SUBSIDIO JUVENIS AS ORDENANANÇAS DA IGREJA.
INTRODUÇÃO
Eclesiologia é a disciplina da Teologia que estuda a igreja, sua fundação, símbolos e missão, conforme as Escrituras. O vocábulo igreja é formado por duas palavras gregas: pelo prefixo ek, isto é, “a partir de”, “de dentro de” ou “para fora de”; e, klēsis, que significa “chamada”, “convocação”, “convite”. Literalmente quer dizer “chamados para fora”. Em Atos 19.39, ekklēsia é uma “assembléia reunida para fins políticos”; em Atos 7.38 é a congregação ou assembléias dos israelitas, mas em 1 Co 11.18, uma congregação cristã. O termo ainda é usado para designar um “grupo local de cristãos” (Mt 18.17; At 5.11; Rm 16.1,5); a Igreja universal à qual todos os servos de Cristo estão ligados (Mt 16.18; At 9.31; 1 Co 12.28; Ef 1.22); e a Igreja de Deus ou de Cristo (1 Co 10.32; 1 Ts 2.14; Rm 16.16).
A Igreja (Ekklēsia) de Deus é um povo tirado do mundo.
O mais importante na estrutura da Igreja e que lhe dá a razão de ser e de existir é que ela seja realmente constituída de um povo que, de acordo com as palavras de Jesus, tenha sido tirado do mundo (Jo 15.19). Essa realidade é evidenciada, de modo claro, pela própria palavra que o Novo Testamento usa, em sua língua original (grego), ‘para igreja’ — ekklēsia. Essa palavra é composta de duas outras: ek e klēsis. Ek significa ‘para fora’, e klēsis, ‘chamado’. Ekklēsia e usada no Novo Testamento 115 vezes [...].
1) Comunidade grega. É usada três vezes para expressar uma assembléia de comunidade grega, tanto legal (At 19.39), como ilegal (At 19.32,40) [...].
2) Israel. É usada duas vezes para designar o Israel de Deus no Antigo Testamento (At 7.38; Hb 2.12), exprimindo, assim, como Deus chamou a Israel dentre os povos para ser um povo seu (Dt 7.6-8)”.
(BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed., RJ: CPAD, 2005, p.214.)
AS ORDENANÇAS DA IGREJA (INTRODUÇÃO)
1. Definição teológica. Por constituírem em ordenações explícitas de Nosso Senhor à sua Igreja, assim são denominados o batismo em água e a santa ceia.
2. O batismo. Constitui o batismo um símbolo da morte e ressurreição de Cristo. Através do batismo, realizado por imersão e em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.18,19), o novo convertido declara publicamente haver aceitado de forma plena, pela fé, o sacrifício de Cristo. De igual modo, testemunha já haver morrido para o mundo e, agora, ressuscitado espiritualmente, vive em novidade de vida (Rm 6.4).
3. Santa Ceia. É a Santa Ceia a segunda ordenança observada pela Igreja (Mc 14.12-26). Seus elementos: o pão e o vinho, simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue de Cristo oferecidos em resgate da humanidade (1 Co 11.24,25).
Contém a Santa Ceia duas mensagens centrais:
a) Memorial: leva-nos a recordar o sacrifício vicário de Cristo.
b) Profética: alerta-nos quanto à vinda de Nosso Senhor Jesus para buscar a sua Igreja (1 Co 11.26).
O QUE SÃO ORDENANÇAS?
Ordenanças não são sacramentos
O batismo e a Santa Ceia são ordenanças, não sacramentos. Existe uma interpretação que atribui ao batismo e à Santa Ceia um valor quase mágico, sendo, por isso, chamados de sacramentos. Essa palavra significa: ‘Cada um dos sinais sensíveis produtores da graça, instituídos por Jesus Cristo como auxiliares indispensáveis para a pessoa conseguir a salvação eterna’ (Dicionário Eletrônico Michaelis. São Paulo, 1996). Como podemos verificar, a palavra ‘sacramento’ é definida como sendo algo que transmita a graça de Deus àqueles a quem for ministrado. Convém observar que essa palavra não é encontrada em nenhum ponto da Bíblia, mas é uma expressão criada pelos próprios teólogos. Nem o batismo nem a Santa Ceia são sacramentos, mas sim ordenanças de Deus. O ensino da Bíblia é bem claro no sentido de que nenhum destes dois atos transmite a graça de Deus a alguém, pois são ministrados exclusivamente aos que já foram salvos pela graça de Deus, em Jesus Cristo.
Além disso, convém observar que Deus jamais entregou aos homens meios visíveis que pudessem ser utilizados por alguém para transmitir a graça divina a outro homem. A graça de Deus vem somente por Cristo, pela fé no seu sangue (cf. Rm 3.24; 5.15; 2Tm 1.9)”
(BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 1999, pp.241,242).
1. Definindo o termo ordenanças. A expressão ordenanças traz a ideia de um grupo de mandamentos específicos, que devem ser repetidos reiteradas vezes. No caso das ordenanças de Jesus, o Batismo e a Santa Ceia, devem ser repetidos sempre, para que o povo de Deus, a Igreja, se lembrasse não apenas do sacrifício de Cristo, mas igualmente do seu efeito para conosco.
Ordenanças, no caso do batismo e da Santa Ceia, são rituais que exemplificam para a Igreja os últimos momentos de Jesus com seus discípulos e a ressurreição de nosso Senhor.
2. Uma ordem de Jesus Cristo. Jesus deixou claro que seus discípulos deveriam ensinar, batizar e celebrar a Ceia do Senhor: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Em relação à Santa Ceia, “E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até àquele Dia em que o beba de novo convosco no Reino de meu Pai” (Mt 26.29).
3. O cumprimento das ordenanças confere alguma graça ao crente? A igreja romana entende que o cumprimento das ordenanças fazem com que o fiel seja contemplado por Deus com uma graça especial, mas a Bíblia não confirma esse ensinamento. Seu cumprimento mostra que somos obedientes e que cremos naquilo que Jesus nos disse; portanto, somos pessoas agraciadas por Deus tendo em vista nossa fé e obediência. As ordenanças, pois, não são um poder mágico que confere alguma bênção especial.
Todo o crente precisa ser batizado e assim tornar-se membro da Igreja local. Para isto, é previamente necessário que tenha sido feito antes uma confissão de fé e aceitação de Cristo Jesus como Salvador. Também é necessário à Igreja conhecer o testemunho do candidato antes de recomendá-Io ao batismo e à membresia eclesiástica.
O Batismo e a Ceia do Senhor são as duas Ordenanças estabelecidas por Jesus Cristo quando esteve aqui na terra com seus discípulos. Estas duas ordenanças tem a forma de ritual religioso e são administradas pelo pastor de cada Igreja com a aprovação da própria Igreja.Uma vez definidas estas Ordenanças, segue-se que este é o propósito do estudo aqui em questão: apresentar e analisar o ensino bíblico acerca de tais Ordenanças e suas implicações práticas para a vida do novo membro da Igreja local. Com este conhecimento, cada aluno ou candidato poderá se sentir mais seguro e fundamentado para aquiescer ao batismo e às responsabilidades com a Igreja Local onde vai se filiar.
A Igreja de Cristo não é formada de autômatos ou pessoas 'teleguiadas'. Jesus disse: "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". (João 8:32) É somente através do conhecimento da verdade de Deus que todos nós poderemos tornar tais decisões. O propósito do autor é que este estudo sirva de esclarecimento pessoal e por sua clareza estimule sua obediência a Cristo e à Sua Palavra.
A IGREJA
A.Morfologia - Vem da palavra grega "ekklesía" que significa, originalmente "chamados para fora". A idéia básica é de que Deus nos tirou ou nos chamou 'de dentro do mundo para fora', para criar uma 'nova so-ciedade', 'um novo povo' para Sí.
O QUE É BATISMO
1.Sentido literal.
Na língua original do Novo Testamento, o grego, a palavra batismo (baptizō) significa “imergir”, “mergulhar”. Vários textos do Novo Testamento mostram que o batismo era efetuado em águas abundantes de rios, lagos ou mares, ou algum outro local com água suficiente para imergir a pessoa que desejasse ser batizada. Jesus, quando dirigiu-se a João Batista para ser batizado, foi conduzido pelo profeta para dentro do rio Jordão (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34). Nos Atos dos Apóstolos, que contém a história inicial da igreja, o mesmo procedimento do batismo por imersão é registrado em diversas passagens: At 2.41; At 8.36-39; 9.18.
2. O sentido litúrgico.
O Novo Testamento estabelece apenas duas ordenanças que, embora não salvem, testemunham da graciosa salvação mediante a fé em Cristo Jesus. Essas ordenanças são também símbolos que expressam a nossa fé e comunhão com Cristo, a saber: o batismo em águas por imersão e a Santa Ceia. Essas duas instituições são chamadas pela igreja de ordenanças, porque foram ordenadas por Jesus (Mt 28.19; 26.26-28; Mc 16.16). Os discípulos cumpriram a ordem do Senhor Jesus, batizando os novos crentes, conforme o mandamento de Cristo (Mc 16.20; At 2.41; 8.12,13,36-39; 10.47).O batismo em águas é tanto um conceito como um ato litúrgico. Como conceito, significa imergir, mergulhar, mas como um ato litúrgico, representa os símbolos que expressam a nossa fé e comunhão com Cristo (Cl 2.12; Rm 6.4).
II. A IMPORTÂNCIA DO BATISMO POR IMERSÃO
O batismo cristão não salva, não lava pecados e não complementa a salvação. Somente a obra expiatória de Cristo consumada no Calvário salva e purifica o pecador de seus pecados (Hb 2.17; Ef 1.7; 1 Co 15.3). No entanto, o batismo em água por imersão é um testemunho público da nova vida em Cristo assumida pelo batizando.
1. A forma do batismo.
Ao tratar do batismo, a Bíblia é incisiva ao demonstrar que o convertido deve ser imerso na água (At 8.36) como um sinal físico e visível de sua fé. Portanto, o batismo além de requerer muita água (Jo 3.23), também condiciona que, tanto o que batiza, o oficiante, quanto o batizando, o candidato, desçam à água (At 8.38). A linguagem bíblica empregada na simbologia do batismo em Romanos 6.4 e Colossenses 2.12 implica imersão total.
2. A autoridade para batizar e a fórmula do batismo. Muitos não percebem estes dois fatos da doutrina do batismo e trabalham de forma errada.
a) Autoridade.
A ordem divina para batizar, bem como a fórmula do batismo, temo-las a partir de Mateus 28.19: “Batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. O “nome”, de acordo com a cultura hebraica, está relacionado com “autoridade concedida”, como ocorre até hoje no dia-a-dia. “Em nome” fala-nos do direito concedido por Jesus aos seus ministros para efetuarem o batismo de acordo com a ordenança divina. Os textos de At 2.38; 8.16; 10.48 e 19.5 enfatizam a autoridade para batizar “em nome de Jesus”.
b) A fórmula.
Ainda em Mateus 28.19, encontramos a fórmula do batismo na expressão: “do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, pois a salvação procede do Pai que a planejou; do Filho, que a consumou; e do Espírito Santo que tanto efetuou a encarnação do Filho, como também aplica a salvação ao homem. A fórmula tríplice do batismo é uma maneira de ressaltar a Santíssima Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. No entanto, os unitaristas deturpam e negam a doutrina da Trindade de Deus. As Escrituras, porém, ensinam que Deus é uno e ao mesmo tempo triúno, isto é, Deus o Pai, Deus o Filho, e Deus o Espírito Santo.No contexto do Novo Testamento, o batismo em águas é realizado por imersão (forma), na autoridade triúnado Pai, Filho e Espírito Santo.
“O significado do Batismo
1. É um símbolo.
O batismo é um símbolo da nossa identificação com a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus (Rm 6.3,4). Assim como Jesus morreu, também morremos para o mundo (Gl 2.20; Cl 3.3) e somos ‘sepultados’ pelo batismo, para que, juntamente com Ele, venhamos a ressuscitar em ‘novidade de vida’ (Rm 6.5; Cl 2.12).
2. É uma confissão. O batismo é também um ato de confissão da nossa fé em Jesus, pois, por intermédio desta, morremos para o mundo, a fim de pertencermos a Jesus (Gl 3.27; 1 Pe 3.18). O batismo se torna para o crente um verdadeiro limite entre o Reino de Deus e o mundo, como o mar Vermelho foi o limite entre a terra da escravidão (o Egito) e o caminho para a nova vida (Canaã - 1 Co 10.2).
3. É uma ordem. Jesus ordenou, e queremos obedecê-lO. Jesus é o nosso exemplo em tudo (1 Pe 2.21 ; Jo 13.15), e Ele foi batizado para cumprir toda a justiça de Deus (Mt 3.21). Assim, também queremos seguir as suas pisadas (1 Pe 3.21; Sl 85.13).
4. É uma bênção. É um ato em que Jesus opera na vida daquele que se submete a Ele, abençoando-o e confirmando a sua fé na Palavra. Não é, como alguns afirmam, um ato mágico que, apenas pela ministração, traz efeitos para a vida espiritual. A salvação é um dom de Deus (Rm 6.23). Porém, Deus proporciona, mediante o batismo, ricas bênçãos que aperfeiçoam a salvação recebida”.
(BERGSTÉN. E. Teologia sistemática. 4.ed., RJ: CPAD, 2005, p.244-5.)
APLICAÇÃO
A figura do batismo em águas ilustra a nossa plena identificação com Cristo.
Somente aquele que experimentou a regeneração efetuada pelo Espírito Santo provou o que o símbolo representa - a plena identificação do crente com a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo.O batismo não salva o crente, no entanto, todos os que crêem em Jesus para sua salvação pessoal, desejam descer às águas batismais em cumprimento ao mandato de Cristo Jesus.O batismo no Espírito Santo é uma iniciativa divina. Jesus é quem decide a hora e o lugar para o crente ser batizado no Espírito Santo. Entretanto, o batismo em águas é uma decisão pessoal do cristão. Somente o crente, ele ou ela, é que decide quando batizar-se.
Alguns crentes ainda não foram batizados, muito embora estejam a tanto tempo na igreja. O que falta? Certeza de que é um salvo ou salva em Cristo? Medo de comprometer-se com a doutrina da igreja? Ainda não nasceram de novo? Não sabemos ao certo. Mas todo crente verdadeiramente convicto de todas as promessas de Deus para a sua vida, se ainda não foi batizado, aguarda com expectativa o momento para testemunhar publicamente de sua fé em Cristo.
III. AÇÃO INTEGRADORA DO BATISMO NA VIDA DA IGREJA
1. A prática do batismo no início da igreja. O dia de Pentecostes, com o derramamento inicial do Espírito Santo na vida dos discípulos de Jesus, assinalou também o nascimento da Igreja depois da pregação de Pedro, quando, naquele mesmo dia, foram batizadas quase três mil pessoas que se agregaram a nova igreja (At 2.37-41). No entanto, o batismo em águas não é pré-requisito para receber o batismo com o Espírito Santo. Na casa de Cornélio, toda a sua família foi cheia do Espírito e falou em outras línguas e, a seguir, foi batizada em água (At 10.44-48). Naturalmente, uma pessoa que aceita a Cristo como seu Salvador e Senhor não deve ficar alheia à vida da igreja e ao batismo em água. Este, além de ser uma ordenança, objetiva integrar o crente ao Corpo de Cristo (At 2.41).
2. As realidades espirituais figuradas no batismo. O batismo em água é uma identificação pública do crente com Cristo, o seu Salvador, em que:
a) A descida do candidato às águas fala da nossa morte com Cristo;
b) A imersão nas águas está relacionada com o nosso sepultamento com Cristo;
c) O levantamento das águas representa a nossa ressurreição com Cristo em novidade de vida (Rm 6.3,4).
B.Aplicações do termo 'Igreja':
1.Denominação ou grupo de cristãos.
2.Templo, construção para fins religiosos.
3. No caso da hierarquia de clérigos - Igreja Católica ou Igreja Docente.
4. Conjunto de cristãos na concepção local ou universal, segundo o ensino -bíblico.
C. Definição de Igreja Local:
Um grupo de pessoas chamadas por Deus, regeneradas pelo Espírito Santo, que formam um corpo visível num determinado local e época, organizada, com propósitos específicos, batizados nas águas por imersão, que aceitam um pacto (um acordo com Cristo, " ... no seu sangue ... "), que se reúnem para evangelizar os perdidos, batizar os convertidos, edificar os crentes, tomar a Ceia do Senhor regularmente, ter comunhão uns com os outros, enfim desempenhar a missão de Cristo sobre a terra.
Observe as seguintes referências: Mateus 28:18-20; Atos 2:41-47; 4:4; Atos 1:13 e 14:23.
D. Definição de lgreja Universal:
É o conjunto de todos os crentes, os redimidos por Cristo, de todas eras e lugares sobre a face da terra, formando um corpo invisível, será reunido no céu, por ocasião do ajuntamento de todos os salvos arrebatamento e na ressurreição.
Ver os textos: Efésios 1:22; Hebreus 12:22 e 23.
1. Atualmente a Igreja Universal existe espiritualmente, parcialmente e não reunida, subdividida nas várias Igrejas locais do mundo, também incluindo os santos em glória, " ... os que dormem ... " no Senhor.
2.Hoje, esta Igreja existe na mente onisciente de Deus. Futuramente ela existirá de fato, reunida e completa, sem faltar nenhum dos seus membros e permanecendo assim, imutável, por toda a eternidade!
A NATUREZA DAS ORDENANÇAS EM GERAL
Os termos a seguir, são colocados em contraste para se perceber melhor o que mais perfeitamente descreve estes dois mandamentos de Jesus Cristo à Sua Igreja.
B. Símbolo
É a representação visível de uma verdade invisível. O Batismo e a Ceia são símbolos, porém não apenas isto.
C. Rito
É aquilo que se emprega com regularidade em religião ou qualquer sistema religioso cujo propósito é sacro ou sagrado. Neste sentido, o Batismo e a Ceia do Senhor, também são ritos, mas não apenas isto!
D. Ordenança
Aquilo que é de instituição imperativamente divina, que é feito com regularidade, e serve como simbolismo de determinadas verdades espirituais e que o Senhor Jesus Cristo aplicou a todos os crentes em todas as épocas como um mandado a ser observado.
O BATISMO CREMOS NO BATISMO POR IMERÇÃO, O BATISMO SO PARA ADULTOS,A ASSEMBLEIA DE DEUS NÃO CRIANAÇAS.
1. O que é o batismo?
Batismo significa literalmente imersão. Essa palavra vem do grego , traduzida como “mergulhar, banhar, imergir”. No Novo Testamento, vemos que João, o batista, batizava pessoas no rio Jordão, e batizou o Senhor Jesus (Mt 3.13-17), que a seguir ordenou que seus discípulos batizassem aqueles que cressem no Evangelho (Mt 28.19). Pedro batizou gentios que ouviram a Palavra na casa de Cornélio (At 10), e Paulo foi batizado, possivelmente por Ananias (At 9). O batismo ordenado por Jesus é por imersão.
2. Jesus foi batizado. Jesus passou pela experiência do batismo. A Bíblia nos fala em Marcos 1.10 sobre o batismo de Jesus: “logo que saiu da água”, uma referência clara de que Jesus foi batizado por imersão. E o batismo de Jesus foi uma forma de Ele se identificar com os pecadores. Ele não precisava ser batizado, mas o foi, para nos mostrar a importância do ato para a vida cristã e para a compreensão adequada do Evangelho.
3. O batismo infantil. Há igrejas que batizam utilizando o processo de imersão. Outras utilizam-se do processo de aspersão. De forma geral, as igrejas evangélicas não batizam crianças. A Palavra de Deus nos fala que Jesus foi apresentado no Templo, e não batizado, o que só ocorreu quando Jesus tinha a idade de trinta anos. Outro fator que deve ser levado em conta é que o batismo é apresentado nas Escrituras como um ato daquele que crê na mensagem do Evangelho (At 2.41; 8.12), e isso exige maturidade não apenas para entender a mensagem do Evangelho, mas também para aceitar Jesus e prestar o testemunho público prévio ao batismo. Por esses fatores, não é adequado nem bíblico batizar crianças.
A. Indícios de que o Batismo bíblico é OBRIGATÓRIO.
1. Cristo pediu o Batismo - Ver João 1:33; Mateus 3:13-15.
2. Cristo aprovou o Batismo - Ver João 4:1-2.
3. Cristo ordenou o Batismo - Ver Mateus 28:18-20.
4. Fazia parte da pregação apostólica:
"... Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo ... " Atos 2:38
5. Foi prática dos apóstolos - Ver Atos 2:37-41.
6.Era costume universal da Igreja Cristã no seu início e posteriormente (I Coríntios 1:12-17).
7.A literatura universal da Igreja Cristã, extra-bíblica, isto é, fora da Bíblia, comprova que esta prática foi universal na Igreja daquela época.
B. A Natureza do Batismo.
1. O Batismo é um ato de amorosa obediência à Palavra de Deus tanto daquele que se batiza como da parte da Igreja que o administra através dos seus oficiais. V. João 14:15; I João 2:3.
2. O Batismo não salva nem perdoa pecados.
a.Marcos 16:16 - É citado para basear o suposto poder batismal de perdoar os pecados. Esta doutrina errônea é conhecida pelo nome de regeneração batismal. Porém aqui, indica que o Batismo seque à conversão (momento quando os pecados são perdoados) e não implica para a condenação de ninguém se vier a ser suprimido por algum motivo.
b. Atos 2:38 - Um complemento da afirmação de Pedro. Expressava simultaneidade relativa com que era administrado o batismo junto com a conversão. Ver Atos 2:41.
c. Lucas 23:40-43 - O incidente do ladrão da cruz. Ele foi ao paraíso, porém, nunca se batizou. Sendo assim o batismo não é condição para salvação de nenhuma pessoa.
b.O batismo não é um sinal da Dispensação da Graça. Isto não ser comprovado dentro do NT, e se esse fosse o caso, tão pouco poderia ser aplicado às crianças. Não se observa de modo claro, indícios de tal prática e compreensão no NT.
D. Modos do Batismo. e o Modo Bíblico.
1. Aspersão
Quando é simplesmente derramada água na cabeça do batizando. Não há justificativa Bíblica para essa maneira de administrar o batismo.
2. Derramamento
Quando é derramada água no corpo inteiro do batizando. Também não encontramos indícios bíblicos a este respeito.
3. Imersão
Quando o batizando é mergulhado na água de um rio ou num batistério, sendo a condição requeri da que o candidato seja inteiramente mergulhado em água.
a. Deriva da palavra grega (transl. "baptísmos') que quer dizer "imergir" ou "mergulhar".
b. Nos locais onde eram efetuados os Batismos, se evidenciava a existência de "...muitas águas ... " .
Vejamos:
(1) João 3:23 - " e havia ali muitas águas ... "
(2) Mateus 3:6 - " no rio Jordão ".
(3) Marcos 1:10 - " e saiu da água "
(4) Atos 8:36-39 - " e tmtrou na água ... e saiu da água ... "
E. O Simbolismo do Batismo.
1. A identificação do crente na morte, sepultamento e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme nos indica Romanos 6:3-5:
"Ou porventura ignorais que fomos batizados em Cristo Jesus, tomos batizados em sua morte? Fomos pois sepultados com Ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemosnós em novidade de vida ... "O ato de mergulhar na água simboliza a morte e o sepultamento do crente para o mundo enquanto que o 'levantamento da água', simboliza a ressurreição para Deus, para uma nova vida.
Ver Clo 2:12.
2.O Batismo do Espirito Santo é simbolizado pelo batismo das águas, porque assim como entramos nas águas, o Espírito de Deus é batizado em nós, por Deus. Isso é o que se chama de 'batismo no Espírito Santo', e fala da nossa conversão, urna experiência já acontecida.
F. Requesitos para o Batismo.
1. Arrependimento e Fé - elementos da conversão.
2. Instrução doutrinária (quando é possível).
3. Bom testemunho do candidato perante a Igreja e o mundo.
G. Período de Carência para o Batismo.
1. Reconhecemos ser responsabilidade da Igreja, orientar e examinar os candidatos ao Batismo, que devem ser crentes com um bom testemunho e desejo professo de obedecer a Cristo e seu Evangelho.
2. Náo há base bíblica quanto ao tempo de carência.
a. Foram comuns, na Igreja Primitiva, os batismos ocorrerem logo após a conversão do discípulo.
Por que foi feito assim?
(1) Porque o Cristianismo estava no seu início - não existia ainda a figura de "igreja organizada". O lado organizacional veio muito tempo depois e por necessidade.
(2) Na legitimidade do testemunho e fé dos cristãos que nesta época jaziam sob intensa perseguição e sofriam repúdio dos judeus. Numa época assim, ninguém passaria por um 'suposto cristão' correndo até risco de vida. Tudo foi muito genuíno!
(3) Na ausência de orientação escrita, a não ser a tradição oral transmitida pela pregação do Evangelho, de geração em geração.
3. As Razões para um período de Carência:
a. Para testar a legitimidade da fé do novo convertido, uma vez que a sociedade em nosso País, já aceita o cristianismo protestante como legal e não clandestino. Nesse caso é muito bom para verificar "cristãos" que aderiram Simplesmente por uma questão de opção ou experiência e daí reorientá-los.
b. Para instruir o novo convertido nas doutrinas capitais do Evangelho de Cristo e assim prepará-lo para estar convicto a tomar este passo importante.
c. Dessa forma, a Igreja evita um pouco mais, ter no seu corpo de membros, pessoas insinceras e duvidosas, portanto não autênticas.
A CEIA DO SENHOR
1. A origem da Santa Ceia. A Santa Ceia teve sua origem na noite em que Jesus fez sua última refeição com os seus discípulos, antes de ser crucificado. Em um momento de comunhão, o Senhor com eles, lavou-lhes os pés e transmitiu-lhes as recomendações finais. A Ceia foi o último momento de comunhão do Senhor com seus apóstolos até a crucificação (Mt 26.29).
2. Os propósitos da Santa Ceia. A celebração da Santa Ceia traz para nós diversos significados. Em primeiro lugar, ela representa a continuidade da nossa comunhão com o Salvador. À última Ceia estavam presentes Jesus e seus discípulos, o grupo mais próximo do Salvador. Em segundo lugar, ela representa a lembrança do sacrifício de Jesus Cristo por nossos pecados. A Ceia instituída pelo Senhor foi celebrada na Páscoa, quando um cordeiro era sacrificado, e Jesus, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, foi sacrificado por nós.
É a celebração de uma nova aliança. Comer e beber juntos traz a ideia de uma aliança feita entre duas partes. Essa Ceia é a imagem de uma nova aliança entre Jesus e os seus seguidores.
É a manifestação da minha fé em Cristo. Quando celebro a Santa Ceia demonstro de forma pública a minha fé em Jesus e a comunhão com Ele, aguardando a sua Segunda Vinda.
É um momento de gratidão. Jesus abençoou o pão e deu graças pelo vinho (Mc 14.22-24). Na Santa Ceia, demonstro minha gratidão pelo que Cristo fez, e agradeço por ter sido alcançado por sua graça.
3. Os elementos da Santa Ceia. Aqui cabe uma observação. A igreja romana entende que os elementos da Santa ceia, o pão e o vinho, se transformam na carne e no sangue de Jesus. O pão e o vinho não mudam sua forma para se tornarem carne e sangue de verdade, como pensam os católicos. A Bíblia jamais dá a entender essa ideia e a ciência não a respalda a teoria. Jesus não tinha a intenção de nos fazer crer que, por ocasião da Ceia, o pão se tornaria carne e que o vinho se tornaria em sangue. Ele apenas nos orientou a seguir essa ordenança em memória dEle.
A Santa Ceia em Corinto foi alvo de críticas e orientação do apóstolo Paulo. Naquela igreja, marcada por divisões, egoísmo e abuso dos dons espirituais, os membros se reuniam, mas não com o propósito de celebrar a comunhão e relembrar o sacrifício de Cristo, e sim para comerem o que haviam trazido para aquela reunião. Na ocasião de demonstrar comunhão e respeito uns pelos outros, demonstravam seu egoísmo a ponto de uns se embebedarem, e outros passarem fome (1Co 11.21). Por isso, foram duramente repreendidos por Paulo. Mais do que comer juntos, deveriam respeitarem-se uns aos outros e não perder o foco da lembrança do retorno do Senhor.
Nesta lição, explique aos alunos os termos transubstanciação e consubstanciação. O primeiro termo foi adotado pelos católicos em 1215 e depois confirmado pelo Concílio de Trento em 1551. Segundo eles, quando o sacerdote abençoa o pão e o vinho, estes transformam-se em corpo e sangue literais de Jesus. O segundo termo, ensinado por Lutero, significa que o corpo e o sangue de Cristo se unem às substâncias do pão e do vinho. Não são literalmente o pão e o vinho, mas estão presentes. Talvez seja necessário você ainda distinguir os termos ordenanças e sacramentos. O segundo termo, mais usado pelos católicos, refere-se à idéia de que a Ceia do Senhor transmite graça espiritual ou salvífica a quem dela participa. Já a palavra ordenança, apenas sugere que a Santa Ceia foi "ordenada" pelo Senhor, entretanto, não é um meio de salvação para aqueles que participam do cálice e do pão. Boa aula!
Palavra Chave
Memorial: Aquilo que mantém viva a memória de alguém ou de algo.
A Ceia do Senhor é um ato de suma importância, em si mesmo e na vida do crente. Ela não é um mero símbolo, mas sim uma das verdades centrais da nossa fé. A Santa Ceia lembra a paixão e a morte de Cristo em nosso lugar, bem como a sua segunda vinda. Tendo em vista suas verdades bíblico-teológicas, cabe-nos tomar assento à mesa do Senhor com solenidade e redobrada reverência.
I. O QUE É A SANTA CEIA
A Santa Ceia não é apenas um ato celebrado pela igreja, mas também uma proeminente doutrina bíblica. Em geral, todos sabem como proceder, todavia poucos conhecem a doutrina, pois depende do estudo da Palavra.
A Bíblia afirma que Paulo recebeu o ensino da Santa Ceia diretamente do Senhor: "Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei" (v.23). Provavelmente ele o tenha recebido durante os três anos em que estivera a sós com Deus na Arábia, sobre os quais as Escrituras silenciam (Gl 1.11,12,15-17).
São duas as ordenanças da Igreja Cristã originadas do ministério terreno de Nosso Senhor Jesus Cristo: o batismo e a Santa Ceia. Com o seu batismo, no rio Jordão, Ele iniciou o seu glorioso ministério (Mt 3.13-16), encerrando-o com a instituição da Santa Ceia, sua paixão e morte redentora (Mt 26.26-30). Enquanto o batismo fala da nossa fé em Cristo e ocorre apenas uma vez na vida do crente (Mc 16.16), a Ceia do Senhor diz respeito à nossa comunhão com Ele, e deve ser sempre renovada (Lc 22.14,15).
1. Definição e designações. A Santa Ceia é uma ordenança da Igreja, instituída por Jesus na noite em que ele foi traído. Na Bíblia, ela é chamada de "Ceia do Senhor" (1 Co 11.20) e "comunhão do corpo e do sangue de Cristo" (1 Co 10.16).
2. Ordenança ou sacramento. A Ceia do Senhor é conhecida pelos evangélicos como ordenança, por constituir-se numa ordem dada por Cristo aos santos apóstolos.
Os católicos romanos e certas alas do protestantismo costumam denominá-la de sacramento.
II. OS ELEMENTOS DA SANTA CEIA
São elementos da Santa Ceia o pão e o vinho por representarem, respectivamente, o corpo e o sangue do Senhor Jesus.
1. O pão. Por ser este alimento o símbolo da vida, Jesus assim identificou-se aos seus discípulos: "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede" (Jo 6.35). Por conseguinte, quando o pão é partido, na celebração da Ceia, vem-nos à memória o sacrifício vicário de Cristo, através do qual Ele entregou a sua vida em resgate da humanidade caída e escravizada pelo Diabo.
2. O vinho. Identificado na Bíblia como "fruto da vide" e "cálice do Senhor" (Mt 26.29; 1 Co 11.27), o vinho na Ceia lembra-nos o sangue de Cristo vertido na cruz para redimir a todos os filhos de Adão: "Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado" (1 Pe 1.18,19). Portanto, o pão e o vinho são, biblicamente, o memorial do Calvário; representam o corpo e o sangue de Cristo, oferecidos por Ele como sacrifício expiatório para redimir-nos de nossos pecados. É a explicita, profunda e confortadora simbologia das Sagradas Escrituras.O vinho simboliza o sangue de Cristo, e o pão, o seu corpo.
III. LIÇÕES DOUTRINÁRIAS DA SANTA CEIA
Vejamos algumas das lições ou ensinos doutrinários da Ceia do Senhor até a volta de Jesus.
1. A Santa Ceia é um mandamento do Senhor. Ele ordenou por duas vezes: "fazei isto em memória de mim" (vv.24,25).
2. É um memorial divino. "Em memória de mim" (vv.24,25). É um memorial da morte do Cordeiro de Deus em nosso lugar (1 Pe 1.18,19; Jo 1.29). Como tal, a Santa Ceia comemora algo já realizado (Lc 22.19).
Assim como a sociedade, o governo, o povo, as instituições particulares têm seus memoriais, aos quais estimam, honram e preservam, nós temos muito mais razão, dever, direito e prazer de sempre participar da Ceia do Senhor.
3. É uma profecia a respeito da volta de Jesus. "Anunciais a morte do Senhor até que venha" (v.26). A igreja ao celebrar a Ceia do Senhor, está também anunciando a todos a sua vinda. "E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até àquele Dia em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai" (Mt 26.29).
4. Deve ser precedida de auto-exame do participante (v.25). Trata-se do auto-julgamento do cristão diante de Deus, quanto ao seu estado espiritual (v.31). Esse auto-exame deve ser feito com o auxílio do Espírito Santo e tendo a nossa consciência alinhada às Escrituras.
5. A ceia do Senhor e o discernimento espiritual do crente. Participar da Ceia sem discernir "o corpo do Senhor" (v.29), é ter os santos elementos da Ceia como coisas comuns, e não como emblemas do corpo e do sangue de Cristo.
6. É uma ocasião propícia ao recebimento de bênçãos. "O cálice de bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é, porventura, a comunhão do corpo de Cristo?" (10.16). Portanto, Deus pode derramar copiosas bênçãos no momento da ceia. Houve milagres na preparação da primeira Ceia (Lc 22.10-13).
7. A Santa Ceia é um momento de gratidão a Deus. Na Ceia do Senhor todo crente deve ser agradecido. "E tendo dado graças" (v.24). Em todos os registros da Ceia vemos ação de graças a Deus: 1 Co 11.24; Mt 26.27; Mc 14.23; Lc 22.19.
8. A Santa Ceia é para os discípulos do Senhor. Conforme Lucas 22.14, Jesus levou apenas os Doze para a mesa da Páscoa, seguida da Ceia do Senhor. Se a Ceia fosse para qualquer um, Ele teria chamado a todos sem distinção. A Santa Ceia é para os santos em Cristo Jesus.
9. É um momento de profunda e solene devoção e louvor a Deus. "E, tendo cantado um hino" (Mt 26.30). Como Jesus cantou à sombra da sua cruz, não podemos compreender, nem explicar!
10. A Santa Ceia é alimento espiritual. Toda ceia destina-se a alimentar. Devemos participar desse Santo Memorial convictos, pela fé e esperança de que seremos novamente alimentados espiritualmente.
11. A Ceia do Senhor condena a duplicidade religiosa. "Não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios" (10.21). A Santa Ceia é incompatível com a duplicidade da vida espiritual do cristão (Sl 119.113; Mt 6.24; 2 Co 6.14).
Tendo em mente o exposto, devemos sentar-nos à mesa do Senhor, com discernimento, temor de Deus e humildade. Conscientizemo-nos, pois, de que, ali, não estão meros símbolos, mas o sublime memorial da paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Caso contrário, seremos contados como réus diante de Deus. Que o Senhor nos guarde a todos, por sua graça.
" A importância da Ceia do Senhor:
1. Passado. É um memorial da morte de Cristo no Calvário, para redimir os crentes do pecado e da condenação. Através da Ceia do Senhor, vemos mais uma vez diante de nós a morte salvífica de Cristo e seu significado redentor para a nossa vida. A morte de Cristo é nossa motivação maior para não cairmos em pecado e para nos abstermos de toda a aparência do mal (1 Ts 5.22).[...]
2. Presente. É um ato de comunhão com Cristo e de participação nos benefícios da sua morte sacrificial e, ao mesmo tempo, comunhão com os demais membros do corpo de Cristo (10.16,17). Nessa ceia, com o Senhor ressurreto, Ele, como anfitrião, faz-se presente de modo especial (cf. Mt 18-20; Lc 24.35). [...]
3. Futuro. É um antegozo do reino futuro de Deus e do banquete messiânico futuro, quando então, todos os crentes estarão presentes com o Senhor (Mt 8.11; 22.1-14). Na Ceia do Senhor, toda essa importância acima mencionada só passa a ter significado se chegarmos diante do Senhor com fé genuína, oração sincera e obediência à Palavra de Deus e à sua vontade".
(Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. p.1753)
APLICAÇÃO
Sem dúvida alguma, a essência da Santa Ceia é a comunhão. Comunhão significa ter algo em comum com alguém. No âmbito espiritual, é indispensável que a Igreja, como Corpo de Cristo, possua algumas características em comum, tais como: "um só corpo, um só espírito, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos." (Ef 4.4-6).Jamais deveríamos nos esquecer de que a Igreja de Cristo é um lugar onde, embora se manifeste uma diversidade de características físicas e culturais, a unidade é fundamental. Unidade na diversidade. Diversidade de dons, ministérios, talentos, mas unidade na doutrina, na fé e no Espírito.
A. É uma ordenança de Cristo.
1. Lucas 22:16 - Mostra indiretamente que Jesus não a comeria novamente, até que o Reino se cumprisse.
2. I Coríntios 11: 24 - "Fazei isso todas as vezes que... ".
3. Atos 2:41 e 42 - A Ceia do Senhor sempre está relacionada com o Batismo numa relação de conseqüência, ou de continuidade.
B. Simbolismo dos Elementos da Ceia.
1. A morte e o sofrimento vicário de Cristo - I Coríntios 11:26.
2. A apropriação pessoal dos benefícios de Cristo, O Crucificado - que já são apropriados por nós:
a. João 6:51 - " ... o pão é a minha carne ... "
b. I Coríntios 1: 23; 2: 2 - " ... Cristo, O crucificado ... "
3. Uma comunhão espiritual entre os crentes e portanto, unidade.
a. Atos 2: 42 - " e na comunhão uns com os outros. "
b. Atos 2:46 - " e comiam juntos ... "
4. Dependência do crente, da parte de Cristo - João 6:55.
5. Anuncia a vinda de Cristo no seu Reino:
" ... em memória de mim ... até que Ele venha." I Coríntios 11:26
C. Elementos da Ceia do Senhor.
1. O pão
Simbolizando o corpo de Cristo que foi partido no Calvário quando Ele deu Sua vida por nós. Ver Lucas 22:19.
2. O Vinho
Simbolizando o sangue de Cristo " ... derramado em favor de muitos. " Ver Lucas 22:20; Marcos 14:24.
D. Requesitos para a Participação da Ceia do Senhor.
1. Ser batizado e membro da Igreja local.
2. Estar em comunhão 'plena' com a Igreja e com Deus.
a. "Comunhão plena", não significa que o crente tem de ser perfeito.
b. Significa estar cônscio de que qualquer falha pecaminosa havida até aquele momento, já foi confessada ao Senhor não havendo barreiras de ordem moral e espiritual que impeça sua participação.
3. Para membros de outras Igrejas não fazemos quaisquer restrições além destes requisitos. Não fazemos acepção de pessoas e cremos que, segundo as Escrituras, cada um é responsável de si mesmo a julgar se pode participar da Ceia. Ver I Coríntios 11:27-29.
4. Tomar a Ceia indevidamente, estando em pecado, é expor-se ao juízo de Deus (I Coríntios 11:30; I João 5:16, etc.).
Este juízo pode ser:
· doença;
· fraqueza física (perda do gosto pela própria vida);
· disciplina efetuada pela Igreja, tirando do seu corpo, o membro. em pecado ou sob disciplina(disciplina do tipo 'exclusão');
· a própria morte.
E. Teorias Errôneas a respeito da Ceia do Senhor.
1. Transubstanciação.
É a idéia católico-romana em que os elementos da Ceia, após a do sacerdote, se transformam literalmente em vero corpo e vero de Cristo, respectivamente, em toda a sua natureza, essência e divindade.
Objeções a este ponto de vista:
a. Quando Jesus usou a expressão "... isto é o meu corpo... ", Ele estava fazendo uso de uma figura de linguagem, da mesma forma que Ele empregou quando disse: "Eu sou a luz do mundo ... "ou "Eu sou a porta ... ", etc.
b. "Em Memória de Mim..." - Fala da comemoração de alguém que está ausente em pessoa ou em corpo. Assim, enquanto estamos comemorando a morte e a vinda de Cristo através da Ceia do Senhor, estamos fazendo assim, porque Ele se encontra ausente de nós, fisicamente, muito embora esteja conosco espiritualmente. E isto não é contraditório, pois Ele falou da Sua memória com relação à sua ausência corpórea deste mundo, e esta situação permanecerá enquanto Jesus estiver na Presença do Pai e até Seu Retorno à terra.
Ver Mateus 28:20; João 14:19,25,28.
c. Argumento lógico - Se o pão e o vinho fossem transformados no próprio Cristo, teríamos:
(1) No dia da Ceia pascal em Jerusalém, à véspera da morte de Cristo, 'um Cristo partindo outro cristo, um Cristo abençoando outro cristo, este sendo abençoado e repartido entre os doze discípulos. Além disso, também haveria o caso de um Cristo está estar comendo 'outro cristo'! Um verdadeiro absurdo!
(2) Muitos 'cristos' sendo tomados depois de consagrados pelos sacerdotes romanos, milhares de vezes e todos os dias do ano por séculos e séculos.
(3) A possibilidade de classificar tal ato de 'canibalismo metafísico', pois estaríamos engolindo e nutrindo-se do ser físico de alguém.
2. Consubstanciação.
É a idéia Luterana ou Reformada que ensina estar Cristo presente de alguma forma nos elementos que se tomam, de forma que os participantes recebem graça e algum poder divino decorrente deste ato. Para estas Igrejas a Ceia e o Batismo são sacramentos.
Objeções a este ponto de vista:
a. Argumento lógico.
Pelas mesmas razões do que foi observado para a transubstanciação. Ver item E.1, acima.
b. Argumento escriturístico.
Não temos nenhuma evidência na Escritura que torna este ponto fundamentado. Além disso, tal presença, nunca seria concorrente, nem mais importante se o fosse, em relação à presença espiritual de Cristo, que é ensinada pelas Escrituras.
(1) Mateus 28: 20 - " e estarei convosco todos os dias ... "
( 2) Mateus 18: 20 - " onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles ... "
A MEMBRESIA DA IGREJA LOCAL
A. Uma vez que o Batismo é praticado localmente e sob os auspícios de uma local, responsável pelos novos convertidos que o recebem, é naturalmente lógico que estes novos convertidos batizados se incluam na membresia desta mesma Igreja Local.
B.É perfeitamente observável que, no NT, havia uma identificação imediata dos batizados com a Igreja Local onde foram batizados. A única exceção feita é com respeito ao Eunuco da Rainha de Candance (Etiópia - -Ver Atos 8:39-40).
1. Com referência ao Eunuco, a tradição histórica da Igreja Cristã é unânime em afirmar que ao chegar à Etiópia, seu país de origem, ele pregou o Evangelho e fundou Igrejas, sendo assim o primeiro discípulo e o primeiro pastor naquele país.
A Igreja cristã fundada pelo eunuco, até hoje é conhecida como "Igreja Cristã Copta".
2.Referências que mostram a ligação entre os batizados e a sua inclusão na Igreja local que os batizou:
a. Comp. Atos 1:12-14 com 2:41,47, com 4:4,5.
b. Ver Atos 5:16; 6:7 - Até aqui, Conversões e batismos em Jerusalém.
c. Em Samaria - Atos 8:12;
d O episódio de Saulo - Atos 9:18-19, 26-28.
e. Menção tríplice - Atos 9:31 - Igrejas da Judéia,Galiléia e Samaria
f. A Igreja na casa de Lídia - Filipos - Ver Atos 16:15,32-34,40.
Esta foi a primeira Igreja da Europa fundada pelo apóstolo Paulo.
C. O termo "revestirsen em Gálatas 3:27.
Este termo está associado com a idéia de militarismo: o soldado veste o seu uniforme para se identificar com a sua companhia, seu batalhão ou seu comando. Foi assim na antiguidade entre gregos e romanos, e é assim ainda nos dias de hoje.
Qual a aplicação figurada desta idéia bíblica?
1. O crente batizado é o 'soldado' que veste sua farda.
2. O 'ato de vestir-se' é similar ao ato de filiar-se como membro da Igreja local.
D. A filiação à Igreja é simplesmente a identificação oficial com o povo de Deus, de cuja filiação, o batismo é cabal requerimento.
RESPOSANBILIDADES E DIREITOS ECLESIÁSTICOS PARA OS MEMBROS
A. Responsabilidades.
1. Manter um testemunho digno perante a Igreja e o mundo.
2. Zelo pelo trabalho de Deus.
3. Participação em qualquer função para qual a Igreja solicitar o membro:
a. O membro jamais deve dizer "não" ou rejeitar cargos que a Igreja lhe apresenta. Nem a inabilidade é desculpa justificável.
b. Isto pode significar lançar fora oportunidades valiosas que Deus esteja proporcionando para sua vida.
4. Participação assídua e pontual nas reuniões devocionais e administrativas da Igreja. Ver Hebreus 10:24 e 25.
5. Cooperação através dos dízimos e ofertas motivadas pela própria Palavra de Deus.
a. Fidelidade na manutenção do trabalho de Deus.
b. Fundamento bíblico: Ageu 2:8,9; Malaquias 3:8-10; Mateus 23:23.
Hebreus 7:2, 5-9.
B. Direitos.
1. O direito à palavra nas assembleias de negócios - opinião democrática dentro de uma administração democrática.
2. O direito de voto nas mesmas Assembleias.
3. Participação da Ceia do Senhor.
4. Direito de ser votado para cargos da Diretoria administrativa.
5. Direito de participação por votação para Assembleias regionais ou nacional, quando delegados pela Igreja através de cartas de credenciamento.
A DISCIPLINA NA IGREJA
A. No VT temos o clássico exemplo de Acã - Josué 7:1-26.
1. É óbvio que a Igreja não estava no VT, pois Jesus nos seus dias, refere-se a ela como estando ainda no futuro - Ver Mateus 16:18. 2. Entretanto o Deus que regeu a nação Israelita no VT e a Igreja no NT, é exatamente o mesmo. Ver Salmo 102:26,27; Malaquias 3:6; Hb. 13:8. 3. Os princípios também não mudam! O que era válido espiritualmente no VT também o é no NT. A disciplina do povo de Deus, seja Israel ou seja a Igreja é um princípio válido em toda a história e o NT muito afirma sobre isto. 4.ssim, a disciplina é tão antiga quanto Adão, Os Patriarcas e Israel.
5. O episódio de Acã nos reflete certos aspectos interessantes:
a. Josué o líder de Israel não sabia do erro, mas Deus o sabia!
b. Enquanto o erro permaneceu escondido (tanto no coração como debaixo da tenda, Deus não abençoou o Seu povo e por isso foi derrotado.
c. Deus jamais abençoará, mesmo o Seu povo enquanto se mantiver o pecado, ou não for tratado.
d. Quando o pecado é antecipadamente confessado e tratado, há perdão e reconciliação sem que hajam maiores conseqüências.
e. Quando o pecado causa destruição no meio do povo de Deus(o caso de Acã) , Deus somente perdoará o seu povo quando o pecado for erradicado.
f. No caso de Acã, 36 soldados morreram na fuga de Ai(enquanto o pecado jazia escondido sob responsabilidade de Acã). Da mesma forma, Deus exigiu a morte de Acã e toda a sua família(de alguma forma, conivente com ele) e a queima de todos os seus pertences. Só assim Deus perdoou o pecado do povo.
g. Note bem: a disciplina de Aca foi uma exigência de Deus e não de Josué e nem da nação israelita. Também com respeito à Igreja, de-vemos lembrar que Deus é Quem exiqe e a Igreja apenas executa.
B. A Recomendação do Senhor no VT - Provérbios 3:11
C. A Recomendação de Jesus no NT - Ver Mateus 18:16-18.
1. Estabelece o modo como a Igreja deve tratar os casos disciplinares.
2. A motivação principal para a disciplina é a rebelião ou a resistência à confissão e o reconhecimento do pecado - sinal de arrependimento.
3. Se o membro chega a confessar em última instância e a arrepender-se, a Igreja não deve excluí-lo: pode administrar alguma disciplina moral como:
A. suspendê-lo da prática da Ceia do Senhor por 1 ou 2 meses;
b. suspendê-lo dos cargos assumidos por um tempo determinado;
c. deixá-la por um período em observação até declará-la apto a exercer sua membresia.
4. Entendemos também que quando o membro pratica algo escandaloso, do conhecimento notório da sociedade, a Igreja deve tornar notória sua disciplina ou exclusão, para não aviltar o Evangelho e a Fé Cristã.
5. Sempre que o irmão falho for ganho, sem recorrer à Igreja, o assunto do seu pecado não tem mais valor para o conhecimento/ação da Igreja.
D. Ver também I Coríntios 11:28-34; Hebreus 12:5-11.
1. Deus nos disciplina para não sermos condenados com o mundo.
2. Cada um de nós deve constantemente julgar a si mesmo - auto-exame.
3. Quando não nos julgamos. então Deus e a Igreja hão de nos julgar!
4. Hebreus: Devemos aceitar a disciplina como ato de misericórdia divina.
5. A disciplina sempre produz frutos de justiça e paz no crente!
NOTAS (1ª Versão – I B de Cachoeirinha – AGO/1982 . 2ª Versão – IBR da Graça – AGO/1986. Obs.: Digitalização feita em MAR/2006 pelo Seminarista Miguel Ângelo Luiz Maciel)
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