trata este versículo como a conclusão do capítulo 30; mas as traduções, de modo geral, tratam-no como a introdução ao capítulo 31. Moisés, pois, dá prosseguimento ao seu terceiro discurso, levando-o à sua conclusão, por meio de suas palavras de despedida (vss. 1-8).
As tradições judaicas imaginam a cena em que Moisés foi diante de cada tribo, separadamente, a fim de entregar suas instruções finais. Seja como for, todo o povo de Israel ouviu a outorga da mensagem, sem importar quais métodos tenham sido empregados.
Dt 31.2 O trecho de Deuteronômio 34.7 também nos fornece a idade de Moisés, por ocasião de sua morte. Ele viveu por três vezes quarenta anos. Alguns estudiosos pensam que devemos considerar isso como termos gerais; sua vida ter-se-ia prolongado por três gerações de quarenta anos, e também passando por três fases distintas. Isso também exprime verdades, mas não há razão nenhuma para duvidarmos de que ele realmente atingiu essa idade. Ver a introdução ao livro de Êxodo, imediatamente antes da exposição de um gráfico que apresenta as idades comparadas dos antediluvianos, dos patriarcas e daqueles que viveram durante a era do reino. De Adão a Noé, as idades ficavam na faixa entre os novecentos e os mil anos; de Noé a Abraão, entre os duzentos e os seiscentos anos; e os patriarcas viveram entre os cem e os duzentos anos. Durante a era do reino, entrou em efeito a média de setenta anos. Portanto, a idade de Moisés comparava-se com a idade dos mais jovens entre os patriarcas.
Moisés Não Pôde Entrar em Canaã.
Ver a história sobre isso em Núm. 20.1- 13. Cf. Deu. 3.27. E ver Núm. 20.12 quanto às diversas razões pelas quais ele foi barrado. É provável que os trechos de Deu. 1.37 e 3.23 nos forneçam a maior de todas as razões. Ver as notas expositivas sobre esses trechos. Foi “por causa de Israel”, mais do que por sua própria culpa, que a Moisés foi negada a permissão de entrar na Terra Prometida. Em outras palavras, a identificação de Moisés com o povo de Israel era tão profunda que ele precisou compartilhar da sorte da geração mais velha, rebelde.
Tipologia. Moisés, um tipo da lei, não poderia mesmo introduzir o povo de Israel na Terra Prometida, mas chegou somente até a fronteira. Porém Cristo, o segundo Moisés, por meio do sistema da graça-fé, foi capaz de assim o fazer. A Terra Prometida simboliza a salvação. Vemos, pois, que mesmo dentro desse simbolismo, a salvação não ocorre por meio da obediência à lei mosaica, mas mediante a graça de Deus em Jesus Cristo.
“Não Moisés e a sua lei, ou a obediência a ela, mas Jesus e a Sua retidão é que podem introduzir o povo na Canaã celestial" (John Gill, in loc.).
Moisés Expressou Aqui a Sua Fraqueza.
Ele não podia mais entrar e sair com facilidade, ou seja, cumprir os seus deveres, por causa de um corpo debilitado pela idade. Não obstante, o trecho de Deu. 31.1-7 refere-se ao contínuo vigor físico e até juvenil de Moisés. Todavia, devemos entender isso de uma maneira comparativa. Em comparação com outros, ele continuava juvenil para a sua idade. Mas no tocante às tarefas cansativas que tinha de realizar, então, sim, ele era idoso demais.
Dt 31.3 O Senhor teu Deus passará diante de ti. Yahweh tinha prometido que seguiria diante do povo de Israel à Terra Prometida, preparando o caminho, e então acompanharia os hebreus na conquista militar. Cf. essa informação com o que se lê em Deuteronômio 1.37,38; 3.18-28 e 7.17-26, onde são ditas as mesmas coisas e onde as notas expositivas devem ser consultadas.Josué já havia sido nomeado como o sucessor de Moisés. Josué não seria um grande profeta como Moisés, o qual conheceu a Yahweh face a face; mas seria um excelente instrumento para a missão de introduzir Israel na Terra Prometida, apto como general e um excelente líder. Ver sobre ele no Dicionário. A missão de Josué era diferente da missão de Moisés, embora fosse uma missão necessária, que confirmava e ampliava o poder e a missão de Moisés. Os dois faziam parte da mesma equipe, e não competiam um com o outro.
Ό programa de Deus para a nação de Israel não dependia de nenhum líder humano. Dependia somente do poder de Deus, para que fossem cumpridas as promessas do pacto” (Jack S. Deere, in loc.).
Destruirá estas nações. Sete povos diferentes tinham de ser destruídos. Ver as notas expositivas a esse respeito em Êxo. 33.2 e Deu. 7.1. Esses povos eram mais numerosos e mais poderosos do que Israel, mas faltava-lhes a ajuda divina, pelo que sucumbiram diante de um poder militar inferior. Quanto a isso, ver Núm. 13.31 e Deu. 7.1.
Dt 31.4 Como fez a Seom e a Ogue. A derrota desses dois monarcas ficou registra- da no capítulo 21 do livro de Números. As vitórias sobre esses dois reis tinham sido apenas vitórias preliminares, que tinham servido para infundir coragem aos israelitas, ajudando-os a atirar-se no cumprimento de um tremendo labor. Yahweh afirmou especificamente que 0 resto da campanha militar obteria um resultado similar, pelo que aquelas vitórias se tornaram lições objetivas, como garantias de vitórias ainda maiores que viriam em seguida. A mudança de liderança não seria prejudicial para os filhos de Israel. Afinal de contas, a realização era de Yahweh, e não dos homens.
Dt 31.5 Quando, pois, o Senhor vos entregar estes povos. Israel teria de efetuar uma longa campanha militar a fim de obliterar totalmente aqueles povos. Essa tarefa só terminou nos dias de Davi e Salomão. Quanto ao modo de proceder na guerra santa, ver Deu. 7.1-5. Os inimigos de Israel tornaram-se no temido hrm, palavra hebraica que indica um sacrifício totalmente devotado a Yahweh, como holocausto. Cf. Deu. 20.10-18, onde achamos algumas modificações que permitiam que mulheres e animais domesticados fossem poupados, ao passo que todos os homens deveriam ser destruídos. Mas ali estão em pauta cidades distantes, isto é, aquelas para bem além das fronteiras da Terra Prometida, e não no âmbito da Terra Prometida. Todas as cidades dentro dessas fronteiras estavam agora sob o hrm, de acordo com o que nenhum ser vivo podia ser poupado, embora as casas pudessem ser ocupa- das. Certas maneiras de agir tinham sido determinadas por Yahweh, pelo que Ele foi retratado como o general do exército de Israel. Por isso mesmo, a guerra era considerada santa.
Dt 31.6 Não vos deixará nem vos desamparará.
A promessa de Yahweh era suficiente para aliviar os temores dos israelitas. Era impossível pensar que Yahweh falhasse ou abandonasse o Seu povo. Assim sendo, Moisés não tinha razões para temer pelo sucesso do labor futuro, por motivo de mudança de liderança, que estava ocorrendo naquele momento crítico. Cf. o encorajamento dado por Yahweh, naquele momento histórico, com outros incidentes similares, em Êxodo 4.21 e 9.15. Ver Deu. 1.21,29, quanto a paralelos diretos. Parece que 0 apóstolo Paulo se utilizou das palavras deste versículo em I Coríntios 16.13, onde ele exorta os seus discípulos a serem heróis espirituais na batalha espiritual.
Dt 31.7 Chamou Moisés a Josué.
Moisés transmitiu a mensagem divina de encorajamento a seu sucessor, Josué. E deu-lhe uma comissão que 0 orientaria em sua tarefa. O objetivo era entrar na posse da herança que por direito divino cabia aos filhos de Israel, resultante da promessa de Yahweh a Abraão. Ver sobre 0 Pacto Abraámico em Gên. 15.18, que incluía a promessa da Terra Prometida. Assim foi que Josué levou avante a tradição sagrada de liderança que vinha desde Abraão e servia ao mesmo Deus. Estando ele dentro daquela augusta tradição, Josué nada tinha para temer.
“Moisés preparou Josué para a gigantesca tarefa que havia à frente. Foi por idênticas razões que Jesus preparou os Seus apóstolos. Todos aqueles cuja vida fica envolvida na sua tarefa esforçar-se-ão para prover uma liderança adequada aos seus continuadores, pois a grande preocupação de um líder religioso deve ser a sucessão de homens piedosos que haverão de segui-lo” (Henry H. Shires, in loc.). Cf. Jos. 1.5, onde Josué repetiu essas palavras de encorajamento a outros líderes.
“Nessas palavras, Moisés entregou formalmente a incumbência de dirigir o povo de Israel a Josué, que deveria liderá-los na travessia do Jordão e além” (Ellicott, in loc.).
Dt 31.8 O Senhor é quem vai adiante de ti.
Este versículo repete os elementos vistos nos dois versículos anteriores. Israel enfrentaria adversários muito mais fortes, mas não precisaria ficar desencorajado, porquanto um poder mais do que adequado tinha sido posto à disposição deles para cumprirem a contento a sua missão.
O crente precisa confiar na presença fortalecedora de Deus. Assim também Josué foi instruído a esperar grandes coisas da parte de Yahweh. O homem que esteja empenhado em cumprir a sua missão pode esperar receber um grande sucesso.
Coisa alguma é tão bem-sucedida como o sucesso.
(Lord Illingworth)
Requeimar sempre com essa chama que mais se parece com uma gema;
manter esse profundo êxtase, isso é ser bem-sucedido na vida.
(Walter Pater)
O verdadeiro sucesso consiste no labor.
(Robert Louis Stevenson)
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 872-873.
A Nomeação do Sucessor (31.1-8)
A morte de Moisés estava se aproximando. Por dois motivos, ele não podia liderar os israelitas na conquista de Canaã. Primeiro, a idade exaurira sua capacidade de liderança.
Já não podia sair e entrar (1; mas cf. 34.7). Segundo, ele fora divinamente proibido por Deus de cruzar o rio Jordão por causa de um pecado cometido (cf. 4.21,22; Nm 20.12). Deus, então, lhe indicara o sucessor. Já ordenado como líder da nação (Nm 27.18-23; Dt 1.38), Josué (3) foi a pessoa divinamente nomeada para o cargo. Mas o próprio Deus seria o verdadeiro Líder dos israelitas, os quais poderiam esperar vitórias no futuro como as obtidas sobre Seom e Ogue (4,5; cf. 2.32—3.10). Josué não precisava ter medo (6), e pela mesma razão: o SENHOR, pois, é aquele que vai adiante de ti (6-8).
Jack Ford; A. R. G. Deasley. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 482-483.
AS PALAVRAS DE DESPEDIDA DE MOISÉS E A APRESENTAÇÃO DE JOSUÉ (31:1-8)
À medida que sua morte se aproximava Moisés apresentou uma série de desafios ao povo (1-6), a Josué (7, 8) e aos sacerdotes (9-13), cada um relacionado, de algum modo, à preservação da aliança. O primeiro deles foi o desafio a Josué. Esta divisão (1-8) revela vários elementos do padrão pactuai típico.
1. O versículo diz literalmente: “Moisés foi e falou estas palavras (coisas) a Israel”. A LXX e um antigo manuscrito hebraico interpretam esta frase como uma indicação de que Moisés terminou de falar. Algumas versões inglesas (AV e RSV) e a SBB consideram estas palavras como uma continuação do discurso anterior e que, assim, se referem ao que vem a seguir. A LXX considera a expressão uma referência àquilo que a precede.Os comentaristas se dividem em suas opiniões, alguns considerando os últimos capítulos como apêndices sem ligação direta com o que os precede, enquanto outros consideram estes últimos capítulos como uma continuação do discurso de Moisés no capítulo 30. De fato, a possibilidade de uma transferência de autoridade para Josué depois da morte de Moisés já ter sido sugerida em 1: 38 e 3: 28 torna argumentável, em termos da estrutura literária total, que o que fora a princípio apenas um indício seja agora realizado de maneira plena e aberta.
2. A idade de Moisés é dada, cento e vinte anos (34:7; cf. Êx 7:7). A significância do ntímero não é clara. Na literatura egípcia 110 anos era o tempo ideal de vida para um homem sábio e numerosos exemplos são conhecidos. O fato da vida de Moisés ser dez anos mais longa pode ser um recurso literário para indicar a sua superioridade sobre os sábios do Egito. Além disso, 120 é três vezes quarenta (cf o tempo passado no deserto, 2:7) e pode muito bem denotar três gerações. Em qualquer dos casos Moisés chegou a ser um ancião que pôde ver seus netos crescerem até a maturidade. Em idade tão avançada Moisés confessava que já não era uma pessoa ativa (Já não posso entrar e sair; cf. 28: 6; Js 14:11). Além do mais, Javé o proibira de atravessar o Jordão (3:23-29; 32:50-52; Nm 20:11,12).
3-6- O líder de Israel continuaria a ser Javé. O motivo da Guerra Santa está claramente presente aqui (cf 1: 30). Na prática o representante de Javé seria Josué (1: 37, 38; 3: 28; 31: 7s., 23). Na conquista da terra prometida, todavia, Javé desapossaria os habitantes, tal como desapossara Seom e Ogue. À luz desta promessa e da liderança final de Javé,
Josué foi exortado a ser forte e resoluto (7, 23; Js 1: 6-9, 18). Javé teu Deus marcha contigo. Ele não te deixará nem te abandonará (JPSA).
7, 8. Josué já fora consagrado por Moisés perante Eliazar e a congregação, para assumir a liderança depois de sua morte (1: 38; cf Nm 27: 18-23). Repetindo a promessa da presença divina dada ao povo, Moisés desafia Josué publicamente a conduzir Israel à terra prometida. O conceito da Guerra Santa fica bem próximo da superfície nestes versículos. Javé estaria com Josué e não o abandonaria nos conflitos de dias vindouros. Por isso não havia necessidade de que ele ficasse temeroso ou desanimado.
J. A. Thompson. Deuteronômio. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 276-277.
II - MOISÉS, PASTOR DE ISRAEL
1. Homem de Deus.
Sl 77.20 O teu povo, tu o conduziste, como rebanho. Israel era o rebanho de Deus, que Ele tirou da escravidão no Egito. Israel era o Seu rebanho, quando se aproximou das águas temíveis. Os subpastores foram Moisés e Arão. Eles chegaram à beira-mar, estando o mar à frente e o exército egípcio avançando por trás.
O braço poderoso de Deus se ergueu, e as águas foram divididas. Um caminho se formou no meio do mar, e os homens, admirados, seguiram por aquele caminho em segurança. O Pastor divino não perdeu uma única ovelha. Cf. Sal. 23; 78.52; 79.13; 100.3, e ver no Dicionário o verbete intitulado Pastor. Quanto à liderança do Senhor durante o êxodo, ver Êxo. 13.21; 15.13 e 78.52,53. Quanto à liderança de Moisés e Arão, ver Núm. 33.1. Cf. Osé. 12.13; Isa. 63.11,12 e Miq. 6.4. Nos países orientais, o pastor lidera, em vez de tanger as ovelhas. O povo de Israel não teria atravessado o mar Vermelho se Yahweh não houvesse seguido à frente deles, tornando aquela vereda um caminho possível e seguro. Oh, Senhor, concede-nos tal graça!
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2291.
Sl 77.20. Se o versículo final parece ser um anticlímax, é deliberado. As demonstrações de poder (como Elias haveria de descobrir), são meios, e não fins; a preocupação principal de Deus é para com Seu rebanho. Com aquela palavra pouca lisonjeira, mas que não deixa de consolar, e com a liderança humana mista de Moisés e Arão, o salmo chega ao fim, numa distância não longe demais do salmista e do seu dia de coisas pequenas, numa situação que não deixava de marcar uma etapa na peregrinagem de Israel, e que era destinada a ser não menos formativa do que o começo espectacular.
DEREK KIDNER, M. A. Salmo. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 308-309.
Ele tomou o seu povo Israel sob a sua própria liderança e proteção (v. 20): Guiaste o teu povo, como a um rebanho. Por estarem eles fracos e impotentes, propensos a vaguear como um rebanho de ovelhas, e sujeitos ao ataque de animais predadores, Deus seguiu na frente deles com todo o cuidado e ternura de um pastor, para que não viessem a se perder. A coluna de nuvem e fogo os guiava; mas isto não é levado em consideração aqui, somente a liderança de Moisés e Arão, por cujas mãos Deus os guiou; ambos não poderiam ter feito isto sem a direção de Deus, e Deus agiu com eles e por meio deles. Moisés era o seu governador, Arão, o sumo sacerdote; eles eram guias, conselheiros e soberanos sobre Israel, e por meio destes homens o povo foi guiado por Deus.
A administração correta e bem-aventurada das duas grandes ordenanças representadas pela magistratura e pelo ministério sacerdotal é, mesmo não sendo um milagre da mais alta ordem, uma prova de grande misericórdia para qualquer povo, assim como a coluna de nuvem e fogo o foi para Israel na sua peregrinação no deserto.
Este salmo termina de forma abrupta, e não aplica estes antigos exemplos do poder de Deus às aflições presentes da igreja, como seria de esperar. Entretanto, tão logo este homem justo começa a meditar acerca destas coisas, ele percebe que chegou a uma nova percepção; a simples abordagem desta questão lhe deu luz e alegria (SI 119.130); os seus medos desapareceram de forma estranha e repentina, de forma que não seria mais necessário prosseguir neste raciocínio; ele, então, seguiu o seu caminho e foi se alimentar, e a sua fisionomia deixou de ser triste, tal como se deu com Ana, 1 Samuel 1.18.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 484.
2. Homem de oração.
Êx 33.13 Rogo-te que me faças saber... o teu caminho. Com quanta frequência enfrentamos problemas para os quais precisamos de iluminação. Não basta sermos bem versados nas Escrituras; também não basta orar. Algumas vezes precisamos do toque místico da presença de Deus a fim de podermos entender o Seu plano e o modus operando desse plano. Oh, Senhor, concede-nos tal graça! A fé chama-nos à ação quando não podemos ver. Mas às vezes é uma grande ajuda ver alguma coisa! É de prestimoso auxílio ser testemunha do poder de Deus. Nenhum homem é tão forte que não precise desse tipo de ajuda, mesmo que só ocasionalmente. Deus se conserva em meio às sombras, para ver o que podemos fazer com os dons e a graça que Ele nos tem outorgado. Ele nos dá oportunidades e espera que usemos nossos próprios dons e poderes. Ele provê para Seus filhos uma boa educação, esperando da parte deles que usem essa instrução. Mas ao notar que eles têm mais para fazer do que são capazes de fazer, Ele sai das sombras e provê a assistência divina.
Esta nação é teu povo. Em Êxodo 32.7, Yahweh pareceu ter renegado a Seu povo, chamando-o de povo “de Moisés” e não Dele mesmo. Ver as notas expositivas sobre aquele versículo. A primeira intercessão de Moisés lembrou Yahweh da relação especial que Ele mantivera com Israel como um filho. Ver Êxo. 32.7-14. Abraão, Isaque e Jacó tinham que ser levados em consideração, sem falar sobre o Pacto Abraâmico. Sendo esses fatos indiscutíveis, Moisés sentiu ser necessário que Yahweh reafirmasse Suas boas intenções no tocante a Israel, garantindo a Sua presença, para que a marcha até à Terra Prometida tivesse bom êxito.
Êx 33.18 Rogo-te que me mostres a tua glória. Moisés estava sempre pronto para fazer outra petição audaciosa. Visto que Yahweh tinha prometido a Sua presença e orientação, Moisés agora anelou por ver alguma manifestação especial de Deus.
E pediu uma poderosíssima experiência mística. Moisés desejava que Deus se manifestasse de modo totalmente franco a ele. Então Moisés entenderia o caráter e o poder de Deus de uma maneira que não tinha sucedido ainda até ali. Yahweh satisfaria esse pedido, embora com limitações (vs. 23), pois uma revelação completa de Deus só aconteceria na eternidade, e como uma questão de progresso espiritual eterno, não podendo ser dado como um único acontecimento. Moisés estava pedindo demais, mas é melhor pedir demais, com sinceridade, do que não ser um inquiridor. É melhor pedir demais do que pedir a menos. É melhor crer demais do que crer a menos. Moisés anelava pela chamada visão beatilica (ver sobre isso na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia). Mas essa visão é uma questão de glorificação eterna, e não de um único acontecimento dentro do tempo.
Essa experiência inclui a participação na natureza divina, de um filho com seu Pai celeste. As expectações de Moisés eram demasiadas para este lado da vida, mas seu zelo obteve para ele experiências tremendas, embora não tudo quanto ele esperava. Ademais, 0 que ele havia esperado estava muito acima do escopo da experiência humana mortal. Algo visível e glorioso haveria de ser dado, mas Moisés não veria a essência mesma da deidade, e, sim, alguma manifestação de Deus. “Tal- vez esse tenha sido o mais alto favor que já foi concedido a um ser humano, antes da encarnação de nosso Senhor* (John Gill, in loc.).“Embora os homens não pudessem ver a Deus, eles puderam contemplar a glória que indicava a Sua presença (Êxo. 40.34; Núm. 14.10,22; 16.19; Eze. 11.23”).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 455-456.
A promessa da presença de Deus (33.12-17).
Estes versículos pintam a terceira vez que Moisés intercedeu pelo povo. Na primeira vez (32.11-14), ele obteve a moderação da ira de Deus sobre o povo. Na segunda vez (32.30-35), obteve o perdão para os israelitas e uma promessa modificada de levá-los a Canaã. Desta vez, Moisés recebeu a garantia da plena restauração dos filhos de Israel ao favor de Deus e do restabelecimento total da presença de Deus com eles.
Moisés sabia que Deus renovara a ordem para ele fazer subir a este povo (12) a Canaã; também sabia que Deus o favorecera com graça pessoal. Todavia, estava confuso quanto ao modo ou com quem seria feita a viagem. Rogou uma revelação do teu caminho (13), de forma que conhecesse Deus ainda com mais clareza e nitidez e encontrasse graça aos olhos divinos. Moisés não era espiritualmente egoísta; não estava pedindo a bênção de Deus somente por prazer pessoal. Assim, acrescentou: Atenta que esta nação é o teu povo; sentia-se inadequado para conduzir o povo sem a garantia de que Deus iria com ele.
Na verdade, Moisés não queria conduzir o povo a menos que Deus estivesse com eles: Se a tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui (15). Esta presença de Deus em sua plenitude demonstraria que Moisés e o povo foram totalmente restaurados à graça (16), e seria a verdadeira marca de supremacia entre as nações. A única justificativa para a existência de Israel como nação era ser inteiramente do Senhor.
Quando a igreja perde a plenitude do Espírito de Deus, ela deixa de ser diferente como instrumento de Deus.
As súplicas de Moisés prevaleceram. Deus afirmou: Irá a minha presença contigo para te fazer descansar (14). Que garantia esplendorosa! O espírito intranquilo de Moisés suplicara que Deus poupasse o povo. Ele quebrara as tábuas de pedra, destruíra o ídolo e dirigira a execução dos transgressores; contudo, não descansou até que lhe fosse garantido que a graça de Deus seria completamente restabelecida ao povo. Os servos de Deus não conseguem ter paz até que saibam que Ele respondeu as orações. Quando responde e a presença divina é certeza, há grande tranquilidade.
Deus condescende em responder o clamor do homem. Declarou a Moisés: Farei também isto, que tens dito (17). Há coisas que Deus faz porque os crentes oram, caso contrário, ele não faria. A integridade pessoal do intercessor é vital; Deus acrescentou: Porquanto achaste graça aos meus olhos; e te conheço por nome. Quem suplica a Deus deve ser o primeiro a se certificar se tem uma relação certa com Deus. “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16).
Identificamos “A Presença Divina” nos versículos 1 a 17. 1) E sujeita à provocação, 1-6; 2) Honra a separação, 7-11; 3) Responde a intercessão, 12,13,15,16; 4) Concede a restauração, 14,17.
O pedido de Moisés para ver a glória de Deus (33.18-23).
A maioria dos crentes se satisfaz com a experiência da presença de Deus com muito menos que Moisés. Eis um homem a quem Deus dera mais que a qualquer outro, e ainda queria mais. Quanto mais perto nos aproximamos do céu, mais do céu queremos; quanto mais experimentamos de Deus, mais de Deus queremos. Moisés implorou: Rogo-te que me mostres a tua glória (18). “A glória de Deus se manifesta na mente mortal pelas evidências de sua bondade. Contudo, esta revelação a Moisés foi — de certo modo incompreensível por nós que não a vimos — uma visão direta da bondade divina não turbada pelas limitações de suas manifestações habituais através das formas terrenas.” “O que Moisés desejava era uma visão da glória ou do ser essencial de Deus, sem qualquer figura e sem véu.” Tratava-se de pedido ousado. Deus prometeu a Moisés concessão parcial da petição. Toda a sua bondade (19) passaria por diante de Moisés. Aira de Deus arrefecera e suas ameaças foram postas de lado. Ele estava pronto para revelar sua grande misericórdia e compaixão àqueles que, embora indignos, experimentariam sua graça. A proclamação do nome do SENHOR era anúncio de compaixão, clemência, longanimidade, misericórdia e fidelidade (cf. 34.6, ARA).
O Senhor disse a Moisés que ele não podia ver a face de Deus e viver (20). Só no mundo vindouro poderemos ter totalmente a visão beatífica. Moisés tinha de se satisfazer, enquanto fosse mortal, com algo menos que desejava. Por ora, não nos é permitido alcançar e possuir tudo que nos espera no futuro. Mas naquele dia “veremos face a face” (1 Co 13.12).
Deus prenunciou a teofania (a manifestação visível de si mesmo) a Moisés, que mais tarde a veria (cf. 34.5-7). Deus prometeu colocá-lo sobre a penha (21) e sua glória passaria. Quando acontecesse isso, Deus cobriria Moisés com a mão (22) enquanto Ele passasse, mas retiraria a mão para que Moisés o visse pelas costas (23). Desta forma, Moisés veria “o reflexo do resplendor que Ele deixaria atrás de si, mas que, ao mesmo tempo, indicaria palidamente o que seria a plena magnificência da sua presença”. Para esta experiência, a linguagem humana seria inadequada, como se deu com Paulo quando foi levado ao “terceiro céu” (2 Co 12.2). Os filhos de Deus que têm coração puro recebem visões de Deus que são enigmas para a mente mundana e incompreensíveis para o coração carnal. Mas para os santos em Cristo estas visões trazem o céu à terra, ao mesmo tempo que ainda arde neles o desejo de ver as glórias do céu.
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 231-232.
Moisés cuida dos interesses que tem na presença de Deus, e busca, da parte do Senhor, expressões de bondade e misericórdia: Tu disseste: Conheço-te por teu nome, como um amigo e confidente particular, também achaste graça aos meus olhos, acima de qualquer outro. Agora, pois, diz Moisés, se é isso mesmo, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que agora me faças saber o teu caminho, v. 13.
O povo havia perdido os benefícios do favor que Deus lhes havia expressado. E o pior é que não procuraram reavê-los. Portanto, Moisés enfatiza e pede aquilo que Deus lhe havia prometido. Embora se considere indigno das bênçãos do Senhor, ele espera não ter se excluído dos seus benefícios. Através disso ele se firma ainda mais com o Deus precioso: “Senhor, se fores fazer qualquer coisa por mim, faça pelo povo.” Assim o nosso Senhor Jesus, em sua intercessão, se apresenta ao Pai como alguém em quem Ele sempre tem prazer, e obtém misericórdia por nós. Pois somos aqueles em quem Ele, por misericórdia, se desagrada. É assim que somos aceitos no Amado.
Desse modo também os homens de espírito público se comprazem em buscar os seus interesses tanto com Deus como com os homens, visando o bem público. Observe o que Moisés anseia fervorosamente: Faça com que eu venha a saber o teu caminho, para que isto seja uma evidência de que achei graça aos teus olhos. Observe que a direção divina é uma das melhores evidências do favor divino. Há uma maneira de sabermos se achamos graça aos olhos de Deus: se achamos em nossos corações a graça que nos dirige e anima no caminho do nosso dever, podemos saber que fomos beneficiados pelo bondoso Senhor. A boa obra de Deus em nós é a evidência mais palpável da sua boa vontade para conosco. Ele sugere que o povo também, embora muito indigno, estava em um relacionamento com Deus: “Considere que esta nação é o teu povo, um povo por quem tu fizeste grandes coisas, remiste para Ti mesmo, e levaste em aliança contigo mesmo; Senhor, eles pertencem a Ti, não os abandone.” O pai ofendido considera isto: “Meu filho é tolo e obstinado, mas ele é meu filho, e eu não posso abandoná-lo.”
1. O humilde pedido que Moisés faz: Rogo-te que me mostres a tua glória, v. 18. Moisés havia estado recentemente no monte com Deus, havia permanecido ali por bastante tempo, e desfrutado de uma comunhão tão íntima com Deus como nenhum outro jamais tivera neste lado do céu. E ainda assim ele está desejando conhecer mais a este Deus maravilhoso. Todos aqueles que são efetivamente chamados ao conhecimento de Deus e à comunhão com Ele, embora não desejem nada mais do que a sua gloriosa presença, passam a desejar mais e mais dele, até chegarem a ver como são vistos. Moisés havia prevalecido maravilhosamente junto ao Deus bondoso, recebendo um favor após outro, e o sucesso de suas orações o encorajaram a ir ainda mais adiante e buscar a Deus. Quanto mais Moisés tinha, mais ele pedia. Quando estamos em uma boa situação diante do trono da graça, devemos tentar preservá-la e melhorá-la, e bater enquanto o ferro está quente: “Rogo-te que me mostres a tua glória. Faça-me vê-la” (assim é a palavra); “torne-a de um modo ou de outro visível, e permita que eu possa suportar a sua visão.” Isto não significa que Moisés fosse tão ignorante a ponto de pensar que a essência de Deus pudesse ser vista com olhos físicos.
Mas, tendo até aqui apenas ouvido uma voz saindo da coluna de nuvem ou de fogo, ele desejava ver alguma representação da glória divina, como Deus entendesse que fosse adequado lhe mostrar. Não convinha que o povo visse qualquer imagem semelhante quando o Senhor lhes falasse, para que não se corrompessem. Mas Moisés esperava que não houvesse perigo em ver alguma manifestação semelhante. Moisés desejava algo além daquilo que já tinha visto. Se este pedido tivesse simplesmente a intenção de ajudar a sua fé e devoção, este seria um desejo louvável. Mas talvez houvesse nisto uma mistura da fraqueza humana. Deus quer que andemos pela fé - não por vista - neste mundo. E a fé vem pelo ouvir. Alguns pensam que Moisés desejava uma visão da glória de Deus como um sinal de sua reconciliação, e um anseio desta presença que o Senhor lhes havia prometido. Mas ele não sabia o que pedia.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 339-341.
Êx 18. Rogo-te que me mostres a "tua glória. Deus acabara de atender seu pedido quanto à continuação de Sua presença com Israel. Agora, a oração de Moisés é ver a kãbôd, a glória manifesta (literalmente “peso” ) de YHWH. Equivale a pedir a Deus para vê-lo como Ele é: nestes termos, porém, é um pedido impossível. O homem mortal não pode suportar a visão de Deus (v. 20). Em linguagem pictórica bem vivida, a passagem afirma que o homem pode apenas contemplar o lugar por onde Deus passou (vv. 22,23) e assim conhecê-lo pelos Seus atos no passado e no presente. Deus como Ele é, em todo o Seu mistério, não podemos conhecer ou apreender. O homem precisaria esperar a vinda de Jesus Cristo (Jo 14:9) para ter uma revelação plena de Deus. Não há contradição entre esta passagem e 24:10, onde os anciãos viram “ o Deus de Israel” (cf.Gn 32:30). Tudo que viram foi a “ pavimentação de safira” que ficava sob Seus pés: tudo que Isaías viu foram as abas das vestes reais que enchiam o vasto átrio do Templo (Is 6:1).
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 218.
Dt 3.23 De repente vemos Moisés, entusiasmado diante de todas as promessas de Yahweh acerca da conquista do ocidente, anelante para reverter o juízo que caiu sobre ele por causa da questão da água que saiu da rocha. Ver Núm. 20.12, quanto a notas que explicam no que consistiu exatamente o pecado de Moisés. O livro de Deuteronômio adiciona um discernimento mais profundo. Moisés, por estar identificado com 0 rebelde povo de Israel, teve de levar vicariamente a culpa deles; e, por essa razão, não pôde entrar na Terra Prometida. Esse é um discernimento que fala sobre Moisés como tipo da lei, que pode conduzir até Cristo, mas que não pode realizar a obra de Cristo, ou seja, a salvação, simbolizada pela entrada na Terra Prometida. Já pudemos ver esse discernimento em Deu. 1.37, cujas notas também se aplicam aqui.
A intercessão de Moisés quase obtivera êxito, poderosa como tinha sido. Mas quando orou em proveito próprio, nada aconteceu. Não porque sua oração tivesse sido fraca, mas porque não poderia reverter a decisão de Yahweh, já que não fazia parte da vontade de Deus que ele entrasse na Terra Prometida. Ver no Dicionário os artigos intitulados Oração e Intercessão.
Moisés tinha iniciado a obra. Mas não pôde vê-la terminada enquanto vivo no corpo. Josué terminou a obra da conquista com grande sucesso, pelo que Moisés teve essa consolação. Ademais, em espírito, não tenho dúvida, ele viu o sucesso final daquilo que havia iniciado, fazia tanto tempo, no Egito.
Êx 3.24 Que Deus há nos céus ou na terra...? Moisés atribuiu a Deus todos os feitos que tinham ocorrido. O Deus Todo-poderoso estivera presente em tudo. Ninguém poderia ter livrado Israel da escravidão no Egito. Ninguém poderia ter fornecido o necessário para cerca de quatro milhões de pessoas em um deserto, pelo espaço de quarenta anos. O poder divino estivera sempre presente. A grandeza e o poder tinham sido amplamente demonstrados. A realização era grandiosa demais para ter sido um empreendimento meramente humano. Tinha sido um feito divino. Yahweh destacava-se acima de quaisquer deuses imaginários. Nenhum homem poderia ter feito o que foi feito, e nem alguma outra divindade; Yahweh (o Eterno) e El (0 poderoso) é que tinha feito tudo aquilo.
“... houve aquelas instâncias admiráveis de poder divino, que impôs juízos contra homens ímpios, reis e reinos; que livrou o Seu povo desses ímpios; que permitiu que Israel entrasse na posse deles e de seus reinos; essas eram as obras admiráveis que Moisés tinha em mira” (John Gill, in loc.).
“Em contraste com os deuses das religiões naturais dos pagãos, o Deus de Israel é ímpar, pois Seus atos poderosos testificam que Ele é o Senhor da história”
(Oxford Annotated Bible, comentando sobre este versículo).
O fio cortante do argumento de Moisés foi: “Se tu, ó Yahweh, fizeste tudo isso, seria coisa de somenos permitir-me entrar na Terra Prometida!”.
Dt 3.25 Rogo-te que me deixes passar. Isso Deus faria se aplicasse o mesmo grande poder que trouxera Israel aonde o povo se achava no momento (vs. 24). O Deus que tinha feito o maior, sem dúvida poderia fazer o menor. Moisés queria entrar, e não apenas ver ou ouvir sobre a boa terra que Deus havia prometido a Abraão.
Esta boa terra. Era uma terra que manava leite e mel, uma terra excelente (ver Deu. 8.7,8; Êxo 3.8,17; 13.5; 33.3; Lev. 20.24; Núm. 13.27; 14.8; 16.13; Deu. 6.3; 11.9; Jos. 5.6).
“Ao que parece, Moisés não percebeu que poderia buscar as obras de Yahweh e a Sua glória, ainda mais claramente, no outro mundo” (Ellicott, in loc.).
Que está dalém do Jordão. O autor sacro falava da perspectiva da Transjordânia. Moisés pensou que permitir a entrada dele na Terra Prometida seria um feito pequeno em relação com os Seus feitos grandiosos. Mas até mesmo um feito pequeno não pode suceder, quando não está de acordo com a vontade de Deus.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 768.
O pedido de Moisés (3.23-29). Moisés não disfarça seu desejo intenso de entrar na Terra Prometida. Os textos onde ele menciona este desejo não realizado estão entre os trechos mais tristes de Deuteronômio. A tragédia é que a pessoa que mais desejava entrar na terra achou-se impedida por uma atitude de incredulidade, que não lhe era típica, e ato de loucura de sua parte. Talvez não entendamos bem este impedimento, mas é ilustração clara do princípio de que mais luz implica em maior responsabilidade.
Rogo-te que me deixes passar, para que eu veja esta boa terra (25). Porém o SENHOR indignou-se muito contra mim, por causa de vós (26). Certos estudiosos entendem que estas palavras significam sofrimento puramente vicário de Moisés a favor do povo. De comum acordo, no hebraico, a expressão por causa de vós é diferente da expressão “por causa de vós” que aparece em 1.37. Pelo visto, um pensamento semelhante está presente em ambos os lugares.
O SENHOR... não me ouviu; antes, o SENHOR me disse: Basta; não me fales mais neste negócio. Há quem considere que basta é uma ordem para parar de pedir; outros reputam que Moisés já desfrutava de muitos privilégios e não precisava pedir mais. Contudo, a metade da oração foi respondida. Foi-lhe permitido ver a terra desde o cume do Pisga, perto, ainda que não pudesse entrar. E foi-lhe garantido que o empreendimento que ele começara teria uma conclusão bem-sucedida por Josué (28).
Esta não foi a última vez que Moisés viu a terra. “Em um ‘monte santo’ (Hermom ou Líbano) Moisés e Elias estavam com o Salvador do mundo, e conversaram acerca de uma conquista muito mais gloriosa que Josué: ‘a partida de Jesus, que estava para se cumprir em Jerusalém’ (Lc 9.31, NVI).”
Este parágrafo nos dá insights sobre “Os Princípios da Oração”: 1) A oração deve começar com louvor, 24; 2) A oração deve ser feita com desejo veemente, 25; 3) A oração exige fé e conduta obediente, 26; 4) A oração é respondida do jeito de Deus, 27,28.
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 425.
A oração que Moisés fez por si mesmo e a resposta de Deus à sua oração.
1. Sua oração foi para que, se fosse a vontade de Deus, ele pudesse ir adiante de Israel, cruzando o Jordão, para entrar em Canaã. Nesta ocasião, quando estava encorajando Josué para lutar as batalhas de Israel, dando por certo que ele deveria ser o líder do povo, Moisés sentiu um ardente desejo de ir, ele mesmo. Este desejo não se expressa em nenhuma queixa apaixonada e impaciente, nem em reflexões sobre a sentença sob a qual se encontrava, mas em humildes orações a Deus, para que Ele graciosamente revertesse tal sentença. “Eu pedi graça ao Senhor”. Observe que jamais devemos abrigar nos nossos corações qualquer desejo que não possamos, pela fé, oferecer a Deus em oração. E devemos permitir que aqueles desejos que são inocentes, sejam apresentados a Deus. Nós não temos, porque não pedimos. Observe:
(1)0 que Moisés alega aqui. Duas coisas:
[1] A grande experiência que tinha tido da bondade de Deus para consigo, no que tinha feito a Israel: “Já começaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza”. Senhor, completa o que iniciaste. Tu me permitiste ver a tua glória na conquista destes dois reis e a visão me provocou assombro e gratidão. Rogo-te que me deixes ver as realizações do meu Deus, meu Rei! Esta grande obra, sem dúvida, será continuada e completada. Deixe-me ter a satisfação de vê-la. Observe que quanto mais vemos da glória de Deus, nas suas obras, mais desejamos ver. As obras do Senhor são grandiosas, e, portanto, são cada vez mais buscadas por todos aqueles que têm prazer nelas.
[2] As boas impressões que tinham sido provocadas no seu coração por aquilo que ele tinha visto: “Porque, que deus há nos céus e na terra, que possa fazer segundo as tuas obras?” Quanto mais formos influenciados pelo que virmos de Deus, da sua sabedoria, do seu poder e da sua bondade, melhor estaremos preparados para novas revelações. Verão as obras de Deus aqueles que o reverenciam e admiram nelas. Assim Moisés tinha se expressado, a respeito de Deus e das suas obras há muito tempo (Êx 15.11), e ainda tem a mesma opinião de que não existem obras dignas de comparação com as obras de Deus, Salmos 86.8.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 569.
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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