A ESCOLA DOMINICAL E A RESPONSABILIDADE DO SUPERINTENDENTE
O superintendente da escola bíblica dominical é muito mais que uma
simples pessoa que faz a abertura e encerramento da escola dominical e promove
a comemoração de algumas datas importantes e eventos especiais. O
superintendente ou diretor(a) da EBD é o irmão ou irmã em Cristo designado(a)
pela igreja para administrar a escola dominical com competência e seriedade,
visando a edificação e a maturidade do corpo de Cristo.
Antes de tudo, o superintendente deve ser alguém verdadeiramente
compromissado com Deus e a igreja. Deve ser exemplo dos fiéis, não neófito, mas
pessoa qualificada para comandar o corpo de Cristo. Deve ser assíduo e pontual
no cumprimento de seus deveres, irrepreensível na moral, são na fé, prudente no
agir, discreto no falar e exemplo de santidade de vida. Qualidades que devem
acompanhar, no mínimo, todo crente, e principalmente aquele que recebeu a graça
da liderança; a saber: pastor, presbítero, diácono, professor, etc.
Além disso, o superintendente deve ser uma pessoa preparada
academicamente. Destaco a palavra "academicamente" de propósito. O
que isso quer dizer? Quer dizer que o superintendente não precisa
necessariamente ser um expert em educação cristã, mas precisa ter noção do que
ela significa e representa. Afinal de contas, é com professores que o
superintendente está lidando e é a qualidade do bom ensino que ele estará
supervisionando. Pensando nisso, um experiente diretor de escola dominical
escreveu aos superintendentes: "Os seus professores ensinam com qualidade?
Ou estão se repetindo diante da classe? Preparam devidamente a lição, ou já se
acostumaram aos improvisos?". E continua: "Que os seu professores não
se contentem com o preparo já conseguido. Incentive-os a ler, a estudar, a
pesquisar, a descobrir novas metodologias, a se tornarem especialistas não
apenas no currículo e na aula a ser ministrada, como também na pedagogia e na
didática".
Como eu disse, o superintendente não precisa ser um especialista, mas é
necessário que tenha algum conhecimento pedagógico. Se tiver experiência como
professor, melhor ainda. Some-se a isto a visão do superintendente. Se o
superintendente pensar administrativa e pedagogicamente, o que é ideal, ele não
apenas saberá conduzir a igreja bem, no sentido de unidade de propósitos, mas
também zelará pelo aperfeiçoamento de seus professores. Promoverá encontros,
congressos e uma série de eventos que ajudarão na formação e reciclagem dos
professores.
O superintendente é o carro-chefe da escola dominical que, em comum
acordo com o pastor, melhorará toda a escola dominical quando melhorar seus
professores. Quando se investe na liderança da escola dominical todo mundo sai
ganhando.
Finalmente, mas não menos importante, o superintendente precisa ser dinâmico a fim de dinamizar sua escola dominical. Para isso precisa se atualizar e se inteirar do trabalho de outros superintendentes. Deve ser uma pessoa inovadora, com idéias saudáveis que revigoram a escola dominical. Eu acredito na escola dominical porque, como dissemos no início deste artigo, é uma bênção de Deus e por isso deu certo. Entretanto, a escola dominical precisa passar por um processo constante de revitalização. Meu irmão superintendente: torne a sua escola dominical dinâmica, criativa, bíblica e funcional. Algo que dá gosto de se vê e participar. Promova, juntamente com seu pastor e professores, o vigor e a saúde da escola dominical através da motivação de seus alunos. Evite a rotina, a monotonia e aquela mesmice insuportável. As aulas da escola dominical devem ser prazerosas. Da criança ao adulto que levantam cedo para ir à igreja, a escola dominical deve ser algo que valha a pena por causa do conteúdo e didática do ensino e (por que não?) por causa do agradável local de estudo. Olhe com carinho para tudo isso e Deus, com certeza, o recompensará.
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SUPERINTENDENTE E O SEU RELACIONAMENTO COM OS PROFESSORES
Para sermos bem-sucedidos como superintendentes, jamais devemos nos
esquecer desta proposição: o superintendente da Escola Dominical é, antes de
mais nada, um professor. Se soubermos motivar o corpo docente, haveremos de ter
uma escola moderna e que prime pela qualidade total no Ensino da Palavra de
Deus.
Aperfeiçoemos, pois, nosso relacionamento com os professores.
I. O QUE É O PROFESSOR
a) Etimologia
O significado etimológico do vocábulo professor é bastante curioso.
Trazido da palavra latina professore, denota aquele que professa ou ensina uma
ciência, uma arte, uma técnica, uma disciplina.
b) Definição
Professor é a pessoa perita, ou adestrada, para, não somente transmitir
conhecimentos, mas principalmente formar o caráter de seus pupilos.
c) Conceito pedagógico
Sempre admirável em suas proposições, Aguayo dá-nos esta belíssima
definição: Professor é quem conscientemente, e com um propósito determinado,
influi sobre a educação de uma comunidade. Educadores e professores são, pois,
o sacerdote, o filósofo, o estadista, o magistrado, os pais, os grandes
escritores e, em geral, toda pessoa que se propõe estimular, guiar e dirigir o
pensamento, a conduta ou a vida dos seus semelhantes.
d) O professor como intermediário
Devem os professores atuar como os reais intermediários entre os
especialistas e os alunos. Esta função do mestre foi muito bem entendida pelo
admirável escritor Monteiro Lobato: A função do mestre profissional fez-se
cara. Tinha de ser o intermediário entre o especialista e o povo, tinha de
aprender a linguagem do especialista, como este aprendia a linguagem da
natureza, e desse modo romper as barreiras erguidas entre o conhecimento e a
necessidade de aprender, descobrindo meios de expressar as novas verdades em
termos velhos que toda gente entendesse. Isso porque se o conhecimento se
desenvolve demais, a ponto de perder o contato como homem comum, degenera em
escolástica e na imposição do magister; o gênero humano encaminhar-se-ia para
uma nova era de fé, adoração e distanciamento respeitoso dos novos sacerdotes;
e a civilização, que desejava erguer-se sobre uma larga disseminação da
cultura, ficaria, precariamente, baseada sobre uma erudição técnica, monopólio
duma classe fechada e monasticamente separada do mundo pelo orgulho
aristocrático da terminologia.
e) A importância do professor da Escola Dominical
É justamente com esse elemento tão importante da educação que os
superintendentes estamos lidando. Não podemos ignorá-lo, nem subestimar-lhe o
valor. De nosso relacionamento com ele, dependerá todo o nosso êxito como
responsáveis pelo mais importante departamento da igreja. Além disso, são os
professores os intermediários entre os doutores e o povo.
Na antigüidade, professor era aquele que, publicamente, professava a sua
fé. Que os professores e superintendentes de Escola Dominical jamais nos
esqueçamos desse sacratíssimo dever de nosso ministério! Professemos sempre a
fé no Cordeiro de Deus.
II. OS PROFESSORES COMO INTERMEDIÁRIOS E INTÉRPRETES DE NOSSOS
CURRÍCULOS
São os professores os intermediários entre os especialistas e os alunos.
Devem eles atuar como os intérpretes e os adaptadores de currículos.
Estejamos atentos aos professores que, rejeitando temerariamente as
lições que lhes prescreve a Igreja local em consonância com a orientação dos
órgãos convencionais competentes, põem-se a escrever lições por conta própria,
cometendo não raro aleijões doutrinários e aberrações teológicas.
III. OS REQUISITOS BÁSICOS DO PROFESSOR
Theobaldo Miranda Santos afirmou, certa ocasião, que o professor não é
somente aquele que educa por profissão. É aquele que, por vocação, ensina. Quem
pode contestar o ilustre pedagogo brasileiro? Ora, se assim deve agir o
professor secular, o que não diremos acerca do professor que tem como missão
ensinar a Palavra de Deus?
Vejamos, a seguir, os requisitos exigidos daquele que se propõe a
ensinar:
1) Vocação
É o ato de chamar. É o pendor, a disposição e a pendência para alguma
coisa. Paulo comparou o ensino a uma chamada divina: De modo que, tendo
diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é ensinar, haja dedicação
ao ensino (Rm 12.7).
A vocação ao ensino da Palavra de Deus, por conseguinte, é algo sagrado.
2) Amor ao ensino
Não basta ser vocacionado ao ensino; é necessário que se tenha pelo
ensino um sacrificado amor. Os que, no magistério, vêem apenas uma fonte de
renda, sentir-se-ão continuamente frustrados. Antes de mais nada, consideremos:
o ensino, como todo o sacerdócio, não foi instituído para enriquecer quem o
pratica, e, sim, aqueles a quem ele se destina. Jamais deve o professor
esquecer-se do que disse Platão: Os que levam fachos de luz devem passá-los a
outros.
3) Dedicação ao ensino
Os chineses têm um ditado: Cem livros não valem um bom professor. Basta
um instante de reflexão para se concluir: cem livros não valem um professor
desde que este seja dedicado ao ensino. Superintendente, tem você ajudado seus
professores a se dedicarem ao ensino? Incentive-os; é a sua missão.
4) Exemplaridade moral
João Batista de La Salle, impressionado com a decadência do ensino em
sua época, resolveu fundar uma escola que educasse dignamente as crianças, e
cujos professores se destacassem, acima de tudo, pelo exemplo moral.
Como carecemos de pessoas moralmente sadias! Se não tivermos mestres que
sejam doutores na conduta, jamais poderemos alistar cristãos que sejam
graduados no agir, adestrados no pensar e aptos a servir a Deus.
Eis o que certa vez recomendou Raul Ferrero: Dentro e fora da escola, o
mestre deve ser um paradigma de correção e de boa conduta porque a virtude se
irradia sobre os demais como um exemplo vivificador. Enobrece o espírito e
concede ao homem um traço de incontestável respeitabilidade. Requer, pois, o
educador sólidos princípios morais e religiosos, severamente observados. Como
só se pode transmitir o que se possui, o mestre, ensinando a moral, tem de
vivê-la com sóbrio orgulho e inculcá-la com paternal solicitude.
5) Vida espiritual
Precisamos de professores que se dediquem amorosa e sacrificialmente ao
Senhor Jesus. Não basta ter vocação ao ensino; é imprescindível o devotado amor
ao Divino Mestre. Como podemos ensinar o amor a Cristo, se desconhecemos o
sentido do amor divino? Leciona o pastor Antonio Gilberto:O professor
espiritual e preparado completa o trabalho do evangelista ou pregador. O ensino
da Palavra deve ser em toda igreja uma seqüência da pregação.
6) Preparo físico
Tendo em vista as dificuldades inerentes ao ensino, é fundamental que o
professor esteja preparado fisicamente. Terá ele, afinal, de ministrar aulas
que, em média, duram de quarenta minutos a uma hora. Recomenda-se, pois, ao
professor que cuide bem de sua saúde, alimente-se na hora certa e não
sacrifique as horas de sono.
Tem os seus professores esses requisitos? Se os têm, é mister que os
desenvolvam plenamente.
IV. OS PRINCIPAIS DEVERES DO PROFESSOR
Como em toda a escola, cabe ao superintendente levar o corpo docente a
cumprir fielmente as suas obrigações. Doutra forma, o grande projeto, que é a
Escola Dominical, jamais alcançará seus objetivos.
1) Preparo da lição
Que cada professor gaste pelo menos uma hora por dia no preparo de sua
lição. Aqueles que só lêem a lição no domingo, minutos antes de ir à Escola
Dominical, estão fadados ao fracasso.
2) Pontualidade
Incentivemos o professor a chegar à Escola Dominical com, pelo menos,
trinta minutos de antecedência. Ele poderá, assim, verificar se a sua sala está
devidamente preparada. Além disso, poderá dispor de alguns minutos para orar a
fim de que Deus o abençoe na ministração da matéria.
3) Visitar os alunos
O professor não deve permitir que os faltosos fiquem sem a devida
assistência espiritual. Visitando-os em suas lutas e provações, os mestres
muito nos ajudarão a viver um grande avivamento espiritual.
4) Orar pela classe
Leve seus professores a intercederem por suas respectivas classes e pela
Escola Dominical como um todo. Sem oração, não pode haver progresso. Aconselho
que toda a semana o superintendente se reúna com os professores e a diretoria
da
Escola Dominical a fim de interceder por esta junto a Deus. Aí está a
chave da vitória.
5) Freqüentar a reunião dos professores
Leve seus professores a freqüentarem regularmente a reunião dos
professores. É a oportunidade de que você dispõe para incutir nos mestres o
espírito de corpo (unidade espiritual) de que deve haver em cada Escola
Dominical. Além disso, precisarão observar as orientações didáticas e
pedagógicas concernentes às lições a serem ministradas.
Ajude os professores a cumprirem os seus deveres. Fale com aqueles que
estejam enfrentando dificuldades para observar as normas estabelecidas pela
Escola Dominical. Seja compreensivo; todavia, jamais negocie a sua autoridade
como superintendente. Seja paciente, porém, nunca perca de vista os grandes objetivos
do Reino de Deus.
Embora pareça difícil e até doloroso substituir um professor, às vezes é
imperioso fazê-lo. Se este vier a perder o alvo do ensino cristão e não mais
contemplar suas urgências, exorte-o. Se não houver mudança de atitude, não
relute em proceder a substituição. Mas não deixe de orar pelo mestre que está
sendo substituído; amanhã poderá voltar devidamente reciclado.
V. O QUE PODERÁ FAZER O SUPERINTENDENTE EM PROL DOS PROFESSORES
Exporemos aqui o que poderá fazer você pelos seus professores.1) Ore
pelos professores.
Apresente-os diariamente ao Senhor Jesus. Deve você posicionar-se diante
de Deus como o maior intercessor da Escola Dominical. Lembra-se de Samuel? Foi
considerado pelo próprio Deus como um dos dois maiores intercessores de Israel
(Jr 15.1).
2) Visite os professores.
Assim como os professores devem visitar os alunos, deve o
superintendente visitar cada professor em particular. E se um dia o
superintendente precisar de visitas, o pastor estará pronto a fazê-lo. Dessa
forma, cada um interessando-se pelo seu irmão, Deus estará visitando a todos. É
a lei do amor.
3) Interesse-se pelos problemas de seus professores.
Não se limite a substituir os mestres que, num dado momento de sua
carreira, estejam enfrentando dificuldades. Procure saber o que lhes está
acontecendo. Às vezes é apenas uma fase difícil. Já pensou se o Senhor Jesus
fosse desfazer-se de nós cada vez que nos víssemos em crise? Certamente não
estaria eu a escrever este livro.
4) Recicle os professores.
Se não tomarmos cuidado, tanto os professores como nós, os
superintendentes, repetir-nos-emos. Por isso, é imperativo que nos reciclemos
periodicamente. Sempre que houver um curso específico, patrocine a ida de seus
professores. Ou melhor: vá com eles. Mostre-lhes que você mesmo está
interessado em aperfeiçoar-se.
5) Ajude os seus professores a serem grandes pesquisadores.
Jerônimo, que foi um dos maiores cultores do Cristianismo, deixou aos
seus discípulos este peregrino conselho: Vivei como se, cada dia, tivésseis de morrer;
estudai como se, eternamente, tivésseis de viver. O que o grande erudito quis
dizer-nos? Em primeiro lugar, que os professores não podemos limitar-nos às
atividades acadêmicas. Antes destas, devemos primar por uma vida piedosa e
santa, devocional e sacrificialmente amorosa.
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PAZ DO SENHOR
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