Lições Bíblicas CPAD
Adultos
2º Trimestre de 2016
Título: Maravilhosa Graça — O Evangelho
de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos
Comentarista: José Gonçalves
Lição 8: Israel no Plano da Redenção
Data: 22 de Maio de 2016
TEXTO ÁUREO
“Porque dele, e por ele, e para ele são
todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!” (Rm 11.36).
VERDADE PRÁTICA
A eleição da graça é formada no
presente por gentios e judeus nascidos de novo, bem como, no futuro, pela conversão
da nação de Israel.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Rm 9.1-3
Paulo estava disposto a se sacrificar
em favor da conversão dos judeus
Terça — Rm 9.4
Os israelitas não mereciam a salvação,
mas Deus os adotou como filhos
Quarta — Rm 9.6,7
Todos os que confiam no sacrifício de
Cristo são descendentes de Abraão
Quinta — Rm 2.29
A verdadeira circuncisão ocorre no
interior, isto é, no coração e espírito
Sexta — Gl 3.7
Todos os que creem em Jesus Cristo são
filhos de Abraão
Sábado — Gl 3.8
Todas as nações da Terra seriam
abençoadas por intermédio de Abraão
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 9.1-5; 10.1-8; 11.1-5.
Romanos 9
1 — Em Cristo digo a verdade, não minto
(dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo):
2 — tenho grande tristeza e contínua
dor no meu coração.
3 — Porque eu mesmo poderia desejar ser
separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a
carne;
4 — que são israelitas, dos quais é a
adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as
promessas;
5 — dos quais são os pais, e dos quais
é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente.
Amém!
Romanos 10
1 — Irmãos, o bom desejo do meu coração
e a oração a Deus por Israel é para sua salvação.
2 — Porque lhes dou testemunho de que
têm zelo de Deus, mas não com entendimento.
3 — Porquanto,não conhecendo a justiça
de Deus e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à
justiça de Deus.
4 — Porque o fim da lei é Cristo para
justiça de todo aquele que crê.
5 — Ora, Moisés descreve a justiça que
é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas.
6 — Mas a justiça que é pela fé diz
assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu (isto é, a trazer do alto a
Cristo)?
7 — Ou: Quem descerá ao abismo (isto é,
a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo)?
8 — Mas que diz? A palavra está junto
de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos,
Romanos 11
1 — Digo, pois: porventura, rejeitou Deus
o seu povo? De modo nenhum! Porque também eu sou israelita, da descendência de
Abraão, da tribo de Benjamim.
2 — Deus não rejeitou o seu povo, que
antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus
contra Israel, dizendo:
3 — Senhor, mataram os teus profetas e
derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha alma?
4 — Mas que lhe diz a resposta divina?
Reservei para mim sete mil varões, que não dobraram os joelhos diante de Baal.
5 — Assim, pois, também agora neste
tempo ficou um resto, segundo a eleição da graça.
HINOS SUGERIDOS
1, 290 e 310 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Compreender a “sorte” de Israel no
plano da salvação.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Mostrar a eleição de Israel dentro
do plano da redenção;
II. Analisar o tropeço de Israel dentro
do plano da redenção;
III. Explicar a restauração de Israel
dentro do plano da redenção.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, no decorrer da lição
ressalte a soberania de Deus na história da redenção. Mostre que os israelitas
foram escolhidos pelo Senhor para receberem o Messias, independente das obras
dos patriarcas. Contudo, Deus não queria trazer somente favores e privilégios
para os judeus, mas Ele desejava, por intermédio deles, abençoar todas as
famílias da terra. Israel não compreendeu essa verdade, nem o plano da redenção
de Deus, rejeitando o Salvador. Os judeus acreditavam que por serem
descendentes de Abraão e ser também o “povo escolhido de Deus”, não
necessitavam de salvação. Eles rejeitaram o Messias, porém, Deus não os
rejeitou e por sua misericórdia fez com que nós, “zambujeiros”, fossemos
enxertados na oliveira (Rm 11.17).
O Israel de hoje, segundo Lawrence
Richards, “a comunidade da aliança escolhida por Deus, é composta de gentios
bem como de Judeus que creem nas promessas de Deus sobre Jesus”.
COMENTÁRIO INTRODUÇÃO
Paulo discorreu a respeito da Doutrina
da Salvação nos capítulos 1 a 8 da Epístola aos Romanos. Veremos nesta lição
que nos capítulos 9, 10 e 11, ele abre um parêntese para tratar a respeito da
“sorte de Israel” no plano da salvação. Aprendemos com estes capítulos que Deus
tem um plano especial para com Israel e que a rejeição deles é apenas
temporária até se cumprir a plenitude dos gentios, quando todo o Israel será
salvo.
PONTO CENTRAL
Deus tem um plano especial para com
Israel.
I. A ELEIÇÃO DE ISRAEL DENTRO DO PLANO
DA REDENÇÃO (Rm 9.1-29)
1. O anseio de Paulo e a incredulidade
de Israel. O apóstolo deixa explícito a elevada estima que possuía por seus
compatriotas. Ele abre o seu coração para expressar seus sentimentos em relação
ao seu povo (Rm 9.1-5). Ele desejava que todos, assim como ele, entendessem o
plano perfeito da salvação revelado em Jesus Cristo. Esse desejo de Paulo se
intensifica quando ele lembra os crentes romanos de que aos judeus foi dada a
adoção, a glória, os pactos, a Lei, o culto e as promessas. Paulo também os faz
recordar que deles (dos judeus) também descendem os patriarcas e o próprio
Cristo! Mas, apesar de todas essas bênçãos, o entendimento do povo judeu
continuava, e continua, endurecido.
2. Os eleitos e as promessas de Deus. O
argumento de Paulo em Romanos 9.6-13 revela que as promessas de Deus relativas
à nação de Israel não falharam, mesmo que a maioria deles as tenha rejeitado.
As promessas terão seu fiel cumprimento através dos judeus remanescentes, dos
gentios que abraçaram a fé e do Israel que será restaurado no futuro. Essa
porção das Escrituras é uma das mais debatidas entre os teólogos. As posições
se polarizam quando o debate é entre determinismo e livre-escolha. Todavia,
Paulo não está se referindo a eleição individual, mas coletiva. O exemplo dos
irmãos Jacó e Esaú, dado para ilustrar o argumento do apóstolo, deixa isso
evidente (Rm 9.10-13). A citação que Paulo faz de Jacó e Esaú, nesse texto, é
tirada do livro do profeta Malaquias 1.2-4. Basta uma olhada nessas passagens
para ver que o profeta não estava se referindo às pessoas ou aos indivíduos
“Jacó” e “Esaú”, que nessa época já haviam morrido há muito tempo, mas a grupos
ou povos. Isso é demonstrado em Malaquias 1.4, onde Esaú é identificado com
Edom, um povo e não um indivíduo. Fica, portanto, evidente à luz desse contexto
que a predestinação é corporativa, isto é, de um grupo, povo, ou nação, e não
de pessoas.
3. Eleição, justiça e soberania de
Deus. Nos versículos 14 a 29, do mesmo capítulo nove, Paulo responde as
indagações sobre a justiça de Deus e sua soberania. Deus não poderia ser
acusado de ter sido injusto com Israel por eles se acharem no estado em que se
encontravam. Paulo toma Faraó para exemplificar sua argumentação. O apóstolo
afirma que o endurecimento do coração de Faraó ocorreu quando este resistiu à
vontade de Deus (Êx 7.14,22; 8.15,32; 9.7). Da mesma forma, Israel foi
endurecido porque não aceitou a justificação que lhe foi dada através de Jesus
Cristo. O exemplo extraído da metáfora do vaso do oleiro serve para fundamentar
mais ainda a argumentação em favor da justiça e da misericórdia de Deus. O
argumento determinista que vê os “vasos de ira” e “vasos de misericórdia”, como
sendo uma referência aos salvos e condenados, cai diante da exposição do
próprio texto. Deus suportou os vasos da ira e eles se tornaram, por si mesmos,
objetos da ira de Deus; mas os vasos de misericórdia participarão da glória de
Deus, através da fé, pela graça de Deus, e não como resultado das suas próprias
obras.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Deus em sua justiça e soberania
escolheu a Israel para fazer parte do seu plano redentivo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A Tristeza de Paulo (9.1-3)
Nestes versículos o apóstolo Paulo
declara seu amor por sua gente, os judeus. Ele começa declarando: ‘Em Cristo
digo a verdade, não minto’. Visto que era conhecido como judeu zeloso, sua
conversão a Cristo o torna antipático para os judeus, que o viam como ‘um
traidor de sua gente’. Entretanto, Paulo garante que seus sentimentos são
sinceros e que sua consciência tinha o testemunho do Espírito Santo (v.1). Esse
texto mostra que sua consciência agia sob a orientação iluminada do Espírito
Santo.
No versículo 2, Paulo ainda declara
dizendo: ‘Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração’. É uma
expressão de profundo sentimento de amor e respeito pela sua gente, e não de
traição. A despeito da hostilidade dos judeus contra a pregação do Evangelho e
contra a sua pessoa, Paulo diz que, se fosse possível ele mesmo ser separado de
Cristo, para salvar ‘seus parentes segundo a carne’, ele o faria por amor a eles.
Essa linguagem é bem típica de quem ama profundamente e é capaz de dar a sua
vida para salvar outras.
Por que essa tristeza de Paulo para com
seus irmãos de sangue? A resposta é simples e objetiva: o repúdio do povo judeu
para com Jesus Cristo. Sua tristeza tem duas razões específicas: Primeira,
Paulo declara que os judeus são seus ‘parentes’ segundo a carne, mas não querem
ser seus irmãos segundo o espírito. Segunda, pelo fato de que os judeus,
possuindo privilégios especiais como nação, rejeitaram o ‘privilégio maior’,
que é a salvação em Cristo” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça
de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.104).
II. O TROPEÇO DE ISRAEL DENTRO DO PLANO
DA REDENÇÃO (Rm 9.30 — 10.21)
1. Tropeçaram em Cristo. Partindo do
princípio de que a igreja de Roma era formada em sua maioria por gentios, a
parte judaica teria dificuldade de entender porque os gentios haviam sido
aceitos por Deus enquanto a maioria dos judeus não. Paulo argumenta que o
tropeço de Israel se deve ao fato de não terem crido em Jesus, o Messias
prometido (Rm 9.30-33). O que deveria ser solução para eles tornou-se em
tropeço. Por outro lado, os gentios, ao crerem na graça de Deus, foram
justificados, visto que a sua justificação veio em decorrência da fé e não dos
seus méritos.
2. Tropeçaram na lei. Nesse ponto, o
apóstolo realça algo que ele já vinha argumentando desde o capítulo 3. Os
judeus, ao buscarem a sua justiça própria através da Lei, acabaram por rejeitar
a justiça de Deus que vem através de Jesus Cristo (Rm 10.1-4). Querer agradar a
Deus, seguindo os preceitos da Lei, era andar na direção errada, visto que
Cristo é o fim da lei (Rm 10.4).
3. Tropeçaram na Palavra. O evangelho
de João já havia mostrado que Jesus veio para o que era seu, mas que os seus
não o receberam (Jo 1.12). Aqui Paulo mostrará que a rejeição de Israel
aconteceu, não por falta de aviso, mas porque não quis ouvir aquilo que Deus
havia planejado para ele. Endureceram seus corações e tropeçaram na Palavra (Rm
10.14-21). Por outro lado, os gentios responderam positivamente a essa mesma
Palavra e, por isso, foram aceitos.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
O tropeço de Israel não invalidou o
plano de redenção de Deus para com o seu povo.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“A rejeição judaica da justiça pela fé
em Deus abriu espaço para um número muito grande de gentios a serem enxertados
na árvore enraizada na antiga aliança de Deus com Abraão. Esta não deveria ser
objeto de orgulho gentio, mas de advertência. Nunca abandone o princípio de
salvação pela graça através da fé” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da
Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição.
RJ: CPAD, 2012, p.747).
III. A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL DENTRO DO
PLANO DA REDENÇÃO (Rm 11.1-32)
1. Israel e o remanescente. Os teólogos
chamam a atenção para a importância que a doutrina de um “remanescente” possui
dentro da cultura judaica (Rm 11.1-10). De fato, os profetas que se levantaram
contra a apostasia e o formalismo religioso acreditavam que Deus tinha uma
reserva formada por aqueles que eram fiéis (Am 2.12; 5.3; Is 1.9; 6.9-13; Sf
3.12,13; Jr 23.3). Em Romanos 11.1-10, Paulo, que se considerava um dos
remanescentes, cita o exemplo de Elias. Para Paulo, da mesma forma que Elias se
manteve fiel no meio do Israel apóstata, assim também havia um remanescente que
se mantinha fiel através de Jesus Cristo.
2. Israel e o enxerto gentílico. Israel
não conseguira entender que o plano de Deus para a salvação incluía também os
gentios (Is 9.6). Tropeçaram ao não aceitarem a justiça de Deus manifestada em
Jesus Cristo. Foi graças a esse tropeço, argumenta Paulo, que os gentios
entraram como um enxerto no plano da salvação. Os gentios, portanto, não deviam
assumir uma posição de orgulho, mas de temor. Eles não eram os ramos naturais,
mas faziam parte da “oliveira brava” (Rm 11.11-24). Se Deus não havia poupado
os ramos naturais, muito menos pouparia os ramos enxertados.
3. Israel e a restauração futura
(11.25-32). Embora Paulo se entristecesse com a situação espiritual de seus
compatriotas judeus, a sua posição em relação a eles é de esperança e não de
desespero (Rm 11.25-32). Paulo estava convencido de que no futuro Israel será
salvo. Para ele, isso terá seu cumprimento quando se completar a “plenitude dos
gentios”. A rejeição dos judeus trouxe a justificação ao mundo gentílico.
Quando Deus cumprir seu propósito para com os gentios cumprirá também suas
promessas de restauração para todo o Israel.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Deus não rejeitou Israel, e todos que
creem na graça de Jesus Cristo serão restaurados.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Gentios e judeus (11.11-21)
A rejeição judaica da justiça pela fé
em Deus abriu espaço para um número muito grande de gentios a serem enxertados
na árvore enraizada na antiga aliança de Deus com Abraão. Esta não deveria ser
objeto de orgulho gentio, mas de advertência. Nunca abandone o princípio de
salvação pela graça através da fé.
Todo o Israel será salvo (11.25,26)
Paulo lança seus olhos ao passado para
as promessas feitas a Israel por Isaías (59.20; cf. Jr 31). A conversão em
massa de gentios a Cristo não significa que Deus repudiara as palavras dos
profetas do Antigo Testamento. Somente quando todos os gentios forem
convertidos é que o foco da história voltará a se concentrar em Israel (11.29)”
(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a
Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.747).
CONCLUSÃO
Como vimos, os capítulos 9 a 11 de
Romanos demonstram a soberania de Deus na história da redenção. Revela que o
propósito de Deus concernente à eleição jamais poderá ser frustrado. Diante
disso, a atitude deve ser de temor, não de jactância. A história de Israel, seu
antigo povo, bem como a inclusão dos gentios no plano da salvação, mostra que
Deus respeita as escolhas, mesmo que estas se revelem danosas para aquele que
as fez. Em todo caso, o arrependimento e a fé são os caminhos que darão acesso
ao portão da graça de Deus.
PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos,
responda:
Os patriarcas e o Cristo descendiam de
que povo?
Os patriarcas e o próprio Cristo
descendiam dos judeus.
As promessas de Deus em relação a
Israel falharam com a rejeição deles?
As promessas de Deus relativas à nação
de Israel não falharam, mesmo que a maioria deles as tenha rejeitado.
Segundo a lição, por que Israel foi
endurecido?
Israel foi endurecido porque não
aceitou a justificação que lhe foi dada através de Jesus Cristo.
Paulo se considerava um dos
remanescentes?
Sim, ele se considerava um dos
remanescentes.
Como os gentios passaram a fazer parte
do plano da salvação?
Como os judeus tropeçaram ao não
aceitarem a justiça de Deus manifestada em Jesus Cristo, os gentios entraram
como um “enxerto” no plano da salvação.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Israel no Plano da Redenção
“E se alguns dos ramos foram quebrados,
e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles e feito participante da
raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles
te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti” (Rm 11.17,18).
Infelizmente, não são poucos dentro da igreja evangélica que esquecem essa
advertência e reverberam a ideia equivocada da Teologia da Substituição. Penso
ser importante usar este espaço para falar um pouco da origem dessa teologia,
pois pode haver alguém da sua classe que desconhece esse tema e lhe faça
algumas perguntas.
A questão do papel do povo judeu hoje
no plano de Deus tem despertado sentimentos variados nos cristãos do mundo
atual em relação ao Israel contemporâneo. Tais sentimentos atrelam-se ao método
adotado na interpretação bíblica ao longo da história eclesiástica. Assim, o
método alegórico foi importantíssimo para o surgimento da Teologia da
Substituição.
A destruição de Jerusalém, a Cidade de
Deus, no ano 70 d.C, foi um acontecimento crucial para a eficácia desse método.
No século IV, o clero cristão era constituído por bispos ocidentais e orientais
influenciados pelo método alegórico — ele uniu-se ao império romano, mediante
Constantino, o imperador de Roma. Esses clérigos consideraram a destruição de
Jerusalém um sinal de que Deus havia rejeitado o povo judeu.
Neste contexto, a Teologia da
Substituição ganhou força dentro do Cristianismo. A igreja romana advogou para
si o título de o “Novo Israel de Deus”. E, a exemplo de outras tradições
cristãs, passou a julgar os judeus como “O povo rebelde que matou Jesus” e para
sempre fora rejeitado por Deus. Por isso, o estudioso Arnold Fruchtenkbaum
conceitua a Teologia da Substituição como corrente que rejeita o moderno Estado
de Israel como cumprimento da profecia bíblica. Neste caso, todas as profecias
sobre o povo judeu já foram cumpridas e, por isso, não se deve esperar nenhuma
restauração futura de Israel (cf. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica.
CPAD, 2008, p.372). Ora, algumas respostas sobre a profecia bíblica deveriam
responder a estas questões: Qual o público alvo da profecia bíblica? Cumpriu-se
toda? A quem Deus prometeu uma terra localizada no Oriente Médio? À Igreja ou a
Israel? Tal promessa se cumpriu plenamente? Então, o estudioso sério das
Escrituras pensará muito antes de afirmar que a Igreja substituiu Israel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.