Lições Bíblicas BETEL
Lições Bíblicas CPAD Adultos 1º Trimestre de 2015
Lições 7 -13.
ESCOLA DOMINICAL - Conteúdo da Lição 7 - Revista da Editora
Betel
A Fidelidade Entre Pais e Filhos
15 de fevereiro de 2015.
Texto Áureo
“Vós, filhos, sede obedientes a vossos
pais no Senhor, pois isto é justo.” Ef.6.1
Verdade Aplicada
A fidelidade entre pais e filhos
credencia a família a apossar-se de sublimes promessas de Deus, de modo a viver
muitos dias e viver bem.
Textos de referência
Ef 6.1-4
1. Vós, filhos, sede obedientes a
vossos pais no Senhor, pois isto é justo.
2. Honra a teu pai e a tua mãe, que é
o primeiro mandamento com promessa,
3. Para que te vá bem, e vivas muito
tempo sobre a terra.
4. E vós, pais, não provoqueis a ira a
vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.
INTRODUÇÃO
Fidelidade entre pais e filhos é a
convivência na qual os pais assumem ônus da paternidade responsável (amor,
carinho, proteção, etc.). Nesse convívio criam-se vínculos e laços de amor
fraternal. Assim, o resultado da fidelidade paternal é amor, respeito e honra
por parte dos filhos. Embora a realidade atual apresente mudanças no padrão do
relacionamento família, veremos que a Bíblia possui princípios imutáveis para
um relacionamento fiel entre pais e filhos.
1. O desafio da fidelidade entre pais
e filhos.
A crise familiar surgiu desde o
momento em que o homem deixou de observar os princípios da Palavra de Deus (Gn
3.1-7), resultando em várias consequências: desrespeito aos pais (Gn 9.22, 24,
25), profanação (Gn 49.3, 4), incesto (2Sm 13.11-14), subversão (2Sm 15.12-14)
e homicídio (Gn 4.8). Ainda hoje, esses males continuam ocorrendo pela
inobservância da Palavra de Deus (2Tm 3.2; Ef 6.4).
1.1 O papel dos pais
O livro de Provérbios, verdadeiro
manancial de conselhos paternos, exprime com muita clareza que os pais são
responsáveis por legitimar ou repelir conhecimentos e valores adquiridos pelos
filhos (Pv 1.8-19), exercer mediação entre os filhos e o mundo e empenhar-se no
seu desenvolvimento físico, mental, social e profissional. Na família cristã, o
pai, além de suprir as necessidades básicas, precisa ser sacerdote e
continuamente apresentar sua família a Deus (Jó 1.5), e pastor, criando na vida
dos filhos um padrão de moralidade com base nas Escrituras (Pv 2-3). Além de
prover e educar, os pais devem impor limites de maneira sensata, transmitindo
valores éticos sólidos, capazes de fazer com que os filhos ajustem seus
comportamentos às exigências da vida dentro da coletividade e obedeçam a regras
básicas de convivência (Pv 4-7).
1.2. O papel dos filhos
Os filhos ocupam um lugar especial na
família. Eles são os responsáveis pela coroação da família, dando o sentido de
um lar completo. A Bíblia é enfática ao afirmar que os filhos são herança do
Senhor (Sl 127.3-5). Filhos ocupam um lugar de honra na família, contudo, devem
submissão aos pais (Pv 15.20; 17.6). O texto Bíblico diz que isso é justo (Ef
6.1). Eles devem honra aos progenitores até mesmo depois de constituírem suas
próprias famílias. Nessa fase os filhos terão dupla oportunidade: cuidar dos
pais e chefiar seus lares.
1.3 Amizade e companheirismo
Os pais devem educar seus filhos,
apoiá-los com firmeza e confiança e ser seus melhores amigos (Pv 4.3-27). Os
laços de amizade e companheirismo entre pais e filhos tornam essa relação a
parceria mais ideal e confiável (Sl 2.12). A amizade não é exigida, não se
conquista de maneira forçada, sob pressões e ameaças, mas espontaneamente,
independentemente de obtenção de recompensas ou favores. O filho que recebe dos
pais a atenção devida, provinda de um amor verdadeiro, além de desenvolver
autoconfiança, é altruísta, tolerante e aprende a valorizar. Nessa jornada,
todas as oportunidades devem ser aproveitadas. Os pais devem promover
atividades conjuntas, passeios e tempo com qualidades, abrindo mão de
interesses próprios e se dedicando mais a família, fortalecendo a união e
concretizando uma relação não apenas de pais e filhos, mas de amigos e parceiros.
2. O desafio de disciplinar com amor
As Escrituras nos advertem que desde o
início a imaginação dos pensamentos do coração do homem era má continuamente
(Gn 6.5). Se quisermos que nossos filhos tenham um caráter a toda prova,
precisamos enfrentar desafios no processo instrutivo desde cedo, e isso envolve
diálogo, prática e convivência sadia, firmeza e autocontrole. Disciplina
implica em determinar limites.
2.1 Pelos princípios da Palavra de
Deus
Devemos nos espelhar nas Escrituras,
que nos exorta a instruir os filhos desde a mais tenra idade (Dt 6.6, 7) senão
teremos uma colheita ruim (2Tm 3.1-9). A infância é o período de ouro do
aprendizado, pois nessa fase a assimilação é mais fácil. Não meçamos esforços
para que os princípios introduzidos nas mentes infantes se fixem de tal maneira
que perdurem por toda vida. Os ensinamentos semeados garantirão colheita de
bons frutos no futuro (Pv 22.6). Filhos bem preparados farão a diferença como
referenciais para a Igreja e para a sociedade. Temos que acreditar na família.
Famílias estruturadas e fiéis, células sadias, corpo saudável, Igreja forte. É
dever do homem, como cidadão, viver de maneira ética. Como conhecedores da
Palavra de Deus, maior responsabilidade temos de cooperar para que haja mais
harmonia na sociedade através do Corpo de Cristo. A esperança da família está
no viver a Palavra de Deus, aplicando os ensinamentos exarados nas Escrituras
Sagradas.
2.2 Pela coerência na disciplina
Não raramente encontramos pais que
preferem um filho em detrimento de outro, isso não é bom, causa divisão na
família. Ser excessivamente rigoroso com um, enquanto outro desfruta de
especial proteção não parece justo, cria ruptura na família. Outra situação não
menos grave é quando há divergência na forma em que educam: um dos pais ensina
de um modo e o outro desfaz, ensinando de maneira diferente. A falta de
coerência nos métodos de formação dos filhos gera conflitos (Gn 37.3, 4;11;
25.28; 27.3-13), e instala a discriminação dentro do lar. O processo
disciplinar exige equidade no tratamento com os filhos; antes de criticá-los é
preciso ter interesse pelas coisas do universo deles. Também é preciso
respeitar os limites dos filhos e estimular a superação dos mesmos,
inspirando-lhes confiança.
2.3 Pelo exemplo
Somos observados pelos que nos
rodeiam, principalmente por nossos filhos. Aprendemos a respeitar aos outros
através da educação e disciplina, mas principalmente pelo exemplo. Os filhos
fazem o que veem seus pais fazerem, (Mt 11.27; Tg 1.23-25). Se os pais são
fiéis, os filhos aprenderão com eles. É grande a responsabilidade dos pais na
lapidação do caráter dos filhos, pois estes herdam atitudes no aprendizado e no
convívio e que, por sua vez, influenciam as novas gerações. As ações têm poder
de convencimento. Elas falam por si mesma, ensinam mais que palavras.
3 Resultados da fidelidade entre pais
e filhos
A boa relação entre pais e filhos
passa necessariamente por uma comunicação eficaz. Significa que a pessoa
compartilha, em família, o que ocorre com ela. Através da comunicação as
pessoas partilham diferentes informações entre si, tornando tal ato uma
atividade essencial para a vida em sociedade.
3.1 Harmonia e estabilidade familiar
Pais omissos serão responsabilizados
pela maneira como criaram os filhos (1Rs 1.5, 6). Aproveitemos o tempo que
passamos com aqueles que realmente importam para nós, e nos foram confiados por
Deus, a quem de fato pertencem (Sl 127.3). As atitudes dos pais para com os
filhos e dos filhos para com seus pais determinam o grau de relacionamento e
equilíbrio na família. Ninguém melhor do que os pais para conhecer o caráter,
personalidade e temperamento de cada um dos filhos. É de se esperar que os pais
sejam os primeiros e melhores mestres dos filhos. O convívio sadio, pacífico e
harmonioso é o ideal para semearmos confiança e estabelecer diálogo,
oportunidade para ouvir e ser ouvido, criando um elo permanente com eles.
3.2 Posse de sublimes promessas
A observância dos preceitos divino
conduz pais e filhos a apossarem-se de promessas grandiosas, que contemplam a
família no seu relacionamento mútuo e com Deus (Dt 28.2-6; 30.6, 8, 9; Is
44.3). Nesse contexto, os pais se beneficiam ao serem honrados (Êx 20.12), os
filhos por aplicarem este princípio e Deus é engrandecido pela observância da
Sua Palavra.
3.3 Debaixo da bênção de Deus
O salmo 127.3-5 traça o perfil de uma
família feliz e abençoada. O salmo 128 descreve o pai como abençoado, a mãe,
videira frutífera, e os filhos, plantas de oliveira, herança do Senhor e
flechas na mão do valente, e encerra com uma bênção de prosperidade e promessa
de longevidade para o homem temente a Deus: ele terá paz e viverá o suficiente
para ver seus filhos e seus descendentes. Portanto, a fidelidade entre pais e
filhos coopera para a perpetuação das bênçãos na família de modo que serão como
a oliveira verdejante na casa de Deus (Sl 52.8; 92.12-15).
CONCLUSÃO
Aquele que com prudência, previne-se
do mau tempo e alicerça sua casa na rocha, estará seguro (Mt 7.24-27). Se não
nos preocuparmos com a fundação, seremos insensatos e a família correrá perigo.
O alicerce, mesmo não sendo aparente, faz a diferença e valoriza a construção.
A palavra de Deu, manual do fiel e fonte inesgotável de ensino e aprendizado,
nos fornece todos os materiais necessários para construirmos uma família bem
fundamentada, à prova de vendavais.
FIDELIDADE NO MINISTÉRIO
22 de Fevereiro de 2015
TEXTO ÁUREO
“Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como
despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem
espancador, nem cobiçoso de torpe ganância”. (Tt 1.7).
VERDADE APLICADA
A principal virtude no ministério do obreiro é a fidelidade.
Textos de referência
Tt 1.6 - Aquele que for irrepreensível, marido de uma
mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem
são desobedientes.
Tt 1.7 - Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como
despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem
espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;
Tt 1.8 - Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado,
justo, santo, temperante;
Tt 1.9 - Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a
doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como
para convencer os contradizentes.
INTRODUÇÃO
Ao estudarmos as cartas pastorais, observamos que o
ministério da casa de Deus precisa de homens que sejam chamados, talentosos e
cheios do Espírito Santo. Além disso, aprendemos com a leitura da carta que
Paulo escreve a Tito que todo líder, cuja característica principal é a
fidelidade, deve pautar-se por uma vida ética e equilibrada.
1. As exigências do ministério.
Aquele que deseja e tem vocação ministerial deve compreender
que há várias exigências para o ingresso e permanência no ministério. As
principais condições são: fidelidade à família, fidelidade à Igreja e
fidelidade à sua vocação.
1.1 Fidelidade a família
A fidelidade e o cuidado com a família estão no centro da
preocupação de Paulo. O apóstolo adverte os obreiros a cuidarem de sua própria
família. Chega, inclusive, a afirmar que se alguém não cuida dos seus e,
principalmente, dos da sua família, este negou a fé e é pior que os incrédulos
(1Tm 5,8). De acordo com Donald Guthrie, o lar é considerado o local onde se
faz o treinamento dos líderes cristãos. A vida e os serviços cristãos devem
começar na família. Sendo assim, os obreiros devem ser irrepreensíveis em sua
vida e no seu casamento, de modo a amar sua esposa e a trata-la com carinho e
respeito. Paulo diz que a conduta dos filhos é de responsabilidade dos pais (Tt
1.6). John Stott defende seriamente o pensamento de que os pais são os
responsáveis pela crença e pelo comportamento de seus filhos (Pv 22.6). Vale
ressaltar que, infelizmente, para os pais cristãos cujos filhos se desviam na
fé ou dos princípios morais, a dor é bem mais intensa.
1.2. Fidelidade a Igreja
A Igreja é o corpo espiritual de Cristo e que também tem sua
perspectiva institucional, que funciona através da vivência comunitária. Somos
todos membros do mesmo corpo, buscamos a unidade e vivemos a mesma esperança
cristã (1Co 12.26,27). De modo que desejamos o aperfeiçoamento dos santos para
Deus, devemos responder com fidelidade à Igreja. Essa fidelidade envolve várias
dimensões: fidelidade à liderança, fidelidade nas relações institucionais,
fidelidade nas contribuições (dízimos e ofertas), fidelidade na participação da
vida diária da Igreja, conforme Paulo escreve aos Coríntios: “Ora, além disso,
o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel.”
(1Co 4.2).
1.3 Fidelidade a vocação ministerial
O ministro deve atender fielmente às recomendações bíblicas
(Tt 1.5-9).Ele deve estar consciente de que sua vocação ministerial, quanto à
sua função, responsabilidade, atuação na sociedade e relacionamentos com sua
liderança e liderados, deve ser pautada pela fidelidade. É necessário que cada
obreiro seja transparente e sincero tanto no ministério da igreja local quanto
em sua vida particular, ou seja, seu lar. Essa fidelidade inclui compromisso
com reuniões ministeriais, pontualidade, assiduidade nos cultos e programações
da igreja.
2. As credenciais para o ministério
A Bíblia apresenta muitas exigências para aqueles que estão
ingressando ou já desenvolvem seu ministério. Dentre muitas credenciais
requeridas ao obreiro, destaca-se a necessidade de uma vida ética, piedosa e
equilibrada.
2.1 Ético
Entende-se por ética cristã um conjunto de normas e regras
fundamentadas na Palavra de Deus que norteiam a vida do cristão. Nessa
perspectiva, Paulo recomenda que os presbíteros precisam ser irrepreensíveis em
seu caráter e em sua conduta (Tt 1.7, 8). Desse modo, cada obreiro deve
apresentar uma clara evidência, pelo seu comportamento ético, de ter sido
regenerado pelo Espírito Santo e de que seu novo nascimento o tenha levado a
uma nova vida (2Co 5.17). Com isso o apóstolo nos ensina que a vida do líder é
a vida da sua liderança, isto é, que cada ministro deve buscar ter uma vida de
relacionamento ético com Deus, consigo mesmo e com seu ministério. Entende-se
ainda que essa ética deve estar presente nas relações com seus pastores e
amigos de ministério.
2.2 Piedoso
Assim como na primeira carta a Timóteo, a piedade é um
conceito relevante na carta de Tito (Tt 1.1). NA VISÃO DE Warrem Wiersbe, a
verdade do Evangelho transforma uma vida de impiedade em uma vida de santidade
(Tt 2.12). Infelizmente, muitos dos que frequentavam a igreja de Creta, assim
como alguns membros das congregações de hoje, professavam ser salvos, mas
levavam uma vida que negava essa profissão de fé. O obreiro piedoso sempre
busca pureza e santidade na vida (1Pe 1.16). O homem piedoso reverencia a
decência fundamental da vida e conserva o temor ao Senhor. É importantíssimo
lembrar que Deus se agrada de homens piedosos, como disse E. M. Bounds: “Deus
não unge plano, não unge métodos, Ele unge homens”.
2.3 Equilibrado
O apóstolo adverte Tito quanto ao orgulho, temperamento,
bebida, violência e dinheiro (Tt 1.8). Com isso, o apóstolo indica a
necessidade de uma vida ministerial equilibrada (2Tm 1.7; 4.5). Segundo
Hernandes Dias Lopes, é válido compreender que ninguém está apto para liderar
os outros se não tiver domínio de si mesmo. Aquele que domina a si mesmo é mais
forte do que aquele que domina uma cidade (Pv 16.32; 25.28). O autocontrole da
vida do obreiro é essencial, pois faz parte da lista de virtudes cristãs e é
uma das dimensões do fruto do Espírito (Gl 5.22). É certo que aqueles que não
têm domínio próprio, que se desequilibram facilmente, acabam perdendo o
respeito da família, da Igreja e da sociedade.
3 Compromisso no exercício do ministério
Quem é obreiro e participa ativamente no ministério cristão
sabe que há muitos quesitos a serem considerados quanto ao seu desenvolvimento.
O conhecimento das Escrituras é um dos principais requisitos, pois é essencial
conhecer, amar e ensinar a Palavra de Deus.
3.1 Conhecer a Palavra de Deus
Desde o jardim do Éden até os nossos dias, um dos focos do
Diabo para provocar o homem a cair em tentação é suscitar dúvidas acerca da
Palavra de Deus (Mt 4.1-10). Então, é mais do que necessário que conheçamos a
Palavra (Mt 4.4; Sl 119.105). Jesus, ao se dirigir aos saduceus, afirma que o
erro surge em função do fato de não conhecermos as Escrituras (Mt 22.29; Os
4.6). Em outro momento, Cristo nos diz que, ao conhecermos a Palavra,
seguramente ela nos libertará (Jo 8.32).
3.2 Amar a Palavra de Deus
Amar a Palavra de Deus está explicito em toda a Bíblia. O
livro de Salmos expressa bem essa verdade (Sl 1.1, 2). Davi declara: “Como amo
a tua lei! Penso nela o dia todo” (Sl 119.97). É importante observarmos que
todo o Salmo 119 nos convida a amá-la, estuda-la, compreendê-la e praticá-la. É
evidente que muitos conhecem a Palavra de Deus, mas não a praticam. Possuem
apenas um conhecimento teórico e especulativo. São apenas ouvintes, mas não
praticam diariamente a Palavra do Senhor (Tg 1.22). Além de ser homem íntegro
na sua relação com a igreja, o obreiro deve ter intimidade e conhecimento das
Escrituras (Tt 1.9). Deve ser um obreiro aprovado e que maneja bem a Palavra da
verdade (2Tm 2.15). Vivemos em uma época que as pessoas, inclusive os cristãos
(no caso, os evangélicos) desprezam a Palavra. Salomão declara que quem
despreza a Palavra nunca prosperará (Pv 13.13). A Igreja sem o propósito de
buscar maturidade na Palavra fica extremamente vulnerável e volúvel (Hb 5.11,
12). Muitos líderes e igrejas, deixando-se seduzir pela tentação dos números,
se tornam superficiais quanto ao ensino da Palavra de Deus. Há uma verdade que
nós, cristãos, servos do Deus Altíssimo, não podemos deixar de observar:
obreiros fracos na Palavra geram membros fracos em conhecimento, igrejas fracas
em ensino, suscetíveis às seitas e heresias (2Tm 4.2-5), sujeitas à rebelião e
à contemplação do completo esvaziamento em seus cultos.
3.3 Ensinar a Palavra de Deus
Nas palavras de Paulo, os presbíteros (ou bispos) são
chamados essencialmente, para um ministério de mestre, que necessita tanto do
dom de ensino como de ser leal à mensagem que ensina (Tt 1.9). Em 1 Timóteo
1.15; 4.9; e Tito 3.8, é declarado que a Palavra é fiel e os que ensinam e
pregam a Palavra também devem ser fiéis. O obreiro deve demonstrar capacidade
para o ensino, deve exortar com poder, se ocupar do conhecimento da verdade
para aplicar corretamente a s Escrituras.
CONCLUSÃO
Nessa lição, tivemos a oportunidade de aprender a respeito
da nossa fidelidade ao ministério. Ministério esse que implica em sermos fieis
a Deus, a família, à nossa chamada e vocação ministerial. Que Deus nos capacite
a cumprir com fé e total dedicação o nosso chamado ministerial.
Fidelidade na aplicação dos talentos
1º de março de 2015
Texto Áureo
“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque
na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem
sabedoria alguma” Ec 9.10.
Verdade Aplicada
O Senhor não tem nenhum servo desocupado ou inábil. Ele deu talentos a
cada um conforme sua capacidade, que devem ser aplicados com sabedoria.
Textos de referência
Mt 25.16-19
16 E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles
e granjeou outros cinco talentos.
17 Da mesma sorte, o que recebera dois granjeou também outros dois.
18 Mas o que recebera um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do
seu senhor.
19 E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas
com eles.
INTRODUÇÃO
A parábola dos talentos nos arremete para a responsabilidade nos negócios
do Reino. O talento representa a oportunidade e o aproveitamento de nossa
capacidade no desenvolvimento do Reino de Deus (Mt 25.14-30). Ao contar essa
parábola, Jesus prepara os discípulos para o momento em que eles terão que
trabalhar em sua ausência física, e fazendo-os saber que ao retornar Ele pedirá
conta.
1. Princípio da motivação
No Reino de Deus não basta fazer, mas também o porquê fazer. Conforme
Provérbios 16.2, Deus observa e conhece os princípios de todas as ações. Ele
sabe com precisão as intenções do coração.
1.1 Movidos pelo valor dos talentos
Percebe-se que nada na parábola é irrelevante. Os valores dos talentos
nos levam a compreender a importância das habilidades dadas por Deus, tanto
naturais como espirituais, com as quais podemos servir aos homens e glorificar
a Deus, dando assim continuidade ao Seu Reino. Nenhum homem tem qualquer coisa
de sua autoria, exceto seus pecados (RM3.23). Assim sendo, o valor inestimável
de nossas capacidades deve nos motivar a maximizar nossos esforços no Reino de
Deus, procurando em cada ação e reação dar o nosso melhor (Ec 9.10).
1.2 Movidos pelo privilégio de servir
Não há nada mais grandioso nessa terra do que o Reino que Jesus
implantou. Nada merece mais a nossa atenção (Mt 6.33). Servir no Reino de Deus
é um dos maiores privilégios que o homem pode ter, pois atrai a atenção até
mesmo de anjos (1Pe 1.12). A partir do momento em que o homem se engaja na
excelência da obra de Cristo, tudo mais se torna pueril (Fp 3.7-80. Não
merecíamos participar do planejamento divino, mas por Sua condescendência
fazemos parte desse grande projeto. Fomos chamados pela graça de Deus (Gl
1.15); engajamos em Seu Reino pela graça (1Co 15.10); contribuímos em Seu Reino
pela graça (2Co 8.1-4). Portanto, nada merecemos, mas Deus nos abarcou em Sua
obra e, por conseguinte, não deve ser vista como uma obrigação ou
constrangimento, pelo contrário, deve ser encarada como um privilégio.
1.3 Movidos pelos resultados
AS implicações da desenvoltura de nossos talentos são as mais diversas,
vai desde causar mudanças temporais na vida das pessoas, até mesmo a
conduzi-las à salvação eterna de suas almas, e isso não tem preço (Sl 49.8). O
apóstolo Paulo tinha como motivação maior do seu ministério o bem-estar da
Igreja e, nesse sentido ele não media esforços e sacrifícios (2Co 12.15; At
20.24). Não devemos esquecer que somos resultados do que os outros fizeram.
Aqueles que se habilitam a trabalhar no Reino que Jesus implantou se envolvem
com pessoas procurando melhorar suas vidas, mas a mentalidade do servo inútil é
marcada pela indiferença com o bem-estar dos outros. A aplicação dos talentos
permite que o melhor homem se torne um homem ainda melhor (Jó 42.5, 6).
Portanto devemos dar o nosso melhor para que o que é bom fique ainda melhor.
2. Princípio da responsabilidade
Todos nós temos capacidades e oportunidades diferentes, mas também temos
algo em comum: a responsabilidade de permanecer fiel a Deus e à Sua Palavra.
2.1 Responsabilidade de acordo com a capacidade
O Senhor não dá talentos indiscriminadamente, mas dá a cada um segundo
suas capacidades (1Co 12.7). É manifesto na parábola que, na distribuição de
talentos, o mesmo não foi dado a todos, cada um recebeu conforme sua
envergadura (Mt 25.15). O Senhor não comete erros na atribuição de tarefas,
tampouco pedirá conta além dos potenciais de cada um. Ele tão somente requer
fidelidade (1Co 4.2). Em cada lugar, posição ou situação em que a providência
divina nos colocar, nossa fidelidade estará sendo posta à prova (Rm 14.12).
Somos responsáveis diante de Deus por todas as nossas capacidades, quer sejam
pessoais, produtivas, cognitivas ou relacionais.
2.2 Responsabilidade no investimento
Podemos ser tentados a pensar que os talentos a nós confiados são para
nosso próprio benefício e alegria, mas a verdade é que a parábola nos leva a
compreender que os talentos são para alegria e “enriquecimento” do Senhor (Mt
25.20-23). O Mestre nos confia uma parcela de Suas riquezas não para gastarmos
com nós mesmos, nem para enterrarmos, mas para “negociarmos” com ela. Aprendemos
que o uso correto dos talentos a nós creditados fará ampliá-los. O caminho
certo para aumentar nossas capacidades em Cristo é o exercício dos talentos que
Ele nos deu. Sementes amontoadas e trancadas em um celeiro não se multiplicam
(Ec 11.1) Façamos dos desdobramentos de nossos talentos uma espécie de
investimento e, como todo investimento, os benefícios advindos desse
alastramento do bem serão obtidos no amanhã (Cl 3.23, 24).
2.3 Responsabilidade no tempo confiado
Nenhum homem jamais alcançou lugares ou resultados elevados sem que tenha
empregado sabiamente seu tempo. O estudante que aplica bem o seu tempo, o
atleta que valoriza cada minuto e o agricultor que prepara o terreno no tempo
adequado são mais bem-sucedidos. Isso não pode e nem deve ser diferente na vida
do servo de Deus. Qualquer dia que se passe sem abraçar novas compreensões ou
sem aproveitar as oportunidades, incorrerá em perdas irreparáveis. Provérbios
10.4 lança uma luz para quem objetiva alcançar êxito no que empreende fazer: “O
que trabalha com mão remissa empobrece, mas a mão dos diligentes vem a
enriquecer-se”. O trabalho no Senhor não pode esperar, pois afluirá
consequências eternas em dar ou não valor ao tempo. Paulo, ao advertir os
cristãos de Éfeso e de Colossos sobre a necessidade de remir o tempo, nos faz
compreender que o tempo tem seu “preço” (Ef 5.16; Cl 4.5). Ou seja, “remir o
tempo” pode significar “comprar” o tempo, ser o dono dele. Portanto, quem se
engaja nos “negócios” do Reino de Deus deve aproveitar as oportunidades, pois o
Senhor não tem servos desocupados.
3. Princípio das consequências
É certo que haverá o momento da prestação de contas, na qual cada
indivíduo será recompensado ou punido, conforme agiu em relação aos talentos confiados.
Os homens têm oportunidades e cada um pode agir de modo muito diferente em
relação a elas.
3.1 O julgamento será inevitável
Embora possamos perder nossa capacidade de obedecer, Deus jamais perde a
habilidade e o direito de comandar e exigir fidelidade de Seus servos (Sl
82.1). O nosso comparecimento diante de Deus para prestação de contas não é uma
possibilidade, mas uma certeza (Mt 25.19). O Senhor há de trazer à tona todas
as oportunidades aproveitadas ou perdidas. Cada “centavo” de talento será
cobrado. O anonimato, a insignificância, a fraqueza, a imaturidade e outras
desculpas, tantas vezes usadas como álibi para não assumir responsabilidades
aqui, não nos manterão fora da apreciação divina. Portanto, a inevitabilidade
do julgamento deve servir como incentivo para nossa diligência na
aplicabilidade dos talentos que nos foram confiados.
3.2 Repreensão e condenação
A severa repreensão do Senhor ao servo descuidado (Mt 25.26) é uma
evidência de que Deus julgará as pessoas não apenas por fazerem o mal, mas
também por não fazerem o bem. Deixar de fazer o bem é uma das facetas do mal
(Tg 4.17). A maldade do servo repreendido é demonstrada, não só por sua
infidelidade, mas também por suas desculpas falsas e caluniosas (Mt 25.24). É
notório que o acerto de contas não haverá como reivindicar a justiça, pois a
própria justiça é quem condena. No dia do julgamento, a distinção entre o bem e
o mal será rigorosamente desenhada, pois todos os véus e disfarces serão
arrancados (Ml 3.18). “Senhor, Senhor”, naquele dia, será um grito de desespero
vazio, já que não haverá mais oportunidade de remissão, pois a condenação já
estará decretada (Mt 7.21, 23; 25.11, 12).
3.3 Reconhecimento e aprovação
Compreende-se pelo texto que os servos zelosos perceberam suas responsabilidades
e logo começaram a aplicar os seus talentos. O desfecho não poderia ser
diferente: a aprovação foi imediata (Mt 25.21, 23). Ser admitido à presença do
Senhor e participar de Sua alegria é uma honra além da nossa compreensão. Esse
reconhecimento de “bom” e “fiel” também pode referir-se à conduta e ao caráter.
A cooperação entre a fé e as obras ocasionará o aperfeiçoamento do indivíduo
que se habilita a servir no Reino de Deus (Tg 2.22, 26). Cada ser humano
imbuído da fé em Jesus que canalizar suas habilidades em fazer o bem
incondicionalmente, receberá aprovação e será recompensado (Mt 25.34).
CONCLUSÃO
Aprendemos nessa parábola que trabalhando para Deus cresceremos fortes
nEle. O futuro para quem se adequar ao Evangelho e se entregar ao serviço do
Reino será de recompensas, pois ouvirá do próprio Jesus Cristo: “Muito bem,
servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no
gozo do teu Senhor.” (Mt 25.21).
Fidelidade em tempos de crise
22 de março de 2015
Texto Áureo
“Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que a tua força
é pequena.” Pv. 24.10
Verdade Aplicada
Inevitavelmente, todo ser humano poderá ser visitado por
manifestações súbitas, seja no plano físico, psicológico ou espiritual, que
demandará dele uma fé além das palavras.
Textos de Referência
Jó 1.17-20
17 Falava este ainda quando veio outro e disse: Dividiram-se
os caldeus em três bandos, deram sobre os camelos, os levaram e mataram aos
servos a fio de espada; só eu escapei, para trazer-te a nova.
18 Também este falava ainda quando veio outro e disse:
Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa do irmão
primogênito,
19 eis que se levantou grande vento do lado do deserto e deu
nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre eles, e morreram; só eu escapei,
para trazer-te a nova.
20 Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça
e lançou-se em terra e adorou;
INTRODUÇÃO
A Palavra de Deus deixa claro que não há quem escape das
perplexidades desta vida (Jo 16.33). Mesmo os mais abnegados e dedicados servos
de Deus enfrentam crises e contratempos (Sl 55.1-6). Nesta lição, Jó nos
servirá como arquétipo de fidelidade. Aprenderemos pela sua experiência
avassaladora que os justos, mesmo inseridos em situações de crise, devem
manter-se fiéis ao Senhor (Jó 1.22; Hc 3.17, 18).
1. Fiel, ainda que os relacionamentos estejam afetados.
A fé deve triunfar sobre todas as questões da vida. A
existência humana é composta de relacionamentos interpessoais nos quais
poderemos sofrer acusações ou mesmo indiferenças daqueles que fazem parte de
nosso círculo mais íntimo.
1.1 A intolerância dos familiares.
Nas situações mais críticas da vida, o que menos precisamos
é de alguém que agrave nossa angústia. Nesses momentos, a família deve se
tornar o nosso “chão”; mas nem sempre isso acontece, como foi o caso de Jó. Seu
lar, o mundo de seus afagos, estava afetado. Mesmo em sua fidelidade, diante
dos trágicos acontecimentos ele não encontrou na esposa a palavra que tanto
precisava naquele período crítico de sua vida, mas, ainda assim, ele se manteve
fiel (Jó 2.8-10; 19.14ª). Seu exemplo inspira a mantermos inarredáveis em nossa
fidelidade a Deus. Mesmo quando não encontramos no seio de nossa família o tão
esperado apoio. As Escrituras nos revelam que até mesmo Jesus, nossa maior
inspiração, sofreu incompreensões de Seus familiares (Mc 3.31, 32).
1.2 As acusações dos amigos.
Uma das lições que aprendemos, quando inseridos nas
adversidades, é identificar quem são nossos verdadeiros amigos (Pv 17.17). John
C. Collins afirmou que “na prosperidade, nossos amigos nos conhece; na adversidade,
nós conhecemos nossos amigos.” Quando os amigos de Jó souberam de sua
calamidade foram até ele, em tese para consolá-lo (Jó 2.11-13). A partir do
capítulo 3, com uma teologia equivocada, os amigos de Jó começaram a acusá-lo
dizendo que o seu sofrimento era reflexo de seus pecados. Jó foi acusado de
mentiroso, hipócrita e culpado pela morte de seus filhos (Jó 16.10). Porém,
mesmo diante das zombarias, dos desprezos e das acusações, Jó se manteve
íntegro.
1.3 O desprezo dos circunstantes.
De respeitado e honrado a desprezado e zombado pela
sociedade (Jó 17.2). Essa era a situação de Jó quando inserido na crise
aflitiva (Jó 29.7-11). Tamanha era a desolação, que Jó sentia-se como um animal
de hábitos noturnos que vivia no deserto em solidão (Jó 30.29). A calamidade de
Jó tornara-se assunto de alegria e brincadeira (Jó 17.6; 30.9; Sl 69.12). A
perda da prosperidade acarretou a perda dessas homenagens. Aquele que foi
lisonjeado em riqueza e sucesso foi cruelmente desprezado no momento da
adversidade (Jó 30.1-10). Compreende-se que a vida social de Jó foi afetada
quando tudo passou a dar errado no plano horizontal, isto é, entre os homens.
Entretanto, mesmo desolado e em meio aos contratempos, no plano vertical ele se
manteve fiel ao Senhor, Seu Deus.
2. Fiel, ainda que as perdas pareçam irreparáveis.
A rapidez e imprevisibilidade de acontecimentos na vida de
Jó somente evidenciam como as coisas dessa temporalidade são transitórias. O
dia de festa transformou-se em dia de luto. Precisamos saber como enfrentar:
2.1 A separação das pessoas que amamos.
Por mais dolorosa que seja, a morte é uma realidade e,
paradoxalmente, é diante da perda que nosso coração tende a ficar melhor (Ec
7.1-3). Todos nós teremos que conviver com essa certeza até que Jesus a descontinue,
pois na eternidade com Cristo não haverá mais cortejos fúnebres nem separações
(Ap 21.4). Vale a pena nos manter fiéis a Deus, ainda que com os olhos
lacrimejando pelas perdas irreparáveis, pois o nosso choro não pode ser o fim
da fé, nem o fim da esperança (1Ts 4.13). O próprio Jesus diante da momentânea
perda de Lázaro, embora soubesse que iria ressuscitá-lo, não se conteve e
chorou (Jo 11.35-44). Jó não foi o único que enfrentou a perda das pessoas que
amava. Muitos neste momento poderão estar com os corações dilacerados pela
lacuna deixada por alguém que se foi, mas, assim como Jó, devemos sempre nos
manter fiéis, pois aquele que deu a vida tem o direito de reavê-la (1Sm 2.6).
2.2 A perda de bens materiais.
Ao enfrentar a realidade da perda de seus bens, Jó se apegou
às realidades espirituais e, portanto, não titubeou em sua fé (Jó 13.15). Sua
fidelidade não repousava sobre o que Deus faz neste ou naquele momento, mas
repousava sobre o que Ele é em todos os momentos. Assim, a efemeridade das propriedades
terrenas, bem como a durabilidade das realidades espirituais ficam demonstradas
no perpassar do livro. Somente um coração centrado em Deus e em Seus
princípios, como era o de Jó, poderá suplantar todos os sentimentos de
incredulidade em tempos inesperadamente desfavoráveis (Jó 2.21; Hc 3.17-19).
2.3 A irrefutável realidade das enfermidades.
Não há com o negar que, devido ao pecado, a humanidade está
sujeita a todo tipo de males (Gn 3.16-19). Ninguém está livre de ser acometido
pelas doenças e enfermidades (Rm 3.23). Todavia, é nessas situações que a
verdadeira natureza da fé é aferida (Jó 2.4-6). Como se não bastasse o estado
psicológico fragilizado em que estava, Jó agora viu seu estado físico sendo
atingido violentamente e sua saúde se esvaindo (Jó 2.7, 8). É no contexto das
angústias que se revelará a força ou fraqueza do cristão, se é fiel ou infiel
(Pv 24.10). Jó, a despeito de sua dor e sofrimento, sabia que Deus continuava
lhe assistindo e defendendo (Jó 16.19). Mesmo nos momentos de maior intensidade
de sua dor, Jó permaneceu fiel (Jó 2.10). O livro de Jó nos ensina que o
diagnóstico, por mais irrefutável que pareça, não pode contraditar o amor e
assistência divina (Sl 46.1).
3. Como manter-se fiel mesmo ante as instabilidades da vida.
Nem sempre é fácil compreender o agir de Deus, mas o
discernimento da Sua Palavra e a convicção de que Deus sempre quer o melhor
para nós nos manterão estáveis frente às vicissitudes da vida.
3.1 Manter as convicções estabelecidas.
Embora a palavra “fé” não apareça no livro de Jó, ela
transparece na vida e no comportamento dele ante a crise que se instalara em
sua vida (HB 11.1). Suas convicções sobre Deus e Sua bondade não foram
estremecidas (Jó 19.23). Jó nos ensina que, onde a sabedoria de Deus se manifesta
como incógnita, o único caminho a ser seguido é o da fé (Hb 11.6). Assim,
aprendemos que a teologia de um homem influenciará em sua vida, pois as
convicções espirituais são as raízes de todas as outras. O que quer que um
homem pense sobre Deus e sobre sua fé moldará o seu caráter e delineará o seu
destino. Apesar dos pesares, a fé de Jó ancorava em Deus (Jó 13.14-16).
3.2 Não aplicar a teologia da causa e efeito na vida.
Entende-se pelas Escrituras que o sofrimento tenha como
causa primária o pecado, todavia, nem todo sofrimento tem como causa imediata o
pecado (Gn 3.15-19); Jo 9.1-3). A teologia da causa e efeito transfere a
fixidez do mundo físico para o mundo espiritual. Para muitos, o sofrimento é
reflexo da ausência de Deus na vida e, consequentemente, pecado oculto. Essa
era a mentalidade teológica de Elifaz, Bildade, Zofar e de Eliú (Jó 4.7, 8;
22.5). A fé de Jó não foi abalada porque ele sabia que tragédias podem acometer
também a quem conhece a Deus.
3.3 Compreender a soberania divina.
Jó não atribui ao Diabo a causa de suas aflições, como
muitos costumam fazer. A certeza da soberania divina deu-lhe serenidade para
adorá-Lo no dia da perplexidade (Jó 1.20; Hc 3.17, 18). Ele tinha a consciência
que a vontade divina, que é soberana, determina a nossa vinda e nossa ida neste
curto período de vida (Jó 1.21; Ec 3.2). Não são poucos os que inseridos na
adversidade têm dificuldade de conciliar a bondade com a onipotência de Deus.
Indagam: “Se Deus é bom e pode todas as coisas, porque estou sofrendo?” C.S.
Lewis, em seu livro “O problema do sofrimento”, nos fala como é difícil, ou até
mesmo impossível, saber com certeza o que é bom ou mau nesta vida (Is 55.8, 9).
CONCLUSÃO
A simultaneidade de acontecimentos trágicos que sobreveio na
vida de Jó não o tornou uma pessoa amarga. Ele foi vítima das incompreensões,
sofreu grandes prejuízos e ainda assim não perdeu a amabilidade com o próximo e
mostrou-se fiel a Deus (Jó 42.10; 1.22). Todo aquele desencadear de aflições
que sucedeu em sua vida serviu-lhe de prova e aperfeiçoamento. Jó saiu da crise
mais fortalecido, mais lúcido sobre Deus e sobre si mesmo (Jó 42.5, 6). Mesmo
fora das fronteiras da compreensão e do amor fraternal dos parentes, amigos e
conhecidos, Jó sabia com quem podia contar: Deus.
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