ESCOLA DOMINICAL - Conteúdo da LIção 7
Revista da
Editora Betel-adultos
O Milagre da Porta Formosa
16 de agosto de 2015
Texto Áureo
“E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que
tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda”.
Atos 3.6
Verdade Aplicada
Testemunhar a Cristo no poder do Espírito Santo é
demonstrar em ações aquilo que vimos, ouvimos e vivemos.
Textos de referência
Atos 3-1,2,4,6,7
1 Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da
oração, a nona.
2 E era trazido um varão que desde o ventre de sua
mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo chamada Formosa,
para pedir esmola aos que entravam.
4 E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse:
Olha para nós.
6 E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que
tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.
7 E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo
os seus pés e artelhos se firmaram.
INTRODUÇÃO
Durante três anos e meio no ministério, Jesus
caminhou, orou, dormiu, manifestou Sua glória e instruiu Seus discípulos. Sua
meta era que aprendessem e pusessem em prática aquilo que viram e ouviram.
1. A chegada de um novo tempo.
Aquele período de oração foi diferente, tanto para
os discípulos de Jesus quanto para aquele homem que há quarenta anos mendigava
à porta do templo. Em meio ao fluxo de pessoas que chegava naquela tarde,
estavam Pedro e João, os quais, com muita autoridade em nome de Jesus,
realizaram tal milagre.
1.1. A porta Formosa ou Dourada.
A Porta Formosa ou Dourada, também conhecida como
portão oriental – Golden Gate, é a porta mais importante de Jerusalém. Era
feita de latão de Corinto e ricamente ornada. Coberta de ouro e prata, com a
luz do sol, a porta produzia um brilho reluzente. Naquela época, essa porta
dava acesso ao pátio do Santuário e, posteriormente, ao Santíssimo Lugar, onde
somente o sumo sacerdote entrava uma vez por ano. É a mesma porta pela qual Jesus
entrou quando foi aclamado rei sob um jumentinho (Mc 11.7-11), a qual foi
selada após a Sua entrada triunfal e que somente será reaberta no dia de Sua
segunda vinda (Ez 43.1-5; 44.1, 2). Essa porta profética. Diante dessa porta,
esse homem conheceu a verdade salvadora, a grandeza do nome de Jesus e a
entrada para o Reino.
1.2. Um coxo à porta do templo.
Era costume no Oriente os mendigos se sentarem à
entrada dos templos ou santuários. Esse lugar era estratégico e considerado
como o melhor de todos porque, quando as pessoas estavam a caminho para adorar
a seu deus, estas também se dispunham a ser generosas com seu próximo. Esse
homem era da idade de quarenta anos e estava acostumado a mendigar à porta do
templo. Porém, naquele dia, ele recebeu o que esmola alguma compraria. O
curioso é que o poder de Deus se manifestou do lado de fora do templo, enquanto
que, do lado de dentro, o culto era apenas uma cerimônia religiosa e formal.
Será que nossa formalidade também não está impedindo que os milagres se processem
no interior do templo?
1.3. A virtude de realizar grandes proezas.
O sentimento religioso pode nos cegar ao ponto de
não vermos onde Jesus está se manifestando (Mt 15.6; 2Co 4.4). O milagre
aconteceu fora do templo. A mesma virtude que se manifestou em Cristo para
milagres se manifesta na vida de Seus seguidores (Lc 5.17b; At 1.8). Como esse
coxo, muitas pessoas chegam ao templo buscando uma ajuda que amenize seus
sofrimentos, mas o Senhor deseja algo mais: a reconstrução de suas vidas. Da
mesma forma que Pedro chamou a esse homem incapacitado de andar, o Senhor chama
os incapacitados pelo pecado a caminhar no poder de Seu Nome (At 3.12).
2. O que tenho isso te dou.
Pedro manda o mendigo olhar para ele e diz que não
tem prata nem ouro. Mas, de repente, diz que é possuidor de algo poderoso e que
vai lhe dar. Aquele mendigo recebe um inesperado presente, que não só contagia
sua vida, mas a de todos que o conheciam (At 3.6).
2.1. O poder do nome.
Um dito popular nos afirma que ninguém pode dar aquilo
que não tem. Pedro e João sabiam que eram portadores de uma virtude
sobrenatural e, confiados no nome de Jesus, eles se uniram para dar aquele
homem o que ele jamais imaginou receber. O nome de Jesus foi o poder que
impulsionou a fé no coração daquele homem (At 3.12). O Senhor deu a cada um de
nós uma senha. Com ela, podemos entrar nas esferas do mundo espiritual e
realizar grandes proezas. Esta senha é o poder de Seu nome (Mc 16.17, 18).
Pedro sabia disso quando afirmou: “o que tenho isso te dou” (At 3.6).
2.2. Andando, saltando e louvando.
Indo para a reunião, muitos deram esmolas àquele
homem. De repente, ele entra andando ao lado de Pedro e João e começa a saltar
e a pular dentro do templo. O fato mais surpreendente é que o milagre veio de
fora para dentro do templo, quando deveria vir de dentro para fora. Esse homem,
que antes era imperceptível, agora inflama a todos que ali estão e se torna o
centro das atenções (At 3.8). Assim é o Evangelho. Ele saca o homem da posição
da vergonha e esquecimento para confundir a todos aqueles que duvidam do
impossível (At 3.10; 1Co 1.26-29).
2.3. Esperando receber alguma coisa.
Ele pediu uma esmola, Pedro lhe pediu atenção. Ele
esperava receber algo (At 3.5). Pedro disse que não tinha prata nem ouro.
Quando pensava em nada receber, recebeu além do que precisava, recebeu o que
nunca teve: a capacidade de andar. Pedro e João representaram para aquele homem
a esperança. Como servos do Senhor, somos também a esperança desse mundo
paralisado. Todos os que se aproximam de nós, esperam receber alguma coisa.
Todos nós temos algo a oferecer, mesmo que seja mínimo (Mt 25.15). Podemos não ter
prata nem ouro, mas podemos, como Pedro, estender a mão e ajudar a quem estiver
à nossa porta (At 3.7).
3. Milagres não acontecem por acaso.
Esse milagre tem muito a nos ensinar sobre um poder
que não está confinado a templos. Ele nos mostra que, antes mesmo de orar, a
palavra de poder já faz parte de nossas vidas. Pedro não esperou cumprir uma
liturgia, ele teve visão e entendimento para realizar tal feito. Vejamos os
efeitos provocados por esse milagre:
3.1. Ele foi curado instantaneamente.
Existem casos como Naamã, que o milagre passa por
algumas fases até que seja completo. Mas nesse caso, o milagre foi instantâneo.
Pedro proferiu a palavra, o levantou pelas mãos e ele começou a andar e saltar
dentro do templo (At 3.7-9). Esse homem esteve ali durante toda sua vida, mas
nada o impactou tanto quanto naquele dia. Pedro diz que o nome de Jesus
produziu fé naquele homem e o fortaleceu pondo-o de pé (At 3.16). E conclui com
uma grande verdade: “não foi nossa virtude nem nossa santidade que operou esse milagre,
foi o poder do nome de Jesus (At 3.12b).
3.2. Todos o conheciam.
As pessoas ficaram assombradas porque estavam
acostumadas a vê-lo, sem jamais acreditar que aquele milagre fosse possível (At
3.10). Poderíamos viver esses momentos em nossos dias. Existem situações que
nos acostumamos a ver, que achamos que nunca haverá mudanças. A Bíblia nos
ensina que Pedro e João “fitaram os olhos naquele homem” (At 3.4). Eles viram
algo que aos olhos naturais não se poderia discernir. Não é somente ir ao
templo, mas ir ligado em Deus, pronto para o sobrenatural (Jo 14.12).
3.3. O nome de Cristo foi glorificado.
É preciso compreender que Pedro não pregou para
depois orar por um milagre. De forma bastante natural, o milagre atraiu o povo
para que então o apóstolo pudesse pregar (At 3.11, 12). Ele começou
apresentando o poder de Cristo, em seguida, apresentou o caminho para a
salvação. Na época de Pedro, os milagres eram acontecimentos normais na vida
dos homens de Deus. O que possuíam de diferente? Qual era o segredo? Eles
andavam com Cristo, que cooperava com eles por onde quer que andassem (Mc
16.20; At 4.13). Eles não confiavam em suas próprias forças, estavam
alicerçados no nome de Jesus (At 3.12).
CONCLUSÃO
Existem dois tipos de pessoas: as que veem as coisas
aconteceram e as que fazem as coisas acontecerem. Devemos sempre pertencer ao
segundo grupo. Jesus franqueou para todos os Seus o poder de reproduzir em Seu
nome a mesma qualidade de vida que teve e as obras que realizou (Mc 16.17).
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