Lições Bíblicas CPAD
Adultos 2º Trimestre de 2016
Título: Maravilhosa Graça — O Evangelho
de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos
Comentarista: José Gonçalves
Lição 9: A Nova Vida em Cristo
Data: 29 de Maio de 2016
TEXTO ÁUREO
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão
de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).
VERDADE PRÁTICA
A nova vida em Cristo consiste em viver
fervorosamente a vitória da cruz.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Jo 3.16
O Reino de Deus é para todos aqueles
que creem, não somente para o judeu
Terça — Jo 3.3
Para fazer parte do Reino é necessário
nascer de novo
Quarta — 2Co 5.17
Se alguém está em Cristo é uma nova
criatura e tudo se fez novo
Quinta — Jo 3.5,6
A regeneração pela água e pelo Espírito
nos torna novas criaturas
Sexta — Cl 2.6,7
Receber a Jesus como salvador é o
início da vida cristã
Sábado — Cl 2.11
Como novas criaturas fomos
circuncidados em Jesus Cristo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 12.1-12.
1 — Rogo-vos, pois, irmãos, pela
compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
2 — E não vos conformeis com este
mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
3 — Porque, pela graça que me é dada,
digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba
com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
4 — Porque assim como em um corpo temos
muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação,
5 — assim nós, que somos muitos, somos
um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.
6 — De modo que, tendo diferentes dons,
segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;
7 — se é ministério, seja em ministrar;
se é ensinar, haja dedicação ao ensino;
8 — ou o que exorta, use esse dom em
exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o
que exercita misericórdia, com alegria.
9 — O amor seja não fingido. Aborrecei
o mal e apegai-vos ao bem.
10 — Amai-vos cordialmente uns aos
outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.
11 — Não sejais vagarosos no cuidado;
sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;
12 — alegrai-vos na esperança, sede
pacientes na tribulação, perseverai na oração;
HINOS SUGERIDOS
3, 115 e 600 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que a nova vida em Cristo
consiste em viver em santidade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apontar que precisamos viver a nova
vida de maneira que agrade a Deus;
II. Explicar a necessidade de se usar
os dons com sabedoria e humildade;
III. Compreender que como novas
criaturas precisamos exercitar o amor, o serviço cristão e resistir a todo o
mal.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, desejamos que o estudo da
Epístola aos Romanos contribua para o seu crescimento e de seus alunos. Esta é
a mais importante Carta de Paulo. Segundo Lawrence Richards, Romanos é “a pedra
angular da teologia do Novo Testamento”.
Na lição de hoje estudaremos o capítulo
doze. A partir desse capítulo o apóstolo Paulo passa a tratar de questões mais
práticas. Como novas criaturas precisamos evidenciar a nossa fé mediante as
nossas ações. Paulo mostra que depois de experimentar da graça divina não é
mais possível viver segundo as normas ou a maneira de pensar deste mundo
pecaminoso (Rm 12.1,2). O apóstolo também mostra que como novas criaturas,
pertencemos a um corpo, o “Corpo de Cristo”. Cada membro desse Corpo recebeu
dons e talentos e estes precisam ser usados com humildade, amor, sabedoria,
contribuindo para o bem-estar de todos.
COMENTÁRIO INTRODUÇÃO
A conexão entre tudo o que Paulo
escreveu anteriormente (capítulos 1 a 11) e o capítulo 12 de Romanos é feita
por intermédio do uso da partícula grega oun, traduzida em português como
portanto, pois. Nesse contexto, o uso dessa partícula pode se referir a tudo
aquilo que o apóstolo havia escrito anteriormente ou pode também se referir
àquilo que ele escreveu na seção que compreende somente os capítulos 9 a 11. O
fato é que esse texto não está fora de lugar. Paulo havia tratado em detalhes
sobre a justificação pela fé e como Deus, em sua soberania, tratou com os
gentios e judeus nesse processo. Agora ele quer que os crentes tomem
consciência de que tudo isso tem implicações práticas na nova vida em Cristo.
PONTO CENTRAL
A nova vida em Cristo deve ser
evidenciada mediante as nossas ações.
I. EM RELAÇÃO A MORDOMIA DA ADORAÇÃO
CRISTÃ (Rm 12.1,2)
1. Uma exortação em forma de apelo.
“Rogo-vos”, conforme aparece na versão Almeida Revista e Corrigida, traduz o
verbo grego parakaleo. Essa palavra tem, no original, o sentido de admoestar,
encorajar e exortar. Os léxicos destacam que esse termo era usado no contexto
militar quando um oficial queria exortar as tropas. As palavras introdutórias
de Paulo são, portanto, um apelo exortativo. Os crentes deveriam levar em conta
tudo o que ele havia ensinado até então e procurarem se ajustar à nova vida em
Cristo. As doutrinas bíblicas, mesmo aquelas mais complexas, não devem promover
apenas especulações teológicas, mas fomentar no crente a piedade cristã.
2. Uma palavra concernente ao corpo. O
apóstolo solicita aos crentes romanos [...] “que apresenteis os vossos corpos
em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm
12.1). Três coisas são ditas aqui sobre o corpo como instrumento de adoração.
Em primeiro lugar, o corpo deve ser oferecido em sacrifício. A palavra grega
usada aqui pelo apóstolo é thüsia, que significa sacrifício ou oferta. O
paralelo é feito com o sistema de sacrifícios levítico do Antigo Testamento. Em
segundo lugar, esse sacrifício, ao contrário daquele da Antiga Aliança, deve
ser apresentado vivo e não morto. Em terceiro lugar, esse sacrifício deve ser
santo. A ideia de algo que foi separado exclusivamente para o serviço de Deus.
Assim fazendo, o crente terá a garantia que estará agradando a Deus na sua
adoração.
3. Uma palavra concernente à mente.
Assim como o nosso corpo deve ser ofertado em sacrifício vivo a Deus, da mesma
forma a nossa mente também precisa ser (Rm 12.2). Para que a adoração seja
verdadeira ela precisa ser realizada por pessoas com a mente transformada. Essa
transformação, como mostra o original metamorphousthe, de onde vem o vocábulo
metamorfose, significa ser transformado em nossa mais profunda natureza
interior.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Deus deseja que vivamos cada dia da
nova vida para Ele.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Até o capítulo 11, Paulo desenvolveu
uma argumentação teológica acerca de algumas doutrinas pertinentes à
Soteriologia Bíblica. A partir do capítulo 12, ele disseca essas doutrinas
sobre a salvação em uma realidade prática. É o Cristianismo vivido e experimentado.
É a vida cristã demonstrada através das relações pessoais com Deus, com os
irmãos na fé, com as pessoas de fora, com as autoridades constituídas e com as
responsabilidades para com a igreja. Não basta conhecer a Teologia do Pecado,
da Justificação, da Santificação, teoricamente. É preciso ter experimentado
isso tudo, para poder viver vitoriosamente no Espírito. Nos capítulos
anteriores, Paulo apresenta o pecado e suas consequências, bem como, o plano de
salvação. Já, a partir do capítulo 12, temos o plano da salvação na prática. O
Evangelho não é apenas poder para salvar o homem dos seus pecados, mas é
também, poder para viver diariamente uma vida vitoriosa e poderosa contra o
pecado, contra o mundo e contra o Diabo. Uma vez justificado pela fé, o crente
é também capacitado para tornar-se na prática, um vitorioso contra o pecado”
(CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD,
2005, p.133).
II. EM RELAÇÃO À MORDOMIA DO EXERCÍCIO
DOS DONS (Rm 12.3-8)
1. Exercitá-los com moderação e
humildade. A palavra dons (gr. charismata) que aparece no versículo 6, é a
mesma palavra usada por Paulo em 1 Coríntios 12.4 em referência aos dons
espirituais. O mesmo amor de 1 Coríntios 13, que regulamentou o uso dos dons, deve
ser aqui praticado. Paulo já havia falado muito sobre a graça (gr. charis) e é
em nome dessa graça, que a ele foi dada, que pede moderação e humildade na
mordomia dos dons espirituais. Ninguém que exercitasse os dons espirituais
deveria achar que era alguma coisa independente da graça. É exatamente isso o
que significa o vocábulo grego yperphroneo, traduzido aqui como “pensar de si
mesmo além do que convém”.
2. Exercitá-los respeitando sua
diversidade. Paulo lembra aos romanos que a moderação e a humildade são
indispensáveis no exercício dos dons. Ele também os faz recordar que Deus não
quer exclusivismo no exercício dos dons (Rm 12.4). A individualidade deve ser
respeitada, porque o Espírito usa pessoas, mas o individualismo deve ser
rejeitado. Os dons são diversos, assim como diversos são os membros do corpo
(Rm 12.5). Não existe um corpo formado somente por um membro, da mesma forma o
Senhor não quer que os dons operem através de uma única pessoa (Rm 12.6). Todos
têm seu lugar no corpo de Cristo.
3. Exercitá-los com esmero e
regularidade. Paulo escreve aqui no contexto de uma igreja local, e não tem a
preocupação de separar os dons espirituais dos dons ministeriais. Aqui, os
crentes, quer sejam leigos quer sejam clérigos, são convidados à prática dos dons
espirituais (Rm 12.6-8). Os dons, portanto, devem ser exercidos com dedicação e
regularidade. Eles são dádivas de Deus e precisam ser desempenhados no contexto
da igreja.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Os dons são resultado da graça divina e
devem ser usados com amor e humildade, beneficiando todo o Corpo de Cristo.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Paulo usou o exemplo do corpo humano
para ensinar como os cristãos devem viver e trabalhar juntos. Assim como os
membros do corpo funcionam sob o comando do cérebro, também os cristãos devem
trabalhar juntos sob o comando e a autoridade de Jesus Cristo.
Deus nos dá muitas habilidades e dons
para que possamos edificar a sua igreja. Para usá-los eficientemente, devemos:
(1) entender que todas as nossas habilidades e todos os nossos dons vêm de
Deus; (2) entender que nem todos são dotados das mesmas habilidades e dos
mesmos dons; (3) saber quem somos e o que fazemos melhor; (4) dedicar nossas
habilidades e nossos dons ao serviço de Deus, não para alcançar sucesso pessoal;
(5) estar dispostos a empregar as habilidades e os dons que temos com todo o
nosso coração, colocando tudo à disposição da obra de Deus, sem reter coisa
alguma.
Os dons de Deus diferem quanto à sua
natureza, poder e eficiência, de acordo com sua sabedoria e bondade, não
conforme a nossa fé (12.6). Deus deseja conceder-nos o poder espiritual
necessário para desempenharmos cada uma de nossas responsabilidades. Mas não
podemos obter mais habilidades e dons mediante nosso esforço e nossa
determinação para nos tornarmos servos ou mestres mais eficientes. Deus concede
os dons à sua igreja, distribui a fé e o seu poder conforme a sua vontade.
Nossa tarefa é sermos fiéis e procurarmos formas de servir aos outros com
aquilo que Cristo nos dá” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD,
p.1572).
III. EM RELAÇÃO À MORDOMIA DA PRÁTICA
DAS VIRTUDES CRISTÃS (Rm 12.9-21)
1. Exercitar o amor. Socialmente a
palavra amor está muito desgastada e quase sempre é associada apenas a
sentimentos. Todavia, não é esse o significado de ágape no Novo Testamento. O
amor cristão é algo que brota de dentro, do caráter de uma pessoa regenerada e
passa a moldar o seu comportamento (Rm 12.9,10). Dessa forma, o amor jamais
pode ser algo fingido, isto é, praticado com hipocrisia. Ele é algo autêntico.
Vê o outro antes de si mesmo.
2. Exercitar o serviço cristão. Paulo
aconselha os crentes em Roma a viverem a vida cristã com intensidade. Nada de
apatia ou vagarosidade: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no
espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11). A palavra vagarosos traduz o termo
grego okneros, que possui também o sentido de preguiçoso, descuidado e
indolente. Ser fervoroso não significa ser fanático, mas ser alcançado pela
graça e andar segundo ela. A expressão “no espírito” tanto pode estar no caso
locativo grego, significando nosso espírito humano, como no instrumental, se
referindo ao Espírito Santo. Independentemente do caso que Paulo tenha usado, o
sentido é do Espírito Santo incendiando a vida do cristão fervoroso.
3. Exercitar a resistência ao mal.
Fechando essa seção, o apóstolo aconselha: “Não te deixes vencer do mal, mas
vence o mal com o bem” (Rm 12.21). Em Romanos, encontramos o apóstolo Paulo se
referindo ao mal (gr. kakos) quatorze vezes. Em Romanos 7.19,21, ele apresentou
esse mal como sendo sinônimo da natureza adâmica pecaminosa e má, que quer
conduzir o crente a fazer aquilo que ele desaprova. Essa é a razão da guerra
interior. Em Atos 16.28 Paulo fala desse mal como um dano irreparável que uma pessoa
pode causar a si mesma. Aqui esse mal aparece como uma força oposta ao bem, que
procura impedir o viver cristão vitorioso. A recomendação bíblica é: “vença o
mal com o bem”.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Como novas criaturas, o amor precisa
moldar nosso comportamento e ser a razão do nosso serviço.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O serviço cristão em relação aos
nossos irmãos na fé (12.9-21)
Nestes versículos está a base do
serviço cristão que é o amor. Os deveres mencionados e todas as exortações
devem estar debaixo do princípio do amor.
12.9 — ‘O amor seja não fingido’. A
palavra ‘fingimento’ fica melhor traduzida por hipocrisia, que no grego é
anupokritos. Na Versão Inglesa do Rei Tiago a expressão é: ‘sem dissimulação’.
Portanto, o sentido real é que, a demonstração de qualquer sentimento para com
as pessoas seja puro e ‘com toda a sinceridade’.
12.9 — ‘Aborrecei o mal e apegai-vos ao
bem’. Aborrecer o mal é negar tudo que possa prejudicar a outrem.
Podemos servir aos nossos irmãos na fé
tendo uma atitude, não só de amor (v.9), mas pelo espírito fraterno
desenvolvido entre todos (v.10), pelo favor do espírito e serviço a Deus
(v.11), pela esperança e paciência (v.12), pela hospitalidade e a generosidade
entre os domésticos da fé (v.13), pela participação sincera dos sentimentos dos
outros (v.15), pelo perdão aos inimigos (v.16), pela retribuição do mal com o
bem (v.17) e por viver em paz com todos (v.18).
12.9 — ‘Não vos vingueis a vós mesmos’.
Em outras palavras, a vingança pertence a Deus, por isso, devemos deixar com
Deus a vingança para com aqueles que nos maltratam. Somos frágeis e incapazes
de fazer vingança com justiça. A expressão ‘daí lugar à ira’ não deve ser
entendida como o dar razão à manifestação da ira, mas sim com o sentido de dar
tempo à ira para que ela se extinga, isto é, deixá-la passar. Também tem o
sentido de ‘dar lugar à ira de Deus’, à vingança divina, uma vez que a
‘vingança pertence a Deus’” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça
de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.137).
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que o capítulo
12 de Romanos forma um conjunto de exortações a respeito do viver a nova vida
em Cristo. Como observamos, essas exortações estão relacionadas a vários
aspectos do viver cristão e envolvem a mordomia da adoração cristã, onde é
mostrado o valor do corpo e da mente no serviço de Deus. Atenção é dada à
mordomia dos dons espirituais, onde Paulo combate a apatia e o individualismo.
A Igreja é o corpo de Cristo e como corpo ela deve viver. Por último o apóstolo
exorta a respeito do exercício das virtudes cristãs, destacando a prática do
viver cristão vitorioso.
PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos,
responda:
Qual o sentido original da palavra
“rogo-vos”?
Essa palavra tem no original o sentido
de admoestar, encorajar e exortar.
O que são as palavras introdutórias de
Paulo?
As palavras introdutórias de Paulo são
um apelo exortativo.
Segundo a lição, o que é necessário
para que a adoração seja verdadeira?
Para que a adoração seja verdadeira ela
precisa ser realizada por pessoas com a mente transformada.
Segundo Paulo, o que é indispensável no
uso dos dons?
A moderação e a humildade são indispensáveis
no exercício dos dons.
Segundo a lição, o que significa ser
fervoroso?
Ser fervoroso significa ser alcançado
pela graça e andar segundo ela.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A Nova Vida em Cristo
Aplicando a mensagem
Chegamos à seção bíblica em que o
apóstolo Paulo passa a tratar sobre a aplicabilidade da doutrina. Os capítulos
12 a 16 de Romanos é a aplicação da mensagem que o apóstolo desenvolveu ao
longo de toda a epístola (Rm 1 — 11).
Vivemos num tempo em que tudo o que se
conhece o ser humano deseja aplicar na vida prática sem fazer uma reflexão
sobre as implicações da aplicabilidade desse conhecimento. O tema das doutrinas
bíblicas não foge desta ordem. É natural, após de havermos estudado, que se
pergunte: qual o efeito prático que a doutrina da justificação pela fé tem para
a vida?
O apóstolo começa a responder a
pergunta a partir do assunto da santificação: “Mas transformai-vos pela
renovação do vosso entendimento” (Rm 12.2). Ora, a base da santificação do
crente é a sua união com Cristo, pois a partir dessa união foi que o crente
rompeu com o pecado e andou em novidade de vida conforme a eficácia da
ressurreição do nosso Senhor (Rm 6.4,10-11). Como o Espírito Santo é aquele com
quem nós andamos; por intermédio dEle, somos instados a viver somente para Deus
segundo a sua imperiosa vontade. Aqui, ocorre a vocação e o chamado para
vivermos uma vida de santidade.
No culto racional e nas virtudes
cristãs
Deste modo, o crente nascido de novo
tem uma ética fundamentada na obra da redenção. A partir desta, somos chamados
a cultuar o nosso Deus com entendimento e sabedoria (Rm 12.1), sendo
instrumento disponível de Deus para abençoar a vida dos nossos irmãos por
intermédio do uso dos dons (Rm 12.6-8). De modo que o amor suplanta e se torna
a grande medida dessa instrumentalidade. Ou seja, fomos separados para amar sem
fingimento; amar cordialmente uns aos outros; sermos intensos no cuidado com o
outro e fervorosos no espírito; alegrando-se na esperança, sendo paciente na
tribulação e perseverando em oração; comunicando a nossa necessidade ao outro;
sendo unânime naquilo que importa; não ambicionando as coisas altas; não
desejando o mal do outro; dando de comer e de beber ao inimigo; não devolvendo
o mal com o mal, mas com o bem (Rm 12.9-21).
Viver esta santidade do amor não é
fácil. Isto requer anular o nosso orgulho, soberba e prepotência. Fomos
justificados gratuitamente pela fé em Jesus Cristo. Deus nos amou, apesar de
nós. Então, não podemos pagar o mal na mesma moeda.
Em Cristo, somos chamados e convocados
a ser amorosamente santos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.