LIÇÕES BETEL 2014
ESCOLA DOMINICAL -
Conteúdo da Lição N.1
Revista da Editora Betel - 1º Trimestre de 2015
A Fidelidade de Deus
4 de Janeiro de 2015
Texto Áureo
“A tua benignidade,
Senhor, chega até os céus, até as nuvens a tua fidelidade” Sl 36.5.
Verdade Aplicada
A fidelidade de Deus é a
base sólida da sustentação de nossa confiança e relacionamento com Ele.
Textos de Referência
Salmos 89.1 Cantarei para
sempre as tuas misericórdias, ó Senhor, os meus lábios proclamarão a todas as
gerações a tua fidelidade.
Salmos 89.2 Pois disse
eu: a benignidade está fundada para sempre: a tua fidelidade, tu a confirmarás
até nos céus, dizendo.
Salmos 89.5 Celebram os
céus as tuas maravilhas, ó SENHOR, e, na assembleia dos santos, a tua
fidelidade.
Salmos 89.24 A minha
fidelidade e a minha bondade o hão de acompanhar, e em meu nome crescerá o seu
poder.
INTRODUÇÃO
A fidelidade de Deus, um
dos grandes temas da Bíblia, carrega em si a ideia do compromisso inabalável de
Deus em manter, na relação com o Seu povo, tudo quanto se encontra escrito na
Sua Palavra. A fidelidade é uma das gloriosas perfeições do Senhor, uma
vestimenta do próprio Deus (Sl 89.8). Tudo o que há acerca de Deus é grande,
vasto e incomparável, assim é também Sua fidelidade (Sl 36.5).
1 A fidelidade é um
atributo do caráter de Deus.
A fidelidade é parte
inerente do ser divino e Ele tem enorme satisfação em revelar-se a seu povo
como Deus fiel (Dt 7.9). O apóstolo Paulo afirma que nem mesmo a infidelidade
humana pode alterar a fidelidade divina (2Tm 2.13).
1.1 A vida de Deus não
muda.
Ele é desde a antiguidade
(Sl 93.2). O salmista Davi compreende uma revelação da perfeição divina (Sl
103.26,27), por meio da qual Deus não está sujeito a qualquer mudança, não
somente em Seu ser, mas também em Suas profecias, propósitos e promessas (Hb
6.13, 14). A fidelidade de Deus está expressa em Sua coerência moral e pessoal
no seu relacionamento com as pessoas. Por isso, Deus é comparado a uma rocha
(Dt 32.4). Ele permanece sempre na mesma posição. Ele é eternamente o Pai das
luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação (Tg 1.17).
1.2 O caráter de Deus não
muda.
No curso da vida humana,
gostos, perspectivas, tempo, temperamento, entre outros, podem mudar o caráter
de uma pessoa, mas nada pode alterar o caráter de Deus. Ele nunca se torna
menos verdadeiro, misericordioso, justo ou fiel (Êx 34.6). O caráter de Deus é
hoje, e sempre será exatamente como era nos tempos bíblicos, conforme a
auto-revelação de Deus a Moisés (Êx 3.14). Ele tem vida em si mesmo e o que Ele
é agora será eternamente (Hb 13.8).
1.3 Os propósitos de Deus
não mudam
Os planos do homem podem
mudar por falta de previsão ou ausência de poder. Porém os propósitos de Deus
nunca se alteram (Sl 33.11), visto que Deus é Onisciente, Onipotente e
Onipresente. O que Deus executa no presente, Ele já planejara desde a
eternidade (Ef 3.3-11). Tudo o que se encontra em Sua Palavra, Ele se
comprometeu a realizar (Mc 13.31). O seu propósito abrange grandes reinos (Dn
4.32), mas também tem planos para seus servos de forma individual (At 9.15) e
com relação à Igreja (Fp 1.6). Podemos ter certeza de que o propósito de Deus
com respeito à nossa salvação não é uma vaga possibilidade, mas uma convicção
inabalável. A volta de Jesus e a consumação da nossa salvação é uma agenda
firmada pelo Pai e Ele a levará avante.
2. Deus é fiel no
cumprimento de Suas promessas.
A Bíblia está repleta de
promessas de Deus para Seu povo. Em Hebreus 10.23, somos convidados a guardar
firmemente a nossa esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel.
Vejamos algumas características das promessas de Deus:
2.1. As promessas de Deus
podem ser condicionais.
A maioria das promessas
de Deus é incondicional e será cumprida (Gn 18.9-14), outras, porém, dependem
da obediência e fé do seu povo. Em Sua ascensão ao céu, Cristo prometeu aos
discípulos que enviaria o Espírito Santo (Lc 24.49), mas estabeleceu uma
condição: que permanecessem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de
poder, o que se cumpriu no dia de Pentecostes (At 2.1-4). Precisamos, portanto,
ter uma atitude de fé e perseverança face ás promessas de Deus e buscar o seu
cumprimento por meio da oração, como fez o profeta Daniel. Ele entendeu que o
fim do cativeiro havia chegado para Israel, então clamou ao Senhor pelo
cumprimento da promessa (Dn 9.1, 2). Neemias também orou firmado nas promessas
de Deus (Ne 1.9, 10).
2.2. As promessas de Deus
podem parecer demoradas.
Os que pensam que as
promessas de Deus são tardias não possuem o discernimento necessário para saber
que a demora de Deus tem o objetivo de afastar o julgamento e trazer a graça
salvadora ao maior número possível de pessoas (2 Pe 3.9). Na vida do cristão, a
espera é sem dúvida um amadurecimento pessoal. O tempo de Deus não é o nosso.
Os discípulos só esperaram dez dias e foram batizados no Espírito santo. Alguns
homens de Deus, porém, tiveram que esperar com paciência a realização da
promessa de Deus. José esperou treze anos para tornar-se primeiro-ministro do
Egito. Moisés passou quarenta anos no deserto se preparando (At 7.22, 23). Mas
ambos alcançaram o cumprimento da promessa de Deus para suas vidas. Deus não
atrasa nem adianta, chega sempre na hora certa. É preciso aprender a esperar no
Senhor (Sl 27.14).
2.3 Ás promessas de Deus
são atuais.
Há nas Escrituras
numerosas ilustrações da fidelidade de Deus em manter Suas promessas sempre
atuais. O juramento feito por Deus em manter Suas promessas sempre atuais. O
juramento feito por Deus de que a terra produziria alimentos para todos
continua (Gn 8.22). No dia de Pentecostes, Pedro relembrou uma promessa feita
por Deus (At 2.39). Após quase dois mil anos, essa promessa continuasse
cumprindo e pessoas ainda são batizadas no Espírito Santo onde o Evangelho é
pregado confirmando assim a atualidade das promessas de Deus. Vidas libertas,
pessoas transformadas, doentes curados e o Evangelho avançando até as mais longínquas
regiões do mundo são provas do cumprimento da Palavra de Deus (Mc 16.15-18).
3. A Fidelidade de Deus
na relação com o Seu povo.
No relacionamento entre
Deus e o Seu povo, Ele tem se mantido fiel. As gerações vão e vem, e Deus
permanece fiel a todas elas. Mesmo quando o povo peca ou se desvia, Deus
permanece fiel, pronto a perdoar, restaurar e socorrer, quando estes se voltam
para Ele (2Tm 2.13).
3.1. Deus é fiel em
perdoar.
Essa é uma promessa que
precisa ser celebrada e ao mesmo tempo compreendida. Não é um convite à
licenciosidade, nem um incentivo ao erro. De forma alguma se deve brincar com o
pecado. Sansão brincou e quase foi destruído (Jz 16.20, 21). Esaú foi profano com
as coisas de Deus e não encontrou lugar de arrependimento (Hb 12.16, 17). Esses
exemplos nos servem de advertência. Deus é fiel em perdoar o cristão sincero e
verdadeiramente arrependido. Somos restaurados porque o Senhor é fiel.
3.2. Deus é fiel em socorrer
e livrar.
O povo de Israel, ao
longo de sua história, é testemunha viva dos feitos poderosos do Senhor e Sua
fidelidade para livrá-los dos seus inimigos. Davi confessou que sem o Senhor os
seus opositores o teriam engolido vivo (Sl 124.1-3). Na passagem pelo Mar
Vermelho (Êx 14.1-31), Moisés disse que Deus pelejaria pelo seu povo. Na ação
de Deus que livrou os jovens hebreus da fornalha ardente (Dn 3.23-25), até o
soberbo Nabucodonosor reconheceu Sua grandeza (Dn 3.29). Essas mesmas promessas
se aplicam aos cristãos hodiernos. O Senhor não nos prometeu uma vida fácil e
sem dificuldades, pelo contrário, Ele nos conscientizou de que neste mundo
teríamos aflições (Jo 16.33), mas pediu que tivéssemos ânimo, porque Ele venceu
e não desampara nem abandona os Seus servos (Hb 13.5, 6). Deus não permite uma
luta acima do que podemos suportar (1Co 10.13). A palavra assegura que quem
nasceu de novo e não vive na prática do pecado, o maligno não lhe toca (1Jo
5.18).
3.3. A promessa da Sua
presença.
A promessa da presença de
Deus é uma verdade gloriosa revelada em toda a Bíblia. Quando recebeu a ordem
de partir em direção à Canaã, Moisés pediu a Deus que a Sua presença fosse com
eles, caso contrário não sairia dali (Êx 33.12-15). Deus lhe fez uma promessa
e, durante quarenta anos no deserto, Ele foi fiel: de dia numa coluna de nuvem
e de noite numa coluna de fogo (Êx 13.21, 22), ou seja, não importam as
circunstâncias (Sl 23.4; Is 43.2), Ele estará presente. O Senhor Jesus
corroborou essa promessa de forma maravilhosa para a Igreja (Mt 18.20). Ele
estará presente e de forma ativa por todos dias até o fim dos séculos (Mt
28.20; Ap 2.1).
CONCLUSÃO
A infidelidade, um dos
pecados mais proeminentes destes dias maus, está presente na vida social, nos
negócios, nas amizades que se dissolvem tão facilmente e até na vida conjugal.
No entanto, é encorajador erguer os olhos e contemplar aquele que é fiel em
tudo e em todo o tempo, no qual podemos confiar plenamente na certeza de que
Ele nunca falhará conosco.
TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
LEITURA DIÁRIA
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
COMENTÁRIO
SUBSÍDIO DIDÁTICO
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
VOCABULÁRIO
PARA REFLETIR
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A fidelidade de Jesus Cristo
11 de Janeiro de 2015
VERDADE APLICADA
Textos de referência
Fp 2.5-8
5 De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que
houve também em Cristo Jesus,
6 que, sendo em forma de Deus, não teve por
usurpação ser igual a Deus.
7 Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de
servo, fazendo-se semelhante aos homens;
8 e, achado na forma de homem, humilhou-se a si
mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.
A maneira de viver que Jesus partilhou com os que
estavam à Sua volta foi suficiente para influenciar as demais gerações que
sucederam depois dEle (Tg 1.18). Mesmo ainda jovem, ocupou a Sua mente e Seu
tempo em cumprir estritamente os propósitos do Pai que O enviou para uma obra
incomparável (Lc 2.52).
1. A fidelidade de Jesus Cristo ao Pai
Os passos do Mestre neste mundo foram marcados pela
maneira fiel com que se relacionou com o Altíssimo. Na Sua particularidade,
mesmo sendo a segunda pessoa da trindade divina (Lc 3.22), procurou portar-se
com afinco na missão de desenvolver o caminho de salvação através da Sua morte
na cruz (Fp 2.8) e ressurreição do túmulo (Mt 28.5, 6). Sendo a fiel testemunha
(Ap 1.5) e primogênito dos mortos (1Co 15.20), mudou a história de todos
aqueles que não tinham mais esperança de vida eterna (1Jo 1.2; 5.11).
1.1 Na encarnação de Cristo
O plano de salvação da humanidade incluía a vinda de
Cristo a este mundo como homem, nascido de mulher, conforme profetizado pelos
profetas (Is 7.14; Mq 5.2), cumprindo todas as exigências legais ordenadas pela
Lei mosaica que requeria um sacrifício perfeito (Hb 9.11, 12; Gl 4.4) para que
validasse a salvação de todos os homens. Sua concepção, nascimento e encarnação
obedeceram criteriosamente aos propósitos de Deus prescritos na lei: homem
perfeito, nascido de uma virgem pura, sem pecado algum (Jo 1.1, 14).
1.2 Em comunicar a verdade do Pai
A sociedade na qual Jesus desenvolveu o Seu
ministério trazia em mente a influência da filosofia grega na cultura dos
povos. Isso fica evidente na pergunta cética de Pilatos para Jesus acerca do
que é a verdade (Jo 18.37, 38). Consta no evangelho de João que a Lei foi dada
por Moisés, enquanto a graça e a verdade vieram por meio de Cristo (Jo 1.17).
Ainda assim, os grupos religiosos da época, que detinham o conhecimento,
interpretação e ensino da Lei em Israel (Lc 5.17), sentiam dificuldade em
abandonar as verdades humanas para reconhecer a verdade eterna encarnada em
Jesus como o Messias prometido (Jo 4.25). Nesse contexto de vida é que Jesus
verbaliza Seus diálogos e exposições dos ensinos divino, como aquele que traz e
comunica a doutrina do Pai (Jo 7.16; Jo 14.14) a todos os povos, tribos e
nações.
1.3 Em submeter-se à vontade do Pai
A submissão de Jesus em concretizar o plano de
salvação designado por Deus implicou-O a tornar-se humano. Isso condicionou-O a
conviver com pessoas influenciadas pelo cumprimento da vontade romana em manter
o domínio cultural e territorial de seus súditos. Em relação à humanidade, o
propósito de Deus era que alguém que fosse perfeito assumisse a culpa pelos
pecados de todas as gerações (Is 53.3-7; 1Co 13.10), uma vez que o homem
carrega em seu sangue o “vírus” da desobediência, o pecado original (Rm 5.12). Por
isso, Jesus submeteu-se à vontade do Pai, carregando sobre Si mesmo os pecados
da humanidade para que pudesse redimi-la e reconciliá-la com o Pai. Dessa
forma, Jesus foi enviado voluntariamente, como um sacrifício perfeito,
imaculado, realizando um ato de expiação na cruz, reconciliando o homem com o
criador (2Co 5.18, 19).
2. A fidelidade de Jesus Cristo à Sua missão
A encarnação do Filho do Homem entre nós teve como
objetivo principal expiar os pecados da humanidade na cruz, reconciliando os
pecadores e salvando todos os que haviam se perdido (Jo 1.14). Portanto,
enfatizaremos a seguir o teor da fidelidade de Jesus no cumprimento dessa
incumbência intransferível.
2.1 Expiar os pecados
A humanidade carece de salvação devido à
incontestável realidade do pecado que a tem contaminado, manchado e afastado de
Deus, conforme declarou o apóstolo Paulo (Rm 3.23). A natureza humana estava
corrompida, degenerada e completamente fora do plano do Criador, daí a
necessidade de se preparar uma solução permanente que correspondesse aos
requisitos da justiça e do juízo divino. Ao enviar Seu filho para realizar a
obra expiatória na cruz (Fp 2.8), Deus preparou o sacrifício perfeito (Hb
7.26), o advogado fiel (1Jo 2.1), o caminho reto pelo qual todos os que creem em
Seu nome possam ser reconciliados.
2.2 Reconciliar os pecadores
A comunhão no relacionamento entre Deus e o homem
foi interrompida desde que o pecado foi concebido pelo primeiro casal no Éden,
onde se fizeram inimigos de Deus (Cl 1.21). Mas, o amor que Deus tem pelas Suas
criaturas é imensurável (Jo 3.16), capaz de ir ao encontro do homem caído e
restabelecer a paz (Is 9.6), reconciliando-o consigo mesmo através da morte
vicária de Cristo (2Co 5.18) e removendo o abismo de separação criado pelo
pecado (Is 59.2). Portanto, Jesus é o mediador do melhor concerto, consumado na
Cruz por um alto preço independentemente de nós, e que oferece melhores
promessas (Hb 8.6) aos pecadores reconciliados porque Ele nos amou primeiro
(1Jo 4.19).
2.3 Salvar os perdidos
O ato de expiação na cruz proporcionou a libertação
do pecado e seu poder destrutivo a todos os que creem no nome de Jesus (Lc
19.10), assim também como à descendência de Abraão (Mt 1.21). Vivificados em
Cristo, todos aqueles que são alcançados pela graça experimentam a novidade de
vida ensinada e promovida diariamente pelo agir do Espírito Santo (Ef 2.5).
Assim, o Bom Pastor que deu Sua vida pelas ovelhas (Jo 10.11) direciona Seu
olhar desde o céu a percorrer os campos, desertos e vales à procura da ovelha
que se perdeu pelo caminho do engano (Mt 18.12) no decorrer das gerações.
Nenhum daqueles que o Pai deu a Cristo, exceto o filho da perdição, se perdeu
enquanto Jesus cumpria fielmente Seu ministério aqui na Terra, porque o Mestre
os guardava (Jo 17.12).
3. A fidelidade de Jesus Cristo à Sua Igreja
A Igreja é a única organização instituída por Jesus
para representá-lo na Terra. É um organismo vivo e ativo para agir no mundo
como corpo de Cristo, reunindo pessoas de todas as classes sociais, etnias e
culturas (1Co 12.13), revelando os propósitos divinos e as verdades das
Escrituras, apregoando o amor de Jesus e Seu ministério salvífico.
3.1 Revestindo a Igreja com poder
O revestimento de poder se deu inicialmente quando
Jesus Cristo ordenou a seus discípulos que permanecessem em Jerusalém para que
recebessem a virtude do Espírito Santo (At 1.8). A partir de então, toda a
Igreja recebeu esse poder que lhe torna capaz de pregar, testemunhar e anunciar
o Reino de Deus, e leva o crente a defender dinamicamente a fé que uma vez lhe
foi entregue (Jd 3). Necessitamos de qualificações espirituais para servir o
Mestre e Sua obra para qual fomos chamados. O apóstolo Paulo descreve que os
dons do Espírito Santo são dispensados àqueles que propõem em sua mente viver
para Deus e vencer o pecado a cada dia (1Co 12). Assim, o poder de Deus
dispensado a Sua Igreja sempre terá como alvo o aperfeiçoamento e
fortalecimento daqueles que aceitaram o desafio de seguir o Cordeiro em
comunhão e fidelidade a Seus mandamentos (Mc 16.15-18).
3.2 Preservando a Sua Igreja
A Igreja Cristã é perseguida desde seu início em
Jerusalém. Entretanto ela é fundamentada em Cristo e por isso é capaz de
suportar as tempestades que se levantam contra ela (Mt 16.18). Jamais os
representantes políticos e movimentos socioculturais de uma nação poderão
inserir normas que venham desfazer a Igreja que está pautada na Palavra de Deus
(Cl 3.16). A igreja gloriosa, invisível e inumerável de Jesus está muito além
das paredes de tijolos feitas por mãos humanas, pois a sua posição não é
alcançada pelo homem natural (1Co 2.14) e sim espiritual.
3.3 A certeza da Sua presença
A noiva do Cordeiro tem a alegria de contar com a
companhia fiel e ininterrupta de seu noivo mesmo antes do casamento, uma vez
que Cristo é Onisciente, Onipotente e Onipresente (Jr 23.24). Pois a fidelidade
de Jesus transcende o nosso entendimento e mesmo que Sua Igreja possa se sentir
fragilizada diante dos obstáculos, não está só. O apóstolo Paulo, ao escrever a
Igreja que estava em Corinto (1Co 6.19), lembrou os de que cada crente é
habitação do Espírito Santo, dessa forma somos ensinados como proceder em todos
os instantes de nossa vida cristã.
A fidelidade de Jesus está pautada no compromisso
com o Pai de se oferecer para vir ao mundo, de levar ao Calvário os pecados da
humanidade, ser fiel ao cumprir Sua missão e apresentar ao mundo a certeza de
Seu amor incondicional para com Sua Igreja amada.
Lições Bíblicas CPAD Adultos 1º Trimestre de 2015
Título: A Lei de Deus — Valores imutáveis para
uma sociedade em constante mudança
Comentarista: Esequias Soares
Lição
2: O
padrão da Lei Moral
Data: 11 de Janeiro de 2015
TEXTO ÁUREO
“Então, vos
anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os
escreveu em duas tábuas de pedra”(Dt 4.13).
VERDADE PRÁTICA
As chamadas “lei moral”, “lei cerimonial” e “lei civil” são, na
verdade, três partes de uma mesma lei que o Senhor Jesus já cumpriu na sua
totalidade.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
Êx 34.28
Os Dez
Mandamentos são chamados de “tábuas do concerto”
Terça - Ne
8.1,2,8,18
A lei de
Moisés e a lei do Senhor não são duas leis distintas
Quarta -
Lc 2.22,23
Não há
diferença entre a Lei de Moisés e a Lei do Senhor
Quinta -
Mc 12.28-32
Os dois
maiores mandamentos não fazem parte da alegada lei moral
Sexta - Mt
5.17,18
O Senhor
Jesus cumpriu toda a lei e a sua Palavra permanece para sempre
Sábado -
Jo 1.17
A lei e a
graça são os dois lados opostos de uma mesma moeda
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Deuteronômio
9.9-11; 10.1-5.
9.9 - Subindo eu ao monte a receber as
tábuas de pedra, as tábuas do concerto que o SENHOR fizera convosco, então
fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; pão não comi e água não bebi.
10 - E o SENHOR me deu as duas tábuas
de pedra, escritas com o dedo de Deus; e nelas tinha escrito conforme todas
aquelas palavras que o SENHOR tinha falado convosco no monte, do meio do fogo,
no dia da congregação.
11 - Sucedeu, pois, que, ao fim dos
quarenta dias e quarenta noites, o SENHOR me deu as duas tábuas de pedra, as
tábuas do concerto.
10.1 - Naquele mesmo tempo, me disse o
SENHOR: Alisa duas tábuas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim a este
monte, e faze uma arca de madeira.
2 - E, naquelas tábuas, escreverei as
palavras que estavam nas primeiras tábuas que quebraste, e as porás na arca.
3 - Assim, fiz uma arca de madeira de
cetim, e alisei duas tábuas de pedra, como as primeiras, e subi o monte com as
duas tábuas na minha mão.
4 - Então, escreveu o SENHOR nas
tábuas, conforme a primeira escritura, os dez mandamentos, que o SENHOR vos
falara no dia da congregação, no monte, do meio do fogo; e o SENHOR mas deu a
mim.
5 - E virei-me, e desci do monte, e
pus as tábuas na arca que fizera; e ali estão, como o SENHOR me ordenou.
OBJETIVO GERAL
Apresentar a transitoriedade da Lei para a Dispensação da Graça.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor
deve atingir em cada tópico.
- I. Mostrar o formato
da Lei no Pentateuco.
- II. Explicar a
“morfologia” dos Dez Mandamentos.
- III. Especificar a
unicidade da Lei de Deus.
- IV. Comparar a Lei com
a Graça.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, como os alunos receberam a primeira aula? E a
reação deles com o novo projeto gráfico e pedagógico das nossas revistas?
Esperamos que essa experiência abençoe a sua vida e a dos seus alunos. Deus o
chamou para esta nobre obra!
O tema desta semana ainda faz parte da introdução aos Dez
Mandamentos. Por isso, é importante deixar claro para a classe a
transitoriedade da lei do Antigo Testamento para a Nova Aliança. O Senhor Jesus
é a plena manifestação do Pai. Logo, se a Lei cumpriu todo o propósito nEle, em
Cristo, estamos debaixo da lei do Amor, do tempo da Graça de Deus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
PONTO
CENTRAL
Toda a Lei — os preceitos morais, cerimoniais e civis — foi
cumprida pelo Senhor Jesus Cristo.
Desde o princípio do mundo todos sabem que é imoral matar,
adulterar, furtar, dizer falso testemunho, desonrar pai e mãe, pois Deus
colocou a sua lei no coração e na mente de todos os seres humanos desde o
início (Rm 1.19,20). Eram princípios éticos, e não um código de lei. As dez
proposições agora foram colocadas em forma de lei, como código, e entregues a
Israel por intermédio de Moisés.
I.
AS TÁBUAS DA LEI
1. Formato. Era um
jogo de duas tábuas com quatro faces. Não é possível saber qual era seu
tamanho. A arca do concerto media um metro e dez centímetros de comprimento por
66 cm de largura e 66 cm de altura (Êx 25.10, NTLH). Cada uma dessas tábuas não
devia passar de 75 x 55 x 55 cm, considerando que elas foram colocadas na arca
juntamente com a vara de Arão, que floresceu, e um vaso com o maná (Hb 9.4).
Contém 172 palavras. Um homem podia transportá-las tranquilamente.
2. A divisão das tábuas. Em nenhum lugar a Bíblia diz quantos e quais
eram os mandamentos em cada uma dessas tábuas. Escritores antigos, judeus e
cristãos, como o pensador judeu Fílon de Alexandria (30 a.C. — 50 d.C.), o
historiador judeu Flávio Josefo (37 — 100) e um dos pais da igreja, Irineu de
Lião (125 — 202), dentre outros, diziam haver cinco mandamentos em cada tábua.
Segundo Calvino, eram quatro e seis, e não cinco e cinco. Esta nova
interpretação tem encontrado eco nos tempos modernos.
3. A rebelião. Ao fim de
quarenta dias, Moisés desce do monte com as tábuas da lei (Dt 9.11). Nessa
ocasião Israel havia se corrompido com o bezerro de ouro (Êx 32.7-9). Ainda
muito cedo na história, vemos como a natureza humana é inclinada ao pecado.
Onde está o compromisso do povo quando declarou na cerimônia do concerto: “Tudo
o que o SENHOR tem falado faremos e obedeceremos” (Êx 24.7)?
4. Deus renova o concerto. A revelação do Sinai prosseguiu após ser
interrompida por causa da rebelião do bezerro de ouro. Nessa ocasião, as tábuas
do concerto foram quebradas (Êx 32.15-19). Mas Deus perdoou o povo, e o
concerto foi renovado (Êx 34.10,27). Deus mandou Moisés lavrar novas tábuas,
nas quais escreveu novamente as mesmas palavras (Êx 34.1; Dt 10.1). Parece que
isso foi resultado da intercessão de Moisés pelo povo (Êx 32.31-33).
SÍNTESE
DO TÓPICO (I)
Os Dez Mandamentos têm caráter categórico e absoluto. Eles não
contemplam o relativismo moral.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Esse primeiro tópico demarca o formato da Lei e responde à
seguinte pergunta: Como o Decálogo foi elaborado? Por isso, aqui, você deve
reforçar o caráter divino da concessão dos “Dez Mandamentos” ao povo de Deus,
no Monte Sinai.
II.
OS DEZ MANDAMENTOS
1. Origem do termo. A
expressão “dez mandamentos”, em hebraico asseret
hadevarim, significa literalmente “as dez palavras” e só aparece três
vezes na Bíblia (Êx 34.28; Dt 4.13; 10.4). A Septuaginta traduziu por dekalogos,
“decálogo”, a partir de dois termos gregos: deka, “dez”, e logos,
“palavra”. O sentido de “palavra” nesses idiomas é amplo e indica “discurso,
pronunciamento, proposição”. O termo hebraico específico para “mandamento” é mitsvah, usado
também em referência aos Dez Mandamentos (Êx 24.12). A Septuaginta utiliza o
termo entolé, a mesma
palavra usada no Novo Testamento (Mt 19.17-19).
2. Classificação. As
autoridades religiosas de Israel sempre classificaram os Dez Mandamentos em
dois grupos: teológico e ético; vertical e horizontal; relação do ser humano
com Deus e com o próximo. Os primeiros mandamentos são teológicos e se resumem
no primeiro e grande mandamento (Dt 6.5; Mt 22.37,38; Mc 12.30; Lc 10.27). Os
da segunda tábua são éticos, e consistem em amar o próximo como a si mesmo (Lv
19.18; Mt 22.39; Mc 12.31).
3. Forma. A forma
dos Dez Mandamentos é geralmente chamada de categórica ou absoluta. É uma das
formas de lei que apresenta um estilo sóbrio e de estrutura rítmica, assonante,
paralela e poética. Isso facilita a memorização e é apropriado para a leitura
litúrgica e em grandes eventos religiosos (Dt 31.11). As proibições são sem
concessão; não admitem exceção. Aqui temos oito proibições absolutas com a
negação hebraica, lo, “não”,
forma incondicional, em tempo verbal que nas línguas ocidentais é chamado de
“futuro”. Os outros dois mandamentos dados a Israel são positivos: guardar o
sábado e honrar pai e mãe (Êx 20.8-12; Dt 5.12-16).
SÍNTESE
DO TÓPICO (II)
A Lei é chamada de “Lei do Senhor” porque veio diretamente de Deus;
e de Moisés, porque ela foi mediada pelo legislador de Israel.
III.
A QUESTÃO DOS PRECEITOS DA LEI
1. Uma só lei. Há uma
corrente de interpretação que ensina ser o Decálogo a lei moral, enquanto a
parte da legislação mosaica que trata das cerimônias de sacrifícios e festas
religiosas, entre outras, é chamada de lei cerimonial. Esse pensamento nos
parece inconsistente, pois não é ensino bíblico nem os judeus jamais dividiram
sua lei em moral e cerimonial. Ao longo da história, eles observaram o sábado e
a circuncisão com o mesmo cuidado. Jesus disse que a circuncisão está acima do
sábado (Jo 7.22,23).
2. A lei do Senhor e a lei de Moisés. O que de fato existem são preceitos morais,
cerimoniais e civis, mas a lei é uma só. É chamada de lei do Senhor porque veio
de Deus, e de lei de Moisés porque foi ele o mediador entre Deus e Israel (Ne
10.29). Ambos os termos aparecem alternadamente na Bíblia (Ne 8.1,2,8,18; Lc
2.22,23). A cerimônia dos holocaustos, a circuncisão e o preceito sobre o
cuidado dos bois são igualmente reconhecidos como lei de Moisés (2Cr 23.18;
30.16; At 15.5; 1Co 9.9).
3. A lei de Deus. A lei de
Deus é todo o Pentateuco; trata-se de um livro, e não meramente das palavras
escritas em tábuas de pedra (Js 24.26; Ne 8.8,18). Isso precisa ficar muito
claro porque certos grupos sectários argumentam: “Você guarda a lei de Deus?”.
Isso por causa do sábado, e transmite a falsa ideia de que a lei de Deus se
restringe aos Dez Mandamentos. Se eles guardam a lei de Deus, precisam observar
os seus 613 preceitos; do contrário, estão sob a maldição (Gl 3.10).
SÍNTESE
DO TÓPICO (III)
A Lei é chamada de “Lei do Senhor” porque veio diretamente de Deus;
e de Moisés, porque ela foi mediada pelo legislador de Israel.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[...] A função formal e teológica do Decálogo fica clara quando
a vemos no contexto do ato redentor do êxodo e dos propósitos eletivos de Deus
para Israel como povo vassalo, conduzido na comunhão do concerto com Ele, a fim
de servir como reino de sacerdotes. A promessa abraâmica assegurou que o
patriarca seria abençoado com semente inumerável, que essa semente herdaria uma
terra que forneceria uma base geográfica, da qual a nação eleita tornar-se-ia o
meio pelo qual Deus abençoaria o mundo. O êxodo livrara essa nação da
escravidão para outro senhor, a fim de começar a desempenhar suas
responsabilidades sob as orientações do Senhor Jeová. O texto do concerto, e
particularmente os Dez Mandamentos, fornece as diretrizes segundo as quais este
povo privilegiado tinha de ordenar-se para que realmente fosse uma nação santa
capaz de exibir o Reino de Deus e mediar os benefícios e promessas salvíficas
para o mundo em geral da humanidade alienada” (ZUCK, Roy (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, pp.54-55).
IV.
A LEI A GRAÇA
1. A transitoriedade da lei. O Senhor Jesus cumpriu toda a lei, os
preceitos morais, cerimoniais e civis (Mt 5.17,18). O apóstolo Paulo é muito
claro quando fala que “o ministério da morte, gravado com letras em pedras
[...] era transitório” (2Co 3.7,11). No entanto, a verdade moral contida no
sistema mosaico, como disse o teólogo Chafer, “foi restaurada sob a graça, mas
adaptada à graça, e não à lei”. Isso diz respeito a sua função e não compromete
a sua autoridade como revelação de Deus e parte das Escrituras divinamente
inspiradas (2Tm 3.16,17).
2. A graça. O Senhor
Jesus e o apóstolo Paulo citaram Levítico 18.5 como meio hipotético de salvação
pela observância da lei (Mt 19.17; Gl 3.11). Mas ninguém jamais conseguiu
cumprir toda a lei, exceto Jesus. O mais excelente dos rabis de Israel só
conseguiu cumprir 230 pontos dos 613 preceitos da lei. A lei diz “faça e viva”,
no entanto, a graça diz “viva e faça”. Por esta razão os cristãos estão debaixo
da graça, e não da lei (Rm 6.14; Gl 3.23-25). A lei não tem domínio sobre nós
(Rm 7.1-4).
3. Os mandamentos de Cristo. Perguntaram a Jesus o que se deve fazer para
executar as obras de Deus. A resposta não foi guardar o sábado, nem a lei e nem
os Dez Mandamentos, mas exercer fé em Jesus (Jo 6.28,29). Essa doutrina é
ratificada mais adiante (1Jo 3.23,24). Jesus falou diversas vezes sobre o novo
mandamento, a lei de Cristo, o amor operado pelo Espírito Santo na vida cristã
(Jo 13.34; 14.15, 21; 15.10). O Senhor Jesus não incluiu o sistema mosaico na
Grande Comissão. Ele disse para “guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado” (Mt 28.20). O mandamento de Cristo é a fé nEle, é a lei do amor (Rm
13.10; Gl 5.14) e não a letra da lei. Quem ama a Cristo tem a lei do Espírito
em seu coração.
SÍNTESE
DO TÓPICO (IV)
Em Jesus Cristo, toda a lei foi cumprida, isto é, todos os
preceitos morais, cerimoniais e civis. Hoje, vivemos sob a Graça de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O Espírito Santo e a Nova Aliança
A antiga aliança caracterizava-se pela revelação da vontade de
Deus, resumida na lei mosaica, uma revelação que, com frequência, falhavam em
observar (Jr 31.32). [...] Paulo considera que a nova aliança, pela qual os
profetas do Antigo Testamento aguardavam (por exemplo, Is 59.20,21; Jr
31.31-34; 32.37-40; Ez 16.60-63; 37.21-28), foi iniciada por Cristo e levada
adiante pelo Espírito (Rm 8.3,4; 2Co 3.4-18). Por isso, ele conclui que antiga
aliança e as estipulações associadas à lei mosaica foram substituídas pelo
ministério de Cristo e do Espírito (Rm 10.4; Gl 3.25).
Todavia, isso não quer dizer que os mandamentos ou estipulações
não estão mais associados à nova aliança. Ao contrário, as epístolas de Paulo
são cheias de ordens e exortações para as igrejas. A diferença relevante é que
no tempo da nova aliança, a capacidade de viver à luz dessa revelação da
vontade de Deus se torna possível por meio do ministério do Espírito.
Isso não quer dizer que a visão de Paulo em relação à fraqueza
humana mudou. Com exceção do Espírito, as pessoas ainda são impotentes quando
se defrontam com a realização da vontade de Deus. A natureza humana não mudou
com o fim de uma era e a chegada de outra. A obra de Cristo e o vasto e amplo
envolvimento do Espírito Santo na experiência da salvação são singulares à nova
aliança (Rm 8.3,4)” (ZUCK, Roy (Ed.). Teologia
do Novo Testamento. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2008, pp.284-85).
CONCLUSÃO
A tendência humana é se esforçar para merecer a salvação, por
isso ainda há aqueles que se ofendem com a mensagem de que a salvação é pela fé
em Jesus, sem as obras da lei (Gl 2.16). O que tais pessoas querem é fazer do
cristianismo um remendo de pano novo em veste velha (Mt 9.16; Mc 2.21).
VOCABULÁRIO
Morfologia: Estudo da forma, da configuração, da aparência
externa, neste caso, dos Dez Mandamentos.
Assonante: Que produz assonância, isto é, semelhança de sons em palavras próprias.
Assonante: Que produz assonância, isto é, semelhança de sons em palavras próprias.
PARA REFLETIR
A respeito
dos Dez Mandamentos:
É correto
afirmar que eles foram abolidos como lei?
O Decálogo é
a Lei de Deus, assim como todo o Pentateuco. É chamado de Lei de Deus porque
veio do próprio Senhor. Jesus Cristo cumpriu toda a Lei, e hoje ela está
gravada, não em pedras, mas no coração daqueles que foram alcançados pela graça
de Deus (2Co 3.7,11).
Devemos
guardar os Dez Mandamentos como os judeus guardam?
Os crentes
não devem guardar os mandamentos como se houvesse apenas esses. Mas devem
guardar no coração o novo mandamento de Cristo: a Lei de Cristo, o amor operado
pelo Espírito Santo na vida cristã (1Jo 3.23,24). Assim cumpriremos todos os
mandamentos.
Se Jesus
cumpriu toda a Lei, devemos observar os Dez Mandamentos?
Quando
perguntaram a Jesus o que se deveria fazer para executar a obra de Deus, Ele
não disse que deveríamos guardar o sábado ou os Dez Mandamentos, mas exercer a
fé nEle (Jo 6.28,29). Isto é, observando a lei de Cristo, o amor operado pelo
Espírito.
O que é
preciso fazer para executar as obras de Deus?
Exercer a fé
em Cristo e cumprir a lei do amor (Rm 13.10; Gl 5.14).
A salvação
se conquista por méritos humanos?
Não. É pela
graça de Deus, por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor (Ef 2.8-10).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O padrão da lei moral
Retomando a explicação do artigo anterior, cremos na Bíblia como
Palavra inteira de Deus que, através dos Dez Mandamentos, indicou o caminho
para a vida a partir do povo hebreu (em 1250 a.C.). Foi um reinício da
revelação divina, passando pelos mandamentos, pela monarquia, pelos santos
profetas, pelo nascimento e vida de Jesus de Nazaré, a imagem plena de Deus;
pela ressurreição de Cristo e pela proclamação dos apóstolos. Poderíamos então
enumerar os objetivos do Decálogo para o povo hebreu, bem como para o mundo:
1. Para nunca
mais haver escravidão;
2. Para a
preservação da liberdade do povo;
3. Para os
hebreus viverem a justiça de Deus e a comunhão com o próximo;
4. Para ser
um povo organizado, tornando-se o sinal de Deus para o mundo;
5. Para uma
comunidade organizada por Deus ser a resposta divina para o clamor dos povos;
6. Para o
povo ser o anúncio do próprio Deus, a amostra daquilo que Deus quer para todo
ser humano;
7. Para o
povo viver a dimensão perfeita do amor a Deus e ao próximo.
As Escrituras dizem que Deus entregou a Lei a Moisés objetivando
conservar a liberdade do povo hebreu. Jesus Cristo, o Seu Filho, não anulou a
Lei de forma alguma, mas a completou e a reafirmou (Mt 5.17), dizendo mais: ”O
primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o
único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este
é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Mc
12.29-31). Ora, esses dois grandes mandamentos são o resumo fiel do “Decálogo”.
O problema da lei hebreia, no tempo de Jesus, foram os maus
doutores ensinarem os Dez Mandamentos ao povo, mas sem observá-los. Eles
repetiam literalmente a letra, no entanto, matavam o “espírito” da lei (Mt
23.1-39). Os maus fariseus e escribas não se preocupavam com o clamor do povo,
o sofrimento das pessoas e a necessidade espiritual do pecador. Simplesmente
repetiam a lei como um mantra, mostrando um Deus irado, sem compaixão para com
as pessoas. Da manutenção da liberdade, o povo judeu voltou à escravidão, agora
não do Egito, mas a da religião sem Deus. Por isso a letra (a lei escrita) mata,
mas o Evangelho, que é “espírito e vida”, vivifica o pecador (Jo 6.63; 2Co
3.6).
A fidelidade de Jesus Cristo
11 de Janeiro de 2015
TEXTO ÁUREO
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” Fp 2.5
VERDADE APLICADA
A fidelidade é uma característica requerida àqueles que almejam viver a eternidade com Jesus.
Textos de referência
Fp 2.5-8
5 De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que
houve também em Cristo Jesus,
6 que, sendo em forma de Deus, não teve por
usurpação ser igual a Deus.
7 Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de
servo, fazendo-se semelhante aos homens;
8 e, achado na forma de homem, humilhou-se a si
mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.
INTRODUÇÃO
A maneira de viver que Jesus partilhou com os que
estavam à Sua volta foi suficiente para influenciar as demais gerações que
sucederam depois dEle (Tg 1.18). Mesmo ainda jovem, ocupou a Sua mente e Seu
tempo em cumprir estritamente os propósitos do Pai que O enviou para uma obra
incomparável (Lc 2.52).
1. A fidelidade de Jesus Cristo ao Pai
Os passos do Mestre neste mundo foram marcados pela
maneira fiel com que se relacionou com o Altíssimo. Na Sua particularidade,
mesmo sendo a segunda pessoa da trindade divina (Lc 3.22), procurou portar-se
com afinco na missão de desenvolver o caminho de salvação através da Sua morte
na cruz (Fp 2.8) e ressurreição do túmulo (Mt 28.5, 6). Sendo a fiel testemunha
(Ap 1.5) e primogênito dos mortos (1Co 15.20), mudou a história de todos
aqueles que não tinham mais esperança de vida eterna (1Jo 1.2; 5.11).
1.1 Na encarnação de Cristo
O plano de salvação da humanidade incluía a vinda de
Cristo a este mundo como homem, nascido de mulher, conforme profetizado pelos
profetas (Is 7.14; Mq 5.2), cumprindo todas as exigências legais ordenadas pela
Lei mosaica que requeria um sacrifício perfeito (Hb 9.11, 12; Gl 4.4) para que
validasse a salvação de todos os homens. Sua concepção, nascimento e encarnação
obedeceram criteriosamente aos propósitos de Deus prescritos na lei: homem
perfeito, nascido de uma virgem pura, sem pecado algum (Jo 1.1, 14).
1.2 Em comunicar a verdade do Pai
A sociedade na qual Jesus desenvolveu o Seu
ministério trazia em mente a influência da filosofia grega na cultura dos
povos. Isso fica evidente na pergunta cética de Pilatos para Jesus acerca do
que é a verdade (Jo 18.37, 38). Consta no evangelho de João que a Lei foi dada
por Moisés, enquanto a graça e a verdade vieram por meio de Cristo (Jo 1.17).
Ainda assim, os grupos religiosos da época, que detinham o conhecimento,
interpretação e ensino da Lei em Israel (Lc 5.17), sentiam dificuldade em
abandonar as verdades humanas para reconhecer a verdade eterna encarnada em
Jesus como o Messias prometido (Jo 4.25). Nesse contexto de vida é que Jesus
verbaliza Seus diálogos e exposições dos ensinos divino, como aquele que traz e
comunica a doutrina do Pai (Jo 7.16; Jo 14.14) a todos os povos, tribos e
nações.
1.3 Em submeter-se à vontade do Pai
A submissão de Jesus em concretizar o plano de
salvação designado por Deus implicou-O a tornar-se humano. Isso condicionou-O a
conviver com pessoas influenciadas pelo cumprimento da vontade romana em manter
o domínio cultural e territorial de seus súditos. Em relação à humanidade, o
propósito de Deus era que alguém que fosse perfeito assumisse a culpa pelos
pecados de todas as gerações (Is 53.3-7; 1Co 13.10), uma vez que o homem
carrega em seu sangue o “vírus” da desobediência, o pecado original (Rm 5.12). Por
isso, Jesus submeteu-se à vontade do Pai, carregando sobre Si mesmo os pecados
da humanidade para que pudesse redimi-la e reconciliá-la com o Pai. Dessa
forma, Jesus foi enviado voluntariamente, como um sacrifício perfeito,
imaculado, realizando um ato de expiação na cruz, reconciliando o homem com o
criador (2Co 5.18, 19).
2. A fidelidade de Jesus Cristo à Sua missão
A encarnação do Filho do Homem entre nós teve como
objetivo principal expiar os pecados da humanidade na cruz, reconciliando os
pecadores e salvando todos os que haviam se perdido (Jo 1.14). Portanto,
enfatizaremos a seguir o teor da fidelidade de Jesus no cumprimento dessa
incumbência intransferível.
2.1 Expiar os pecados
A humanidade carece de salvação devido à
incontestável realidade do pecado que a tem contaminado, manchado e afastado de
Deus, conforme declarou o apóstolo Paulo (Rm 3.23). A natureza humana estava
corrompida, degenerada e completamente fora do plano do Criador, daí a
necessidade de se preparar uma solução permanente que correspondesse aos
requisitos da justiça e do juízo divino. Ao enviar Seu filho para realizar a
obra expiatória na cruz (Fp 2.8), Deus preparou o sacrifício perfeito (Hb
7.26), o advogado fiel (1Jo 2.1), o caminho reto pelo qual todos os que creem em
Seu nome possam ser reconciliados.
2.2 Reconciliar os pecadores
A comunhão no relacionamento entre Deus e o homem
foi interrompida desde que o pecado foi concebido pelo primeiro casal no Éden,
onde se fizeram inimigos de Deus (Cl 1.21). Mas, o amor que Deus tem pelas Suas
criaturas é imensurável (Jo 3.16), capaz de ir ao encontro do homem caído e
restabelecer a paz (Is 9.6), reconciliando-o consigo mesmo através da morte
vicária de Cristo (2Co 5.18) e removendo o abismo de separação criado pelo
pecado (Is 59.2). Portanto, Jesus é o mediador do melhor concerto, consumado na
Cruz por um alto preço independentemente de nós, e que oferece melhores
promessas (Hb 8.6) aos pecadores reconciliados porque Ele nos amou primeiro
(1Jo 4.19).
2.3 Salvar os perdidos
O ato de expiação na cruz proporcionou a libertação
do pecado e seu poder destrutivo a todos os que creem no nome de Jesus (Lc
19.10), assim também como à descendência de Abraão (Mt 1.21). Vivificados em
Cristo, todos aqueles que são alcançados pela graça experimentam a novidade de
vida ensinada e promovida diariamente pelo agir do Espírito Santo (Ef 2.5).
Assim, o Bom Pastor que deu Sua vida pelas ovelhas (Jo 10.11) direciona Seu
olhar desde o céu a percorrer os campos, desertos e vales à procura da ovelha
que se perdeu pelo caminho do engano (Mt 18.12) no decorrer das gerações.
Nenhum daqueles que o Pai deu a Cristo, exceto o filho da perdição, se perdeu
enquanto Jesus cumpria fielmente Seu ministério aqui na Terra, porque o Mestre
os guardava (Jo 17.12).
3. A fidelidade de Jesus Cristo à Sua Igreja
A Igreja é a única organização instituída por Jesus
para representá-lo na Terra. É um organismo vivo e ativo para agir no mundo
como corpo de Cristo, reunindo pessoas de todas as classes sociais, etnias e
culturas (1Co 12.13), revelando os propósitos divinos e as verdades das
Escrituras, apregoando o amor de Jesus e Seu ministério salvífico.
3.1 Revestindo a Igreja com poder
O revestimento de poder se deu inicialmente quando
Jesus Cristo ordenou a seus discípulos que permanecessem em Jerusalém para que
recebessem a virtude do Espírito Santo (At 1.8). A partir de então, toda a
Igreja recebeu esse poder que lhe torna capaz de pregar, testemunhar e anunciar
o Reino de Deus, e leva o crente a defender dinamicamente a fé que uma vez lhe
foi entregue (Jd 3). Necessitamos de qualificações espirituais para servir o
Mestre e Sua obra para qual fomos chamados. O apóstolo Paulo descreve que os
dons do Espírito Santo são dispensados àqueles que propõem em sua mente viver
para Deus e vencer o pecado a cada dia (1Co 12). Assim, o poder de Deus
dispensado a Sua Igreja sempre terá como alvo o aperfeiçoamento e
fortalecimento daqueles que aceitaram o desafio de seguir o Cordeiro em
comunhão e fidelidade a Seus mandamentos (Mc 16.15-18).
3.2 Preservando a Sua Igreja
A Igreja Cristã é perseguida desde seu início em
Jerusalém. Entretanto ela é fundamentada em Cristo e por isso é capaz de
suportar as tempestades que se levantam contra ela (Mt 16.18). Jamais os
representantes políticos e movimentos socioculturais de uma nação poderão
inserir normas que venham desfazer a Igreja que está pautada na Palavra de Deus
(Cl 3.16). A igreja gloriosa, invisível e inumerável de Jesus está muito além
das paredes de tijolos feitas por mãos humanas, pois a sua posição não é
alcançada pelo homem natural (1Co 2.14) e sim espiritual.
3.3 A certeza da Sua presença
A noiva do Cordeiro tem a alegria de contar com a
companhia fiel e ininterrupta de seu noivo mesmo antes do casamento, uma vez
que Cristo é Onisciente, Onipotente e Onipresente (Jr 23.24). Pois a fidelidade
de Jesus transcende o nosso entendimento e mesmo que Sua Igreja possa se sentir
fragilizada diante dos obstáculos, não está só. O apóstolo Paulo, ao escrever a
Igreja que estava em Corinto (1Co 6.19), lembrou os de que cada crente é
habitação do Espírito Santo, dessa forma somos ensinados como proceder em todos
os instantes de nossa vida cristã.
CONCLUSÃO
A fidelidade de Jesus está pautada no compromisso
com o Pai de se oferecer para vir ao mundo, de levar ao Calvário os pecados da
humanidade, ser fiel ao cumprir Sua missão e apresentar ao mundo a certeza de
Seu amor incondicional para com Sua Igreja amada.
Homens Fiéis na Bíblia
18 de Janeiro de 2015]
TEXTO ÁUREO
“E era viúva de oitenta
e quatro anos. Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e
orações” Lc 2.37
VERDADE APLICADA
Devemos viver uma vida
de princípios éticos e morais que nos garanta uma vivência de fidelidade
conforme os padrões exigidos por Deus no meio de uma sociedade pecadora.
Textos de referência
Ez 14.14; Lc 2.36-38
Ez 14.14 ainda que
estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua
justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor JEOVÁ.
Lc 2.36-38
36 E estava ali a
profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade,
e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade,
37 e era viúva, de quase
oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e
orações, de noite e de dia.
38 E, sobrevindo na
mesma hora, ela dava graças a Deus e falava dele a todos os que esperavam a
redenção em Jerusalém.
INTRODUÇÃO
Para ser fiel é preciso
fé. Fé resultante de ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17). Fé que é fruto do
Espírito Santo (Gl 5.22, 23). Os servos exemplares da Bíblia tinham dúvidas, inseguranças
e fraquezas, mas o Espírito de Deus os capacitou para enfrentarem desafios e
permanecerem fiéis até o fim (Hb 11.34; Tg 5.17). Nesta lição, estudaremos três
deles: Noé, Ana e Daniel. Aprendamos muito com esses referenciais em
fidelidade.
1. Um homem escolhido:
Noé
Ao lermos a história de
Noé, aprendemos a importância da fidelidade, pois no meio de uma sociedade
corrompida ele se colocou como um pregoeiro da justiça (2Pe 2.5) dando ouvidos
à voz de Deus e executando minuciosamente as ordens que lhe foram confiadas. A
fidelidade de Noé nos inspira a sermos cristãos exemplares que vivem uma vida
de obediência a Deus, exercitando a fé em Suas promessas.
1.1 Pelo seu exemplo em
uma sociedade corrompida
Na época de Noé a
sociedade estava totalmente perdida (Gn 6.5), mas ele achou graça aos olhos do
Senhor e foi considerado justo e reto no meio daquela geração (Gn6.8). O seu
nascimento é acompanhado de uma expectativa quanto a ação de Deus em favor dos
justos em uma terra totalmente depravada (Gn 5.29). À semelhança de Noé,
vivemos em uma sociedade que perdeu o temor e a reverência a Deus. São homens
preocupados em satisfazer as suas próprias vontades em detrimento à vontade de
Deus (Mt 24.38). No livro de Miquéias, Deus define como os homens devem andar
em sua presença (Mq 6.8). Portanto, devemos viver uma vida de princípios éticos
e morais que nos garanta uma vivência de fidelidade conforme os padrões
exigidos por Deus no meio de uma sociedade pecadora.
1.2 Pela sua obediência
à voz de Deus
A ideia de obedecer está
ligada ao ato de se submeter à autoridade, em acatar ordens de alguém superior.
Noé, com respeito e amor, atendeu a instrução de Deus e a cumpriu cabalmente
(Gn 6.14-16). A voz de Deus ouvida por Noé provocou nele uma profunda atitude
de resposta, que veio à tona na execução das ordens dadas pelo seu Senhor (Gn
6.22). O desejo de Deus é que nós venhamos a obedecê-lo assim como as ovelhas
obedecem ao seu pastor (Jo 10.27; 8.47). Precisamos estar atentos ao que Deus
está dizendo, pois os Seus mandamentos são inquestionáveis (Êx 15.26).
1.3 Pela sua fé em Deus
A construção da arca foi
uma obra de fé e um milagre da engenharia para aquela época. Noé construiu uma
arca com aproximadamente 133 metros de comprimento, 22 metros de largura e 13
metros de altura. A Bíblia afirma que Noé era um homem de fé (Hb 11.7), que foi
fortalecida pela comunhão que ele tinha com Deus (Gn 6.9). Pela sua obediência
construiu a arca, através da qual Deus condenou o mundo e salvou sua família
(Gn 6.18). Noé era um homem que não andava por vista, mas por fé (2Co 5.7).
Precisamos ser semelhantes a Noé, que mesmo enfrentando várias adversidades, se
manteve firme, não olhando para as circunstâncias negativas, mas focando
naquele que tem o poder e o controle sobre todas as coisas (Sl 24.1).
2. Ana, uma mulher fiel
Sua vida nos é contada em
apenas três versículos, mas que são suficientes para considerarmos o quanto ela
era fiel a Deus.
2.1 Ana e seu histórico
Ana, que significa
“cheia de graça”, era profetisa, da tribo de Aser e filha de Fanuel (Lc
2.36-37). Apesar de pertencer a uma tribo de pouco destaque, ela honra a sua
linhagem, cumprindo com fidelidade e responsabilidade o ministério que lhe foi
confiado. A Bíblia cita a sua idade (quase 84 anos) (Lc 2.37) e declara que ela
exercia esse ofício desde quando perdeu o seu esposo, após sete anos de casada.
A narrativa nos mostra que ela atendeu ao chamado de Deus e permaneceu fiel até
a sua velhice, desempenhando o ministério profético.
2.2 Ana era dedicada
Embora pudesse contrair
um novo matrimônio, Ana preferiu dedicar-se integralmente à obra do Senhor (Lc
2.37). Apesar de sua idade, ela demonstrava prazer em servir ao Senhor, usando
duas ferramentas basilares para vencermos as dificuldades ao longo da
caminhada: a oração e o jejum. Infelizmente muitos crentes estão se tornando
infiéis e tombando ao longo do caminho porque não oram e nem jejuam; perderam a
visão espiritual, não conseguindo enxergar o propósito de Deus. Precisamos
aproveitar o nosso tempo na presença de Deus. Ter vida com Deus é perceber
nossa necessidade dEle. É admitir que somos pecadores e pedir a Ele que entre
em nossos corações para ser a autoridade em nossas vidas.
2.3 Ana era uma mulher
encorajadora
Mulher de fé, Ana
observava tudo que estava acontecendo a sua volta. Enquanto Simeão previa o
futuro do menino Jesus, ela se aproximou dando graças a Deus, por reconhecer
que aquele era o Messias esperado para trazer redenção à humanidade (Lc 2.38).
As suas palavras foram encorajadoras para todos que estavam próximo do templo,
pois havia uma grande expectativa de mudança em toda a sociedade judaica
naquela época. Precisamos ser como Ana. Há muitas pessoas em nossa volta que
perderam a esperança. Estão desestimuladas, tristes, desistindo das promessas
de Deus, acreditando que nada vai acontecer. Precisamos motivar as pessoas e
insistentemente continuar dizendo que Jesus vive e que voltará para buscar um
povo perseverante e de boas obras (Tt 2.14).
3. Um jovem que decidiu
ser fiel
A vida de Daniel é uma
história inspiradora para todas as idades, pois sua narrativa mostra que desde
jovem ele decidiu ser fiel a Deus (Dn 1.8). Seu livro apresenta uma vida
cercada de desafios e ameaças, sempre tendo sua fidelidade a Deus colocada à prova,
mas em nada ele cedeu.
3.1 Abandonando o
caminho da desobediência
Ao ler a história de
Daniel, verifica-se que ele está na Babilônia por consequência do pecado de seu
povo. Deus disse ao povo de Israel que, se permanecessem fiéis, alcançariam
grandes bênçãos (Dt 28.1-7); se fossem infiéis, sofreriam o dano da perda (Dt
28.25-41). Daniel, instruído quanto à Lei, observou que o erro de sua nação foi
não atentar às palavras de Deus. Quando deixamos de observar a vontade de Deus
por meio de Sua Palavra, corremos sério risco de fracassar e perder tudo que já
foi nos dado mediante a misericórdia e o amor de Deus. Daniel entendeu que sua
estada naquele lugar era resultado do pecado de seu povo (2Rs 24.1,2, 8-14) e
por isso tomou a decisão de não se contaminar com os manjares do rei (Dn 1.8).
Á semelhança de Daniel, devemos também decidir a cada dia permanecer firmes na
presença de Deus (1Co 16.13), o único que pode nos livrar e nos abençoar com
toda sorte de bênçãos (Jr 1.8; Dn 3.17; Ef 1.3, 4).
3.2 Aplicando à sua vida
os princípios divinos
Ao não se contaminar com
os manjares do rei, Daniel e seus três amigos propuseram um pacto de fidelidade
para com o único Deus. A aplicação desse princípio para a vida está inserida no
primeiro preceito dado por Deus ao povo de Israel e a todos que O servem (Dt
6.13, 14) e resumida com propriedade por Jesus ao responder a pergunta de um
doutor da Lei (Mt 22.37). Assim como Daniel precisamos viver uma vida de
princípios, uma vida de amor a Deus que se caracteriza pela renúncia da vontade
própria, o abandono cotidiano do pecado e obediência irrestrita às leis de
Deus.
3.3 Suportando todos os
desafios
Independente de sua
situação, Daniel sempre se mostrou firme em sua decisão de servir a Deus,
vencendo todos os desafios. Ao propor não se contaminar com os manjares do rei
e nem com o vinho que ele bebia (Dn 1.8), Daniel nos ensina que precisamos
viver uma vida de propósito diante de Deus, entendendo que Deus vela pela vida
dos fiéis. Quando todos os sábios sofreram ameaça de morte (Dn 2.5), Daniel
convocou os seus companheiros para buscarem a revelação da parte de Deus, a fim
de não perecerem com os mentirosos e perversos (Dn 2.17-18). Aprendemos aqui
que não importa o tamanho da ameaça, nosso Deus é maior; nosso Deus vê todas as
coisas e a Seus fiéis revela o que é necessário (Dn 2.16). Desde sua chegada à
Babilônia, Daniel sempre procurou servir com sinceridade e dedicação aos reis
tanto babilônicos quanto medo-persas. Isso porque Daniel nunca abandonou o
propósito que ele fez com seu Deus (Dn 1.8), nem deixou de honrá-lo (Dn
2.20-21).
CONCLUSÃO
A Bíblia nos dá o exemplo de muitos homens e mulheres que foram
fiéis. Que possamos buscar neles inspiração para vivermos uma vida de
testemunho, plenitude e graça diante dos homens e de nosso Deus, até que Ele
venha nos buscar.
A Fidelidade às Doutrinas Cristãs
25 de Janeiro de 2015
TEXTO ÁUREO
“Expondo estas coisas aos irmãos,
serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa
doutrina que tens seguido” 1Tm 4.6
VERDADE APLICADA
Precisamos estar atentos para não
sermos levados por questões enganosas, por pessoas que se acham detentores de
revelações especiais, disseminadoras de ideias egocêntricas, soberbas e cheias
de vaidades.
Textos de referência
1Tm 1.3-7
3 Como te roguei, quando parti para a
Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns que não ensinem
outra doutrina,
4 nem se deem a fábulas ou a
genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de
Deus, que consiste na fé; assim o faço agora.
5 Ora, o fim do mandamento é o amor
de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.
6 Do que desviando-se alguns, se
entregaram a vãs contendas,
7 querendo ser mestres da lei e não
entendendo nem o que dizem nem o que afirmam.
INTRODUÇÃO
A doutrina bíblica é a chave para
sermos bem sucedidos na caminhada cristã. Infelizmente, por não ser valorizada,
assistimos uma série de novas “doutrinas” surgindo, não para a glória de Deus e
sim para o próprio homem. Isso tem feito com que a Igreja do Senhor Jesus
experimente um desvio doutrinário e distancie-se do propósito para o qual Deus
a designou.
1. Desvio doutrinário da Igreja
Paulo exorta Timóteo a admoestar
quanto aos falsos ensinos que estavam entrando na Igreja (1Tm 1.3). Esse desvio
doutrinário se caracteriza de várias formas, levando cristãos à distorção ou
até mesmo ao abandono da fé. Notemos como esses desvios se caracterizam:
1.1 Abandono do ensino bíblico e
entrega às fábulas
Na Igreja de Éfeso havia falsos
mestres que enfatizavam extensas genealogias judaicas, crendo que a salvação se
baseava em ter uma linhagem até Abraão. A palavra “fábula” é usada para
descrever uma narrativa fictícia e enganosa, uma história mítica que faz com
que os homens se afastem da verdade. Paulo instrui Timóteo a não permitir a
introdução desses novos métodos de ensino, incompatíveis com o legítimo e
genuíno Evangelho, pois ele sabia que isso traria deformação e consequentemente
vícios desnecessários à própria doutrina. A Bíblia ensina no Novo Testamento que
precisamos ter a mesma fé de Abraão para sermos salvos (Rm 5.1, 2). Não fala de
participar de sua genealogia. Nos dias atuais, precisamos estar atentos para
não nos deixar levar por questões enganosas, produzidas por líderes
pretenciosos, que se acham detentores de revelações especiais, disseminando
ideias egocêntricas, soberbas e cheias de vaidades, nos distanciando do
verdadeiro Evangelho (Gl 1.8).
1.2 Não aplicação do estudo das
Escrituras
Paulo declara abertamente que os
falsos mestres são ignorantes quanto as verdades das Escrituras (1Tm 1.7). Eles
queriam se tornar “famosos” como mestres da Lei de Deus, mas nem sequer
entendiam o propósito da Lei. Eles eram rasos, insensatos, pobres no
conhecimento de Deus. Eram cegos querendo guiar outros (Mt 15.14). Para quem
deseja ensinar as Escrituras é preciso seguir o exemplo de Esdras (Ed 7.10).
Ele propôs, em seu coração, buscar, cumprir e ensinar a Lei do Senhor.
Infelizmente, essa sequência não está sendo observada por muitos que lidam como
ensino das Escrituras. Eles não se aplicam ao estudo da mesma, como orienta o
apóstolo Paulo (1Tim 5.17). A expressão trabalhar dá ideia de um esforço
sincero na busca da compreensão do texto bíblico e do ensino.
1.3 Ensino das Escrituras com
motivações impuras
Falsos ensinos, guiados por
motivações impuras, são relatados em diversas partes do Novo Testamento e são
um contraste do que Jesus ensinou (Mt 5.8). Há aqueles que ensinavam visando
lucros (2Co 2.17), outros por inveja e porfia (Fp 1.15), e ainda aqueles que
visavam o domínio do rebanho (1Pe 5.2-3; At 20.30). Esses falsos mestres,
contagiados por interesses próprios, tinham a fé adulterada e suas almas
distanciadas de Deus submergidas em meio a um labirinto de vaidades. À
semelhança desses falsos ensinadores, ainda hoje existem pessoas que estão
trilhando o mesmo caminho, às quais precisamos estar atentos, visto que seus
ensinos não produzem verdadeira edificação.
2. Consequências do desvio
doutrinário da Igreja
Os efeitos do desvio doutrinário são
perceptíveis aos olhos de todos, pois aquele que se distancia do ensino salutar
das Escrituras, passa a ter atitudes que o igualam às pessoas que não conhecem
a Cristo. Essas atitudes afastam as pessoas da Igreja, e, quando não as
afastam, faz com que se tornem instrumentos para a disseminação de contendas
entre os irmãos.
2.1 Afasta as pessoas da Igreja
O abandono da doutrina cristã afasta
as pessoas da Igreja não somente no âmbito físico, mas, acima de tudo, no
âmbito espiritual. A falta de amor, de um coração puro, de uma boa consciência
e de uma fé sincera promove um afastamento do propósito verdadeiro que foi dado
à Igreja desde sua fundação (At 4.32). O próprio Cristo nos ensinou que nos
últimos dias, por se multiplicar a iniquidade, o amor, qualidade essencial à vida
cristã, se esfriaria (Mt 24.12). Vemos assim que tanto hoje como na época do
apóstolo Paulo algumas igrejas vêm sofrendo desvios doutrinários e,
consequentemente, a perda de valores fundamentais da fé cristã (1Tm 1.5).
2.2 Produz contenda e não edificação
Os falsos mestres estavam causando
divisão e contendas trazendo enormes prejuízos à obra de Deus. Havia o desejo
de um se mostrar melhor que o outro, gerando assim uma disputa dentro da
Igreja. Eles se tornaram verdadeiros agentes de Satanás, promovendo a desunião
familiar, intrigas entre os irmãos e um mal-estar na Igreja. Os que semeiam
contendas entre os irmãos e trazem confusões para o meio da Igreja são
abominação para o Senhor (Pv 6.16-19). Esse desvio acarretava problemas e
divergências de ordem doutrinária (1Tm 6.3-5; 2Tm 2.14), pessoal e espiritual
(1Co 3.1-3; Tg 4.1).
2.3 Alvo fácil de manipulação
A Igreja deve viver afastada do
pecado em todas as suas manifestações (Rm 6.1-2). O Diabo tem usado tudo o que
está a seu alcance para embaraçar a vida de santidade da Igreja, e seu método
mais poderoso para influenciar os crentes a usar e abusar das coisas deste
mundo são os meios de comunicação de massa (televisão, internet, jornais,
revistas, etc). O uso indevido desses meios, por cristãos que se encontram
desapercebidos e insensíveis aos perigos que os rondam, tem feito com que os
usos e costumes do mundo adentre em suas vidas e incorporem seu dia a dia sem
nenhum temos, enfraquecendo suas vidas espirituais e tornando-os indiferentes
ao propósito de Deus.
3. Retorno à fidelidade doutrinária
Ao lermos os escritos de Paulo a
Timóteo entendemos que a possibilidade de retorno não foi apenas para os
insubordinados de sua época, mas também para os de hoje. Portanto esse retorno
ocorrerá:
3.1 Quando anunciamos a Palavra com
intenção pura
Preservar a Palavra de Deus em nosso
coração é o único meio de nutrir intenções puras, a fim de reter o amor de Deus
em nós (Sl 119.11). A Palavra tem em si a condição de promover a purificação do
nosso homem interior discernindo pensamentos e intenções, possibilitando que o
Espírito Santo trate conosco, produzindo assim uma fé sincera (Hb 4.12). Isso
produz no cristão uma mente que está em constante transformação, dando a este o
entendimento necessário para que viva uma vida de fidelidade, não se
conformando com o mundo a sua volta (Rm 12.2). Somente cientes da vontade de
Deus poderemos compreender Seu amor, santificando cada vez mais nossas vidas em
Sua presença, vivendo com um coração puro e uma fé não fingida.
3.2 Quando produz transformação
Em sua ignorância e incredulidade,
Paulo, por seu zelo pelo judaísmo e motivação errada, ridicularizou os ensinos
de Jesus e perseguiu o povo de Deus. Porém, ao ter um encontro com Cristo, sua
vida foi completamente transformada (At 9.1-9). Quando entendemos o verdadeiro
objetivo da doutrina não apenas somos transformados em uma nova criatura (2Co
5.17), como também recebemos condições para o crescimento espiritual, (1Pe 2.2)
até chegarmos à estatura de varão perfeito (Ef 4.13).
3.3 Quando a doutrina é transmitida
com graça
Consciente de que o que faz um homem
andar firme na presença de Deus é o reconhecimento de Sua graça (1Co 1.4-9).
Paulo ensina que nada que façamos por meio de nossos esforços redundará em
merecimento diante de Deus (Ef 2.8-9). O que está em evidência é o seu favor e
o exercício contínuo da fé, promovida através do conhecimento da Palavra de
Deus, transmitida a nós por meio da vida, ensino e morte de Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
Paulo instrui a Timóteo e a nós que
nunca devemos nos apegar às doutrinas cristãs apenas na teoria, mas sim na
prática diária, com a intenção de resgatar aqueles que estão se distanciando.
Esse trabalho feito com amor não fingido, tendo a fidelidade como bandeira, nos
fará firmes até a volta de Cristo.
A Crise de Fidelidade na Igreja
01 de fevereiro de 2015
Texto Áureo
“Assim como nos escolheu, nele, antes
da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em
amor” Ef 1.4
Verdade Aplicada
A crise de fidelidade tem afetado
vários setores da Igreja, ocasionando a perda da unidade, dificuldades na
adoração e a perda de sua identidade ética e missionária.
Textos de referência
Ef 4.20, 21, 25, 32
20 Mas não foi assim que aprendestes a
Cristo,
21 se é que, de fato, o tendes ouvido e
nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus.
25 Por isso, deixando a mentira, fale
cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros.
32 Antes, sede uns para com os outros
benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em
Cristo vos perdoou.
INTRODUÇÃO
Ultimamente, a Igreja vive dias
difíceis, pois estamos passando por um momento dramático e angustiante. Alguns
acontecimentos se abateram sobre o Corpo de Cristo e alteraram seu conceito
diante da sociedade. Sua visão ficou ofuscada, sua missão comprometida, sua
unidade abalada e sua comunhão fragmentada. É bem certo que enfrentamos crises
em várias dimensões, porém, a área mais atingida é a da fidelidade.
1. As dimensões da crise de fidelidade
na Igreja
Atualmente, percebe-se que a Igreja
enfrenta crise em várias áreas e os princípios mais prejudicados são: a
unidade, a comunhão e a ética.
1.1 A crise de unidade
De acordo com a mente de Cristo e Seus
ensinos deixados nos evangelhos, a unidade deve ser um fator de identificação
da Igreja (Jo 13.34, 35; 15.12). Entretanto, é exatamente a falta de unidade
que mais ocorre nesses dias. Isso indica que estamos em crise, pois somos um
povo dividido. A igreja de Corinto representa tipicamente o comportamento de
uma igreja sem unidade (1Co 1.10). Eles tinham problemas no culto, nas relações
entre os irmãos, nas relações familiares e a igreja ainda tinha aqueles que se
dividiam em grupos ou partidos (1Co 1.11-13). Em Filipenses 2.1-5, Paulo
escreve sobre a importância vital da unidade cristã. Ele afirma que a unidade
espiritual da Igreja é produzida por Deus. Para a igreja em Éfeso, ele confirma
que a unidade é construída sobre o fundamento da verdade (Ef 4.1-6). Essa
unidade não é externa, mas interna. Não se trata de unidade denominacional, mas
espiritual, pois fazemos parte da família de deus e estamos ligados ao Corpo de
Cristo (1Co 12.27). Ainda exortando os irmãos filipenses, o apóstolo aponta
que, para vencer a crise da unidade, devemos nos afastar do partidarismo e da
vanglória.
1.2 A crise de comunhão
A palavra grega “Koinonia” significa
comunhão. A ideia básica inserida aqui é compartilhar. As escrituras sempre
enfatizam a necessidade da Igreja ser um espaço de vivência comunitária,
fraterna e amiga. Essa prática foi entendida pelos primeiros cristãos como de
importância tal que faz parte do indispensável Credo apostólico luterano –
“Creio na comunhão dos santos”. Essa comunhão envolve o no Corpo de Cristo os
salvos de todos os lugares e de todas as épocas. O sentido básico de
“Koinonia”é compartilhar alegrias e tristezas (Rm 12.15). Associada a essa
noção está a ideia de responsabilidade, isto é, membros do Corpo de Cristo que
têm compromisso uns para com os outros viverão a comunhão dos santos.
1.3 A crise ética
Provavelmente é no campo da ética em
que vivemos nossa maior crise. Muitos líderes e crentes em geral estão se
esquecendo que a Igreja é sal da terra e luz do mundo e estão se deixando levar
pelo espírito de corrupção que domina este mundo (Mt 5.13-16). Líderes que se
corrompem, compram e não pagam, envolvem-se em negócios escusos com políticos
desonestos e negociam, inclusive, o próprio rebanho. Seguramente, deriva-se
dessas ações a nossa recente falta de credibilidade. Oque antes era referência
de confiança, hoje é visto com outros olhos. O mundo passou a ver a Igreja como
um lugar de exploradores por causa de uns poucos que nos envergonham. No
entanto, a Igreja de Cristo, salva e remida, é formada de homens honestos.
2. A crise de fidelidade na missão da
Igreja
A missão da Igreja é tríplice: ela deve
ministrar a Deus, aos seus membros e ao mundo. Compreendemos então sua missão
para com Deus, sua missão para consigo mesma e sua missão para com o mundo.
2.1 Sua missão com Deus
A adoração é essencialmente a missão da
Igreja com Deus. Em Colossenses 3.16, Paulo encoraja a Igreja a cantar “salmos,
hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão no coração”. A
adoração na Igreja não é meramente um preparo para outra coisa; ela é em si
mesma o cumprimento de um dos grandes propósitos da Igreja, cujos membros foram
criados para o louvor e glória de deus (Ef 1.20).
2.2 Sua missão para consigo mesma
O ministério da Igreja a seus membros é
realizado por meio do fortalecimento espiritual e da edificação destes para que
ela possa apresentar “todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1.28). Em Efésios
4.12, 13, os líderes com dons na igreja foram dados para o aperfeiçoamento dos
santos, para a obra do ministério e para edificação do Corpo de Cristo até que
cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus; ao estado
de homem perfeito, à medida da estatura da plenitude de Cristo.
2.3 Sua missão para com o mundo
A missão da Igreja para com o mundo é
realizada pela pregação do Evangelho a todas as pessoas no mundo, seja por meio
de palavras, seja por meio de atitudes. Em Mateus 28.19, Jesus ordena aos Seus
seguidores que façam discípulos de todas as nações. Para vencer a crise de
fidelidade a essa missão, a Igreja deve envolver não somente no evangelismo,
mas também em assistência aos pobres e oprimidos (Gl 2.10; Tg 1.27), e,
consequentemente, todos os membros devem fazer o bem a todos.
3. As características de uma Igreja
fiel
A Igreja que supera as crises de
unidade, comunhão e ética, e tudo aquilo que compromete sua missão, certamente
possui características de uma Igreja fiel, que vence as influências mundanas.
3.1 Uma Igreja frutífera
Um exemplo marcante de Igreja frutífera
são os cristãos tessalonicenses (1Ts 1.5-8). Eles levaram a grande comissão de
Cristo a sério (Mt 28.18-20). Serviram de exemplo para outros cristãos, pois
difundiam o Evangelho por onde quer que fossem (1Ts 1.7-8). Levaram o Evangelho
para toda a cidade, e, muito além de suas fronteiras físicas, para a região da
Macedônia até a região da Acaia. Certamente esses cristãos discipulavam outros
crentes e evangelizavam os incrédulos. Sem dúvida, outras igrejas foram
fundadas graças à propagação do Evangelho que brotou daqueles irmãos.
3.2 Uma Igreja solidária
A Igreja é um enorme celeiro e um
grande depositário de vocações, talentos, recursos e potenciais. Neste sentido,
seu papel deve ser o de orientar os membros para o serviço à sociedade.
Refletindo o nosso chamado para sermos sal e luz. Temos de avançar na questão
da solidariedade através da conscientização. Como no sentido original da
palavra “igreja” (que vem do grego “ekklesía” e significa “assembleia de
santos”), precisamos recuperar a nossa vocação histórica de agentes de
transformação e esperança.
3.3 Uma Igreja missionária
Segundo o escritor cristão Richard
Mayhue, salvo a igreja de Jerusalém, nenhuma outra igreja esteve tão
intimamente ligada à expansão missionária quanto a de Antioquia (At 13.1-4). Ele
aponta alguns princípios básicos e eternos que contribuíram para o sucesso da
referida igreja. Primeiramente, a partida de Paulo e Barnabé foi motivada e
direcionada pelo espírito Santo (At 13.2), isto é, estava de acordo com o
chamado e vontade de Deus, e não de homens. Em segundo lugar, a igreja confiou
os dois obreiros a Deus e os encarregou de promover a expansão do Evangelho, ou
seja, foram enviados pelo Espírito Santo e pela igreja local. Entendemos aqui
que Paulo e Barnabé estavam debaixo de cobertura espiritual (At 13.3). Outro
ponto a ser observado é que a igreja cedeu de boa vontade seus melhores homens,
Paulo e Barnabé, em obediência à orientação do Senhor (At 13.4). Ela não foi
mesquinha nem individualista em reter ou limitar a obra de Deus na vida dos
seus servos e permitiu que o processo no campo missionário tivesse
continuidade. Ela não tentou, de forma egoísta, segurá-los para si. Sendo
assim, é preciso que a igreja atual reflita e repense sua recente prática
missionária. O nosso Mestre já direcionou o caminho a ser trilhado e não
podemos pensar em missões de forma diferente. Missões, que inclui o evangelismo
local e às nações (At 1.8), não é o título, nem cargo. É trabalho sério. Desse
modo, sempre debaixo da orientação do Espírito Santo, urge para pregarmos a
Palavra a todo o mundo (Mc 16.15), a tempo e fora de tempo (2Tm 4.2).
CONCLUSÃO
Para vencermos a crise de fidelidade
instaurada na Igreja, precisamos repensar nossa espiritualidade, nossa ética e
nossa unidade. Devemos redescobrir a vontade de Deus através de Sua Palavra e
sermos uma Igreja verdadeira, capaz de superar todos os seus desafios e vencer
seus dilemas contemporâneos.
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PAZ DO SENHOR
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