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domingo, 8 de outubro de 2017

Subsidio adultos justificação pela fé (3)

  




 SUBSIDIO LIÇÃO GOSPEL JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (3)FRUTOS DA JUSTIFICAÇÃO 

INTRODUÇÃO

Professor, você já parou para refletir a respeito das bênçãos decorrentes da justificação pela fé? Pare e pense no que Cristo fez por você. Louve ao Salvador. Adore-o pela sua graça e redenção. O Filho de Deus assumiu o castigo que era nosso. Ele tomou sobre si a nossa condenação. Na cruz Cristo cumpriu a nossa pena nos justificando perante o Pai e fazendo de nós novas criaturas. Ele nos libertou da lei do pecado. Uma vez livres e justificados pela fé temos paz com Deus (Rm 5.1) e acesso à graça (Rm 5.2). Como pecadores jamais poderíamos pagar a nossa dívida para com o Pai. Quando pela fé recebemos o perdão de Deus, a culpa que perturbava as nossas consciências foi substituída pela graça e misericórdia divina.

Por Jesus Cristo, somos libertos da antiga lei, para andarmos ‘em novidade de vida’ (Rm 6.4; veja também Jr 31.31-34). O que quer isso dizer? Que por estarmos livres da Lei, podemos viver como bem quisermos? Certamente que não! Significa que agora o Espírito de Cristo em nós habita e que a nossa nova natureza da parte de Deus está no controle. Esta nova natureza nada tem a ver com a satisfação de desejos maus ou egoístas; seu propósito e prazer é obedecer e agradar a Deus. 
A nova natureza possibilita ao crente obedecer a Deus e viver uma vida que agrada ao Senhor. [...]. Quanto mais o crente viver e andar segundo o Espírito, e tendo a Palavra de Deus como a sua regra de fé e modo de proceder, ele viverá vitoriosamente neste mundo, vitória esta sobre os adversários de nossa alma, a saber: o pecado, o mundo, nós mesmos (a carne) e o Diabo e seus poderes (veja Gl 5.16-18,25; Rm 8.1-16). [...] 

Resumamos o que isto significa: 

1) A pessoa que é salva pela fé em Jesus Cristo e assim permanece já não está sob o jugo da lei do Antigo Testamento; 
2) A partir de sua conversão a Cristo, o Espírito Santo passa a habitar no crente e lhe comunica uma nova natureza espiritual; 
3) Enquanto o crente entrega incondicionalmente o controle de sua vida ao Espírito Santo, ele vive uma vida cristã vitoriosa sobre o pecado, o mundo, o Diabo e o ‘eu’;
 4) O que determina a conduta do crente doravante é o controle do Espírito sobre sua vida, à medida que ele o permite. Em Cristo, o crente, como nova criatura espiritual, não está mais sob o domínio da Lei, nem da velha natureza e suas inclinações” 

(GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.148).


A JUSTIFICAÇÃO DEFINIÇÃO
A JUSTIFICAÇÃO MANIFESTADA (Rm 3.21-26)

1. Um culpado que é inocentado. Em Romanos 3.21, lemos: “Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas”. Paulo nos mostra como Deus se revelou para alcançar os gentios e judeus. Os gentios estavam debaixo da ira de Deus, porque falharam em conhecê-lo. Os judeus também estavam debaixo da ira divina, por não conseguirem guardar a Palavra do Senhor. 

O vocábulo manifestou, no grego, vem de uma raiz cujo significado é tornar manifesto ou visível ou conhecido o que estava escondido ou era desconhecido. Deus, na pessoa de Jesus Cristo, tornou conhecido o seu grande amor para com os pecadores. Encontramos Paulo recorrendo a uma figura extraída do mundo jurídico para esclarecer o seu pensamento. O termo justiça traduz a palavra grega dikaiosyne, muito comum no contexto de um tribunal. A imagem é de alguém que é inocentado por um juiz, mesmo sendo culpado pelos seus atos. Concluímos então que, mesmo culpados, Deus quis nos justificar e perdoar.

2. Um prisioneiro que é libertado. Em Romanos 3.24, Paulo usa o verbo grego apolytroseo para se referir à redenção efetuada por Jesus Cristo. Essa palavra, conforme definem os léxicos da língua grega, tem o sentido de redenção, resgate ou libertação. No contexto neotestamentário tem o sentido de libertar mediante o preço de um resgate. No mundo antigo um escravo podia ser resgatado mediante o pagamento de um preço. É exatamente isso que Deus fez. Enviou Jesus Cristo para resgatar o homem que estava preso em seus delitos e pecados (Ef 2.1,2). Tanto judeus como gentios deveriam se conscientizar dessa realidade. Ninguém pode se autolibertar.

3. Um inocente que é culpado. Se o sistema judicial foi útil para elucidar o pensamento do apóstolo, da mesma forma a figura extraída do sistema de sacrifícios levítico também o auxiliou. Isso pode ser visto no texto: “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus” (Rm 3.25). 

A palavra propiciação (gr. hülasterion), que está relacionada ao termo propiciatório é uma terminologia muito utilizada no Antigo Testamento para se referir aos sacrifícios pelo pecado. No sistema levítico, quando alguém pecava tornava-se culpado de algo, e um animal inocente era sacrificado para que a culpa fosse expiada. Paulo mostra que tanto os gentios como os judeus não podem chegar a Deus pelos seus esforços ou obras, mas única e exclusivamente pelo sangue de Jesus: o inocente Cordeiro de Deus que foi sacrificado por nós.

A linguagem judiciária da Justificação

Ser justificado por Deus é ser inocentado por Ele mesmo da condição de culpado pelos atos. Ou seja, o indivíduo não tem quaisquer condições de se auto- declarar inocente ou de aliviar a sua consciência, pois sabe que nada poderá apagar a sua culpa. Por isso, Deus, em Cristo, na cruz do Calvário, nos reconciliou para sempre (2Co 5.19). De modo que o apóstolo Paulo ratifica esse milagre: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).

A linguagem sacrifical da Justificação

Trocar o culpado pelo inocente. O sangue de Jesus Cristo foi derramado no lugar do sangue da humanidade. Foi a substituição vicária de Cristo Jesus por nós. Éramos culpados, mas Cristo se tornou culpado por nós; éramos malditos, Cristo se tornou maldito por nós; éramos dignos de morte, Cristo morreu em nosso lugar e por nós (Rm 3.25).

A linguagem judiciária e sacrifical da justificação nos mostra um Deus amoroso e misericordioso, que não faz acepção de pessoas e que deixa clara a real condição do ser humano, seja ele judeu ou gentio: somos todos carentes da graça e da misericórdia do Pai.
Caro professor, esse trecho bíblico [3.1 — 4.25] é importante para o desenvolvimento do argumento do apóstolo em sua epístola. Estude-o com rigor.  
Assim como a regeneração leva a efeito uma mudança em nossa natureza, a justificação modifica a nossa situação diante de Deus. O termo ‘justificação’ refere-se ao ato mediante o qual, com base na obra infinitamente justa e satisfatória de Cristo na cruz, Deus declara os pecadores condenados livres de toda a culpa do pecado e de suas conseqüências eternas, declarando-os plenamente justos aos seus olhos. O Deus que detesta ‘o que justifica o ímpio’ (Pv 17.15) mantém sua própria justiça ao justificá-lo, porque Cristo já pagou a penalidade integral do pecado (Rm 3.21-26). Constatamos, portanto, diante de Deus como plenamente absolvidos.

Para descrever a ação de Deus ao justificar-nos, os termos empregados pelo Antigo Testamento (heb. tsaddiq: Êx 23.7; Dt 25.1; 1Rs 8.32; Pv 17.15) e pelo Novo Testamento (gr. dikaio: Mt 12.37; Rm 3.20; 8.33,34) sugerem um contexto judicial e forense. Não devemos, no entanto, considerá-la uma ficção jurídica, como se estivéssemos justos sem, contudo, sê-lo. Por estarmos nEle (Ef 1.4,7,11), Jesus Cristo tornou-se a nossa justiça (1Co 1.30). Deus credita ou contabiliza (gr. logizomai) sua justiça em nosso favor. Ela é imputada a nós.

Em Romanos 4, Paulo cita dois exemplos do Antigo Testamento como argumento em favor da justiça imputada. A respeito de Abraão, diz que ‘creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado [heb. chashav] isto por justiça’ (Gn 15.6). Isto ocorreu antes de Abraão ter obedecido a Deus no tocante a circuncisão, sinal da aliança. De modo talvez ainda mais dramático, Paulo cita Salmos 32.2, no qual Davi pronuncia uma bênção sobre ‘o homem a quem o Senhor não imputa maldade’ (Rm 4.8; 2Co 5.19) [...]” 

(PECOTA, Daniel B. A obra salvífica de Cristo. In HORTON, S. M. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 1996, p.372). 

1. A justificação é um ato divino. A justificação é uma declaração de Deus, segundo a qual todos os processos da lei divina são plenamente satisfeitos, por meio da justiça de Cristo, em benefício do pecador que o recebe como salvador. Justificação significa mudança de posição espiritual diante de Deus: de condenados para justificados. Esta é a única maneira do homem ter comunhão com Deus, apresentando-se a Ele sem culpa.A obra redentora resultante do sacrifício expiatório, efetuado por Cristo na cruz, propiciou a maior de todas as dádivas de Deus — a salvação do indigno e miserável pecador.

2. A justificação testificada pela lei e pelos profetas (v.21). A justificação do pecador, mediante o sacrifício vicário de Cristo, pode ser percebida por meio de várias profecias no Antigo Testamento (Is 53.11; 45.22-25; 61.10; Jr 23.6; 33.16; Sl 85.10; Gl 3.7). Em Gênesis 3.21, por exemplo, encontramos uma nítida figura do propósito divino neste sentido. Deus cobrira graciosamente a nudez de nossos primeiros pais, Adão e Eva, após terem pecado. Outro exemplo digno de nota é o de Abraão que foi justificado por Deus somente pela fé (Gn 15.6); fato transcendental que a Bíblia confirma em Romanos 4.3.
A lei mosaica não tinha a intenção de alcançar a justiça pelo esforço humano, mas de revelar a justiça de Deus (Rm 8.4; 10.4,10; At 10.39). Os sacrifícios da lei não visavam retirar os pecados, mas cobri-los temporariamente até que Cristo viesse como o sacrifício perfeito e substitutivo (Êx 12.1-23; Jo 1.29). As ordenanças, rituais, sacrifícios e princípios de vida piedosa ensinados no Antigo Testamento, embora divinamente inspirados, não podiam quitar as “dívidas” da humanidade, e muito menos, transformar o perdido pecador num justo.

BENÇÃO DA JUSTIFICAÇÃO

A BÊNÇÃO DA GRAÇA JUSTIFICADORA (Rm 5.1-5) 

1. A bênção da paz com Deus. No capítulo cinco de Romanos, Paulo mostra os benefícios da justificação pela fé logo no primeiro versículo: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”. O uso que Paulo faz da palavra paz aqui é diferente daquele usado no mundo antigo. No geral, o termo significava ausência de guerra. Porém, Paulo se refere ao vocábulo paz conforme ele aparece no Antigo Testamento e cujo significando era a salvação dos piedosos, prosperidade e bem-estar.
Embora os manuscritos mais aceitos do original grego tragam a palavra tenhamos em vez de temos, os teólogos concordam que o argumento de Paulo aqui é a paz como efeito imediato dessa justificação. Assim sendo essa paz deve ser desfrutada aqui e agora. Robertson, erudito em grego bíblico, traduz essa expressão como gozemos de paz com Deus. Portanto, uma paráfrase das palavras de Paulo ficaria da seguinte forma: “Já que fomos justificados por meio da fé, desfrutemos, pois, dessa paz com Deus”. Deus tem paz para todos os que foram justificados em Cristo Jesus e deseja que desfrutemos dela.

2. A bênção de esperar em Deus. Antes de falar da bênção de esperar em Deus, Paulo fala como se deu esse acesso: “Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2). A fé no Cordeiro de Deus nos abriu a porta da graça. Observe o comentário que William Barclay faz a respeito desse texto: “O próprio Jesus nos introduz na presença de Deus; nos abre a porta de acesso à presença do Rei dos reis. E quando se abre essa porta o que encontramos é a graça; não condenação, nem juízo, nem vergonha; senão o intocado e imerecido amor de Deus”. A porta se abriu para a esperança. No contexto de Romanos, esperança significa enfrentar o tempo presente, com todos os seus desafios, porque se tem certeza quanto ao futuro. O futuro não é algo mais desconhecido, porque a fé em Jesus nos tornou participantes do seu reino.

3. A bênção de sofrer por Jesus. Na lista dos benefícios ou bênçãos vindos da cruz encontramos uma que, no contexto atual, escandaliza muita gente. Paulo tem no sofrimento uma motivação para se gloriar! “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência; e a experiência, a esperança” (Rm 5.3,4). A palavra grega thlipsis, traduzida em português como tribulação, significa pressões, dificuldades e sofrimentos. Que tipo de fé era essa que se alegrava no sofrimento? Era a fé pura, sem os resquícios da Teologia da Prosperidade, sem os paliativos espirituais criados para entreter os cristãos modernos.

AS BÊNÇÃOS DA NOVA CRIAÇÃO (Rm 5.12-21) 

1. O homem em Adão. Os efeitos e as bênçãos da justificação são agora ilustrados por Paulo com as figuras de Adão e Cristo. Primeiramente Paulo fala do “homem em Adão”, em Romanos 5.12-14. Existem várias interpretações a respeito deste texto bíblico, mas a ideia mais aceita pelos intérpretes é que Adão, como cabeça da raça humana, representava toda a humanidade. Nesse aspecto, todos pecaram, pois, todos descenderam de Adão. Para Paulo, o “homem em Adão”, símbolo da velha criação, está condenado; em desobediência; dominado pelo pecado e vencido pela morte. O homem em Adão é, portanto, um projeto falido. Não há nenhuma esperança para ele.

2. O homem em Cristo. O contraste entre Adão e Cristo é feito com cores vivas pelo apóstolo em Romanos 5.15-17. O “homem em Cristo”, símbolo da nova criação de Deus, é justificado, obediente, dominado pela graça e dominado pela vida com Deus. O primeiro Adão é alma vivente, o segundo Adão é Espírito vivificante; o primeiro Adão é da terra, o segundo Adão é do céu; o primeiro Adão é pecador, o segundo Adão é justo; o primeiro Adão é morte, o segundo Adão é vida. É exatamente isso que o apóstolo ensina em outro lugar aos cristãos de Éfeso. Em Cristo, somos abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais; escolhidos nEle antes da fundação do mundo para sermos santos; fomos feitos filhos de Deus; temos a redenção dos nossos pecados pelo seu sangue e fomos selados com o Espírito Santo (Ef 1.1-13).

 A JUSTIÇA DE DEUS 

1. A justiça de Deus na dispensação da graça. A expressão “justiça de Deus”, na Epístola aos Romanos (1.17; 3.21,22) e em outras passagens, refere-se ao tipo de justiça que o Senhor aceita para que o homem tenha comunhão com Ele. Essa justiça resulta da nossa fé em Cristo segundo o evangelho. Em outras palavras, a justiça é o próprio Cristo (1Co 1.30; 2Co 5.21; Fp 3.9).
Por ter sido um ardoroso representante do legalismo, Paulo não cessava de enaltecer a manifestação da justiça divina em sua vida (Fp 3.4-6). Não perdia a chance de enfatizar que é impossível ao homem justificar-se diante de Deus através de suas próprias obras (Fp 3.9; Gn 2.16; Tt 3.5).
2. A justiça de Deus pela fé. Na Epístola aos Romanos, capítulos 3 e 4, Paulo ensina que não há outro meio pelo qual o homem alcance a salvação senão pela fé em Cristo. Por sua vez, o escritor aos Hebreus, no capítulo 11 de sua epístola, mostra que somente pela fé o crente será vitorioso em todos os sentidos.
Este mesmo princípio é encontrado em Romanos 4.5, onde a Bíblia declara que quem “não pratica (boas obras), porém crê nAquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”.

 CARACTERÍSTICAS DA JUSTIFICAÇÃO DIVINA

1. A justiça divina alcança a todos. Assim como o pecado tornou-se universal, a justificação destina-se a todos quantos queiram ser salvos (Tt 2.11). A expressão “para que todo aquele que nele crê não pereça” (Jo 3.16) abrange a todos, indistintamente.
Todos os que se arrependem de seus pecados e crêem em Jesus como Salvador não perecerão, mas terão a vida eterna. E é tudo pela graça de Deus, conforme está escrito: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20). Esta “multiforme graça” alcança de igual modo todas as pessoas de todas as raças, culturas, níveis sociais, idades e circunstâncias (Jo 6.37). Ninguém é bom o suficiente para se salvar, como também não é tão mau que não possa ser salvo por Jesus.
2. A justiça de Deus é concedida gratuitamente mediante a graça. Desde que Adão e Eva pecaram contra o Senhor, a lei não tem feito outra coisa senão revelar a culpa universal do ser humano e a justiça do Todo-Poderoso. A graça que procede do amor do Pai reina por meio da justiça, como afirma Romanos 5.21.
É mediante o sacrifício de Cristo sobre a cruz, como perfeito substituto do culpado, que Deus justifica o pecador, quando, arrependido, crê em seu Filho para a salvação (Gn 3.13; 1 Pe 2.24; Rm 10.10). Esta é a maior demonstração da justiça divina. O Altíssimo continua sendo justo mesmo justificando um pecador (Rm 3.26).
3. É propiciada por Cristo (v.25). “Ao qual Deus propôs para propiciação no seu sangue”. Propor significa “apresentar perante todos”, ou seja, o Pai constituiu o Filho, feito homem perante o mundo, como Salvador da humanidade (Jo 1.14; Mt 1.20-23; Gl 4.4,5).
“Propiciação” (v.25) é Cristo morrendo em lugar dos perdidos a fim de salvá-los. É a remoção da ira divina por meio de uma oferta, de uma dádiva.
O Tabernáculo com seus objetos, sacrifícios e sacerdócio prefigurou como sombra, entre outros elementos da salvação, a propiciação. Onde há sombra há realidade (Cl 2.16,17; Hb 10.1). Examine também: Sl 32.2; Mt 20.28; Jo 1.29; Rm 4.7,8; 1Co 15.3; 2Co 5.19,2; 1Jo 2.2; 4.10. Propiciação é uma referência ao propiciatório. Este encontrava-se no Lugar Santíssimo do Tabernáculo onde o sumo sacerdote entrava apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação, para sacrificar em favor do povo. Ali, ele aspergia o sangue expiador do sacrifício como símbolo da quitação ou remissão correspondente ao castigo de seus pecados e dos pecados do povo.
Jesus é o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Is 53; Jo 1.29; Lc 23.46; Gl 4.4,5). Foi Deus que estabeleceu todas as coisas concernentes a Jesus, a fim de salvar-nos (At 2.23). Expiação tem a ver com o pecado; propiciação, com a atitude de Deus para com o pecador arrependido; e redenção, com a pessoa do pecador. Tudo efetuado por Deus em Cristo (1Tm 2.6; 1Pe 1.18,19; At 20.28).
4. É outorgada por Deus. A justificação do pecador perante Deus procede da sua graça (Rm 3.24) . Ela foi efetuada e é garantida pelo sangue de Jesus, como sua base (Rm 5.9). É obtida através da nossa fé em Cristo (Rm 3.28); a fé sem as obras humanas é o meio estipulado por Deus para nossa justificação (Gl 2.16). A ressurreição de Cristo é a garantia da perenidade de nossa justificação (Rm 4.25). Se alguém deseja ser justificado e sair da lista dos que estão sob a ira de Deus, deve crer em Cristo (Rm 1.16,17; 3.3,21,22). O único requisito estabelecido por Deus para que o pecador seja justificado é que venha a Cristo pela fé, aceitando-o como seu único Salvador.

A MENSAGEM PROVENIENTE DA CRUZ DE CRISTO 

1. Salvação sem vanglória e méritos humanos. Visto que a nossa salvação consiste somente na obra redentora de Cristo consumada na cruz, o homem não tem motivo algum para se vangloriar porque “nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”, a não ser o nome de Jesus (At 4.12).
2. Salvação oferecida a todos. A preservação da vida de Raabe e sua família (Hb 11.31); a bênção sobre a vida de Rute (Rt 4.13-22); e a cura de Naamã (2 Rs 5.1-14), são apenas alguns exemplos de que Deus é Senhor e abençoador de todos. Ele quer salvar a todos (Tt 2.11; Mt 11.28; Jo 6.37; Ef 4.6). O profeta Jonas testificou que Deus é misericordioso para aceitar a qualquer um que se arrependa de seus pecados (Jn 4.2). O Evangelho de João 1.12 confirma este propósito de Deus: salvar a todos (Jo 1.12). Jesus também o declarou (Jo 3.17; 5.24). Infelizmente, muitos são os que rejeitam o convite da graça de Deus e acabam por desprezar a Cristo, acarretando sobre si a ira divina. 
A justificação é o anúncio extraordinário de que o pecador já está plenamente justificado. Aos olhos de Deus, seus pecados já não existem mais, pois ‘quanto está longe o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões’ (Sl 103.12). Miqueias expressa lindamente esse benefício da graça: ‘Quem, ó Deus, é semelhante a ti. que perdoas a iniquidade, e que te esqueces da rebelião do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade. Tomará a apiedar-se de nós; subjugará as nossas iniquidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar’ (Mq 7.18.19).
Três bênçãos específicas fluem da justificação. A primeira é a redenção dos pecados, cuja pena é a morte — espiritual e física (Gn 2.16.17; Rm 5.12-14; 6.23). Essa penalidade foi removida pela morte de Cristo, o qual suportou o castigo que nos estava reservado (Is 53.5,6; 1Pe 2.24). A justificação implica também a restauração do favor divino. Além de havermos incorrido na penalidade requerida pelas nossas transgressões, havíamos também perdido o favor divino, pois Deus não tem comunhão com o pecado (Jo 3.36; Rm 1.18). No entanto, através da fé em Cristo, fomos restaurados à comunhão com o Pai Celeste (Gl 3.26 e 1Jo 1.3). Finalmente, a justificação traz consigo a imputação da retidão. Assim como a pena pelo pecado fora ‘debitada em nossa conta’, a retidão de Cristo, no ato da justificação, é creditada em nossa conta (Fp 3.9; Gn 15.6). Fomos envolvidos com a pureza de Cristo. Ele tornou-se nossa veste nupcial (Mt 22.11,12)”

(Doutrinas Bíblicas. CPAD). 

“Mais uma vez é mediante Jesus Cristo que obtivemos igualmente acesso pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes.
Esse segundo benefício da justificação nos introduz à presença de Deus diante do trono da graça, para usufruir de todas as bênçãos a que temos direito como justificados em Cristo. Somos colocados em uma nova posição, visto que já alcançamos a ‘paz com Deus’. Temos agora uma nova posição em Cristo e isto resulta na possibilidade de termos acesso à graça de Deus.
Esse acesso a Deus nos torna filhos de Deus, e a posição de ‘filhos’ em adoção por Jesus Cristo é o passaporte para entrarmos na presença do Pai Todo-Poderoso. Esse acesso significa comunhão mais perene e pessoal com Deus. 
A palavra acesso no grego é ‘prosagoge’ que dá a ideia de ‘aproximação, introdução’. A palavra introdução dá ideia neste texto de apresentação. Por Jesus Cristo somos apresentados a Deus Pai, sem qualquer outro protocolo. A fé em Jesus é o meio de entrarmos na presença de Deus. Não é um ‘acesso a Deus’ semelhante a alguém que busca entrar ou ter acesso à presença de uma autoridade secular. Não se trata de um acesso mecânico, seco e formal. Para com Deus, o acesso resulta de uma reconciliação feita anteriormente por Jesus Cristo, e que agora, esse ‘acesso à graça’ é espontâneo, sem protocolo, sem impedimentos. É um acesso que significa intimidade com Ele” 
(Carta aos Romanos, CPAD).

1. A segunda seção de Romanos. Os capítulos 5 a 8 de Romanos registram os privilégios dos que são justificados pela fé: paz com Deus (Rm 5): união com Cristo (Rm 6); libertação da lei (Rm 7) e vida abundante no Espírito (Rm 8).
2. “Temos” ou “tenhamos”? (v.1). A expressão “tenhamos paz com Deus” não é apropriada nesse contexto. “Temos” é a tradução mais adequada, pois a “paz com Deus” nos toma aceitos por Cristo. E, dessa forma, não estamos mais sob a ameaça da ira de Deus. A palavra hebraica para “paz” é shalom, e a grega, eirene, que significa “completo”.
3. “Paz com Deus” (v.1). O homem no pecado é inimigo de Deus (v.10); mas quando é justificado pela fé em Jesus Cristo, é reconciliado com Deus, e essa reconciliação traz-lhe paz. Esse é o efeito imediato da justificação.
4. “Entrada pela fé a esta graça” (v.2a). Graça é favor imerecido. Nós não merecíamos a salvação, mas por Jesus, agora, temos acesso a esta graça. É Cristo quem introduz o pecador à presença de Deus. “Estamos firmes” significa o efeito contínuo da justificação.
5. “E nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (v.2b). “Gloriamos” revela o regozijo e o gozo inefável do crente como antecipação das bênçãos futuras. “Glória de Deus” é o mesmo que a manifestação de Deus. Aqui, é uma expressão que significa o céu, lugar da habitação de Deus e de sua manifestação.

II. O SOFRIMENTO

1. Gloriar-se nas tribulações (v.3a). O quadro glorioso registrado nos versículos 1 e 2 não significa uma vida totalmente isenta de tribulações. Jesus disse: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me” (Mc 8.34)
Essas tribulações não são apenas dores, enfermidades, depressões, tristezas nem aflições; são também as pressões deste mundo hostil que crucificou o nosso Senhor Jesus Cristo (At 14.22). Jesus disse que no mundo teríamos aflição, mas que ficássemos seguros, pois Ele venceu o mundo (Jo 16.33).
2. Ser cristão não significa ser masoquista. Paulo não afirma nem dá a entender que ser cristão seja sentir prazer no sofrimento. Veja o que ele diz: “mas também nos gloriamos”. A Palavra é realista, mostrando que encontramos espinhos na jornada da vida cristã, e que, mesmo assim, o crente é feliz e glorifica a Deus. Isso em virtude da glória que em nós será revelada (Rm 8.18), e que traz resultados positivos para a vida cristã, pois tudo concorre para o bem dos que amam a Deus (Rm 8.28). Temos júbilos nas bênçãos e também nas tribulações.
3. “A tribulação produz a paciência” (v.3b). Aqui “paciência”, no grego, é hypomene, que vem de duas palavras gregas hypo, “sob” e o verbo meno, “permanecer”.
O referido vocábulo significa: “paciência, perseverança, firmeza, fortaleza”. É a virtude de alguém sofrer com resignação. Se não existisse sofrimento não existiria paciência. Estejamos certos de que o bem proveniente da paciência é maior que os males das tribulações.
4. A paciência produz a experiência (v.4a). A paciência nas perseguições torna o cristão aprovado e vitorioso (2Ts 1.4,5). Isso serve para o nosso amadurecimento e para uma maior aproximação com Deus.
5. A experiência produz a esperança (vv.4b,5). O caráter cristão é produzido em meio aos sofrimentos. É nessas circunstâncias que o Espírito Santo mais trabalha a nossa vida, gerando em nós a confiança de que Deus nos levará à glória do porvir. A esperança está entre as principais virtudes da fé cristã, ao lado do amor e da fé (1Co 13.13).

III. A MORTE DE CRISTO PELOS PECADORES

1. Quem pode garantir que essa esperança não falhe? A base da justificação são a morte e a ressurreição de Jesus Cristo (Rm 3.24-26; 4.25). Tudo isso provém do amor de Deus (v.8). Paulo demonstra nos vv.6-8 por que a esperança não falha. Ele apresenta duas provas: a evidência subjetiva e a evidência objetiva.
2. Prova subjetiva (v.5). O amor de Deus derramado em nossos corações, e isso através do Espírito Santo. Esta é a prova subjetiva. Interessante é que o apóstolo acrescentou: “que nos foi dado”. O Espírito Santo nos foi dado quando recebemos a Jesus Cristo como Salvador.
Nada no mundo pode roubar a convicção da vida eterna, pois o Espírito Santo de Deus “testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16). E algo que Deus colocou em nós, e está dentro de nós. Esse amor de Deus inunda todo o nosso ser de esperança e de júbilo. Essa prova, porém, não serve para os outros, mas só para quem tem essa comunhão com Deus.
3. Prova objetiva (vv.6-8). O amor de Deus está no fato de haver Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. A morte de Jesus é um fato histórico. Por isso é uma prova objetiva.
Éramos inimigos de Deus; ultrajávamos o seu santo nome com palavras e ações. Que interesse Deus poderia ter por nós? Paulo diz: “pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer” (v.7). Ora, se Deus se interessou por nós quando ainda éramos seus inimigos, quanto mais agora que estamos reconciliados com Ele. A morte de Jesus é a prova objetiva e externa do amor de Deus por nós (Jo 3.16).

IV. A RECONCILIAÇÃO DOS PECADORES

1. “Muito mais” (vv.9,10). O argumento do apóstolo é indestrutível. No capítulo 5 de Romanos, ele usa quatro vezes a expressão “muito mais”. Duas com referência à segurança do crente, e outras duas (vv.15-17) acerca da abundância da graça. Nós, que estávamos em estado de miséria, e éramos rebeldes e inimigos de Deus, fomos alvos de seu amor inaudito. Fomos justificados no tempo presente. Portanto, “muito mais” agora, que somos filhos de Deus, estamos, por Ele, livres da condenação futura (1Ts 1.10).
2. Reconciliação (v.11). O referido substantivo só aparece quatro vezes no Novo Testamento grego, e vem do verbo katallasso, “reconciliar”. Quanto ao verbo reconciliar, encontrado nestas passagens: Rm 5.10; 1Co 7.11; 2Co 5.18-20, significa mudar de inimizade para amizade. Foi isso que aconteceu entre nós e Deus!Agora, sabemos e sentimos que estamos reconciliados com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, desfrutamos desses benefícios e privilégios. Quem ainda não tem essa esperança nem está usufruindo das bênçãos mencionadas nessa lição, precisa urgentemente crer na graça de Deus, aceitando a Jesus como o seu Salvador pessoal. 

“A justificação é o anúncio extraordinário de que o pecador já está plenamente justificado. Aos olhos de Deus, seus pecados já não existem mais, pois ‘quanto está longe o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões’ (Sl 103.12). Miqueias expressa lindamente esse benefício da graça: ‘Quem, ó Deus, é semelhante a ti. que perdoas a iniquidade, e que te esqueces da rebelião do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade. Tomará a apiedar-se de nós; subjugará as nossas iniquidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar’ (Mq 7.18.19).
Três bênçãos específicas fluem da justificação. A primeira é a redenção dos pecados, cuja pena é a morte — espiritual e física (Gn 2.16.17; Rm 5.12-14; 6.23). Essa penalidade foi removida pela morte de Cristo, o qual suportou o castigo que nos estava reservado (Is 53.5,6; 1Pe 2.24). A justificação implica também a restauração do favor divino. Além de havermos incorrido na penalidade requerida pelas nossas transgressões, havíamos também perdido o favor divino, pois Deus não tem comunhão com o pecado (Jo 3.36; Rm 1.18). No entanto, através da fé em Cristo, fomos restaurados à comunhão com o Pai Celeste (Gl 3.26 e 1Jo 1.3). Finalmente, a justificação traz consigo a imputação da retidão. Assim como a pena pelo pecado fora ‘debitada em nossa conta’, a retidão de Cristo, no ato da justificação, é creditada em nossa conta (Fp 3.9; Gn 15.6). Fomos envolvidos com a pureza de Cristo. Ele tornou-se nossa veste nupcial (Mt 22.11,12)” 
(Doutrinas Bíblicas. CPAD).

  A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (Rm 3.21-26) 

1. O que é a doutrina da justificação pela fé? A doutrina da justificação pela fé é o cerne da teologia paulina, utilizada especialmente quando em confronto direto com o ensino judaico ou dos judeu-cristãos, que defendiam que o homem encontra a graça de Deus quando cumpre a vontade divina por meio da lei judaica. Paulo contra-argumenta que basta ao ser humano ter fé na eficácia do sacrifício de Cristo na cruz para Deus o declarar justo. Os gálatas são chamados à atenção por Paulo por desprezar este sacrifício e misturar a justificação com a santificação, confiando nas obras de justiça (Gl 1.6,9), o que Paulo chama de “outro evangelho”. Martinho Lutero quando traduziu Romanos 3.28, acrescentou “somente” para dar ênfase, ficando assim o texto: “[...] pela fé somente”. Do ponto de vista linguístico, Lutero tinha razão de traduzir assim, pois apesar de o fato das palavras “somente” e “só” terem sido omitidas, esse é realmente o sentido do texto.
2. O aspecto forense da doutrina da justificação pela fé. O termo forense está relacionado ao sistema e práticas judiciais. Neste caso, tem a ver com o conceito da declaração judicial divina. Para facilitar o entendimento, vamos ilustrar a figura do supremo tribunal de Deus. Neste tribunal, toda a humanidade tem uma dívida impagável. Entretanto, Cristo por meio de sua morte na cruz deposita no “Banco do Céu” o valor suficiente para saldar a dívida de toda a humanidade. Desse modo, individualmente, quem reconhece o depósito efetuado por Cristo, pela fé, requisita a Deus, o Supremo Juiz, a absolvição pelos pecados (dívida) cometidos, indicando para pagamento o depósito feito por Jesus. O juiz divino, ciente do depósito realizado, credita na conta do réu (Gn 15.6) e o declara justo. Assim, aquele(a) que inicialmente estava condenado(a) pela ira de Deus, com a justificação, passa a ter a sentença divina retirada, reconciliado com Deus gratuitamente, em Cristo.
3. Jesus e a doutrina da justificação pela fé. A doutrina da justificação pela fé está presente na mensagem propagada por Jesus, como pode ser constatada em diversas parábolas e também no seu próprio estilo de vida. Paulo apresenta uma compreensão da mensagem de Jesus maior do que qualquer outro autor do Novo Testamento. Um ensinamento tão crucial como a doutrina da justificação não poderia estar ausente nos ensinamentos do “Mestre dos mestres”, o Senhor Jesus Cristo. Os conceitos permeavam toda sua pregação do evangelho. Um dos exemplos clássicos é o relato do encontro de Jesus com o ladrão que estava ao seu lado na cruz. Por meio de sua fé em Cristo, o ladrão recebeu a promessa de que estaria com Ele no paraíso (Lc 23.43), sem exigir nenhum sacramento, obra ou ritual para que alcançasse a justificação. Outro exemplo é a parábola do fariseu e do samaritano (Lc 18.9-14), que será analisada no tópico seguinte.Apesar de Jesus não falar especificamente ou de forma sistematizada sobre a doutrina da justificação pela fé, seus conceitos permeiam seus ensinos e modo de vida. 

II. A INSUFICIÊNCIA DA LEI PARA A JUSTIFICAÇÃO (Rm 3.27-31; Lc 18.9-14) 
1. A justiça do homem é como trapo de imundícia (vv.27-30). Como poderia um pecador, um ser humano decaído e miserável, sobreviver diante do tribunal de um Deus absolutamente santo e justo? A justiça inerente do homem é insuficiente para a justificação, considerada como trapos de imundícia (Is 64.6; Fp 3.8,9), sendo necessária uma justiça superior que está fora do homem e que lhe seja atribuída. A essência da justificação é de que o homem é perdoado com justiça, entretanto, é preciso entender que tal justiça alcançada por Cristo por sua perfeita obediência e o sacrifício de si mesmo, sendo posteriormente atribuída ao crente. Essa justificação traz como efeito o perdão, a paz com Deus e a certeza da salvação. As boas obras não são consideradas como causa, mas como consequências da justificação. Antes da justificação, Deus é um juiz irado que mantém a condenação da lei, mas após a justificação inocenta e trata o pecador como filho.
2. A parábola do fariseu e do publicano (Lc 18.9-14). Os fariseus observavam os mais rigorosos padrões legalistas com jejuns, orações, esmolas e outros rituais que excediam as leis cerimoniais mosaicas. Jesus apresenta por meio da parábola algo que chocou seus ouvintes: colocar um cobrador de impostos, considerado traidor pelos judeus, em melhor posição, quanto à justificação, do que um fariseu. A lição de Jesus é clara: O publicano reconhecia que sua dívida era muito alta e não tinha condições de pagá-la, a única coisa que poderia fazer era rogar pela misericórdia de Deus. Não recorreu a obras que havia realizado, nem ofereceu fazer nada, simplesmente rogou que Deus fizesse por ele o que ele próprio não podia fazer, somente baseado na fé e misericórdia divinas. Por outro lado, o fariseu demonstrou arrogância, confiando que os jejuns realizados, dízimos e outras obras consideradas justas, o tornariam aceito por Deus. Uma cobrança de retribuição. Porém Jesus afirma que dos dois, somente o publicano foi justificado.
3. A justificação pela fé e a santificação (v.31). O apóstolo tem o cuidado para não ser entendido como um libertino, sem regras e disciplina. A justificação pela fé não significa que uma vez justificado, o crente pode fazer o que bem entender. Precisa-se tomar cuidado com algumas afirmações teológicas, como por exemplo, a que ensina que “uma vez salvo, salvo para sempre”. A justificação, como já vimos, é imediata, instantânea. No entanto, uma vez justificado, o crente deve manter sua vida de comunhão com Deus e desenvolver a santificação, que é progressiva. Alguns críticos da Bíblia afirmam que Paulo contradiz Tiago, porque este assegura que a fé é comprovada pelas obras. Isto é um equívoco, pois eles tratam de momentos diferentes da salvação. Paulo fala da justificação, que é mediante a fé e acontece instantaneamente na conversão (ato estático), enquanto Tiago fala da santificação que vai sendo desenvolvida após a conversão (processo contínuo).
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

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