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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

IDEIA ERRONEA DE NÃO PRECISAR ESTUDAR


Idéia errônea de que não precisa estudar

Não preciso estudar a Bíblia pois o Espírito Santo me ensina… Será?

Existe no Brasil uma igreja com expressivo número de membros, que por questão de ética o signatário irá se esquivar da responsabilidade de nominá-la, a qual é terminantemente contra o estudo da Bíblia. Sua liderança alega e seus membros compartilham do mesmo pensamento, que o Espírito Santo é quem ensina todas as coisas, e, portanto, segundo eles, o exame minucioso das Sagradas Escrituras em forma de estudo é terminantemente desnecessário. Lamentavelmente, este também é o pensamento de alguns cristãos que estão listados no rol de membros de nossa denominação.

É bem verdade que o Espírito Santo de fato orienta nossa vida de forma ampla. Inclusive, é ele quem nos direciona pelo caminho da verdade, quem nos consola diante dos dissabores inerentes a esta vida terrena, quem nos concede dons, etc., entretanto, apegar-se a estes fatos ou a algum texto bíblico isolado e extraído fora de seu contexto para em autodefesa justificar a negligência pessoal em relação ao estudo e meditação acerca das Sagradas Escrituras, parece ser algo que não passa pelo crivo da própria Palavra de Deus. Logo, o mesmo Espírito que nos “ensina todas as coisas” é o mesmo que nos faz lembrar daquilo que lemos e estudamos.

“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e VOS FARÁ LEMBRAR de tudo quanto vos tenho dito” (João 14.26 – grifo do autor).

O texto supra é muito claro, tanto é que logo após o trecho “…vos ensinará todas as coisas…” o evangelista acrescenta as seguintes palavras: “…vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. Destarte, com relação ao fato de o Espírito Santo ensinar “todas as coisas”, além de referir-se aquilo sobre o qual os discípulos seriam ensinados após a ascensão de Cristo (1 Coríntios 11.23ª), por inferência, muito provavelmente o escritor sacro estivesse aludindo também ao evento que muito tempo depois o reformador e monge agostiniano Martinho Lutero viria chamar de “clareza interna das Escrituras”.

Segundo o reformador, a “clareza externa” é possibilitada a todos por meio do simples conhecimento gramatical do texto, contudo, a clareza interna é facultada somente a quem possui o Espírito Santo, sem o qual, se torna impossível a compreensão dos mistérios ali revelados (Marcos 4.11,12; Lucas 8.10), visto que a Bíblia não é um livro qualquer da literatura popular. Logo, para interpretarmos corretamente a Bíblia, precisamos evidentemente, da iluminação da mente proporcionada pelo agir do Espírito de Deus, contudo, este evento não exclui o processo de estudo, mas acontece por meio dele, fato evidenciado a luz de todo o contexto bíblico (Deuteronômio 6.6-9; 11.18-21; 17.19,20; Neemias 8.7,8; Atos 8.30-35; Romanos 12.7; 15.4; 1 Timóteo 4.13).

É necessário observar ainda que, o Espírito Santo não apenas “ensina” conforme já foi explanado anteriormente, mas também nos fará “lembrar de tudo”, principalmente daquilo que está escrito (João 12.16). Assim, antes de prosseguir com o raciocínio em questão, é necessário fazer breve consideração sobre o significado do verbo “lembrar”. De acordo com o Dicionário Eletrônico Houaiss, lembrar é “trazer algo à memória, recordar”. Destarte, cabe acrescentar que só podemos trazer à memória ou recordar, aquilo que de antemão conhecemos. Não há como nos lembrarmos de algo que nunca tenhamos visto, ouvido ou lido. Ou, por acaso, você é capaz de lembrar de um lugar no qual nunca tenha ido? É óbvio que não. Assim também esta assertiva é verdadeira em relação ao conteúdo bíblico, isto é, só poderemos lembrar daquilo que em outro momento nos foi oportunizado conhecer.

Deste modo, objetivando fortalecer a ideia de que o exame, análise e estudo da Palavra de Deus é algo incentivado e orientado pela própria Bíblia, analisemos o clássico Salmo de número 1:

Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e NA SUA LEI MEDITA DE DIA E DE NOITE. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará. (Salmo 1.1-3 – grifo do autor).

A questão é: como meditar sem conhecer? Aliás, meditar em que, se não houve leitura, logo, conhecimento prévio? Meditar significa estudar e ponderar a respeito do conteúdo de alguma coisa através de profundas e longas reflexões. De modo resumido e em paráfrase, este é o conceito apresentado pelos dicionários de língua portuguesa para o vocábulo “meditar”.

Vejamos mais algumas passagens bíblicas que fundamentam o teor deste raciocínio:

Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o CONFORME A TUA PALAVRA. Com todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. ESCONDI A TUA PALAVRA no meu coração, para eu não pecar contra ti. Bendito és tu, ó Senhor; ensina-me os teus estatutos. Com os meus lábios declarei todos os juízos da tua boca. Folguei tanto no caminho dos teus testemunhos, como em todas as riquezas. MEDITAREI NOS TEUS PRECEITOS, e terei respeito aos teus caminhos. Recrear-me-ei nos teus estatutos; NÃO ME ESQUECEREI DA TUA PALAVRA (Salmo 119.9-16 – grifo do autor).

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que MANEJA BEM A PALAVRA DA VERDADE(2 Timóteo 2.15 – grifo do autor).

Persiste em LER, EXORTAR e ENSINAR, até que eu vá (1 Timóteo 4.13 – grifo do autor).

Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os LIVROS, principalmente os pergaminhos (2 Timóteo 4.13 – grifo do autor).

Observe que Paulo, um dos maiores nomes do período neotestamentário, era um homem sábio e um exímio escritor/leitor/estudante. Perceba que nas epígrafes textuais supracitadas, além de escrever sobre a necessidade que há de os obreiros manejarem bem a Palavra da Verdade e de orientar o jovem pastor Timóteo a persistir na leitura, exortação e ensino, ele demonstra clara preocupação com os seus “livros”.

Certa feita, perguntaram para um sábio homem de Deus: “O que é mais importante: ler a Palavra de Deus ou orar?’. Ele sabiamente respondeu: “O que é mais importante para um pássaro, a asa da direita ou a da esquerda?” (A. W. Tozer)

Portanto, negligenciar o estudo da Bíblia em defesa de uma suposta “espiritualidade”, que se jacta ao ponto de abrir mão do conhecimento bíblico, é algo tão ignorante quanto dizer que 1 + 1 é igual a 3. Isto pode ser algo tão antropocêntrico quanto à tentativa de colocar-se no lugar de Deus, afinal de contas, o Eterno nos deixou sua palavra para nosso ensino, repreensão, correção e educação na justiça a fim de sermos habilitados para toda boa obra.


Não obstante, já dizia o salmista: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos” (Salmo 119.105).

FONTE gospelprime

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