A EBD e o Crescimento da Igreja
Todos os líderes da Igreja almejam e trabalham para ver o
crescimento de suas Igrejas. Para isso, mobilizam seu povo com a esperança de
que suas Igrejas tomem prazer pelo cumprimento do Ide de Jesus em busca dos
perdidos para o Reino de Deus. Falta-lhes, no entanto, às vezes, pequenos
detalhes que muito poderiam cooperar para o alcance do tão almejado
crescimento.
Neste artigo, abordaremos o crescimento da Igreja tomando
como ponto de partida a Escola Dominical, que, a nosso pensar, é um dos mais
poderosos instrumentos de crescimento da Igreja de Cristo destes últimos
tempos. Falaremos, portanto, do crescimento da Igreja vinculado à
evangelização, ao discipulado dos novos convertidos e ao treinamento dos
cristãos para o exercício do serviço divino.
A Igreja cresce quando a ED se empenha na evangelização de
sua comunidade
Todo estudioso da história da Igreja sabe que a Escola
Dominical nasceu evangelizando. Não ignoramos que, em seu princípio, a ED se
propunha ensinar, além das Escrituras Sagradas, outras matérias como matemática
e gramática, como forma de ajudar as crianças pobres a terem um futuro melhor.
Quando Robert Raikes (1780) resolve, em Gloucester, na Inglaterra, alfabetizar
as crianças carentes de sua cidade, tinha certamente a convicção de que Deus
haveria de dar um novo destino para os pequenos desamparados de sua comunidade.
Só não sabia que o seu invento haveria de se transformar numa grande e poderosa
forma de evangelizar não apenas crianças, mas também adultos.
Os tempos mudaram, as culturas evoluíram, a proteção à
criança tem se aperfeiçoado ao redor do planeta, mas a necessidade de
evangelizar tanto crianças como adultos permanece como prioridade número um dos
ensinos das Escrituras: "Portanto, vão e façam discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com
vocês, até o fim dos tempos" (Mateus 28.19-20).
A igreja não pode perder da memória que sua principal missão
na Terra é evangelizar. O mandamento de Jesus, contido no texto acima
transcrito, é taxativo: "Vão, façam discípulos, ensinem... Eu estarei
convosco". Não há meio melhor de evangelizar a comunidade senão através da
Escola Dominical. A ED está sempre inserida numa comunidade onde há pessoas
precisando do conhecimento de Deus, e a ED possui este conhecimento. Pessoas
precisando de salvação e a ED sabe em Quem está a salvação. Portanto,
evangelizar os pecadores deve fazer parte de toda a programação de cada ED
local.
Uma igreja avivada e comprometida com os ensinos de Cristo,
não se conforma com o crescimento natural ou vegetativo, ou seja, com o
crescimento decorrente apenas do nascimento de crianças nas famílias dos
crentes. Certamente, ela quererá muito mais. Ela se dedicará à busca das almas
que estão perecendo diariamente ao seu redor. Ela se utilizará da ED, por meio
de seus líderes, professores e alunos, para crescer sua membresia nos moldes da
Igreja Primitiva, que, evangelizando, se multiplicava pelo miraculoso operar do
Espírito Santo, que convencia os perdidos do pecado, da justiça e do juízo.
Quando a Igreja prega e ensina a Palavra de Deus, há sempre a resposta divina
fazendo aquilo que o homem não pode fazer: salvar, curar, libertar, batizar no
Espírito Santo e efetivar o crescimento numérico e espiritual da Igreja, que é
o grande desejo de todo verdadeiro cristão.
A Igreja cresce quando a ED faz discipulado e integra os
novos convertidos
Décadas atrás, nossa querida Assembleia de Deus carregou o
estigma de ser uma igreja que não se preocupava muito com seus novos
convertidos; era, como se dizia, uma excelente "parteira", mas uma
péssima "pediatra". Agíamos à semelhança do avestruz, trabalhávamos
sem entendimento: a avestruz bate as asas alegremente, abandona os ovos no chão
e deixa que a areia os aqueça, esquecida de que um pé poderá esmagá-los, que
algum animal selvagem poderá pisoteá-los. Ela trata mal os seus filhotes, como
se não fossem dela, e não se importa se o seu trabalho é inútil. Isso porque
Deus não lhe deu sabedoria nem parcela alguma de bom senso (Jó 39.13-17).
Indubitavelmente, a igreja é diferente do avestruz, pois Deus lhe capacitou com
sabedoria divina para que ela entenda que o trabalho que faz deve funcionar
como uma parceria. Ela prega e ensina a Palavra, o Espírito Santo convence do
pecado, Jesus Salva e, novamente, a Igreja deve entrar em ação, cuidando dos
novos convertidos para que se firmem na fé e cresçam na vida espiritual.
O avestruz, por não ser dotado de bom senso, coloca seus
ovos na areia e os deixa aos cuidados da natureza, não entendendo que há muitos
predadores que poderão inutilizar o seu trabalho. Dessa mesma forma, agiam
aquelas Igrejas que não se preocupavam com o discipulado e com a integração de
seus novos membros. Preocupavam-se muito com estatísticas (número de pessoas
decididas por Cristo), mas esqueciam que essas pessoas estavam inseridas num
mundo onde há muitos predadores da fé cristã preparados para impedir a
continuidade da marcha espiritual dos novos convertidos.
Graças a Deus, essa situação tem mudado nos últimos anos. As
lideranças da Igreja têm entendido que não basta pregar o Evangelho às pessoas
e deixá-las abandonadas, cuidando de seu próprio crescimento espiritual. Hoje,
graças ao grande esforço de nossa querida CPAD, muitos pastores já foram
despertados para estabelecer classes de discipulado e integração em suas
Igrejas, fato que tem contribuído muito para um crescimento numérico com
qualidade de muitas Igrejas pelo Brasil e pelo mundo afora. Jamais poderíamos
continuar agindo como a avestruz, possuindo muita força, mas jogando fora os
frutos provenientes dessa força. É preciso que cada líder de igreja despertada
continue despertando outros líderes para a urgente necessidade de discipulado e
integração dos novos conversos e do consequente treinamento desses convertidos
para a continuidade do ministério, pois somente dessa forma a igreja pode dizer
que está crescendo nos moldes do ensino das Sagradas Escrituras.
E urgente, pois, que cada igreja estabeleça a classe de
discipulado em suas congregações, em obediência às ordenanças divinas, que nos
ensinam: "Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a
obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim
dos tempos".
Fazer discípulos, conforme ensinado, no texto mencionado,
não é somente formar espectadores ou admiradores, mas formar pessoas comprometidas
com os ensinos recebidos e, consequentemente, com o Seu Mestre Jesus. Para
fazer discípulos para Jesus é preciso reunir os neoconversos em uma classe,
matriculados, onde possam receber um ensino saudável e totalmente bíblico, que
possa conduzi-los a um crescimento espiritual sadio, sem as malfadadas
inovações do cristianismo descomprometido com a Palavra de Deus.
A Igreja cresce quando a ED prepara seus membros para o
exercício do ministério
Um dos alvos da pregação e do ensino da Palavra de Deus é a
maturidade espiritual dos convertidos. Com esse fim Jesus designou alguns para
apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para
pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério,
para que o Corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade
da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a
medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como
crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para
lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem
ao erro (Efésios 4.11-14). A Igreja de Cristo do presente século não pode
perder de vista o fim ensinado neste texto sagrado, devendo se utilizar de
todos os meios e metodologias bíblicos e pedagógicos para conduzir seus membros
ao crescimento espiritual até que todos estejam em condições de assumir a obra
do ministério.
É lamentável a qualidade de alguns obreiros que estão
ocupando nossos púlpitos nestes últimos tempos. Certamente, tais obreiros não
passaram pelo discipulado, nem foram matriculados na classe de jovens e adultos
da ED. "Cresceram" de forma desordenada e hoje estão dando muito
trabalho aos pastores que verdadeiramente pastoreiam suas igrejas. Mas,
exatamente para que isso não acontecesse, o Senhor estabeleceu os dons do
ministério cristão, e a Escola Dominical é, sem dúvida, a principal agência de
treinamento de nossos membros para o serviço do ministério cristão, "até
que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e
cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo".
A Escola Dominical e o crescimento da Igreja vão andar
sempre em situação de dependência um com o outro. A Igreja sempre precisará da
ED para crescer e esta não existirá de modo eficiente desvinculada daquela. Que
Deus continue ajudando a liderança da Igreja em todo o nosso país a entender
que um crescimento saudável passará, obrigatoriamente, por um ensino também
saudável da Palavra de Deus.
Publicado na Revista Ensinador Cristão
Autora: Alderi Ribeiro de
Moura Cruz
Professora Licenciada em Língua Portuguesa, Pós-graduada em
Administração e Coordenação Pedagógica, Coordenadora Geral do Departamento de
Educação Cristã da Assmebleia de Deus do Segundo Distrito de Rio Branco (AC) e
Professora da ED, classe de Adolescentes.
FONTE ESCRIBA DIGITAL
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