Lições Bíblicas CPAD
Adultos 3º Trimestre de 2015
Título: A Igreja e o seu Testemunho — As
ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 11: A organização de uma Igreja local
Data: 13 de Setembro de 2015
TEXTO ÁUREO
“Por esta causa te deixei em Creta, para que
pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade,
estabelecesses presbíteros, como já te mandei” (Tt 1.5).
VERDADE PRÁTICA
A igreja local deve subordinar-se à
orientação de Deus, através de sua Palavra, que é o “Manual de Administração
Eclesiástica” por excelência.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — At 18.11
Um ano e meio ensinando a poderosa
Palavra de Deus
Terça — At 18.23
Indo de um lugar para o outro
animando os irmãos
Quarta — Ef 5.19
Animando os irmãos com salmos, hinos
e canções espirituais
Quinta — Mt 28.19,20
A ordenança do Senhor Jesus para que
a Igreja ensine a todos
Sexta — 1Co 4.1,2
A fidelidade dos servidores de Cristo
Jesus
Sábado — Rm 16.5; 1Co 16.19
Saudação aos crentes que se reuniam
nas casas dos irmãos
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tito 1.4-14.
4 — a Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé
comum: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus
Cristo, nosso Salvador.
5 — Por esta causa te deixei em Creta, para
que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade,
estabelecesses presbíteros, como já te mandei:
6 — aquele que for irrepreensível, marido de
uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução
nem são desobedientes.
7 — Porque convém que o bispo seja
irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem
dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;
8 — mas dado à hospitalidade, amigo do bem,
moderado, justo, santo, temperante,
9 — retendo firme a fiel palavra, que é
conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã
doutrina como para convencer os contradizentes.
10 — Porque há muitos
desordenados, faladores, vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão,
11 — aos quais convém tapar a
boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém, por
torpe ganância.
12 — Um deles, seu próprio
profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres
preguiçosos.
13 — Este testemunho é
verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé,
14 — não dando ouvidos às fábulas
judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade.
HINOS SUGERIDOS
53,
442 e 448 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Apresentar os requisitos bíblicos
para formar um ministro do Evangelho.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
·
I.
Explicar o panorama da epístola a Tito.
·
II.
Conscientizar sobre as qualificações dos pastores segundo a
epístola.
·
III.
Destacar a percepção de pureza que a epístola apresenta.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Caro
professor, é importante que você compreenda e ressalte para os alunos o
objetivo da epístola de Tito: Aconselhar o jovem pastor sobre a tarefa de “pôr
em ordem” o que Paulo havia deixado inacabado nas igrejas de Creta. Outro ponto
importante é saber que essa epístola tem algumas características especiais: (1)
Ela possui dois resumos sobre a natureza da salvação em Jesus Cristo (2.11-14;
3.4-7); (2) A igreja e o ministério de Tito deveriam estar edificados sobre
firmes alicerces espirituais e éticos (2.11-15); (3) Contém uma das duas listas
do Novo Testamento sobre as qualificações necessárias ao ministério de uma
igreja (1.5-9; cf. 1Tm 3.1-13). Além dessas informações, para aprofundá-las,
pesquise em bons comentários bíblicos sobre o panorama dessa epístola.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Com esta lição estaremos iniciando o
estudo da Epístola de Tito. Timóteo recebeu a incumbência de exortar uma igreja
que estava sofrendo com os ataques dos falsos mestres. A missão de Tito era
semelhante a de Timóteo, mas com um encargo a mais, que foi o de estabelecer
presbíteros, “em cada cidade”, pondo “em ordem” a Igreja. Paulo mostra, na
Carta a Tito, que não era apenas pregador, ensinador e “doutor dos gentios”,
mas também um administrador eclesiástico.
PONTO CENTRAL
A epístola de Paulo a Tito demonstra com vigor as
qualificações honestas para quem se pretende pastor.
I. A EPÍSTOLA ENVIADA A TITO
1. O intento da Epístola. Qual
era o principal propósito da Epístola de Tito? O objetivo de Paulo era dar
conselhos ao jovem pastor Tito a respeito da responsabilidade que ele havia
recebido. Tito recebeu a incumbência de supervisionar e organizar as igrejas na
ilha de Creta. Paulo havia visitado a ilha com Tito e o deixou ali com esta
importante incumbência (v.5).
2. Data em que foi escrita. Acredita-se
que foi escrita no ano de 64.d.C., aproximadamente. A carta a Tito foi escrita
na mesma época da Primeira Carta a Timóteo. Provavelmente foi redigida na
Macedônia, durante as viagens que Paulo fez quando esteve sob a custódia dos
romanos.
3. Um viver correto. Como
ministro do evangelho, Paulo exige ordem na igreja e que os irmãos vivam de
maneira correta, santa. Segundo a Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal, a ilha de Creta
era conhecida pela preguiça, glutonaria e maldade de seus habitantes. Ao
aceitar a Cristo como Salvador, o novo convertido torna-se santo pela lavagem
da regeneração do Espírito (Tt 3.5), por meio da Palavra de Deus (Ef 5.26). A
santificação é também um processo gradual e contínuo que conduz ao
aperfeiçoamento do caráter e da vida espiritual do crente, tornando-o
participante da natureza divina (2Pe 1.4). Sem a santificação, jamais alguém
verá a Deus (Hb 12.14).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A epístola objetivava dar instruções ao
jovem pastor Tito a respeito da responsabilidade que ele havia recebido de
Paulo. A carta foi escrita aproximadamente em 64 d.C..
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Tito, como 1 e 2 Timóteo, é uma
carta pessoal de Paulo a um dos seus auxiliares mais jovens. É chamada de
‘epístola pastoral’ porque trata de assuntos relacionados com ordem e o
ministério na igreja. Tito, um gentio convertido (Gl 2.3), tornou-se íntimo
companheiro de Paulo no ministério apostólico. Embora não mencionado
nominalmente em Atos (por ser, talvez, irmão de Lucas), o grande relacionamento
entre Tito e o apóstolo Paulo vê-se (1) nas treze referências a Tito nas
epístolas de Paulo, (2) no fato de ele ser um dos convertidos e fruto do
ministério de Paulo (1.4; como Timóteo), e um cooperador de confiança (2Co
8.23), (3) pela sua missão de representante de Paulo em pelo menos uma missão
importante a Corinto durante a terceira viagem missionária do apóstolo (2Co
2.12,13; 7.6-15; 8.6,16-24), e (4) pelo seu trabalho como cooperador de Paulo
em Creta (1.5)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD,
1995, pp.1886-87).
II. O PASTOR PRECISA PROTEGER O REBANHO
DE DEUS
1. Qualificação dos pastores. Em
sua carta a Tito, Paulo enfatiza as qualificações do bispo, em relação a
família, como homem casado, fiel à sua esposa e na criação de seus filhos de
forma exemplar (v.6). Paulo diz que os filhos dos ministros, presbíteros ou
pastores, não devem ser “acusados de dissolução”, nem de serem “desobedientes”.
No original, tais adjetivos vêm deanupotaktos, “não sujeito”, “indisciplinado”, “desobediente”.
O exemplo mau dos filhos do sacerdote Eli é referência negativa para a família
dos pastores (1Sm 2.12,31). Paulo mostra que o bispo deve ser uma pessoa
íntegra, irrepreensível, “como despenseiro da casa de Deus” (v.7). Por outro
lado, ensina também que o bispo não pode ser “soberbo”, “iracundo”, “dado ao
vinho”, “não espancador”, “cobiçoso de torpe ganância” (vide os mercantilistas
na atualidade que só trabalham por dinheiro). Paulo instrui que o obreiro
precisa ser “[...] dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo,
temperante” (Tt 1.8).
2. Crentes, porém problemáticos. Paulo
ressalta o respeito que o presbítero deve ter à doutrina e a autoridade
ministerial para argumentar com os contradizentes (vv.9,10). Entre os crentes
da igreja de Creta, haviam os “complicados” e “contradizentes”, “faladores”,
tipos não raros em igrejas nos tempos presentes. Mas o apóstolo indicou a
maneira de tratá-los. Aos contradizentes e desobedientes ao ensino da Palavra
de Deus, Paulo demonstra não ter nenhuma afinidade com eles, pois são
perigosos, não só para a igreja local, mas para as famílias cristãs, e devem
receber a admoestação e repreensão à altura: “[...] aos quais convém tapar a
boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém, por
torpe ganância” (v.11). O fato de tais falsos crentes terem espaço para
transtornar “casas inteiras” se devia à realidade das igrejas cristãs em seus
primórdios. Elas funcionavam, em grande parte, nas residências dos convertidos
(Rm 16.5; 1Co 16.19; Cl 4.15). Além de desordenados, eles são “faladores” e
murmuradores.
3. Não dar ouvidos a ensinos falsos. Tito,
na condição de “supervisor”, estabelecendo igrejas, “de cidade em cidade”,
tinha que ministrar a palavra de edificação e advertência contra os falsos
cristãos. Deveria repreendê-los de modo veemente. Na verdade, eles eram
desviados da verdade. Mais adiante, Paulo resume como tratar os desviados e
hereges: “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o” (Tt
3.10).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A qualificação dos pastores, segundo a
epístola, é fundamental ser observada para que sejam competentes no
relacionamento com os crentes problemáticos.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“As qualificações dos presbíteros
(1.6-9)
As qualificações no verso 6, de
acordo com o idioma original, são condições ou questões indiretas relativas aos
candidatos que estão sendo considerados para o ministério. O grego traduz
literalmente: ‘Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha
filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução [desperdício de
dinheiro] nem são desobedientes’ — este pode ser considerado como um candidato ao
presbitério.
Paulo parece estar usando as palavras
‘ancião/presbítero’ (presbyteros, v.5) e ‘líder/bispo’ (episkopos, v.7) de modo intercambiável. Neste
primeiro período da história da Igreja, os ofícios ministeriais eram variáveis
e indistintos.
Paulo chama os bispos de
‘despenseiros da casa de Deus’. Os despenseiros (pessoas encarregadas de
administrar os negócios de uma casa) eram bem conhecidos daqueles que viveram
no primeiro século. Uma vez que tais pessoas tinham perante o dono da casa a responsabilidade
de cuidar desta, era necessário que fossem irrepreensíveis. Note também que os
bispos não são simplesmente responsáveis perante Deus como seus servos,
cuidando das coisas de Deus” (Comentário Bíblico Pentecostal:Novo
Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1509).
III. A PERCEPÇÃO DA PUREZA PARA OS PUROS
E PARA OS IMPUROS
1. Tudo é puro para os puros (v.15). Paulo
diz que “todas as coisas são puras para os puros” (Tt 1.15), pois esses
procuram viver segundo a Palavra de Deus. Aqueles que vivem de modo santo não
veem mal em tudo, pois seus olhos são bons, santos. Isso é reflexo de suas
mentes e corações bondosos. Deus nos chamou para sermos santos em todas as
esferas e aspectos da nossa vida (1Pe 1.15). Quem despreza esse ensino não
despreza ao homem, mas sim a Deus.
2. Nada é puro para os impuros
(v.15). De fato, para os “contaminados e infiéis”, tudo o
que eles pensam e praticam é de má natureza. O motivo pelo qual “nada é puro
para os contaminados” é porque “confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com
as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda boa obra”
(v.16). Esses são hipócritas e maliciosos, pois dizem uma coisa e fazem outra.
3. Conhecem a Deus, mas o negam com
as atitudes (v.16). Atualmente muitos dizem conhecer a Deus, porém, se
olharmos para suas atitudes veremos que estes nunca conheceram ao Senhor. A
nossa conduta revela a nossa fé e o nosso relacionamento com Deus. O que as
pessoas aprendem com você ao observar a sua conduta na igreja e fora dela?
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O apóstolo admoesta que para os puros,
tudo é puro; para os impuros, nada é puro. Há quem diga que conhece a Deus, mas
o nega com suas atitudes: isso é perfeitamente possível.
CONCLUSÃO
A administração de uma igreja requer
a observância de preceitos e diretrizes, emanadas da Palavra de Deus, o maior e
melhor “manual de administração eclesiástica”. Por isso, Paulo escreveu três
cartas pastorais, visando o estabelecimento, a organização e o crescimento
sadio da Igreja do Senhor Jesus.
PARA REFLETIR
A respeito das Cartas Pastorais:
Qual era o propósito da Epístola de
Tito?
Dar conselhos ao jovem pastor Tito a respeito da responsabilidade que
ele havia recebido.
Qual era a incumbência de Tito?
Supervisionar e organizar as igrejas na ilha de Creta.
Em que ano a Epístola de Tito foi
escrita?
Aproximadamente no ano 64 d.C.
Por que para os puros tudo é puro?
Pois estes procuram viver segundo a Palavra de Deus.
Por que nada é puro para os impuros?
Porque “confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo
abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda boa obra” (v.16).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A organização de uma igreja local
Segundo os estudiosos, a epístola do
apóstolo Paulo a Tito foi escrita aproximadamente no 64 d.C., e provavelmente,
foi redigida na Macedônia, uma província que fazia fronteira com a Grécia. Por
certo, a carta foi escrita no tempo em que Paulo estava sob a custódia dos
soldados romanos.
Nesta epístola, podemos dizer que há
pelo menos quatro assuntos principais ensinado pelo apóstolo Paulo: (1) O
ensino sobre o caráter e as qualificações espirituais necessárias a todos os
que são separados para o ministério na igreja — isto é, “homens piedosos”, “de
caráter cristão comprovado” e “bem sucedidos na direção da sua família”
(1.5-9); (2) estímulo a Tito para ensinar a “sã doutrina”, repreender e
silenciar os falsos mestres (1.10—2.1); (3) descrição de Paulo para Tito do
devido papel dos anciões (2.1,2), das mulheres idosas (2.3,4), das mulheres
jovens (2.4,5), dos homens jovens (2.6-8) e dos servos (2.9,10) na comunidade
cristã em Creta; (4) por último, o apóstolo enfatiza que as boas obras e uma
vida de santidade a Deus são o devido fruto da fé genuína (1.16; 2.7,14).
Mediante essa lista de requisitos,
notamos o quanto é importante que, em primeiro lugar, quem se sente vocacionado
para um chamado ministerial, acima de tudo, seja reconhecido pela Igreja de
Cristo. O ministério na vida de uma pessoa não é algo oculto, ou de
conhecimento apenas para quem o deseja, mas é manifesto, reconhecido pela
comunidade local a quem ele serve. O ministério de Deus na vida de um
vocacionado também não é confirmado por uma só pessoa, mas confirmado e
aprovado pela Igreja de Cristo reunida naquela comunidade local. O ministério
vocacional de um escolhido por Deus, que ama o Senhor acima de todas as coisas,
tem de ser reconhecido pelo Corpo de Cristo, a igreja local.
Mas é preciso a igreja local saber
discernir quem é de quem não é vocacionado para o ministério. Para isso, o
nosso Deus manifestou a sua vontade nas Escrituras por intermédio do apóstolo
Paulo sobre as características de como deve ser uma pessoa vocacionada para o
santo ministério. A Igreja de Cristo não pode se furtar dessa responsabilidade,
pois segundo a herança da tradição da Reforma Protestante: não há um sacerdote
como representante de Deus para o povo; muito pelo contrário, em Cristo, todos
somos sacerdotes, a nação santa e o povo adquirido para propagar o Evangelho.
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PAZ DO SENHOR
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