CRESCER NO CONHECIMENTO
Antes crescei na graça e conhecimento de Nosso
Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A Ele seja dada a glória, assim agora, como no
dia da eternidade. Amém”, 2 Pe 3.18. O apóstolo Pedro teve suas dificuldades no
início da sua fé em Cristo, e também ao longo dela, como registra o Novo Testamento.
Jesus, antes do calvário, chegou a adverti-lo de que Satanás estava a tramar
contra os Doze, inclusive ele, Pedro, para arruinar a sua fé. “Disse-lhe também
o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo;
mas eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça; e tu, quando te
converteres, confirma teus irmãos”, Lc 22.31,32. O texto bíblico que abre este
artigo mostra-nos que na vida espiritual, do crente mais simples ao líder
cristão mais destacado, o elemento basilar é a fé em Cristo, priorizada,
mantida, fortalecida, purificada, renovada e, ao mesmo tempo, seguida do
conhecimento de Deus.
“Crescei na graça e conhecimento”, diz o texto
sagrado. Essa ordem jamais deve ser invertida. Cuidar da nossa fé é cuidar do
nosso crescente relacionamento e comunhão com Deus. Estamos falando da fé como
elemento da natureza divina, como atributo de Deus (Atos 16: “...a fé que é por
Ele...”; Gálatas 5.5: “...pelo Espírito da fé...”).
A fé em Deus, basilar e primacial como é na vida do
cristão, deve ser seguida do conhecimento espiritual. “Criado com as palavras
da fé e da boa doutrina”, 1 Tm 4.6. Veja também 2 Pedro 1.5, onde o
conhecimento deve seguir-se à fé. Fé sem conhecimento, segundo as Escrituras,
leva ao descontrole, ao exagero, ao misticismo, ao sectarismo e ao fanatismo
final e fatal. Sobre isso adverte-nos o versículo 17, anterior ao que abre o
presente artigo, que os leitores farão bem em lê-lo. É oportuno observarmos que
o dito versículo remete-nos claramente ao versículo 18, que estamos destacando.
“Antes” é um termo conclusivo; refere-se a uma conclusão à qual se chega.
“Antes crescei” – A vida cristã normal deve ser um
crescer constante para a maturidade espiritual, como mostra 2 Coríntios 3.18:
“Somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do
Senhor.” Esse crescimento transformador deve ser homogêneo, uniforme,
simétrico; caso contrário virão as anormalidades com suas consequências.
Lembremo-nos do testemunho do apóstolo Paulo sobre si mesmo em 1 Coríntios
13.11, e o comparemos com o depoimento bíblico de Atos 9.19-30 e 11.25-30. Um
crente sempre imaturo na graça e conhecimento de Deus é também um problema
contínuo para ele mesmo, para outros à sua volta e para a sua congregação como
um todo. E pior ainda é quando o cristão desavisado cuida apenas de seu
conhecimento secular, terreno, humano, social, e também quando cuido do
conhecimento bíblico e teológico sem antes e ao mesmo tempo renovar-se no poder
do Alto, o poder do Espírito Santo, que nos vem pela imensurável graça de Deus
em suas riquezas (Ef 2.7). Tudo mediante Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Crescimento do crente na graça de Deus – A graça de
Deus é seu grandioso favor imerecido por todos nós pecadores. Essa maravilhosa
graça divina é multiforme e abundante (1Pe 4.10; Ef 2.7). Nosso Deus é “o Deus
de toda a graça” (1Pe 5.10). Menosprezar essa inefável graça divina é insultar
o Espírito Santo, “o Espírito da graça” (Hb. 10.29). Só haverá crescimento na
graça de Deus por parte do crente se este invocá-la, apoderar-se dela pela fé e
cultivá-la em sua vida. “Minha graça te basta”, disse o Senhor a Paulo quando
este orava por livramento (2 Co 12.8-10).
Crescimento do crente no conhecimento – Esse
conhecimento do crente na esfera da salvação, de que nos fala a Escritura, nos
vem pelo Espírito Santo (Ef. 1.17, 18; Cl 1.9; 1Co 12.8). Cristo é a fonte e
manancial da graça de Deus (Jo. 1.16, 17) e também o alvo do nosso conhecimento
(Fp. 1.8,10). O conhecimento de Deus nos vem também pela comunhão com Ele, é
óbvio, sendo um meio de usufruirmos mais de Sua graça (2Pe 1.2). Quem está
crescendo na graça e no conhecimento de Deus ainda tem muito a crescer. Afirma
o texto de João 1.17 “...e graça por graça...”. Se alguém estacionar no desenvolvimento
de seu andar com Deus, virá o colapso. É como alguém sabiamente disse: “A
verdadeira vida cristã é como andar de bicicleta; se você parar de avançar,
você cai!”.
O Senhor Jesus ensinou, dizendo: “Se permanecerdes
na minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a
verdade, e a verdade vos libertará”, Jo. 8.31,32. Não é, portanto, o
conhecimento em si que liberta; ele é um meio provido por Deus para chegarmos à
verdade. Há muitos na igreja com vasto conhecimento secular, teológico e
bíblico, contudo repletos de dúvidas, interrogações, suposições e enganos
quanto a Deus, quanto à salvação, quanto às Sagradas Escrituras etc.
Como pode o crente crescer na graça e no
conhecimento de Deus – Primeiro, orando sem cessar (1Ts 5.17; 2Co 12.8, 9; Jr
33.3). A oração é um precioso e eficaz meio de comunhão com Deus. Segundo,
lendo e estudando a Bíblia continuamente (At 17.11; 1Pe 2.2; Sl 1.2, 3), e
obedecendo a Deus, a partir da Sua Palavra (Sl 119.9. 11; Jo 14.21, 23). E
também vivendo de modo agradável a Deus (e não somente em obediência a Deus)
(Cl 1.10; 1Jo 3.22); testemunhando de Cristo e de Sua salvação (At 1.8; 5.42);
permanecendo na doutrina do Senhor (At 2.42; Rm 6.17; 3Jo vv.3,4); frequentando
a Casa de Deus (Hb 10.25; Lc 2.37; Sl 27.4); sendo ativo no serviço do Senhor
(Mt 21.28); vivendo continuamente em santidade (Lc 1.75; 2Co 7.1); mantendo-se
renovado espiritualmente (2Co 4.17; Ef 5.18) e experimentando a progressiva
transformação espiritual pelo Espírito Santo, tendo Ele em nós plena liberdade
para isso (2Co 3.18).
Sinais de “meninice” (não-crescimento) espiritual –
Os cristãos da igreja de corinto tiveram este problema (1 Co 3.1, 2). Ver também
Hebreus 5.12- 14. Crianças, no sentido físico, são fáceis de detectar; no
sentido espiritual, também – havendo exceções, é evidente. A criança fala
muito, mas não diz nada ou quase nada. A criança, por natureza, é egoísta. Tudo
sou “eu” e o todo é “meu”. A criança brinca muito e também “briga” muito. A
criança normal dorme muito – e dorme em qualquer lugar! A criança gosta muito
de ruído, de barulho, e geralmente no momento e no lugar impróprios para os
adultos. Quanto mais barulho, mais a criança gosta! A criança gosta muito de
doces (Ler Provérbios 25.16,27 e Levítico 2.11). Doces engordam, mas engordar
não é crescer, e nem sempre é sinal de saúde.
A criança é muito sentimentalista. Ela vive pelo que
sente. Por coisa mínima, a criança chora, amua-se e some da cena. A criança é
muito crédula. Ela não discute nem questiona as coisas da vida em geral. Ela
crê em tudo, sem argumentar. Ela aceita praticamente tudo sem averiguar, sem
filtrar, sem discutir.
A criança não gosta de disciplina. Ela não gosta de obedecer.
Também a criança é fantasiosa. Ela exagera as coisas. Ela cria o seu próprio
mundo de fantasia para si e vive esse seu mundo. A criança pequena não tem
equilíbrio. Não tem firmeza. Com facilidade, ela tropeça, escorrega, cai e
levanta-se. A criança é imitadora. Ela, se puder, imita tudo, inclusive o ato
de trabalhar dos adultos, mas tudo imitação, e às vezes machuca-se por isso. A
criança, em geral, é fraca; ela não tem a resistência dos adultos. Finalmente,
a criança não entende coisas difíceis, coisas de gente grande.
Essas verdades e realidades devem ser aplicadas à
nossa vida cristã para vermos se estamos crescendo para a maturidade ou se
ainda permanecemos quais criancinhas incipientes e crédulas. O procedimento
correto para o crente evitar um colapso na sua vida espiritual é “crescer na
graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.
Artigo publicado no jornal Mensageiro da Paz -
Número 1513 - Junho de 2011, CPAD
veja mais www.avivamentonosul21.comunidades.net
veja mais www.avivamentonosul21.comunidades.net
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.