SUBSIDIOS PARA OS PROFESSORES DA EBD
BETEL,AUXILIOS QUE VÃO OS AJUDAR
ARTIGOS PARA SUAS AULAS FIDELIDADE
Jesus e os valores do sal e da luz
Ao comparar seus
discípulos como sal e luz, Jesus os alertava sobre suas responsabilidades e
influência perante a sociedade que os observavam como exemplos e os ouviam como
fonte de esperança.
1. Jesus e seu
discurso sobre os valores do sal
O crente, como o sal
da terra e a luz do mundo tem o dever de demonstrar, em todo o lugar, para
todos, que tem uma nova vida, um novo proceder, como salvo em Cristo Jesus. Uma
das maiores utilidades do sal é preservar certos alimentos da putrefação. Do
mesmo modo, os crentes em Cristo têm a responsabilidade de preservar a
sociedade humana da putrefação moral e espiritual.
1.1. Como o sal era
visto pelos antigos
No Antigo testamento
o sal era ingrediente indispensável nos ofícios sagrados, era exigido em todos
os sacrifícios oferecidos no altar (Lv 2.13); O sal representava a validade da
duração de um pacto (Nm 18.19; 2 Cr 13.5); o sal simbolizava, para os antigos, a
fidelidade. Os orientais até hoje têm o costume de ratificar suas promessas através de presentes de sal. O profeta Eliseu usou
sal para saneamento das águas que tornavam a terra improdutiva, simbolizando o poder do sal e sua
influência no ato de transformar (2 Rs 2.20-22).
1.2. O sal não cura
a corrupção, mas influi na sua prevenção
O Dr. G. Campbell
Morgan, ao referir-se ao sal fez a seguinte colocação: "O sal não é antisséptico,
mas asséptico. Antisséptico é
algo contrário ao veneno, capaz de curar. Asséptico é algo destituído de
veneno. O sal nunca cura a corrupção. Previne a corrupção. Se a carne está
contaminada e corrompida, o sal não a descontaminaránem purificará; mas o sal ao redor impedirá que se
espalhe a corrupção que, de outro modo, tornaria a carne contaminada"
(Comentado por Herbert Lockyer -Todas as parábolas da Bíblia).
1.3. Nem todos
podem ser considerados como sal
O sal que não impede
a putrefação é insípido, inservível e que perdeu o seu sabor, (Mc 9.49,50).
Jesus não chamou crentes para desfrutarem apenas de gracejo social, Ele espera
que tenhamos uma vida influenciada por seu caráter e que esse inunde a vida
dos pecadores a nossa volta. Nossa vida e palavra devem ser temperadas com
sal, de sabor agradável, que manifesta uma graça sobrenatural (Cl 4.6).
A única esperança da
sociedade é a vinda do Reino de Deus ao coração humano. A vida do crente deve
revelar o que Ele é no íntimo, do mesmo modo que a luz revela o que está
oculto pelas trevas. Fomos chamados como um povo especial, com a finalidade de
mostrar a glória de Deus através de um comportamento exemplar em todas as
relações. Em relação ao mundo, teremos que exercer o papel de sal e luz, dar
sabor e dissipar as trevas. Em relação à comunidade cristã, viver no mais
profundo amor e com uma verdadeira unidade, como um corpo sadio e bem tratado.
Ser sal da terra é ter sabor agradável de uma vida pura e santa, é crucificar a
carne com suas paixões, isto é o que Jesus espera de cada um de nós.
2. Jesus afirmou
que o sal pode perder seu sabor
O sal usado pelos
antigos era a gema, e o dos lagos de água salgada. Era um sal impuro, que possuía
sua parte exterior sem sabor, por isso esse sal muitas vezes tinha que ser
jogado fora, como coisa inútil. Jesus disse que uma vez esgotado esse poder de
salgar, a existência do sal fica comprometida e se perde seu real valor. Pois
não prestará mais para nada.
2.1. E se o sal for
insípido, com que se há de salgar?
Ninguém fala de sal,
de gosto, de tempero, sem falar de uma existência com sabor, alegria, incitamento,
desafio e sem aventura. Quando Jesus nos diz que somos o sal da terra, Ele
nos afirma que
a nossa vida tem que ser a mais saborosamente fantástica que esse mundo já viu,
uma vez que ela tem de ter, no seu cerne, um conteúdo de gosto para o desgosto
da terra. Somos o paladar de Deus nessa terra insípida, o antídoto para uma
existência inteiramente destituída de sabor.
Quando o sal
torna-se insípido, vira monturo, não sendo possível diferenciá-lo de um monte
qualquer. Para ser sal, tendo sentido e significação, torna-se necessário
manter o conteúdo imaculado. A diferença está relacionada com as demais dimensões
da vida, começando com as de natureza mais privada e indo para aquelas mais
públicas. O que estará pesando na balança será o nosso caráter, o espírito de
justiça, de verdade, de bondade, que se traduz em comportamento bondoso, que
jamais se torna frouxo, e de uma liberalidade humana que jamais se torna
libertina, mas que mantém um conteúdo de verdade, a qual não se transforma num
"justicismo" executor, mas de uma verdade vivida em amor.
2.2. Sal que não
tempera só presta para se jogado fora
Jesus afirmou que o
sal que perde sua virtude ou qualidade não tem mais razão de existir (Mc
9.49,50; Ef 4.29). O sal pode conservar sua aparência de sal, mas não seu
caráter que será transformado noutra substância. Estamos na era dos genéricos,
onde tudo tem a mesma fórmula, porém não é o original. Conhecemos igrejas
genéricas que pregam um evangelho gene-
rico para crentes genéricos. Tudo se tornou uma questão de preço.
2.3. O sal não pode
ter apenas aparência tem que agir
O que será que as
pessoas esperam de nós? Será que as pessoas querem seguir heróis fracassados?
Que motivo levaria uma dona de casa a ter sal em sua despensa se soubesse que
ele não teria utilidade? Se de algum modo algumas pessoas perderam a
credibilidade e fracassaram é porque não se deram conta de que tinham uma
responsabilidade a cumprir e um nome para zelar, que é o do Senhor Jesus
Cristo.
Ser sal da terra,
nesse contexto, significa ser gente para os desumanizados; significa trazer
esperança de Deus àqueles cujos horizontes são limitados. Há pessoas que vivem uma
vida tão limitada que não conseguem perceber que um dia nasceram e que um dia
vão morrer. Mas há pessoas que nem lembram que nasceram e que um dia vão
morrer, até que vem Jesus invadindo tais vidas, ajudando-as a olhar para trás
e dizer: "Eu nasci para um propósito". O que Jesus queria que
entendêssemos é que sendo Seus representantes aqui na terra, fomos gerados com
o mesmo propósito.
3. Jesus destacou
as fundamentais importâncias do sal
Jesus conhecia o
valor do sal quando afirmou: "Bom é o sal, mas, se o sal se tornar
insípido, com o que se há de salgar? Tende sal em vós mesmos e paz uns com os
outros". A Palavra de Deus firma que o sal que se torna insípido perde
três coisa principais: 1) perde o sabor: "Se o sal for insípido com o que
se há de salgar?"; 2) perde o seu valor: "Para nada mais
presta"; 3) perde o seu lugar: "Para se lançar fora" (Mt 5.13).
3.1. O sal preserva
Este mundo ainda
existe porque, apesar de sua degeneração, a Igreja, formada pelos crentes,
está preservando o que resta de saúde moral e espiritual no mundo. Quando a
Igreja for retirada da terra, a podridão tomará conta dos povos sem Deus,
levando-os a decomposição final, que os levará ao Inferno, (2 Ts 1.9).
Deveria haver um
silêncio em muitas conversas, quando da nossa chegada. Ser sal é ser santo, é
ser diferente e contagiante. Sendo nós uma luz, algumas pessoas deveriam ser
impactadas ao ponto de se sentirem reprovadas e perdidas. Conta-se que Charles
Finney ao passar de trem por uma determinada cidade, a unção que estava em sua
vida comoveu os homens que bebiam em um bar. Atônitos, eles correram até uma
igreja, onde chorando copiosamente, entregaram suas vidas ao Senhor. Ele apenas
passou de trem.
3.2. O sal é
valioso e importante
O sal preserva e dá
sabor sem aparecer. Quando o sal aparece pelo excesso ninguém o suporta. O discurso
do crente sal é o mesmo de João Batista: "Que Ele cresça e eu
diminua" (Jo 3.30). Sal em excesso representa o fanatismo religioso, que
em vez de dar sabor afugenta as pessoas, (Mt 23.13). São os liberalistas que se acomodam com
mundanismo, dizendo que nada é pecado. Ser sal é ser equilibrado (Cl 4.6).
3.3. O sal deve
atender a uma expectativa divina
Jesus deixou muito
claro que o sal existe para atender a uma expectativa. Ele disse: "Com que
se há de salgar". É impossível acreditar que pessoas regeneradas e
nascidas, outra vez, não compreendam o valor de sua existência. Uma nova vida
deve ser revestida de novas atitudes, deve produzir impacto, pois nada no
evangelho é estático, tudo é dinâmico. Falando aos romanos, Paulo disse que
até a natureza espera que saiamos dessa prisão chamada inércia, (Rm 8.19).
Uma coisa que tem
sido observada e criticada entre as pessoas em nossos dias é o farisaísmo cristão.
Pessoas que vivem apenas de aparência, que todos os vêem como sal, mas são
inúteis e improdutivos. Um belo exemplo é Ló. A Bíblia o chama de Justo, mas era um tipo de justo
que nada influenciou, que teve
sua luz apagada e que ainda deu trabalho na hora de se salvar, pois estava
atrapalhando o serviço dos anjos (Gn 19.15, 16, 22). Sua esposa representa o
sal que para nada mais presta, apenas para ser pisado pelos homens.
4. Jesus afirmou que
seus discípulos eram a luz do mundo
O mundo vive
constantemente sob o domínio das trevas, o deus deste século cegou "os
entendimentos" dos incrédulos para que não lhes resplandeça a
"luz" do evangelho da glória de Cristo (2 Co 4.4).
Parece incrível, mas Jesus nos comparou com uma qualidade inerente de Si
mesmo, pois Ele é a luz do mundo (Jo 8.12). Será que não deveríamos valorizar
tal declaração?
4.1. A luz foi
feita para iluminar
Jesus disse que não
se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte (Mt5.14). Isto fala
de posição de destaque. O monte sobre o qual estamos edificados é o próprio
Cristo e Sua afirmação nos ensina que fomos feitos para brilhar num mundo de
trevas (Fp 2.15). A igreja brilha e sua luz alcança os povos que estão distantes,
isto fala de unidade e serviço. A cidade está acima e ilumina os que estão embaixo.
Assim como Jesus nos conferiu o título que tomou para Si mesmo (Jo 8.12), nos
colocou em uma posição elevada para iluminar os habitantes das trevas (Ef 2.6).
4.2. Os crentes são
refletores, não estrelas
Ninguém ouse brilhar
além dAquele que é a luz. O crente em Jesus não tem luz própria.
Cristo é a verdadeira estrela (2 Pe
1.19; Ap 22.16). Nele, e em
torno dEle, nós vivemos, e recebemos
Sua luz. Uma lâmpada precisa de combustível para iluminar determinado local,
mas deve sempre ser preenchida, pois sua luz depende inteiramente desse
processo. Tem muita gente queimando o pavio e apenasfumaçando, pois o óleo há muito já vazou e a luz sabe-se lá
onde está.
4.3. Sal e luz uma
combinação perfeita
Ao comparar seus
discípulos como "sal e luz" Jesus falou de coisas distintas, mas que
combinadas agem de acordo com Seus objetivos principais para toda humanidade.
O sal opera internamente na massa com a qual ele entra em contato. A luz opera
externamente, irradiando tudo o que está ao seu alcance. O sal representa a
santificação e a luz à ação provocada pelo ato da mesma. Da mesma maneira a
luz, deverá cobrir todo o caminho de trevas e apresentar-se mostrando os
locais manchados pela sujeira do pecado. Jesus conclui Seu discurso dizendo
que as nossas boas obras glorificam o nosso Pai que está nos céus (Mt 5.16).
Uma lâmpada é um
corpo escuro, não pode irradiar luz se não for acesa. Do mesmo modo não podemos
deforma alguma dar luz se não tivermos recebido a divina graça e iluminação do
Espírito de Deus. A lua é uma luminária, não tem luz própria, ela reflete a luz
que vem do sol. O que temos nunca foi nosso, nós o recebemos. Só poderemos
brilhar em virtude de sermos de Cristo. Tolo é aquele que acha que vence por
seus próprios esforços.
Conclusão
Disse Jesus:
"Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras
sejam manifestas, porque são feitas em Deus" (Jo 3.21). "nem se
acende uma candeia e se coloca debaixo do alqueire" (Mt 5.15). De
outro modo, existem pessoas que se colocam debaixo do alqueire do comodismo,
da indiferença da falta de fé e da ação. Pessoas que se apagam pela ausência do
oxigênio da presença de Deus.
Filipenses 2.15
2.15: para que vos
torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus imaculados no meio de uma
geração corrupta e perversa, entre a qual resplandeceis como luminares no
mundo,
O termo «...irrepreensíveis...» é
tradução do vocábulo grego «memptos», que significa «culpado», «faltoso». Mas o
original usa o prefixo grego «a», que dá a idéia exatamente do oposto.
Portanto, não devemos praticar qualquer vício e nem ter qualquer atitude
que leve outros a se escandalizarem ou a «censurarem» as nossas
ações. Paulo exige aqui uma elevada integridade moral.
«...sinceros...» No original grego temos
«akeraiso», que literalmente significa «sem mistura», ou seja, «puro»,
«inocente», alguém cujos motivos são inatacáveis, acima de qualquer reprimenda,
alguém que vive para agradar ao Senhor, que não visaauto-exaltar-se, que serve
a seus semelhantes por puro altruísmo, sem qualquer atitude egoísta ou
perversa. Essa palavra tenciona falar do «puro caráter intrínseco» de pessoas
boas. (Ver os trechos de Mt 10:16 e Rm 16:19, onde se vê que os
crentes devem ser «singelos», e não complexos, no tocante ao mal, sem
«racionalizarem» a maldade, como se não houvesse ruindade nela, sem se
desculparem por estarem praticando algo condenável). É possível que uma vez
mais o apóstolo dos gentios estivesse pensando no antigo povo de Israel, cujo
caráter Moisés lamentou em seu cântico de despedida, dizendo: «Procederam
corruptamente contra ele, já não são seus filhos, e, sim, suas manchas: é
geração perversa e deformada» (Dt 32:5). Paulo queria que os libertos
crentes filipenses vivessem muito acima do mau exemplo dos israelitas
libertados do Egito.
Essas duas palavras,
por conseguinte, irrepreensíveis e «sinceros», aludem à
natureza «interna» e à natureza «externa». Internamente deveriam ser «puros»,
«singelos», «sem mistura»; e externamente deveriam ser «inculpáveis»,
não atraindo qualquer censura da parte de Deus ou dos homens. Paulo, pois,
queria que os crentes filipenses fossem inculpáveis tanto no tocante
à sua reputação como no concernente à realidade diária.
«...filhos de
Deus...» Temos aqui o termo
grego «tekna», e não «uioi». Com freqüência essas duas palavras são empregadas
como sinônimos; porém, quando se tenciona estabelecer alguma distinção,
«teknon» subentende relação natural, isto é «filhos
gerados», ao passo que «uios» indica a posição legal ou ética. A pureza interna
e a reputação inatacável era a de filhos de Deus, que se mantinham nessa
condição devido ao respeito que tinham por Deus Pai, devido à comunhão desfrutada
com ele, porquanto Deus é a origem suprema de toda a santidade. É a santidade
de Deus que estamos absorvendo gradualmente (ver Mt 5:48 e Rm 3:21).
«Aqueles que exibem
uma autêntica disposição filial são descritos como 'gerados' ou 'nascidos' de
Deus... (ver Jo 1:13; 3:3,7; I Jo 3:9; 4:7; 5:1,4,18). Também é verdade
que, com freqüência, Paulo reputou as relações cristãs de um ponto de vista
puramente legal, como se fora uma adoção. Somente ele emprega o termo
'uiosethia' (ver Rm 8:15,23; Gl 4:5 e Ef 1:5). Entretanto, em
Rm 8:14,17, temos tanto a palavra 'uioi' como a palavra 'tekna'. Aqueles
que são conduzidos pelo Espírito de Deus são 'uioi'; e o Espírito Santo
testifica com eles que são 'tekna' de Deus. Mas essas são questões
éticas». (Vincent, in loc).
«...inculpáveis...»
No grego temos o termo
«amomos», «sem culpa», termo usado para indicar a ausência de qualquer defeito
nos animais que deveriam ser sacrificados em holocausto, bem como para indicar
a pessoa de Cristo como o Cordeiro que foi sacrificado (ver I Pe 1:19).
Portanto, o mais elevado grau de pureza nos é requerido. (Ver o trecho de
Ef 5:27, onde ela ocorre novamente, aludindo à «pura noiva de Cristo»,
como uma «virgem pura e casta»). O trecho de II Co 11:2 também
expressaa necessidade que os crentes têm de pureza. Essa expressão explica
melhor ainda as duas expressões anteriores. Quanto à «reputação», os crentes
devem ser «inculpáveis»; e isso porque, no tocante à sua vida «real», são «sem
defeito». Devem ser crentes «sinceros», «sem mácula», «puros», e isso
internamente, visto que realmente não tem defeito.
«...geração
pervertida...» No grego
original temos aqui a palavra «skolia», que significa «sem escrúpulos»,
«desonesto», «duro», «injusto», «distorcido», ou seja, moralmente perverso.
Isso descreve «...um comportamento externo desonesto e pervertido; mas o
segundo termo descreve o caráter íntimo distorcido». (Braune', inloc). (Quanto
à primeira dessas palavras, ver igualmente os trechos de At 2:40; I Pe
2:18; Sl 78:8 e Pv 2:15).
«...corrupta...» No grego temos o termo
«diestrammenos», uma forma do verbo «diastrepho», que quer dizer «distorcer»,
«perverter», ou, em sentido moral, «depravar». Essa palavra denota uma condição
moral «anormal»; e assim parecia opaganismo aos olhos de Paulo. Ele advertiu
aos filipenses, portanto, que não se fizessem participantes com os pagãos,
em seus pecados morais.
«...resplendeceis
como luzeiros no mundo...» (Quanto a um total desenvolvimento das metáforas da
«luz» e das «trevas», como símbolos representativos do «bem» e do «mal», ou
daqueles que são «bons» ou «maus», ver Ef 5:8. Quanto às pessoas que vivem no
pecado, as quais são «trevas» por si mesmas, ver a mesma referência). Os
crentes foram feitos «...luzeiros...» no Senhor. (Quanto à idéia que
aquilo que é iluminado transforma-se em «luz» por si mesmo, e não apenas um
reflexo da luz, ver Ef 5:13. No tocante a Cristo como «a luz do mundo»,
ver Jo 1:9). Devido à graça de Deus, os homens iluminados não somente se fazem
lâmpadas que transportam luz; mas eles mesmos são luz, adquirindo a natureza
mesma do divino Iluminador. E assim podem habitar nas regiões da luz, a saber,
as regiões celestes.
«...luzeiros...» No grego temos o vocábulo
«phoster», que significa «corpo luminoso», geralmente usado para indicar as
estrelas, ou até mesmo o sol. Os crentes, por conseguinte, são mais que meras
«lâmpadas» que levam a luz, mas que não são a própria luz. Por
semelhante modo, não se assemelham à lua, que reflete a luz do
sol mas não produz luz própria. Pelo contrário, os crentes são fontes
luminosas, que compartilham da natureza da Luz. Os crentes precisam ser corpos
luminosos, fontes de luz, em meio às trevas deste mundo.
Bibliografia Champlin
Cristo nos chamou
das trevas para a maravilhosa luz
"Para que vos
torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma
geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no
mundo". Fp 2.15omos
regenerados e transformados pela Palavra para viver neste mundo o novo estilo
de vida segundo o padrão celestial.
"Sendo de novo
gerados, não de semente
corruptível, mas da incorruptível,
pela palavra de Deus,
viva e que permanece para sempre" (1 Pe 1.23).
A saúde do nosso
corpo está diretamente relacionada ao que comemos e bebemos. Por isso, á
ausência deliberada do "pão de cada dia" conduz-nos automaticamente
ao desequilíbrio, à inanição orgânica e até à morte.
Este fenômeno físico
ilustra perfeitamente a situação espiritual daqueles que, ao contrário dos
ensinamentos do apóstolo Pedro
"desejai
afetuosamente o leite racional",
indignam e despreza a farta mesa divina, trocando-a pelos "farelos"
do mundo.
Para receber
alimento espiritual, chegamo-nos a Cristo, a pedra viva. E, seguindo-o,
tornamo-nos também "pedras vivas", que formam a grande casa
espiritual de Deus. Um crente sozinho não constitui a casa espiritual, que é
integrada por todos os crentes como pedras vivas. Devemos, pois, saber
conviver uns com os outros, tolerando-nos com toda sinceridade, O propósito
deste plano divino de edificação é sermos um sacerdócio santo, capacitado para
oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus
por intermédio de Jesus Cristo.
É portanto, sumamente importante, o amor fraternal.
A leitura da
Palavra, a renúncia ao pecado e a prática do bem são os três pontos
fundamentais para o crescimento
do novo crente em Cristo. Não é suficiente o cristão se apartar do mal; é
preciso que faça o bem (SI 34.14). Esta lição destaca a inestimável importância
da Palavra de Deus como alimento para todos os que aceitaram Jesus como
salvador pessoal e passaram a fazer parte da grande família cristã.
Bebês Espirituais
1. O novo crente.
Quando Nicodemos foi à procura de Cristo,
ficou pasmo ao ouvi-lo dizer que o homem precisava nascer de novo (Jo3.7). Ele pensava que o único modo disso acontecer seria
alguém entrar no ventre materno e nascer outra vez. Na verdade, Jesus salientou
a necessidade mais profunda e universal dos homens: uma mudança radical e
completa da natureza e do caráter. O homem não pode efetuar semelhante mudança
por si mesmo, pois essa transformação vem de cima. O apóstolo Paulo, escrevendo
aos gálatas, confirma esta necessidade de nova formação (mudança radical),
que só acontece através do novo nascimento: "meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que
Cristo seja formado em vós." (Gl 4.19). Estes e outros textos bíblicos
realçam a idéia do cristão como recém-nascido, que necessita de cuidados
especiais para o seu desenvolvimento espiritual.
2. A vida cristã é um processo. Enquanto a velha natureza carnal procura apegar-se
às coisas mundanas que a cercam, o novo homem luta em busca do crescimento
espiritual.
O novo nascimento
espiritual implica aperfeiçoamento constante, que se constitui numa dupla ação:
renunciar o mal e apegar-se ao bem. A natureza humana nada poderá produzir além
de natureza humana, e nenhuma criatura pode se erguer acima da natureza que lhe
é própria. A vida espiritual não pode ser transmitida de pai para filho
através de procriação natural; é transmitida da parte de Deus para os homens mediante
o novo nascimento.
"O destino
supremo do homem é viver com Deus
para sempre; a natureza humana, no entanto, não possui em si as condições necessárias
para viver no reino celestial; assim sendo, a vida celestial tem que ser
trazida do céu para transformar a vida humana na terra, preparando-a para o
reino de Deus."
Males que o Cristão
deve deixar
São males que minam
e enfraquecem a vida cristã se o crente os
tolerar e permitir que eles o influencie.
1. Maldade. Trata-se aqui da
"depravação", "vício", isto é, toda e qualquer prática má,
e de atividade degradante. (Compare Rm 1.29; 1 Co
5.8; 14.20.)
2. Dolo. Isto
tem a ver com engano, falsidade maliciosa, má-fé, ludibrio, esperteza
negativa e destrutiva que esconde o motivo indigno que procura alcançar ou, em
sentido mais negativo, traição. (Jo 1.47; Rm 1.29; At 13.10; 1Ts 2.3; 1Pe 2.22; 3.10).
3. Hipocrisia. Trata-se
do fingimento sob todas as suas formas, sejam patentes ou ocultas que aparenta
uma honestidade que não existe. Os fariseus procediam assim (Mt 23.29).
4. Inveja. Este é um outro pecado
contra o próximo, mas que seus efeitos danificam em grande escala a alma do
próprio invejoso. Tal pessoa, quando vê alguém prosperar, fica triste e chega
até a amargura, depreciando sua própria capacidade, prosperidade e realizações
(vide Gl 5.21; Rm 1.29; 1Tm 6.4,5).
5. Maledicência. Finalmente
o escritor sacro menciona todas as formas de maledicência, que pode significar
a abordagem maldosa da vida alheia que prejudica os
outros para o seu próprio bem, assim como falar mal dos outros. Ver a expressão
"todas as murmurações" (v.1).
O crente deve evitar
todos estes males tratados no v.1, e assim viver para
a glorificação do nome do Senhor Jesus
(compare com Mt5.13ss).
O que se deve buscar
1. Leite materno. Não
é difícil entender
esta linguagem bíblica,
visto que o leite materno tem a ver com recém-nascidos, os quais, quando saudáveis,
têm intenso apetite. "Desejai" (v.2). No desejo de crescer
espiritualmente, o novo convertido deve anelar pela Palavra de Deus, tal como
uma criança recém-nascida anela pelo leite materno.
2. Chegar-se a Deus. O
profeta Isaías já dizia da parte do Senhor: "Vinde a mim; ouvi, e a vossa
alma viverá" (Is 55.3). O próprio Senhor Jesus disse: "vinde a
mim..." (Mt 11.28).
Chegar-se ao Filho é chegar-se ao Pai (Jo 14.6).
3. Crescimento. A
salvação plena do crente na glória celestial é o alvo para o qual o apóstolo
Pedro leva todo o cristão a mirar (1Pe
1.9). Para isso, todo crente precisa alimentar-se continuamente da Palavra de
Deus, e crescer na graça e no conhecimento do Senhor (2 Pe 3.18). É preciso que nos alimentemos para que o
organismo seja beneficiado. Da mesma forma, precisamos nos alimentar
espiritualmente para crescermos, e este alimento é a Palavra de Deus. Devemos
estar alerta quanto à perda de fome e sede pela Palavra, pois não haverá crescimento
espiritual independente dos Santos Oráculos (v.2).
Pedras Vivas
No v.4 o ensino
sobre o crescimento espiritual do crente avança para outro patamar. O apóstolo
compara a Igreja a um templo espiritual, no qual Jesus é a pedra viva
principal da esquina (v.6), tanto porque está vivo para sempre (Ap 1.8), como porque é o doador da vida (Jo 1.4;
11.25). E os que se chegam a Ele
tornam-se por sua vez pedras vivas, e sobre Ele todos juntos são edificados
"casa espiritual" (v.5) ou templo: "Vós juntamente sois edificados para
morada de Deus no Espírito" (Ef 2.22). A metáfora tem origem no templo sagrado em
Jerusalém, cujo material primário da construção eram as pedras. O apóstolo
fala de Jesus como, a pedra principal do templo espiritual, olugar da habitação de Deus, onde Ele manifesta sua
vontade, sua graça e seu poder (cf. SI 118.22).
1. A solidez da pedra.
Em Cristo temos a requerida estabilidade para a vida e a
indispensável segurança ante aos impactos, às pressões e às intempéries de
todas as formas, enquanto a igreja estiver na terra. Cristo como "A
Pedra" principal da igreja é inabalável, eterno e imutável. Ele é o
"Príncipe [ou Autor] da vida" (At 3.15).
Ele disse a João, quando prisioneiro em Patmos:
"estou vivo para todo o sempre".
2. A pedra que vive. Cristo, como a "pedra viva", constitui-se
num dos pontos salientes da nossa fé. A Bíblia diz que se Cristo não
ressuscitou, é vã a nossa fé e ainda permanecemos nos nossos pecados (1 Co 15.17). O próprio Jesus prometeu aos seus
discípulos que viveria (Mt 20.19).
João ouviu o próprio
Jesus ressurreto proclamar: "estou vivo para todo o sempre" (Ap 1.18). Ele pode ter dito isso para levar João a
refletir que, embora a morte traga a idéia do fim da existência humana, tal não
acontece com Ele, por ser eterno (cf. Jo 10.17,18; Hb 13.8).
3. A igreja - pedras vivas. Além da revelação divina naquele momento em que
escrevia, Pedro ouvira Jesus dizer: "Quem ouve a minha palavra e crê
naquele que me enviou tem a vida eterna..." (Jo 5.24). Trata-se da vida
divina que nos foi comunicada por Jesus quando nascemos de novo, pelo Espírito
Santo (Jo 3.5).
Quem tem o Filho tem
a vida (1 Jo 5.12). Tê-lo é
aceitá-lo como Salvador pessoal e segui-lo como Senhor e Rei.
Pedro deixa óbvio que nós, realmente, já experimentamos ser o
Senhor cheio de graça (1 Pe 2.3).
Ou seja: Ele é bondoso e fiel, de tal forma, que nos sentimos bem em sua
presença. Este gosto pela bondade torna-se no apetite
que nos fará alimentar sempre da Palavra. Somente com o seu estudo fiel,
acompanhado pela obediência, é que poderemos crescer na graça e no conhecimento
do Senhor. Agora, Pedro muda de figura. Do crescimento da criança passa ao
crescimento de uma construção (1 Pe 2.4). Nosso
crescimento espiritual nunca será atingido isoladamente. Embora obtenhamos
algumas coisas de Deus, quando estamos a sós com Ele, há outras que nunca
obteremos até que entremos à sua presença como um corpo, preocupados uns pelos
outros e com o bem-estar do todo. Existe apenas um corpo e, conseqüentemente,
apenas um Templo Sagrado de Deus (Ef 1.23; 2.15,16,
20-22; 4.12,13,16). Por conseguinte, precisamos uns dos
outros para que o todo se complete.
Concluindo
Todos os que aceitam
Cristo como Salvador devem deixar todos
os vícios e a prática de pecados conhecidos e conscientes. A comunhão intensa
com o Senhor mediante a submissão, a oração, a adoração e a santidade de vida
é fundamental aqui. Numa obra, é o construtor que faz uso das pedras e as
coloca onde quer, e não ao contrário. O crente como, "pedra viva",
deve ser submisso ao Senhor e permitir que Ele faça a sua vontade em sua vida.