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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

SUPIRINTENDENTE GESTOR E PROFESSOR

                

               Superintendente: Gestor e Professor

Os líderes eficientes conhecem a arte de se entender com as pessoas que lideram.

Assumir a gestão de uma Escola Dominical é uma grande responsabilidade, um desafio a ser vencido no decorrer de um ano. Geralmente o superintendente dá início ao seu trabalho logo no primeiro mês do ano. Iniciamos, ainda que temerosos, com muito entusiasmo e muita disposição, apesar do grande desafio que é gerir, coordenar o trabalho de professores e alunos. Tanto os que estão assumindo a função pela primeira vez como os já veteranos na função estarão diante de novos alunos, novos professores, material didático novo, novas revistas, novos desafios, etc. Iniciamos com a cabeça repleta de boas ideias e uma vontade enorme de elaborar muitos projetos e de ver tudo funcionando bem, classes repletas de alunos, professores motivados, e por aí vai. Mas com o passar do tempo, o trabalho árduo e as adversidades nos fazem perder o vigor e o entusiasmo. Não demora muito para que os alunos também fiquem desanimados e deixem de comparecer às aulas. Os que ficam não estão preocupados com a aprendizagem: a ida à classe no domingo de manhã é mais uma questão de hábito, torna-se um ritual religioso. O tempo vai passando, e quando nos damos conta as classes estão vazias. Nessa hora o coração fica apertado e questionamos: “O que fazer?” “Onde encontrar ajuda?” Bom seria se todo superintendente fizesse esse tipo de questionamento. Infelizmente alguns não fazem, pois ficam mais preocupados em encontrar culpados do que resolver as questões que são cruciais para o crescimento de uma Escola Dominical. Não adianta tentar jogar a culpa nos alunos, nos professores, no Diabo ou na liderança da igreja. Também não adianta vir com o discurso de que a Escola Dominical é uma instituição já ultrapassada. 
Quando tentamos buscar culpados, perdemos o foco do problema e acabamos não chegando a lugar algum. Parta do princípio de que não existe um único culpado. Segundo Heloísa Lück, “o trabalho educacional, por sua natureza, demanda um esforço compartilhado”.1 Educação cristã não é diferente — exige a participação de todos os membros da igreja. Quando falamos em participação, vale lembrar que participação implica compartilhar a tomada de decisões.

Participação implica compartilhar poder, vale dizer, implica compartilhar responsabilidades por decisões tomadas em conjunto com uma coletividade e o enfrentamento dos desafios de promoção de avanços, no sentido da melhoria contínua e transformações necessárias.2

Como garantir o crescimento da Escola Dominical
Como atrair novos alunos e garantir a frequência deles na Escola Dominical? Como gestor, este é um dos nossos grandes desafios: atrair novos alunos e fazer com que os alunos “antigos” sejam assíduos e queiram continuar aprendendo. Estamos vivendo na era da informação, em que a concorrência com a mídia é grande e até desleal. Quantos não vão à Escola Dominical, que geralmente é no domingo pela manhã, porque não conseguem acordar cedo, já que passaram a madrugada toda conversando com os amigos nas redes sociais, como o Facebook e o Twitter? A Escola Dominical não é uma instituição ultrapassada, obsoleta. Todavia, é evidente que precisamos de novas estratégias, metodologias e recursos. Se não houver uma mudança de paradigmas, certamente veremos o esvaziamento de algumas classes. Precisamos refletir e discutir mais a respeito da educação cristã na atualidade, pois não existem “fórmulas mágicas” ou “receita” que seja eficiente e que caiba em todas as igrejas. A igreja é única, assim como cada Escola Dominical. O que dá certo em uma comunidade pode não dar certo em outra. Porém, sabemos que independentemente da especificidade de cada Escola Dominical, o ensino de qualidade ajuda a manter a frequência e o aprendizado.

Gestor e professor
Muitos superintendentes são excelentes gestores. Todavia, antes de ser um gestor o superintendente deve ser um professor. No ensino secular o professor assume, por um determinado período, o cargo de gestor, mas ele não deixa de ser um professor. Naquele período ele apenas está como gestor. É preciso que o superintendente tenha uma visão correta do que é ensinar. Precisa ser alguém que entenda de educação, pois sua função não se restringe à elaboração de relatórios e fichas de presença. Como gestor de uma instituição de ensino, ele precisa saber se relacionar bem com os professores, alunos, liderança. Necessita conhecer como se dá a aprendizagem. É preciso que se tenha várias competências para exercer a função, como por exemplo, a habilidade de gerenciar pessoas. Sabemos que na Escola Dominical nem todos têm formação profissional na área da educação, mas isso não é desculpa para não buscar o conhecimento e o crescimento. Atualmente temos uma infinidade de livros e revistas a respeito do assunto, além de vários congressos e conferências na área de educação cristã que nos capacitam e nos ajudam a alavancar o crescimento da Escola Dominical.

O que fazer para trazer os alunos de volta e investir no aprendizado
Que fique bem claro que não existe uma “fórmula mágica” que seja única para todas as igrejas. A Palavra de Deus é uma só, porém volto afirmar que cada igreja é única, singular e tem as suas especificidades. Mas existem algumas ações educativas que se enquadram bem em qualquer realidade, e devem fazer parte da rotina de um gestor que deseja ser bem-sucedido. Vejamos algumas dessas ações que podem melhorar a frequência e o aprendizado em sua Escola Dominical.
Aprenda a ouvir

Alguns gestores gostam de falar, mas na hora de ouvir deixam a desejar. Precisamos aprender a ouvir com atenção o outro. Ouça o que os alunos estão tentando lhe dizer, ouça os professores e secretários. O primeiro passo para uma mudança significativa está no ouvir o que o outro tem a dizer, mesmo que você discorde do posicionamento da pessoa. Não leve nada para o lado pessoal. Para se chegar a um diagnóstico de determinada situação é preciso primeiro ouvir. Um gestor que não sabe ouvir em breve verá o esvaziamento das classes. O esvaziamento de uma Escola Dominical é uma forma de comunicação, os alunos estão sinalizando que alguma coisa não vai bem. Não dá para tapar os ouvidos e fingir que nada está acontecendo. Muitos adotam o silêncio como uma fuga. Não falam nada e não fazem nada também. Estes estão fadados ao fracasso. Admiro Moisés como líder e gestor do povo de Deus. O Senhor falava com seu servo face a face, mas ele não hesitou em ouvir o que seu sogro, Jetro, tinha a lhe dizer: “O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes” (Êx 18.17). Moisés era humilde e “deu ouvidos à voz de seu sogro”, porém ele não somente ouviu, mas tomou a iniciativa de fazer tudo quanto Jetro dissera (Êx 18.24). Ouvir o que o outro tem a dizer é uma questão de humildade. Deixe de lado a soberba, pois ela precede à ruína. Estabeleça uma gestão participativa.
Faça reuniões periódicas

É importante reunir-se periodicamente com os professores, mas não use a reunião para apontar o fracasso ou as faltas de ninguém. Utilize as reuniões como um espaço democrático, participativo, onde prevaleça a troca de ideias e de informações. Um espaço onde todos possam compartilhar suas dificuldades sem medo de ser criticado ou sofrer represálias. Um espaço de aprendizado mútuo, onde a troca de experiências faz com que todos possam crescer. A Escola Dominical deveria incentivar os grupos de estudos entre os professores. Na China, umas das economias que mais crescem no mundo, os professores do Ensino Médio, procuram fazer parte de no mínimo três grupos de estudos. E nós professores da Escola Dominical, quando nos reunimos? Quando temos dúvidas, a quem recorremos? Por que não se reunir para aprender junto? Não estou falando aqui de classe de professores, onde alguém dá uma aula, digamos modelo, para os demais professores. Essas classes são até válidas, mas não estou falando de uma aula onde uma pessoa fala e os outros apenas ouvem, como acontece em algumas classes para professores. Refiro-me a um momento em que os professores tenham a oportunidade de trocar ideias e aprender uns com os outros.
Trate a sua Escola Dominical de forma individualizada 

Somos únicos, e como você já sabe, cada igreja é única. Mas sempre achamos que tudo funciona do mesmo jeito para todos. Criamos regras onde elas não existem. No Brasil, quando se trata de educação, temos a tendência de “copiar” modelos. Meu irmão é pastor de uma igreja onde a Escola Dominical não funcionava bem no domingo pela manhã. Depois de várias tentativas, chegou-se à conclusão de que aquele não era o melhor horário, pois muitas pessoas trabalhavam no sábado até tarde e não conseguiam chegar às 9 horas, e com disposição para estudar. A solução foi passar a Escola Dominical para a tarde, antes do horário do culto vespertino. O resultado foi bem positivo, e houve um crescimento quantitativo e qualitativo significativo. O que não se enquadra na sua localidade? Não tenha medo de mudar. A palavra mudança às vezes assusta, pois o novo sempre gera insegurança, mas mudar às vezes é preciso. O que precisa ser mudado em sua Escola Dominical? Metodologia? Recursos? Horário? Grade de professores? A única coisa que não podemos mudar é o ensino bíblico ortodoxo.
Seja ético e transparente

Em educação cristã, os fins não podem justificar os meios. Mesmo que tudo esteja dando errado, seja transparente e não abra mão da ética. Os professores e alunos precisam confiar em você, porém sabemos que confiança é algo que não se compra, não se obtém por intermédio de cargos, não se adquire nos bancos escolares, mas é algo que se conquista pelas atitudes. Não adianta ter um discurso, mas na prática agir de forma contrária. O gestor tem que agir com ética e transparência se deseja ser bem-sucedido em sua função. Por que as pessoas passavam horas ouvindo Jesus e aprendendo com o Mestre? Será que naquele tempo as pessoas não tinham nada para fazer? Ao contrário, a vida era bem dura, pois não existiam os recursos da chamada pós-modernidade. As pessoas passavam horas ouvindo o Mestre porque Ele não era como os escribas ou os publicanos. Jesus falava com autoridade, ou seja, ensinava aquilo que vivia (Mt 7.28,29). Seu discurso era coerente com a sua maneira de viver.
Cuide da sua saúde física e mental

Paulo adverte a Timóteo a fim de que ele tenha cuidado de si mesmo. Como um líder autêntico, ele prioriza a saúde física e mental de Timóteo. Observe que o cuidado com o ensino, com a doutrina, aparece em segundo plano. A prioridade não é a igreja, a instituição ou o ensino. A pessoa doente (seja no físico, seja no emocional) ou submetida a um grau elevado de estresse não tem condições de cuidar de ninguém, por isso Paulo faz a seguinte recomendação ao jovem pastor: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1 Tm 4.16, ARA). Segundo o psiquiatra Augusto Cury, “cuidar de nosso futuro emocional e interpessoal é de capital relevância”.3 O gestor da Escola Dominical tem como função cuidar de pessoas, por isso não pode colocar sua saúde em segundo plano. Uma mente cansada produz muitos males, um deles é o falar em demasia. Acabamos nos ferindo e ferindo outras pessoas com nossas palavras e atitudes. 

No decorrer da semana trabalhamos, estudamos e corremos de um lado para o outro para ganhar o pão nosso de cada dia. Além das obrigações profissionais, aqueles que são casados têm que cuidar do cônjuge e dos filhos. É muita correria. Quando chega o final de semana, nada de folga, pois é quando geralmente vamos preparar as aulas, caso algum professor venha a faltar e seja necessário substituí-lo. É a leitura da revista, da Bíblia, dos livros de apoio e por aí vai. Como reunir forças para, no dia de folga, estudar, preparar a aula e descansar a fim de que no domingo pela manhã esteja bem, tanto no físico como na mente? É um desafio! Mas esse desafio pode ser vencido com fé, determinação e planejamento. Procure estabelecer um planejamento anual e um trimestral. Um planejamento bem elaborado vai facilitar a sua vida e a dos professores. A desorganização também é causa de estresse. Já se foi o tempo em que tudo na Escola Dominical era tratado na base da improvisação.
Essas são apenas algumas sugestões que precisam ser observadas com cuidado por aqueles que querem ver o avanço da Escola Dominical. Quando falamos em avanço e crescimento da Escola Dominical, estamos falando do avanço do Reino de Deus na terra. A Igreja de Cristo tem uma missão integral a cumprir, e essa missão deve estar firmada em um tripé: evangelização (proclamação), comunhão e serviço.

Passos que podem ajudar na hora de realizar reuniões de avaliação
Os professores, secretários e coordenadores que trabalham com você precisam estar conscientes de que o trabalho desempenhado está atendendo às expectativas. Eles precisam de um feedback. Por isso, estabeleça em seu planejamento alguns encontros em que o desempenho da equipe possa ser avaliado. Essa avaliação deve ser feita com bastante cuidado. Observe algumas regras na hora de conduzir essas reuniões de avaliação.
1. Providenciar um lugar adequado. O primeiro cuidado para que a reunião seja produtiva é o espaço onde ela vai acontecer. Escolha um lugar reservado onde você possa conversar com tranquilidade, sem interferências de outras pessoas que não fazem parte da Escola Dominical. Avalie o crescimento de cada classe, porém tenha cuidado com as críticas, pois ouvir críticas quanto ao desempenho, ainda mais na frente de outras pessoas, não é nada agradável. Resista à tentação de conversar com os professores a respeito de desempenho ou problemas referentes a alunos ou direção nos corredores, dentro do templo ou em locais movimentados.

2. Aponte primeiro os pontos positivos. Inicie a reunião sempre destacando o esforço e a dedicação de cada um. Procure evidenciar as características positivas de todos, demonstrando o quanto são importantes na realização da obra de Deus e na Escola Dominical. Quem não gosta de receber um elogio? Nunca vá direto ao ponto que tem gerado problemas, como atrasos e faltas, por exemplo. É preciso ser franco e sincero, mas começar ressaltando os pontos positivos vai demonstrar que você sabe fazer críticas positivas.

3. Diga o que precisa ser mudado de forma polida. Fale de forma educada. Não aponte ou se dirija diretamente a uma pessoa, como por exemplo: “Você está fazendo a obra de Deus relaxadamente”. Mas diga que servir a Deus é um privilégio e que a Bíblia diz que se temos o ministério do ensino, devemos nos dedicar a ele. Você poderá citar Romanos 12.7.

4. Troque de posição. Abra um espaço para uma inversão de papéis. Isso mesmo! Pergunte à sua equipe se estão satisfeitos com o seu trabalho e com o ambiente da Escola Dominical. É hora de pedir sugestões para que os pontos negativos e de conflito sejam melhorados e solucionados.

5. Trabalhe com metas. Precisamos aprender a estabelecer metas a cada trimestre, pois na Escola Dominical a cada três meses temos um novo conteúdo e um novo material didático. A reunião em si não terá sentido caso você não tenha metas bem definidas. Todos que fazem parte da Escola Dominical, assim como o pastor da igreja, precisam estar conscientes das metas e saber exatamente o que você espera de cada um. Procure ter um caderno de registro e tome nota de cada resolução que foi tomada. Anote tudo para que nada caia no esquecimento.

Depois de se reunir e ouvir as sugestões, faça uma avaliação geral (essa avaliação é pessoal). Depois, mantenha o foco na solução dos problemas. Ore e nunca se esqueça de pedir a orientação e a ajuda de Deus. Ele é o maior interessado no crescimento quantitativo e qualitativo da Escola Dominical. Não confie na suas habilidades; confie sempre no Senhor! Ele tem a solução, a resposta certa para cada situação.
fonte cpad news

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