VOCAÇÃO AO ENSINO
O dom ministerial
de mestre.
Doutor ou Mestre: Pessoa que manifesta sapiência.
O ministério do ensino da Palavra
é primordial para a igreja exercer o discernimento no que tange ao tempo em que
vive (culturas, teologia, filosofias etc.). Tão importante é a função do mestre
na igreja que as Escrituras declaram o quanto ele deve esforçar-se
intelectualmente para exercer tão nobre tarefa (Rm 12.7; 1Tm 4.13). É uma
tarefa importante e indispensável que exige muito de quem a desempenha.
“MESTRE.Nas
Escrituras, essa palavra está geralmente designando uma pessoa que é superior a
outras, em poder, autoridade, conhecimento ou em algum outro aspecto. Várias
palavras são traduzidas como ‘mestre’ nas várias versões da Bíblia Sagrada. A
palavra hebraica mais frequente, ’adon,
significa ‘soberano’ ou ‘senhor’. O significado literal de várias palavras
gregas varia de ‘instrutor’ ou didaskalos, como em
Mateus 10.24, até ‘déspota’ ou despotes, com em 1
Pedro 2.18. Outra palavra grega traduzida como ‘mestres’, epistates,
significa ‘meu mestre’ (‘superior’ ou ‘professor’), com em João 4.31. [...]
Duas palavras gregas para ‘mestres’ ocorrem em Mateus 23.8-10, ‘Vós, porém, não
queirais ser chamados Rabi [rhabbi, ‘meu mestre’, ou ‘professor’], a
saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso
pai porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres [kathegetes,
‘líderes’], porque um só é vosso Mestre, que é o Cristo” (PFEIFFER, Charles F.;
REA, John; VOS, Howard F. (Eds.) Dicionário Bíblico
Wycliffe. 1
ed., RJ: CPAD, 2009, pp.1261,62).
I. JESUS, O
MESTRE POR EXCELÊNCIA
1. O mestre da Galileia. Doutor incomparável, “percorria Jesus toda a
Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino ” (Mt
4.23). No ministério terreno, seus sermões, ensinos e discursos eram inflamados
pelo amor às pessoas. Diferente dos escribas, Ele ensinava como quem tinha
autoridade (Mt 7.28,29). A verdade emanava da pessoa de Jesus! Os que o ouviam
só tinham duas opções: amá-lo ou odiá-lo. Era impossível ouvi-lo e ficar
indiferente. Jesus transtornava a consciência do acomodado e aquietava o coração
do perturbado.
2. O mestre divino. Em visita a Jesus, um mestre da Lei chamado
Nicodemos, educado nas melhores escolas religiosas de Israel e grande
conhecedor das Escrituras hebraicas, reconheceu em Jesus um personagem incomum
de seu tempo (Jo 3.1,2). Esse mesmo fariseu, que era príncipe dos judeus,
afirmou que o Nazareno não poderia fazer o que fazia se Deus não fosse com Ele.
Jesus é chamado Mestre cerca de quarenta e cinco vezes ao longo do Novo
Testamento.
3. O mestre da humildade. A fim de ensinar os discípulos acerca da
humildade, Jesus “levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha,
cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos
e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido” (Jo 13.4,5). Que cena
chocante para os judeus! A pergunta de Pedro descreve essa perplexidade (v.6).
Era inimaginável um mestre encurvar-se para lavar os pés de pessoas leigas.
Jesus era um mestre e deu o exemplo aos discípulos. O Emanuel, “Deus conosco”,
encurvou-se diante dos homens! Isso se deu porque o ensino de Jesus não era
mero discurso, mas “espírito e vida” (Jo 6.63). Ele nos convida a fazer o
mesmo: “Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se
eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos
outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós
também” (Jo 13.13-15).Jesus, o mestre da Galileia, é reconhecido em o Novo Testamento
tanto como o Mestre Divino quanto o Mestre da humildade.
O ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO
SÉCULO
1. Uma ordem de Jesus. Antes de ascender aos céus, de modo solene
Jesus determinou aos seus discípulos que ensinassem “todas as nações [...] a
guardar todas as coisas” que Ele tinha ordenado (cf. Mt 28.19,20). O livro de
Atos registra a obediência dos primeiros apóstolos no cuidado de cumprir a
determinação de Jesus. Após a descida do Espírito Santo (At 2.1-6), o discurso
de Pedro foi um verdadeiro ensino proferido no poder do Espírito Santo (At 2.14-40).
Tendo em vista a plena edificação da Igreja na Palavra, o Senhor Jesus, através
do Espírito Santo, dotou alguns de seus servos com o dom ministerial de mestre
ou doutor (Ef 4.11). Esse dom é uma capacitação sobrenatural do Espírito. Isso
não significa, porém, que devemos descuidar de nossa formação intelectual, pois
o preparo para o ensino passa pela capacidade de aprender para posteriormente
ensinar.
2. A doutrina dos apóstolos. O texto de Atos 2.42 informa-nos que os
primeiros convertidos “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e
no partir do pão, e nas orações”. Além disso, acrescenta que em “cada alma
havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos” (v.43). A
“doutrina dos apóstolos” aqui referida trata-se do conjunto de ensinos de
Cristo ministrados por eles de forma constante e eficaz para o crescimento
integral dos novos crentes.
3. Ensinamento persistente. Os primeiros mestres das Escrituras foram os
integrantes do Colégio Apostólico (At 5.42, cf. vv.40,41). A Igreja começou nas
casas, onde o ensino era ministrado a pequenos grupos nos lares. Falando aos
anciãos de Éfeso, o apóstolo Paulo mostrou-se como um verdadeiro mestre que
ensinava “publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos
gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20.20,21).
Deus havia preparado homens para ensinar e levantado “doutores” na igreja em
Antioquia (At 13.1). O Pai Celestial igualmente deseja levantar mestres em sua
igreja. Vivemos dias em que este ministério nunca foi tão necessário.O ensino na
igreja do primeiro século foi ordenado por Jesus para os apóstolos ensinarem
persistentemente.
. A
IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE
1. Uma necessidade urgente da
igreja. Para o
ministério de ensino ser eficaz na igreja local é preciso haver pessoas
vocacionadas. Não são todas que reúnem informações exegéticas, históricas e
literárias da Bíblia, aplicando-as como é necessário. Deus concedeu à sua
igreja mestres, e é preciso que ela invista neles também. Muitas vezes, por
absoluta falta de preparo dos obreiros, predomina a superficialidade bíblica, a
infantilidade “espiritual” e o aumento do engano promovido pelas astúcias dos
falsos mestres (2Pe 2.1). Esse dom do Senhor é para a igreja amadurecer em
todas as dimensões da vida cristã, ao mesmo tempo em que desmascara os falsos
ensinos (Ef 4.14; Os 4.6).
2. A responsabilidade de um
discipulado contínuo. Estamos
acostumados a pensar que o discipulado termina quando o novo convertido é
batizado. Não há nada mais equivocado! O Senhor Jesus chamou-nos para ser os
seus discípulos por toda a vida. Por isso, quem ensina instrui os crentes para
a maturidade da fé. É um aprendizado diário, permanente e contínuo, tanto para
quem é discipulado quanto para quem está discipulando!
3. Requisitos necessários ao
mestre. Apresentaremos
alguns requisitos importantes para a igreja reconhecer pessoas com o dom
ministerial de mestre em nossa época:
a) Um salvo em Cristo. Não pode
haver dúvidas quanto à própria experiência salvífica por parte do vocacionado
para o ministério do ensino (2Tm 2.10-13). Infelizmente há pessoas que não
creem naquilo que ensinam. Assim, não há verdade nem firmeza nelas.
b) O hábito de ler. Em nosso
país, a leitura é um problema cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja
pouco lerá. Entretanto, como ensinaremos se não lermos? O hábito da leitura era
levado a sério no ministério do apóstolo Paulo (1Tm 4.13; 2Tm 4.13).
c) Preparo intelectual. A Bíblia
é o instrumento de trabalho do ensinador cristão. Considerando este livro
milenar, veremos que a cultura e o mundo da Bíblia são diferentes do nosso. Por
isso, o mestre deve compreender o mundo da Bíblia (suas questões culturais,
linguísticas, exegéticas etc.) para não fazer apelações fantasiosas,
apresentando-as como exposição da Palavra de Deus.
d) Um coração em chamas. Martin
Loyd-Jones dizia que a verdadeira pregação era teologia em fogo. É vontade de
Deus que o vocacionado ao ensino utilize os avanços das ciências bíblicas para
pregar a Palavra de Deus na força do Espírito Santo. Precisamos alcançar as
mentes e os corações dos nossos dias, e isto apenas será possível quando
tivermos obreiros com uma mente bem preparada e conectada a um “coração em
chamas” e apaixonado por Jesus (At 3.12-26). O dom ministerial de mestre é
uma necessidade para a igreja local e uma responsabilidade para um discipulado
permanente.
É preciso desfazer a ideia
propagada ao longo de décadas acerca do preparo intelectual do crente. Não é
verdade que necessariamente ele esfriará na fé se estudar. Se fosse assim Paulo
seria o mais frio dos apóstolos do Novo Testamento, pois não havia obreiro mais
bem preparado que ele (At 17.15-34; Tt 1.12). Este, no entanto, soube conjugar
preparo intelectual e poder do alto. É disso que as nossas igrejas precisam:
homens cheios do Espírito, mas do mesmo modo, com a mente iluminada para
responder, com mansidão e temor, a razão da nossa esperança (1Pe 3.15).
“É ordem de Jesus Cristo.Mateus
28.19,20 enfoca a lente zoom do Espírito Santo na Grande Comissão, que são as
últimas palavras de Jesus Cristo ditas aos discípulos antes da ascensão dele.
Cinco referências da Grande Comissão no Novo Testamento (Mt 28.19,20; Mc
16.15,16; Lc 24.46-48; Jo 20.21-23; At 1.8) indicam que não é algo aleatório,
mas essencial para a estratégia de nosso Senhor.
O mandato ‘Fazei discípulos’ (ARA)
inclui intrinsecamente o ensino. Mas temos de notar que o ensino requerido aqui
é o de determinada espécie, isto é, ‘guardar [obedecer] todas as coisas’ que
Cristo ordenou. Em outras palavras, Seus ensinamentos foram designados para
produzir informação e transformação. Esse tipo de instrução é muito exigente e
inacreditavelmente difícil de se realizar.
Foi praticada pela Igreja
Primitiva.Não há a menor sombra de dúvida de que o Novo Testamento ordena
a Igreja a ensinar. Mas a Igreja primitiva obedeceu mesmo a esse mandamento?
A Ilustração. Em Atos 2.41-47, temos um retrato da Igreja
primitiva, o qual nos informa que eles ‘perseveravam na doutrina [ensino] dos
apóstolos’ (2.42). Este era o padrão contínuo; não uma exceção.
A Implementação. Efésios 4 confirma o compromisso de ensinar.
Jesus Cristo, após subir aos céus, deu dons aos homens, a fim de que servissem
à Igreja, conforme está escrito: ‘Uns [...] para pastores e doutores [mestres,
professores]’ (Ef 4.11). O propósito? ‘Querendo o aperfeiçoamento dos santos,
para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo’ (Ef 4.12); mais
outra prova de que os talentosos são chamados para o ministério da multiplicação
e não da adição.
Para o judeu, não havia uma
posição mais alta na escada da sociedade do que a de rabino. Por conseguinte,
quando a Igreja do primeiro século foi ensinada sobre a doutrina dos dons
espirituais, confrontou-se com um problema. As pessoas clamavam pelo ‘dom de
ensino’ com todos os privilégios a ele pertencentes. Como resultado, Tiago teve
de emitir esta advertência: ‘Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres
[professores], sabendo que receberemos mais duro juízo’ (Tg 3.1). Considerando
que o professor é compelido a falar e que a língua é o último membro a ser
dominado (Tg 3.2), deve-se ter muito cuidado, ao aspirar tal responsabilidade,
ponderada e sensata” (GANGEL, Kenneth; HENDRICKS, Howard G. (Eds.) Manual
de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a
natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 4 ed., RJ:
CPAD, 2005, pp.6,7).
O Ministério de Mestres ou Doutores.
Vivemos num tempo de avanço tecnológico e de multiplicação das
informações em distintas áreas do conhecimento. Basta um computador conectado à
internet e, pronto: um mundo outrora desconhecido agora se abre para você.
Possivelmente, o seu aluno conhece o assunto a ser lecionado nesta semana.
Certamente ele pesquisou muita coisa em livros e na internet. E pode ter
acumulado até mais informação que o conteúdo preparado para a sua aula. Este é
o nosso mundo globalizado!
Nesta lição, o nosso desafio é
explicar como se pode relacionar o dom ministerial de mestre com as urgências
existenciais dos dias contemporâneos. Não por acaso, ela abre o tema analisando
o ministério do ensino em Jesus de Nazaré. O mestre da Galileia era antenado
com as circunstâncias sociais, políticas e espirituais do seu tempo. Com
propriedade, Jesus ensinou sobre a política, as prevenções contra o
materialismo e confrontou os discípulos a respeito do verdadeiro sentido da
vida humana. Levando sempre uma proposta de vida segundo a perspectiva do Reino
de Deus. É a urgência da tarefa de todo educador cristão: levar os alunos a pensarem
as demandas da existência à luz do Evangelho e segundo os aspectos positivos e
negativos do Reino de Deus (Mt 5-7).
Preeminência do ministério do
mestre.Podemos afirmar historicamente que, logo após a morte dos santos
apóstolos, as testemunhas da ressurreição do Senhor, os mestres eram líderes
chaves na comunidade antiga, assim como os profetas, os evangelistas e os
pastores. Ao ponto de a Bíblia registrar a exortação apostólica: “Os
presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra,
principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5.17). Os
presbíteros que se dedicavam ao exame da Palavra de Deus eram estimados por
duplicada honra porque eles se afadigavam dia e noite para compreender os
mistérios divinos (Rm 12.7). A mensagem do Reino tinha de fazer sentido na vida
dos cristãos de outrora.
O Pai concedeu o dom ministerial
do mestre para a sua Igreja atingir a estatura de Cristo em sua plenitude.
Portanto, estude, persista em ler e reflita acerca da fé; não se esqueça de que
os nossos alunos devem enfrentar as questões da vida sob o prisma da mensagem
do Reino de Deus. E você professor, é um instrumento essencial nesse processo
de formação cristã.
O termo mestre, como aparece em Efésios 4.11, significa literalmente ensinador.
O próprio termo implica ensinar segundo os processos e métodos didáticos,
apelando para as faculdades lógicas da mente, da razão.. O mestre bíblico
ocupa-se da doutrina, do ensino bíblico, portanto necessita dos dons da ciência
e da sabedoria. Outro detalhe sobre esse ministério é que ele é, biblicamente
falando, itinerante como o de evangelista.
É importante explicar aqui a má compreensão de 1 João 2.20,27, quanto ao ministério do mestre. Esses textos dizem: "E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo(...) E a unção, que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis". A explicação da suposta dificuldade está no versículo 26: "Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam". O que João está querendo dizer é que o crente não precisa dos que ensinam doutrinas extrabíblicas. Esse "alguém que vos ensine" trata-se "dos que vos enganam".
A Bíblia é, acima de tudo, um livro de doutrinas que precisam ser estudadas, compreendidas e expostas sob a unção do Espírito Santo, que inspirou essas doutrinas.A doutrina bíblica trata-se de um ensino bíblico sistematizado. Nenhuma só doutrina aparece sistematizada na Bíblia. Isto é, organizada, desdobrada, esboçada. Nem aparece isolada em um só lugar. Essa sistematização vem por catalogação textual e conceptual desse ensino ou princípio bíblico. Quanto mais completa for essa sistematização, mais completo será o estudo dessa doutrina.
O mestre deve aprofundar-se nas ciências bíblicas da exegese e da hermenêutica, sem jamais deixar de depender do Espírito Santo para capacitá-lo e dirigi-lo no preparo de estudos e sermões, e na exposição da Palavra.Não se conhece entre nós uma igreja que sustente um mestre para exercer o ministério de ensino, assim como sustentam seus pastores, se bem que todo pastor também tem que ensinar pela natureza do seu cargo. O resultado disso é crise, pobreza e problemas na área do ensino da Palavra.
O estudo bíblico
O mestre deve enfatizar em seu modo de ministrar o estudo temático da Bíblia. Agora, há vários tipos de estudo bíblico conforme a necessidade da ocasião. Há o devocional, o doutrinário, o auxiliar, o de treinamento e o de orientação.
Vejamos alguns passos no preparo de um estudo bíblico. Mas, antes, é importante atentarmos para o que diz Lucas na introdução de seu Evangelho: "Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram ministros da Palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio, para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado", Lc 1.1-4. Lucas fala que consultou fontes e que preocupou-se em transmitir o que ouvira com exatidão e em ordem.
Os passos de preparação de um estudo bíblico são:
a) Orar, orar e orar!
b) Estudar o assunto na Bíblia, fazendo apontamentos pessoais.
c) Consultar fontes auxiliares (de confiança), como os próprios apontamentos pessoais.
d) Ordenar o material de estudo coletado.
e) Esboçar o estudo. Para isso é preciso saber fazer esboços.
f) Preparar finalmente o estudo. É dar-lhe sua redação final.
g) Conferir cuidadosamente o estudo, tanto o texto com as referências bíblicas. Saber mesmo a diferença entre uma referência real e uma referência verbal.
Dois alertas aos mestres
Agora, é importante darmos dois alertas para os que ensinam na Igreja. O primeiro está em 1 Coríntios 8.1: "A ciência incha, mas o amor edifica". É preciso que o mestre seja humildade. Apolo era mestre erudito, mas humilde: "E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, varão eloqüente e poderoso nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor; e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João. Ele começou a falar ousadamente na sinagoga. Quando o ouviram Priscila e Áquila, o levaram consigo e lhe declararam mais pontualmente o caminho de Deus". Apolo, mesmo sendo erudito, se dispôs a aprender.
O segundo alerta diz respeito aos cismas. Os cismas que vêm dividindo a cristandade desde a fundação da Igreja são quase sempre originados pelos mestres, teólogos, escritores e professores. A Palavra de Deus adverte que o julgamento do trabalho do mestre perante o tribunal de Cristo será mais rigoroso e mais exigente: "Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo", Tg 3.1.
Os dons ministeriais operando em Jesus
Jesus é o maior exemplo de obreiro em toda a Bíblia Sagrada e em todos os tempos. Ele deve ser o nosso modelo, o padrão a ser seguido.
Jesus como apóstolo: Hb 3.1; Jo 12.3).
Jesus como profeta: Lc 24.19; At 3.22.
Jesus como evangelista: Lc 4.18-19; Lc 20.1; Is 61.1.
Jesus como pastor: Jo 10.10; Hb 13.20; 1Pe 5.4.
Jesus como mestre: Jo 13.13; Mt 26.55.
É importante explicar aqui a má compreensão de 1 João 2.20,27, quanto ao ministério do mestre. Esses textos dizem: "E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo(...) E a unção, que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis". A explicação da suposta dificuldade está no versículo 26: "Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam". O que João está querendo dizer é que o crente não precisa dos que ensinam doutrinas extrabíblicas. Esse "alguém que vos ensine" trata-se "dos que vos enganam".
A Bíblia é, acima de tudo, um livro de doutrinas que precisam ser estudadas, compreendidas e expostas sob a unção do Espírito Santo, que inspirou essas doutrinas.A doutrina bíblica trata-se de um ensino bíblico sistematizado. Nenhuma só doutrina aparece sistematizada na Bíblia. Isto é, organizada, desdobrada, esboçada. Nem aparece isolada em um só lugar. Essa sistematização vem por catalogação textual e conceptual desse ensino ou princípio bíblico. Quanto mais completa for essa sistematização, mais completo será o estudo dessa doutrina.
O mestre deve aprofundar-se nas ciências bíblicas da exegese e da hermenêutica, sem jamais deixar de depender do Espírito Santo para capacitá-lo e dirigi-lo no preparo de estudos e sermões, e na exposição da Palavra.Não se conhece entre nós uma igreja que sustente um mestre para exercer o ministério de ensino, assim como sustentam seus pastores, se bem que todo pastor também tem que ensinar pela natureza do seu cargo. O resultado disso é crise, pobreza e problemas na área do ensino da Palavra.
O estudo bíblico
O mestre deve enfatizar em seu modo de ministrar o estudo temático da Bíblia. Agora, há vários tipos de estudo bíblico conforme a necessidade da ocasião. Há o devocional, o doutrinário, o auxiliar, o de treinamento e o de orientação.
Vejamos alguns passos no preparo de um estudo bíblico. Mas, antes, é importante atentarmos para o que diz Lucas na introdução de seu Evangelho: "Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram ministros da Palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio, para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado", Lc 1.1-4. Lucas fala que consultou fontes e que preocupou-se em transmitir o que ouvira com exatidão e em ordem.
Os passos de preparação de um estudo bíblico são:
a) Orar, orar e orar!
b) Estudar o assunto na Bíblia, fazendo apontamentos pessoais.
c) Consultar fontes auxiliares (de confiança), como os próprios apontamentos pessoais.
d) Ordenar o material de estudo coletado.
e) Esboçar o estudo. Para isso é preciso saber fazer esboços.
f) Preparar finalmente o estudo. É dar-lhe sua redação final.
g) Conferir cuidadosamente o estudo, tanto o texto com as referências bíblicas. Saber mesmo a diferença entre uma referência real e uma referência verbal.
Dois alertas aos mestres
Agora, é importante darmos dois alertas para os que ensinam na Igreja. O primeiro está em 1 Coríntios 8.1: "A ciência incha, mas o amor edifica". É preciso que o mestre seja humildade. Apolo era mestre erudito, mas humilde: "E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, varão eloqüente e poderoso nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor; e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João. Ele começou a falar ousadamente na sinagoga. Quando o ouviram Priscila e Áquila, o levaram consigo e lhe declararam mais pontualmente o caminho de Deus". Apolo, mesmo sendo erudito, se dispôs a aprender.
O segundo alerta diz respeito aos cismas. Os cismas que vêm dividindo a cristandade desde a fundação da Igreja são quase sempre originados pelos mestres, teólogos, escritores e professores. A Palavra de Deus adverte que o julgamento do trabalho do mestre perante o tribunal de Cristo será mais rigoroso e mais exigente: "Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo", Tg 3.1.
Os dons ministeriais operando em Jesus
Jesus é o maior exemplo de obreiro em toda a Bíblia Sagrada e em todos os tempos. Ele deve ser o nosso modelo, o padrão a ser seguido.
Jesus como apóstolo: Hb 3.1; Jo 12.3).
Jesus como profeta: Lc 24.19; At 3.22.
Jesus como evangelista: Lc 4.18-19; Lc 20.1; Is 61.1.
Jesus como pastor: Jo 10.10; Hb 13.20; 1Pe 5.4.
Jesus como mestre: Jo 13.13; Mt 26.55.
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