Lições Bíblicas CPAD
Jovens
2º Trimestre de 2016
Título: Eu e minha casa — Orientações
da Palavra de Deus para a família do Século XXI
Comentarista: Reynaldo Odilo
Lição 10: Quando a divisão se instala
na família
Data: 5 de Junho de 2016
TEXTO DO DIA
“E amava Isaque a Esaú, porque a caça
era de seu gosto; mas Rebeca amava a Jacó” (Gn 25.28).
SÍNTESE
A divisão na família traz danos para
todos, e somente Deus pode restaurar os elos de carinho e lealdade danificados.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Gn 25.22,23
Uma família dividida desde as entranhas
TERÇA — Gn 25.28
Pais com filhos prediletos
QUARTA — Gn 25.29-34
Irmãos sem solidariedade
QUINTA — Gn 26.34,35; 27.46
Noras que são amargura
SEXTA — Gn 27.6-14
Cônjuge que engana
SÁBADO — Gn 27.19,41
Irmãos que contendem
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
MOSTRAR que a família de Isaque era uma
bênção, o que não impediu que tivesse sérios problemas;
ANALISAR criticamente de que forma a
divisão se instalou na família de Isaque, causando inúmeros prejuízos;
GLORIFICAR a Deus pelo final feliz da
família de Isaque, onde a humildade e o perdão prevaleceram.
INTERAÇÃO
Professor, você é daqueles que
reconhecem a importância dos recursos didáticos como auxiliares no processo de
ensino-aprendizagem e fazem uso dessa ferramenta? Então você merece os mais
efusivos parabéns! Os recursos didáticos não são somente para as classes
infantis. Eles são importantes aliados em qualquer faixa-etária.
Na lição de hoje veremos que a divisão
na vida de uma família sempre causa uma enorme perturbação, correndo o risco de
surgir um profundo sentimento de descontentamento que pode chegar até à morte.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, a família do patriarca
Isaque, que está no centro da aula de hoje, foi extremamente abençoada, mas um
dia permitiu que a divisão se instalasse em seu interior. Sugerimos que você
divida a sala em dois grupos: um defenderá Esaú, e o outro Jacó. Dê um tempo
para cada grupo preparar seus argumentos (não precisa muito porque eles já
conhecem a história). Após, ambos apresentam a defesa dos respectivos
personagens bíblicos, faça o fechamento da atividade demonstrando que a divisão
entre os irmãos trouxe muitos prejuízos, e que a família de Isaque só teve um
final feliz porque eles se perdoaram. No final da aula, selecione alguns alunos
para a seguinte tarefa: estudar, durante a semana, o primeiro tópico da lição
12, a fim de ministrar sobre o assunto ali abordado, na aula da penúltima
semana.
TEXTO BÍBLICO
Gênesis 27.6-8,13.
6 — Então, falou Rebeca a Jacó, seu
filho, dizendo: Eis que tenho ouvido o teu pai que falava com Esaú, teu irmão,
dizendo:
7 — Traze-me caça e faze-me um guisado
saboroso, para que eu coma e te abençoe diante da face do Senhor, antes da
minha morte.
8 — Agora, pois, filho meu, ouve a
minha voz naquilo que eu te mando.
13 — E disse-lhe sua mãe: Meu filho,
sobre mim seja a tua maldição; somente obedece à minha voz, e vai, e traze-mos.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
A divisão em família sempre causa perturbação,
correndo o risco de surgir um profundo descontentamento que pode chegar até à
morte. Este é o tema que estudaremos.
I. UMA FAMÍLIA ABENÇOADA
1. Pré-história. Para estudar sobre
Isaque e sua família, é preciso entender o que aconteceu com a família de seus
pais, Abraão e Sara, em relação a ele. Um dia, houve um conflito sobre quem
seria o herdeiro de tudo, ao que Deus respondeu a Abraão: “[...] em Isaque será
chamada a tua semente” (Gn 21.12). O Senhor estava dizendo que o plano dEle se
executaria por intermédio da semente de Sara e, portanto, Isaque era o único
herdeiro de Abraão (Gn 22.1,16), devendo o outro filho, Ismael, ser expulso de
casa. Sem Isaque, não haveria futuro. Deus fez uma escolha e Abraão obedeceu.
Não houve divisão na casa de Abraão porque o velho patriarca ouviu a voz do
Senhor.
2. Casamento no Senhor. Diante da
escolha do Senhor em relação a Isaque, Abraão enviou Eliezer para buscar uma
esposa da sua linhagem para ele (Gn 24.1-4). Tudo isso foi regado com muita
oração, certamente de Abraão, como também de Eliezer (Gn 24.12-14) e do próprio
Isaque (Gn 24.63). Rebeca foi escolhida por Deus e seus pais concordaram com o
casamento, questão muito importante, não só para aqueles dias, mas também para
os atuais.
3. História que se repete. A mesma
coisa que aconteceu com Sara também se repetiu com a esposa de Isaque: Rebeca
era estéril. Como Deus cumpriria sua promessa, de fazer com que houvesse
descendentes de Isaque como as estrelas do céu (Gn 15.5)? Isaque não ficou
imobilizado, frustrado, indignado com o Senhor, ou simplesmente aguardando que
as coisas acontecessem automaticamente. Mas ele fez uma campanha de oração que
durou vinte anos, para que Deus abrisse a madre de sua esposa, até que ela
engravidou e então lhes nasceram os filhos Esaú e Jacó (Gn 25.20,21; 26).
Pense!
Se Deus escolheu Isaque como herdeiro
de Abraão, dizendo não a Ismael, por que Isaque não poderia escolher Esaú e
desprezar Jacó?
Ponto Importante
Deus pôde escolher Isaque em detrimento
de Ismael, pois o fez em amor. E tudo deu certo. Quando os pais escolhem,
porém, o amor é afetado e tudo dá errado.
II. PROBLEMAS
1. Pais com preferências filiais. A
abençoada família de Isaque, porém, permitiu que a divisão se instalasse em seu
seio. Isso sempre traz consequências terríveis, pois é na força da união
familiar que os projetos se realizam (Gn 11.6; Dt 32.30). Isaque certamente
entendeu que a preferência de Abraão por ele, em relação ao seu irmão Ismael,
aconteceu por ordem do Senhor. Mas o Altíssimo não determinou que houvesse
predileção dos pais em relação a qualquer dos filhos; aliás, a única coisa que
se sabia sobre o futuro das crianças era uma revelação que Deus dera a Rebeca,
dizendo que o maior serviria ao menor (Gn 25.23). Entretanto, como a palavra
não fora dirigida a Isaque, talvez ele não levasse a profecia muito a sério. À
proporção que a vida foi passando, Isaque se afeiçoou sobremaneira por Esaú e
Rebeca por Jacó (Gn 25.28). Pelo que se depreende do texto bíblico, essas
preferências não eram em nada discretas, sussurradas nos corações, mas
claramente perceptíveis. Era uma situação incomodamente colocada. Os pais
faziam questão de tomar partido.
2. Filhos com cosmovisões distintas.
Esaú e Jacó eram gêmeos bivitelinos. Não se pareciam fisicamente, muito menos
emocional e espiritualmente, além de possuírem cosmovisões distintas. A vida de
Jacó era agradável a Deus (Ml 1.2; Rm 9.13), mas Esaú não foi servo do Senhor
(Hb 12.16). A Bíblia o identifica como fornicário e profano. Os irmãos gêmeos
tinham visões distintas de mundo. Jacó valorizava as coisas espirituais, e Esaú
as materiais (Gn 25.34). Esaú, por exemplo, casou-se com duas mulheres pagãs,
as quais trouxeram muita aflição à família patriarcal (Gn 26.33,34), mas Jacó
decidiu esperar em Deus pela esposa certa (Gn 27.46).
3. Rompimento familiar. A divisão que
começou como uma fagulha, ainda no ventre materno (Gn 25.22,23), transformou-se
em um grande incêndio. Depois de Jacó enganar o pai e a Esaú, o rompimento dos
irmãos foi total.
Pense!
Será que Rebeca, algum dia, se
arrependeu por ter criado toda a confusão que ensejou o rompimento familiar
entre seus filhos? Tudo aquilo compensou?
Ponto Importante
O ódio plantado na família pode ser
incontrolável. O certo é cortar logo o mal na raiz, pelo perdão.
III. FIM DA HISTÓRIA
1. A fuga. Fugir nunca é a melhor
saída. É importante que cada pessoa assuma os seus erros e arque com as
consequências. Jacó, porém, diante do drástico rompimento familiar, empreendeu
uma longa viagem à terra de seus avós maternos. Não sabia que lá, distante dos
cuidados de Rebeca, passaria por momentos bastante difíceis. Seu tio Labão foi
um péssimo anfitrião. Egoísta e traiçoeiro, ele fez Jacó experimentar dos
próprios métodos familiares, com os quais enganara seu pai e seu irmão. Jacó
reclamou que Labão o enganara, mudando o seu salário dez vezes, com o objetivo
de que ele não tivesse prosperidade nos negócios, mas o Senhor o ajudou e o
abençoou (Gn 31.7,41). Todavia, como toda fuga tem seu fim, chegou o dia em que
Deus determinou que Jacó voltasse à sua terra.
2. O retorno. Deus tinha mandado que o
avô de Jacó, Abraão, saísse da sua terra e da sua parentela, para uma terra que
manasse leite e mel, mas o Senhor nunca determinou o retorno do pai da fé à sua
terra natal. Por quê? Porque a vida de Abraão, em Ur dos Caldeus, estava bem
resolvida familiarmente! Abraão não partiu fugido. Ele saiu de cabeça erguida.
Entretanto seu neto, Jacó, ao contrário, tinha deixado marcas de sofrimento na
vida do pai e do irmão e, por isso, era preciso retornar para acertar as contas
com o passado (Gn 32.3), pois quem assim não procede nunca poderá seguir em
frente.
3. O reencontro. Vinte anos já tinham
decorrido desde a fuga de Jacó, mas agora ele retorna com tudo que possuía para
se reencontrar com a sua família. Esaú era uma sombra no seu passado. Uma marca
indelével. Diante disso, Jacó enviou mensageiros para informar a Esaú que ele
estava chegando (Gn 32.3-5). O medo da vingança assombrava o fugitivo patriarca
e ficou ainda mais forte quando os emissários voltaram, pois disseram que Esaú
viria ao seu encontro com quatrocentos homens (Gn 32.6,7). A partir daí, Jacó
voltou a tratar diretamente com Aquele que pode fazer todas as coisas e que
aparecera a ele no caminho de ida (Gn 28.10-17). Ele fez uma vigília a noite
inteira e teve um encontro com Deus (Gn 32.22-31). Ao amanhecer o dia, Esaú
despontou no horizonte, com quatrocentos homens. Um grande exército para a
época! Mas o Senhor se compadeceu de Jacó e houve reconciliação entre os
irmãos.
Pense!
Qual o único jeito de resolver um
antigo problema que envolve um grande e duradouro ódio, o qual foi a causa da
divisão na família?
Ponto Importante
Não houve mortandade entre os filhos de
Isaque, porque Jacó buscou a Deus (Os 12.3,4) e se humilhou ante Esaú,
recebendo o perdão. Só Deus cura traumas familiares.
CONCLUSÃO
Os descendentes de Isaque
experimentaram as consequências de uma semente de discórdia plantada pelos
próprios pais. Fica o exemplo. É preciso haver equilíbrio no tratamento dos
filhos, confiança no caráter de Deus, que sempre cumpre as suas promessas, e um
profundo desejo de construir um lar que glorifique ao Senhor, que faça a
diferença na terra. Esse é o plano de Deus para os jovens que esperam nEle!
HORA DA REVISÃO
1. Mencione três famílias que, conforme
a lição, sofreram divisões profundas.
Família de Gideão, do rei Acazias e do
imperador Nero.
2. Segundo a lição, por que não houve
divisão na família de Abraão?
Porque ele ouviu a voz de Deus.
3. Como a Bíblia identifica a Esaú?
Como fornicário e profano.
4. Qual o principal problema de Isaque
e Rebeca, em relação aos filhos?
Eles tinham preferências filiais:
Isaque amava a Esaú e Rebeca a Jacó.
5. Por que Jacó teve que retornar para
a terra de seu pai, conforme a lição?
Jacó tinha deixado marcas de sofrimento
na vida do pai e do irmão, e, por isso, era necessário retornar para acertar as
contas com o passado.
SUBSÍDIO I
“Quando a Cobiça Vence
O poder mal-empregado quase sempre é
resultado da cobiça. Com muita frequência, pessoas bem-intencionadas em posição
de poder dizem a si mesmas: trabalhei duro por longo tempo. Mereço algo mais do
que estou obtendo agora como recompensa. Em consequência, a cobiça toma as
rédeas.
As prisões estão cheias de pessoas que
em todos os outros aspectos são decentes mas se tornaram cobiçosas. Sei disso
porque fiz amizade com muitas delas: advogados, empresários, médicos e até
mesmo ex-agentes do FBI. Havia um que fora juiz federal. Como chegaram a esse
ponto em suas vidas? Foi o sentimento, a busca, a crença de que estavam acima de
tudo e podiam fazer o que quisessem sem jamais prestar contas de sua conduta ou
atos. Foi o poder que desejaram a todo custo.
Se quisermos a presença de Deus em
nossas vidas, a mentira tem de ir embora! O jogo do poder deve terminar!
Precisamos nos arrepender do pecado do engano.
Deus quer levar-nos para além da
responsabilidade, até a honestidade total — com Ele, com outros e com nós
mesmos” (DORTH, Richard W. Orgulho Fatal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.84,86).
SUBSÍDIO II
“A escolha do nome lsaque (‘ele sorri’)
Deve ter causado uma variedade de
sentimentos a cada vez que era pronunciado. Mais importante, era um testemunho
do poder de Deus em tornar realidade a sua promessa.
Em uma família de vigorosos
desbravadores, lsaque era do tipo quieto, que se importava mais com seus
próprios negócios, a menos que recebesse um chamado especifico para agir. Ele
foi o filho único protegido desde que Sara livrou-se de Ismael.
Em sua própria família, lsaque ocupava
a posição patriarcal, mas Rebeca tinha o poder. Ao invés de ser firme, lsaque
achava mais fácil mentir ou condescender a fim de evitar confrontos. Apesar
desses defeitos, lsaque fazia parte dos planos de Deus. O exemplo que recebera
de seu pai incluía uma grande fé no único Deus verdadeiro. A promessa de Deus,
de criar uma grande nação através da qual Ele abençoaria o mundo, foi passada
de lsaque para seus filhos gêmeos.
Não é raro nos identificarmos com
lsaque em suas fraquezas. Mas considere um instante: Deus trabalha através das
pessoas a despeito de suas falhas. Ao orar, fale com Deus que você está
disponível para ser usado por Ele. Você descobrirá que a disposição de Deus em
usá-lo é ainda maior que o seu desejo de ser usado” (Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. RJ: CPAD, 2013, p.20).