Lições Bíblicas CPAD
Jovens 3º Trimestre de 2015
Título: Novos Tempos, Novos Desafios —
Conhecendo os desafios do Século XXI
Comentarista: César Moisés Carvalho
Lição 6: O avanço científico
Data: 9 de Agosto de 2015
TEXTO DO DIA
“E, de mais disso, filho meu, atenta: não há limites
para fazer livros, e o muito estudar enfado é da carne.” (Ec
12.12).
SÍNTESE
A igreja não é contrária ao saber,
mas este não pode servir às ideologias que têm como finalidade desacreditar a
existência de Deus.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — 2Cr 1.10
Pedindo sabedoria e conhecimento
TERÇA — 2Cr 30.22
Bom conhecimento do Senhor
QUARTA — Jó 21.14; Os 4.6
A triste decisão pela ignorância
QUINTA — Jó 42.3
O melhor reconhecimento
SEXTA — Os 6.6
O conhecimento de Deus é superior aos
sacrifícios
SÁBADO — Tt 1.1
O conhecimento segundo a piedade
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
·
COMPREENDER que
conhecer e produzir conhecimento são capacidades dadas por Deus ao ser humano.
·
SABER que,
como cristãos, não podemos demonizar nem divinizar a ciência.
·
CONSCIENTIZAR dos
desafios científicos do nosso tempo frente à ética cristã.
INTERAÇÃO
Nesta
lição estudaremos a respeito dos avanços científicos do nosso século. Este é um
tema de extrema relevância para a igreja evangélica atual. Alguns cristãos,
erroneamente, ainda insistem em acreditar, e afirmar que cristianismo e ciência
são antagônicos. Todavia, a Palavra de Deus afirma que a busca pelo saber é
legítima. Deus sempre desejou que o homem buscasse o conhecimento. Embora
alguns cientistas não acreditem na existência de Deus, e tentem propagar o
ateísmo, isto não invalida o fato de que o Senhor deseja que o homem busque o
saber e produza ciência. Ressalte, no decorrer da lição, que a ciência não é
boa ou ruim. Segundo o pastor César Moisés, autor das lições, “o que os
cientistas fazem com ela é que podem torná-la uma ou outra coisa”.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para Introdução da lição
sugerimos que você escreva no quadro a seguinte frase de Francis Bacon: “Um
pouco de ciência afasta o homem de Deus. Muita ciência o traz de volta”. Em
seguida pergunte se os alunos concordam com esta afirmação. Ouça a todos com
atenção e explique que a Palavra de Deus nos ensina que a ciência se
multiplicaria, pois Deus deu ao homem a capacidade criativa. O que temos visto
atualmente é cumprimento das Sagradas Escrituras. Os cristãos não podem temer,
ou seja, ter um olhar receoso em relação à ciência. O que não podemos é nos
deixar levar pelas ideologias humanas e malignas que tentam negar a existência
do Deus Criador.
TEXTO BÍBLICO
Eclesiastes 1.13,14,16-18.
13 — E apliquei o meu coração a
esquadrinhar e a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do
céu; essa enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens, para nela os
exercitar.
14 — Atentei para todas as obras
que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito.
16 — Falei eu com o meu coração,
dizendo: Eis que eu me engrandeci e sobrepujei em sabedoria a todos os que
houve antes de mim, em Jerusalém; na verdade, o meu coração contemplou
abundantemente a sabedoria e a ciência.
17 — E apliquei o meu coração a
conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras e vim a saber que
também isso era aflição de espírito.
18 — Porque, na muita sabedoria,
há muito enfado; e o que aumenta em ciência aumenta em trabalho.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
A presente lição tem como finalidade
estudar alguns dos principais avanços científicos ocorridos nesta primeira
década do século 21. Diferentemente do que se ouve por aí, a igreja não é
contrária ao avanço científico, ao conhecimento e ao saber.
No início deste novo século, deu-se a
conclusão do mapeamento do genoma humano. A bioética nunca foi tão popular
quanto agora. Há pouco tempo, discussões envolvendo as células-tronco foram
acompanhadas por todo o país, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu aprovar
a utilização das pesquisas com células-tronco.
Esta e muitas outras questões eram
inexistentes há poucos anos, porém, a igreja da atualidade não pode esquivar-se
de, à luz da Palavra de Deus, oferecer respostas às grandes e inquietantes
indagações que desafiam nossos filhos, desde a infância até a fase adulta na
universidade, a responderem com “mansidão e temor a qualquer que vos pedir a
razão da esperança” que neles — e em nós — há (1Pe 3.15).
I. A OBSESSÃO PELO SABER
1. Investigar o mundo. Conhecer
e produzir conhecimento são capacidades dadas por Deus ao ser humano. Adão, por
exemplo, recebeu a ordem de administrar a terra, iniciando pela nominação dos
animais (Gn 1.26-28; 2.5-20). Esse trabalho certamente demandou, além de tempo,
muita observação e esforço.
2. Salomão, o homem que se dedicou a
pensar e a conhecer. Conhecido como o homem mais sábio que já existiu
(1Rs 4.29-34), Salomão denota em Eclesiastes que, apesar de ter dedicado a sua
vida à investigação de tudo quanto acontece “debaixo do céu”, tal exercício é,
assim como as demais atividades humanas, “correr atrás do vento” (Ec 1.14,17,18
— ARA).
Seria tal expressão um desincentivo à busca do saber? Evidentemente que não,
mas uma forma de dizer que a vida não pode apoiar-se sobre a investigação
puramente humana, pois isso não lhe trará sentido.
3. A obsessão pelo saber. Se
a busca pelo saber é legítima, as motivações que a impulsionam nem sempre o
são. Escrevendo aos coríntios, Paulo diz que o conhecimento de alguns os
tornavam inchados, ou seja, orgulhosos e sem amor (1Co 8.1-13).
Semelhantemente, muitos cientistas fazem do seu ateísmo a fundamentação
filosófica para produzir ciência, visando influenciar as pessoas a desacreditar
em Deus (Rm 1.22).
Pense!
Por causa da incredulidade de alguns
dentistas, devemos desprezar o conhecimento?
Ponto Importante
A busca pela aquisição do saber é
legítima e uma das características humanas.
II. O CRISTIANISMO E A CIÊNCIA
1. A ciência e sua importância. Em
sua obra E agora, como viveremos? (CPAD),
Charles Colson e Nancy Pearcey afirmam que a “ciência afeta toda a nossa visão
de mundo — não só as ideias sobre a religião e a ética, mas também sobre a
arte, a música e a cultura popular”. Uma vez que a ciência tem tamanha
repercussão sobre a nossa vida, indiscutivelmente, ela deve ser considerada à
luz da Bíblia (2Co 10.5), evitando-se os equívocos ou extremos que ora a
demonizam, ora a divinizam. Isso porque, como qualquer outra atividade humana,
ela não é, em si mesma, boa ou má, podendo ser usada para o bem, ou para o mal,
dependendo da intenção e caráter de seus agentes.
2. Os pressupostos do cristianismo
possibilitaram a criação da ciência moderna. Desde
a criação da chamada “ciência moderna”, o homem vive a ilusão de que pode viver
de maneira autônoma e à parte de Deus (Sl 14.1). Pouquíssimas pessoas, porém,
sabem que o que possibilitou à ciência moderna tornar-se uma realidade devido
aos pressupostos do pensamento cristão.
A visão mítica e animista de mundo,
que prevaleceu por séculos na antiguidade, passou a ser questionada por
cientistas cristãos que diziam que a terra não era uma divindade, mas criação
de Deus (Gn 1.31 — 2.3). Logo, ela poderia — e deveria! — ser pesquisada e
administrada através do trabalho e do conhecimento. Copérnico, Galileu, Keplere
Newton são alguns exemplos de cientistas cristãos que possibilitaram, a partir
de sua fé, as condições para que a ciência moderna viesse a ser criada.
Baseados no caráter do Deus
apresentado na Bíblia, cuja criação não fora um castigo, mas sim um projeto
intencionalmente executado para a glória dEle (Sl 148), esses cientistas
propuseram suas teorias que explicavam cientificamente o funcionamento do universo,
deixando de vê-lo como algo “divino” e, portanto, inescrutável e imprevisível.
3. Resgatando a relação do
cristianismo com a ciência. Devido ao fato de a ciência em si mesma não ser boa
nem má — e sim o que os cientistas fazem com ela é que podem torná-la uma ou
outra coisa (Tt 1.15) —, é necessário que a igreja apoie os seus membros que
militam nessa área.
É preciso que os cristãos resgatem o
princípio exposto pelo inventor da tabela periódica, Mendeleev, que dizia que a
“função da ciência é descobrir a ordem que governa o mundo e as causas dessa
ordem”. É urgente reformar a ciência para que ela volte a servir para o
melhoramento da qualidade de vida e ao cuidado com o meio ambiente, sem
comprometer-se com a tirania do mercado ou com a inventividade que visa
modificar o estado normal das coisas a fim de afrontar o Criador (Rm 1.19-28).
Se os cristãos não ocuparem os espaços de produção científica, outros o farão
(Pv 28.12; 29.2).
Pense!
Você acha que estudar e adquirir
conhecimento contribui para que as pessoas se tornem incrédulas?
Ponto Importante
A boa ou má utilização da ciência e do
saber depende do caráter do pesquisador, portanto, quanto mais pessoas que
conhecem a Deus tivermos nessa área, melhor.
III. DESAFIOS CIENTÍFICOS À ÉTICA CRISTÃ
1. Avanços científicos da primeira
década do século 21. Ficções científicas estão se tornando realidade. A
fusão híbrida entre homem e máquina está cada vez mais próxima. Recentemente, a Revista Science,
publicação norte-americana destinada à divulgação científica, listou as dez
maiores áreas em que aconteceram descobertas científicas na primeira década do
século: cosmologia, DNA antigo, água em Marte, reprogramação celular,
micróbios, exoplanetas, inflamações, metamateriais, mudanças climáticas e
Genoma “Escuro”.
Tais avanços não aconteceram a partir
do “nada”; eles só foram possíveis devido às descobertas que os precederam.
Infelizmente, há muito tempo grande parte da comunidade científica se
“esqueceu” do objetivo da ciência e passou a desenvolver seu trabalho motivado
por propósitos que não dignificam a atividade e ainda menos o ser humano (Rm
1.22).
Ademais, a tentativa de desacreditar
Deus parece ser uma das bandeiras mais ostentadas pela comunidade científica.
Como já foi dito, quanto menos servos de Deus houver entre os cientistas, pior
será. Cabe à igreja incentivar os que estão se formando nas áreas de biologia e
física, pois tais cristãos podem — e devem — glorificar a Deus com suas
profissões (Ef 6.6-8; Cl 3.23).
2. Conclusão do sequenciamento do
genoma humano e células-tronco. O
sequenciamento do genoma humano que foi iniciado em 1990 e teve o seu primeiro
rascunho anunciado em 1999 só foi concluído em 2003. A ideia de que a vida
tenha se desenvolvido por um processo aleatório e cego só pode continuar
dominando a mentalidade nos círculos científicos por opção ideológica, mas não
por evidências, pois, ao final do referido projeto, um dos seus diretores, o
cientista Francis Collins, de ateu tornou-se cristão. Sua conversão foi o
resultado, entre outras coisas, do fato de o referido cientista concluir que o
código genético possui tal ordenação e planejamento que seria impossível não
ter sido projetado por um Ser Inteligente. Por outro lado, outros cientistas
usam a mesma lógica para defender o ateísmo e a descrença (Sl 14.1; 53.1).
Apesar de a pesquisa com células-tronco
ter sido iniciada no outro século, somente neste é que o seu uso tornou-se, de
fato, amplamente conhecido. Com a promessa de substituir células que o
organismo deixou de produzir por alguma deficiência, ou em tecidos lesionados
ou doentes, as pesquisas com células-tronco sustentam a esperança de encontrar
tratamento, e talvez até mesmo cura, para doenças que até pouco tempo eram
consideradas incontornáveis, como diabetes, esclerose, infarto, distrofia
muscular, Alzheimer e Parkinson.
A polêmica em torno do uso das
células-tronco refere-se apenas às embrionárias, pois as do cordão umbilical e
em tecidos adultos (como o sangue, a medula óssea e o trato intestinal, por
exemplo), não encontram barreira ética alguma (Sl 139.13-16).
3. Engenharia genética. Tais
avanços, para ficar apenas no campo biológico, possibilitaram determinadas
manipulações que esbarram na ética da vida e, obviamente, na cristã. Se por um
lado a ciência deve melhorar a vida humana, por outro, ela não pode servir de
desculpa para acabar com essa mesma vida, como é o caso da utilização de
células-tronco embrionárias. Sabe-se que atualmente a engenharia genética já
tornou possível a escolha do sexo do bebê e também a seleção de embriões sem
distúrbios graves. De certa forma, isso significa que a humanidade já é capaz
de decidir como serão os novos habitantes do planeta. Esse “poder”, longe de
servir ao bem, lamentavelmente servirá ao mal por mentes inescrupulosas e sem
temor. Não nos enganemos, a vida pertence a Deus (1Co 6.20).
Pense!
A engenharia genética pode ser usada
para a glória de Deus?
Ponto Importante
Os desafios trazidos pelos avanços
científicos, obriga-nos a estar prontos, inclusive cientificamente, para
continuar instruindo as novas gerações.
CONCLUSÃO
É imprescindível que a Igreja de
Nosso Senhor Jesus Cristo ocupe posições sociais estratégicas por meio de seus
membros. Somente pessoas que se veem dependentes da graça divina poderão
desenvolver ciência como forma de glorificar o nome do Senhor.
ESTANTE DO PROFESSOR
COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E agora, como viveremos? 2ª Edição. RJ; CPAD, 2000.
COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. O Cristão na Cultura de Hoje: Desenvolvendo uma visão de mundo autenticamente cristã. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006
COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. O Cristão na Cultura de Hoje: Desenvolvendo uma visão de mundo autenticamente cristã. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006
HORA DA REVISÃO
1. As
expressões encontradas em Eclesiastes 1.14,17,18 são um desincentivo à busca do
saber? Por quê?
Evidentemente que não, mas uma forma de dizer que a vida não pode
apoiar-se sobre a investigação, pois isso não lhe trará sentido.
2. Segundo
os autores Charles Colson e Nancy Pearcey, por que a ciência é importante?
Porque ela “afeta toda a nossa visão de mundo — não só as ideias sobre a
religião e a ética, mas também sobre a arte, a música e a cultura popular”.
3. Qual
a contribuição do cristianismo para o desenvolvimento da “ciência moderna”?
A ciência moderna só foi possível devido aos pressupostos do pensamento
cristão. Copérnico, Galileu, Kepler e Newton, são alguns exemplos de cientistas
cristãos que possibilitaram, a partir de sua fé, as condições para que a
ciência moderna viesse a ser criada.
4. Por
que a igreja deve incentivar os seus membros que estão se formando?
Porque quanto menos servos de Deus houver entre os cientistas, pior
será.
5. Quais
os desafios que a engenharia genética trouxe à igreja do século 21?
A possível escolha do sexo do bebê e também a seleção de embriões sem
distúrbios graves.
SUBSÍDIO
“Apesar de a maioria dos cristãos
éticos apoiarem a reprodução assistida se usada exclusivamente para ajudar a
restaurar a função natural, o problema aparece quando fazemos coisas nunca
antes feitas na natureza — por exemplo, combinações genéticas impossíveis. A
tecnologia da fertilização in vitro também
torna possível uma grande quantidade de práticas moralmente dúbias, como a
colheita de tecidos do feto para propósitos médicos, a distribuição de ovos
fertilizados que sejam capazes de se tornar fetos e a paternidade ou
maternidade substituta, os quais já abriram a caixa de Pandora. Soubemos de uma
mulher que foi inseminada pelo genro e deu à luz um filho para a própria filha.
Uma pastora episcopal pegou o esperma de três homens misturados (para que ela
própria não soubesse quem é o pai), fez inseminação e teve o bebê. Gays e
lésbicas participam de encontros que chamam de ‘Processadores de
Óvulo-Esperma’, onde se examinam mutuamente com os olhos voltados para a
seleção de bons genes.
[...] Por causa da doutrina da
Criação, sabemos que a vida tem valor. Sabemos que a vida está enraizada em
algo além de tubos de ensaio ou átomos que se colidem, mesmo com todas as vozes
ao nosso redor dizendo o contrário” (COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E agora, como viveremos? 2ª
Edição. RJ: CPAD, 2000, pp.162-163).
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PAZ DO SENHOR
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