ESCOLA
DOMINICAL - Conteúdo da Lição 6
Revista da Editora Betel -Adultos
O
Segredo dos Milagres Apostólicos
9
de agosto de 2015
Texto
Áureo.
“Mas
recebereis virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis
testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos
confins da terra”. At 1.8.
Verdade
Aplicada.
Os
milagres autenticam a pregação e são o cartão postal de uma Igreja viva e
movida pelo Espírito santo.
Textos
de Referência.
Atos
1.1-4
1
Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a
fazer, mas a ensinar,
2
Até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo
Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera;
3
Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e
infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando
das coisas concernentes ao Reino de Deus.
4
E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas
que esperassem a promessa do Pai, que, disse ele, de mim ouvistes.
INTRODUÇÃO
Esse
livro da Bíblia sagrada recebe o nome de “Atos” porque mostra exatamente o que
os apóstolos começaram a realizar movidos pelo poder do Espírito santo e
alicerçados na ressurreição de Cristo (At 1.8).
1.
Poder para testemunhar.
Lucas
começa a dissertação discorrendo acerca das coisas que Jesus começou, não só a
fazer, mas a ensinar (At 1.1). Aqui se finda Seu ministério terreno e tem
início o ministério dos apóstolos. Veremos como foram instruídos antes da Sua
ascensão e como deveriam agir após ser recebido nos céus.
1.1.
Poderosas testemunhas
Como
testemunhas, os apóstolos deveriam atuar em uma série de círculos concêntricos
em continua expansão. Primeiro, Jerusalém, depois através da Judeia; passando
por Samaria, um estado semi judeu, que seria uma espécie de ponte que ligaria o
mundo pagão; e, finalmente, deveriam testemunhar até os confins da terra (At
1.8). Por não se tratar de uma fácil missão, eles deveriam primeiro ser
revestidos de um poder sobrenatural, pois sem ele a missão estaria ameaçada (At
1.4,5).
1.2.
Convicção para prosseguir.
Durante
três anos e meio Jesus mostrou através de sinais e maravilhas que havia um
governo de trevas que dominava os homens e cegava seus entendimentos (2Co 4,4).
Eles sabiam que havia um poder contrário, um governo de trevas sobre o mundo e
eles deveriam desapossá-lo. Mas sem poder isso seria impossível. Por esse
motivo, Jesus ficou com eles por espaço de quarenta dias falando somente acerca
do Reino de Deus. Jesus lhes revelou que havia outro reino, o das trevas (At
26.18; Cl 1.13; 26-29). Para que o Reino de Deus fosse bem sucedido, era
preciso que tivessem a convicção de quem eram a partir de então e como deveriam
agir (Ef 6.10, 12). Porque melhor do que agir é saber o porquê da ação! Talvez
esse seja nosso maior problema nesse mundo. Saber quem somos e o que podemos
fazer.
1.3.
Entendendo o porquê do revestimento.
Por
que Jesus gastou tantos dias de revelação e ordenou que esperassem o
revestimento do Espírito Santo antes de qualquer missão? O termo grego usado
para “testemunha” é “martyr”. Alguns estudiosos entendem que o significado da
missão dada por Jesus seria originalmente que Seus apóstolos morreriam
defendendo a fé. Eles seriam mártires. Por isso, deveriam estar revestidos (At 1.3,
4). Um único destino lhes esperava, era a morte pela propagação da verdade e
deveriam estar prontos para isso (At 1.8).
2.
A paciência de esperar antes de avançar.
Sabemos
que toda grande construção deve haver um grande alicerce. É o alicerce que garante
o peso que poderá suportar. Jesus sabia muito bem disso. Ele sempre falou em
calcular antes de construir (Lc 14.26-32). O que estava em jogo naqueles
quarenta dias era o futuro da Igreja e o projeto necessitava estar sólido antes
da execução.
2.1.
Quarenta dias de seminário.
Mediante
manifestações da vida ressurreta, durante 40 dias, Jesus se revelou aos Seus
discípulos, aparecendo e desaparecendo. Seu intento era leva-los gradualmente a
perceber que Ele pode estar presente no Espírito, embora ausente no corpo. Não
sabemos o que Jesus falou. Mas sabemos que era tão grande, que foram capazes de
esperar e depois rasgaram os arquivos de suas vidas passadas, se importando
apenas com a missão que lhes fora outorgada. A priori pensavam que o Reino de
Deus se expressaria pela restauração de Israel (At 1.7). Mas Jesus os fez
entender que Seu plano abrangia o mundo e não apenas um país. Como resposta às
suas curiosidades receberam uma promessa e uma comissão (At 1.8).
2.2.
A arte de esperar.
Há
várias maneiras de se esperar e a melhor de todas é quando sabemos que o que
esperamos vai melhorar para sempre nossas vidas. Até Jesus esperou. Ele viveu
durante trinta anos observando injustiças e vendo pessoas enfermas sem poder
fazer nada por elas porque não havia chegado o momento (Jo 2.4). Se até o
próprio Jesus precisou atuar movido pelo Espírito Santo, não seria diferente
com os apóstolos que escolhera (At 1.2). Jesus revelou a Seus discípulos o
caráter e o objetivo do Reino, e lhes fez entender que estavam ligado a Ele,
sendo pessoalmente o principal responsável tanto antes quanto depois de Sua
morte. É importante saber o que se espera, pois a esperança não traz confusão
(Pv 10.28; Rm 5.5a).
2.3.
A promessa do Pai.
Jesus
traça um contraste entre o batismo de João e o revestimento do Espírito Santo
que deveriam aguardar (At 1.5). O batismo em água era oferecido somente àqueles
que davam provas de verdadeiro arrependimento, pois atuava externamente (Lc
3.8). Jesus estava lhes falando de mudança interior. Em muitas situações
passadas, esses homens haviam fraquejado, mas revestidos se tornariam despertos
para com a presença do Espírito e mais receptivos à Sua presença e poder.
3.
Não somente ver, mas realizar.
Lucas
começa o diálogo falando acerca do que Jesus fez e ensinou a fazer. O que fez e
o que disse são coisas inseparáveis. O que Ele fez deve ser interpretado à luz
do que disse; e o que Ele disse deve ser interpretado à luz de tudo o que Ele
fez. O que se seguiu no movimento Cristão teve lugar por causa daquilo que
Jesus fizera e dissera (At 1.1).
3.1.
Parem de olhar para cima.
Jesus
deu as coordenadas, mas parece que faltava algo para impulsionar os discípulos
a marchar. As palavras dos anjos soam como uma última advertência: “é hora de
dar segmento a obra, parem de olhar para cima, mais tarde ele vai voltar” (At
1.10,11). Existe o perigo de nos ocuparmos com os mistérios da Trindade e nos
esquecermos do próprio Senhor. De nos dedicarmos ao estudo da expiação e nos
esquecer daqueles pelos quis Jesus morreu.
3.2.
Testemunho de poder.
O
Evangelho sem milagres é como um mar de peixes. Durante três anos e meio o
mundo se maravilhou com o ministério de Jesus aqui na Terra e, após Sua
ascensão, os discípulos testemunhavam Sua ressurreição com grande poder (At
4.33). É impossível entender como alguém pode falar de Cristo e não fazer uso
do poder de Seu nome para libertar oprimidos, curar enfermos e operar
maravilhas, prodígios que atraem as multidões (Jo 6.2). Esse foi o modelo
ensinado por Jesus e não adianta inventar outra forma de apresentar o
cristianismo. Ele afirmou que se crêssemos faríamos obras ainda maiores (Jo
14.12). O tempo passou e, em vez de homens poderosos, nos tornamos hábeis
pensadores. Para que esse tempo volte, precisamos não de reforma, mas sim, de
retorno (At 11.15).
3.3.
O segredo do sucesso apostólico.
Até
hoje vivemos a nos perguntar como esses homens alcançaram tão grande feito em
seus dias. E aqui está a resposta: eles fizeram coisas extraordinárias. Mas,
por que fizeram? Porque se prepararam antes de agir. E qual foi o preparo?
Deixar de amar a própria vida por causa da missão. Eles trocaram a vida pela
glória (Lc 14.33). Nós saímos do mundo, é certo que tanto nossa influência
quanto resistência dependem de nossa separação e renúncia. É preciso entender
que o sal vem do mar, mas se outra vez for misturado com a agua desaparecerá
(Lc 14.34).
CONCLUSÃO
Os
evangelhos relatam o que Jesus Cristo fez através de um corpo mortal. No
entanto, o livro de Atos apresenta o que Ele fez por meio da Igreja que é o Seu
Corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos (Ef 1.23).
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