PROFESSOR ESCRITOR MAURICIO BERWALD
estudo da obra salvífica de Cristo deve começar pelo Antigo Testamento, onde descobrimos, nas ações e palavras divinas, a natureza redentora de Deus. Descobrimos tipos e predições específicas daquEle que estava para vir e do que Ele estava para fazer. Parte de nossas descobertas provém da terminologia empregada no Antigo Testamento para descrever a salvação, tanto a natural quanto a espiritual.
Qualquer um que tenha estudado o Antigo Testamento hebraico sabe quão rico é o seu vocabulário. Os escritores sagrados empregam várias palavras que fazem referência ao conceito geral de ‘livramento’ ou ‘salvação’, seja no sentido natural, jurídico ou espiritual. O enfoque recai em dois verbos: natsal e yasha. O primeiro corre 212 vezes, mais frequentemente com o significado de ‘livrar’ Israel das mãos dos egípcios (Êx 3.8). Senaqueribe escreveu ao rei em Jerusalém: ‘O Deus de Ezequias não livrará o seu povo das minhas mãos’ (2 Cr 32.17). Frequentemente, o salmista implorava o salvamento divino (Sl 22.21; 35.17; 69.14; 71.2; 140.1). O emprego do verbo indica haver em vista uma ‘salvação’ física, pessoal ou nacional.
O termo assume ainda conotação espiritual: a salvação mediante o perdão dos pecados. Davi apela a Deus para salvá-lo de todas as suas transgressões (Sl 39.8). Em Salmos 51.14, é provável que Davi tenha em mente a restauração e salvação espirituais pessoais, quando ora: ‘Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça”.
(Teologia Sistemática, CPAD, págs. 335,336)
O desígnio divino de salvação da humanidade é completo e perfeito. Todos os pecadores de todas as raças e povos podem ser salvos. Evidentemente não é a mera aceitação do plano divino que produz a salvação, mas é a aceitação pessoal de Jesus Cristo, pela fé no sentido de confiança nEle depositada, como Salvador. Pois a fé que salva não é a meramente intelectual, mas a fé viva que nasce no coração, evidenciando arrependimento autêntico e comprovada mudança de vida garantida pela renúncia. Não basta ser salvo, no sentido de aceitar a salvação graciosamente, é necessário permanecer salvo através da santificação.Sejamos gratos a Deus pelo grande ensejo de aprendermos com o próprio Cristo o caminho da salvação!
Muitas são as profecias do Antigo Testamento que relacionam a vida de Jesus com fatos cumpridos no Novo Testamento. Elas fortalecem a verdade do advento do Salvador através de sua encarnação entre os homens. Essas profecias foram preditas e cumpridas para revelar a finalidade única e exclusiva de resgate do homem através de Jesus Cristo, para a glória de Deus e felicidade da raça humana.
Para que seus alunos compreendam ainda mais a verdade divina sobre a salvação, faça a seguinte atividade com a classe, num clima bem participativo:Divida a classe em dois grupos. O Grupo A vai se incumbir de citar profecias com as respectivas referências do Antigo Testamento que falam da promessa da primeira vinda de Cristo. Ao Grupo B, caberá a tarefa de indicar as referências que demonstrem o cumprimento dessas profecias no Novo Testamento.É interessante que os alunos, ao apresentarem as referências bíblicas, observem a cronologia do cumprimento profético.Cite as profecias abaixo e peça que o Grupo A encontre no Antigo Testamento a respectiva referência e ao Grupo B o seu cumprimento no Novo Testamento.
Dê cinco minutos para que cada grupo encontre as referências.
Desde o ventre de sua mãe, Jesus já era apresentado por Deus como aquele que haveria de trazer a solução para a reconciliação do homem com o seu Criador, livrando-o da condenação eterna, resultante do pecado do primeiro Adão. A nossa salvação foi, e é, sem dúvida, o maior de todos os milagres operados por Jesus. Com esta lição, iniciamos uma incursão pelas páginas dos Evangelhos, extraindo alguns dos maravilhosos ensinos de Jesus, nosso Senhor.
I. O NOME DE JESUS ANUNCIADO
1. Sete séculos antes
. Jesus teve seu nome previsto, séculos antes de seu nascimento, e divulgado nas páginas áureas das Escrituras. O profeta messiânico, Isaías, com setecentos anos de antecedência, vaticinou que seu nome seria “...Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6b). Para cumprir sua missão salvífica, Ele teria que ter um nome assim, revelando sua personalidade e seu caráter único e inigualável.
2. O nome de Jesus e sua missão.
Quando José, desposado com a jovem Maria, percebeu que sua noiva estava grávida (cf. Mt 1.18), sem haver-se ajuntado com ele, “intentou deixá-la secretamente” (Mt 1.19). Contudo, por ordem divina, o anjo do Senhor lhe apareceu, tranquilizando-lhe, e dizendo que ela estava grávida pelo poder do Espírito Santo, e teria um filho, cujo nome seria Jesus, “porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.20,21). [grifo nosso]
3. O nome de Jesus e seu significado.
O nome Jesus é a forma grega do nome Josué (no hebraico, Yeoshuah), que significa “O Senhor salva”, ou “Jeová Salva”. O significado do nome está em harmonia com a missão salvadora de nosso Senhor Jesus Cristo. Isso é confirmado em Hb 7.25, que diz “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus...” e em At 4.12: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”.
II. JESUS PROCLAMADO COMO SALVADOR
1. O testemunho do anjo. Antes, o anjo Gabriel já anunciara a Maria que o nome do seu filho seria Jesus, que significa “salvador”. Aos pastores de Belém, um mensageiro celestial asseverou que não temessem, pois, na cidade de Davi, havia nascido “o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11).
2. O testemunho de Simeão. Por revelação do Espírito Santo, o velho Simeão, “homem justo e temente a Deus”(cf. Lc 2.25) soube que não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. “E, pelo Espírito, foi ao templo...” (Lc 2.26.27a) [grifo nosso]. No santuário, Simeão, ao ver o menino Jesus, o tomou nos braços, e exclamou: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, pois já os meus olhos viram a tua salvação” (Lc 2.29,30).
3. O testemunho de João, o Batista. Como um pregoeiro da verdade, João Batista testificou da missão de Jesus, exclamando, às margens do Jordão: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29b), e o fez por revelação divina, pois Deus lhe dissera que o Cristo seria aquele sobre quem João visse descer o Espírito Santo em forma corpórea de pomba (Jo 1.32-34; Mt 1.16,17).
4. O seu próprio testemunho. Na casa de Zaqueu, após este confessar seus pecados, Jesus afirmou que a salvação chegara àquela casa, “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.8-10). Apresentando-se como o Bom Pastor, Jesus afirmou: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á...” (Jo 10.9 a). No memorável sermão, à entrada de Jerusalém, o Senhor afirmou que não veio para julgar, “mas para salvar o mundo” (Jo 12.47). A Nicodemos, príncipe dos Judeus, Jesus disse que todo aquele que nEle crê não perece, mas tem a vida eterna (cf. Jo 3.16). Em Jo 5.24, Ele afirmou que quem ouve a sua palavra tem a vida eterna.
III. OS ENSINOS DE JESUS SOBRE A SALVAÇÃO
1. A fé como meio para a salvação (Jo 3.16). No diálogo com Nicodemos, Jesus asseverou a necessidade do novo nascimento (Jo 3.1-5), e revelou a verdade central do Novo Testamento, considerada por muitos estudiosos o “Texto Áureo” dos Evangelhos, ao dizer que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Da parte de Deus, o amor que salva. Da parte do homem, a fé que aceita a salvação de Deus (ver Ef 2.8,9). A fé que salva não é a fé meramente intelectual (ver At 8.13,21). Mas é a fé viva, que nasce no coração, estimulada pelo Espírito, com base na Palavra de Deus. “...a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10.17). O amor leva Deus ao encontro do homem perdido. A fé leva o homem perdido ao encontro com Deus.
2. A necessidade do arrependimento. O termo “arrependimento” na Bíblia tem o sentido de contrição, tristeza e angústia do pecador diante de Deus, por seus pecados, e também voltar-se resoluto para Deus. É uma mudança total de rumo na vida: deixar a senda de pecado e caminhar de volta a Deus e, continuar a caminhar com Deus.
3. A renúncia indispensável. O arrependimento para a salvação não pode ser apenas um impulso de um momento. Precisa ser vivido na prática, na continuidade da vivência do cristão. Para tanto, há necessidade de renúncia quanto à velha vida (cf. 2 Co 5.17). Jesus disse: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24). Aqui está o ponto crítico da conversão de um pecador. A natureza humana, contaminada pelo germe do egoísmo, e da rebeldia contra Deus, reluta e resiste em dar lugar à renúncia dos interesses mesquinhos, carnais e efêmeros, para aceitar o senhorio de Cristo.
4. A perseverança do salvo. A vida cristã não é um “mar de rosas”. Jesus afirmou aos seus discípulos que teriam aflições, no mundo, mas que tivessem bom ânimo, pois Ele venceu o mundo (cf. Jo 16.33). Jesus nos garante a vitória, na luta pela permanência como salvos em seu nome. Mas, para chegarmos na eternidade, com Deus, é necessário que tenhamos perseverança.
O cristão enfrenta lutas e desafios constantes, a começar de parte de seus próprios familiares e conhecidos. O Senhor previu que pais e filhos não se entenderiam, e que os crentes seriam odiados por causa de seu nome (Mt 10.21,22), mas que “...aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 10.22b). Diante disso, não há base bíblica para a doutrina da predestinação absoluta, segundo a qual uns já nascem para serem salvos, e outros, desafortunados, já nascem miseravelmente predestinados à perdição. Isso não condiz com o caráter de Deus, revelado nas Escrituras. Para ser salvo, é necessário crer em Jesus, com arrependimento, e permanecer salvo, através da santificação (cf. Hb 12.14). A santificação se manifesta através da perseverança, em obediência aos ensinos de Jesus.
IV. A FÉ PESSOAL RECONHECIDA
A doutrina calvinista ensina que o homem nada faz para ser salvo. Segundo esse ensino, a salvação vem de cima, como um “prato feito” para o pecador. Se ele é um “eleito”, não precisa nem estender a mão para receber a salvação. Nesse ensino, não há lugar para a fé pessoal. Mas Jesus valorizou a fé de cada pessoa que o buscou de todo o coração. A mulher que foi curada do fluxo de sangue ouviu de Jesus: “...Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou” (Mt 9.22); vendo a fé do paralítico de Cafarnaum, Ele disse: “Filho, perdoados estão os teus pecados ” (Mc 2.5); à pecadora que ungiu seus pés, Jesus disse: “A tua fé te salvou; vai em paz” (Lc 7.50). A fonte da salvação é a graça de Deus: “Pela graça sois salvos...”; mas a fé é o meio da parte de Deus, qual é a mão estendida do pecador em direção à mão estendida do amor de Deus: “...por meio da fé”. (Ver Ef 2.8,9.) “...e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).
Grifamos a palavra isso, lembrando que ela se refere diretamente à salvação e indiretamente à fé. A salvação é o grandioso dom de Deus, bem evidente nesta passagem e no seu contexto.Sem dúvida alguma, a salvação trazida por Jesus Cristo, foi o maior milagre propiciado por Deus ao ser humano, depois da Queda, no Éden. As curas, as maravilhas, a sua mensagem, tudo foi usado por Ele para despertar o homem para aceitar o dom de Deus, a salvação (Ef 2.8). O perdido, uma vez que creia e se arrependa dos seus pecados, confessando a Cristo como seu Salvador e Senhor, tem a vida eterna (Jo 5.24).
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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