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terça-feira, 30 de junho de 2015

lições biblicas Betel 3 trimestre lição n.1 2015



                                        ESCOLA DOMINICAL                            
                            Revista da Editora Betel

  
              O Último Encontro de Um Grande Herói 
                             21 de Junho de 2015
                          Conteúdo da Lição 12 

Texto Áureo
“E em toda a mão forte, e em todo o grande espanto, que praticou Moisés aos olhos de todo o Israel”. Dt 34.12

Verdade Aplicada
A maneira como vivemos é que dirá como as pessoas se lembrarão de nós. Cedo ou tarde, a morte chegará para todos. Não temos controle sobre a morte, mas podemos viver de maneira especial até que deixemos esse mundo.

Textos de referência.

Deuteronômio 34.5-8
5 Assim morreu ali Moisés, servo do SENHOR, na terra de Moabe, conforme a palavra do SENHOR.
6 E o sepultou num vale, na terra de Moabe, em frente de Bete-Peor; e ninguém soube até hoje o lugar da sua sepultura.
7 Era Moisés da idade de cento e vinte anos quando morreu; os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu o seu vigor.
8 E os filhos de Israel prantearam a Moisés trinta dias, nas campinas de Moabe; e os dias do pranto do luto de Moisés se cumpriram.

INTRODUÇÃO
Moisés é um dos tipos que mais se assemelham a Cristo, principalmente na morte. Até hoje não se sabe onde ele foi sepultado. Em comparação com o Senhor Jesus Cristo, ninguém vai adorar junto ao túmulo do mediador do antigo concerto nem do Mediador do novo porque seus corpos não estão lá.

1. A última visão de Moisés.
A história de Moisés começou com o Senhor e com Ele também terminou. Moisés subiu ao monte Nebo, ao topo da cordilheira serrilhada de Pisga, a 1371 metros de altura para ver a Terra Prometida e ser sepultado pelo Senhor. Vejamos algumas poderosas lições de sua morte.

1.1. Morte, a recompensa para Moisés.
O espaço da trilha para o cume de Pisga é para apenas uma pessoa; Moisés caminhou só em direção à morte e sabia muito bem disso. Ele também já havia nomeado um substituto Josué (Dt 31.7). Deus já havia preparado tudo. Todos morremos, a vida é assim, mas, no caso de Moisés, não havia motivos para fugir da morte ou odiá-la. A morte traz medo, pânico e a dor da separação. Porém nesse dia, Moisés teve o privilégio de subir ao monte sem o fardo de cuidar daquela nação e com sentimento de missão cumprida. A morte que teve Moisés foi um prêmio concedido por Deus. A glória que desejava ver, agora lhe estava sendo concedida (Êx 33.18-20). Moisés foi para casa acompanhado e, o amigo que antes lhe falava cara a cara, ele agora vê pessoalmente, por completo.

1.2. Pessoas especiais deixam marcas indeléveis.
Quando convivemos longos anos, nos apegamos às pessoas, pois elas passam a fazer parte de nós. O lado humano não quer se despedir e o desejo da carne é guardar para sempre, é agarrar e não largar. Todos queriam que Moisés ficasse, mas Deus disse: “chegou o tempo, ele agora é meu”. Deus o escolta até o alto e lhe apresenta uma visão abrangente de toda a terra da promessa (Dt 34.1-3). Com certeza, Moisés se foi feliz. Podemos dizer que essa é a maior representação da morte de um cristão. Unido a Deus, caminhando para o alto, ele vê o que ninguém ainda possui (1Co 2.9).

1.3. A segurança da morte.
A grande maioria dos seres humanos gasta a maior parte de suas vidas em trabalho, relacionamentos e entretenimentos. Todavia, Moisés tanto viveu quanto morreu diferente de muitos de nós. Sua vida foi dedicada totalmente a Deus e sua partida reflete isso. Ele morreu no alto, do jeito que sempre viveu. Porém, com um detalhe muito marcante: morreu segundo a Palavra do Senhor (Dt 34.5). Tudo terminou como Deus havia providenciado. Deus não só conhece nossos dias, como também o fim deles. Tudo só acontece na hora prevista e, mesmo que não aceitemos a morte, ela não vem por acaso, pois Deus tem consigo a chave que ativa ou desativa seu poder (Fp 1.20, 21). A morte é solitária. Todavia, no cume daquele monte, Moisés estava sem a companhia dos humanos, mas na companhia de Deus. Ele morreu seguro e bem acompanhado.

2. A mensagem da vida vitoriosa de Moisés.
Devemos procurar fazer as escolhas certas durante a vida para que, após nossa partida, as pessoas tenham leitura correta de quem nós fomos. O Talmud declara o seguinte: “o homem nasce com o punho fechado, mas morre com as mãos abertas”. Concluímos que ninguém leva nada desse mundo, mas pode deixar lições sobre o que viveu. Aprendamos com Moisés:

2.1. Moisés, um jovem de cento e vinte anos.
Não é comum sepultar um jovem de cento e vinte anos em nossos dias. Moisés nunca precisou de óculos ou muletas (Dt 34.7). Era ativo, pois nunca se entregou à velhice. Em seus últimos momentos de vida, vemos uma cena rara: um homem com uma idade bastante avançada escalando uma montanha sem qualquer pessoa para impulsionar-lhe. A mensagem aqui é não se entregar a idade. A vida de Moisés nos ensina que nunca é tarde para se realizar algo para Deus, pois ele foi chamado aos oitenta anos, e para si mesmo.
Nossos olhos não devem se escurecer para ver possibilidades e nosso vigor não deve se abater. A vida é uma grande oportunidade. Esse é um recado amoroso de que a idade não é obstáculo para o contato com Deus.

2.2. O nível de vida vivido por Moisés.
Tão importante quanto o aspecto físico de Moisés foi sua vida de comunhão com Deus. Observe o que Deus escreveu em seu túmulo quanto a categoria de vida de Moisés: “E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera face a face” (Dt 34.10). Moisés recebia de Deus, passava para Arão, que passava para o povo. Só aqui podemos observar três esferas de nível espiritual. Agora quem lhe sucede é Josué que, para obter direção de Deus, deveria ir ao sumo sacerdote. Moisés não. Ele recebia instruções por contato visual direto. Ele não somente viveu, mas desfrutou de uma maravilhosa intimidade com o Senhor. Ver Moisés com cento e vinte anos de idade e com total intimidade com Deus é uma tremenda e linda inspiração. Acredite! Você ainda pode produzir muito para Deus.

2.3. O sepultamento de Moisés.
A declaração de Deuteronômio 34.8 desfaz todo o pensamento de que aquele povo cheio de intemperança e murmurador fosse incapaz de expressar sentimentos pela vida de seu líder. Moisés deixou um legado e marcas na lembrança que até hoje são inesquecíveis. Seu ministério havia impactado suas vidas de tal maneira que foi necessário um mês para prantear sua memória. Moisés é a única pessoa na Bíblia que Deus sepultou pessoalmente. Depois, Ele escondeu sua sepultura para evitar que erigissem um momento. Se isso não acontecesse, hoje haveria um santuário no Monte Nebo, com ambulantes de todas as espécies, turismo e diversas caravanas. O assunto é tão sério que o corpo de Moisés chegou a ser disputado pelo próprio Satanás. Judas relata que houve um confronto angelical (Jd 9). Satanás tinha propósitos para o corpo de Moisés, mas Deus bradou forte e disse: “Não. O corpo e alma dele me pertencem e vou ficar com tudo”. Aleluia!

3. Da glória transitória à gloria permanente.
Moisés morreu de forma ímpar. Ele foi informado sobre o fim de seus dias, soube a quem deixar a continuidade do seu ministério e caminhou para encontrar o Senhor sem medo algum de qualquer resposta negativa. Sua história foi grande, mas a Bíblia ensina que a nossa é ainda maior e mais poderosa.

3.1. O ministério do espírito é mais excelente que o ministério de Moisés.
Ao imprimir essa mensagem, descrita por Paulo em 2 Coríntios 3.7, 8, o Espírito Santo deseja nos informar que, do mesmo modo como agiu poderosamente na vida de Moisés, pode agir através de qualquer um de nós. Temos a possibilidade de conhecer o Senhor de um modo que o próprio Moisés não podia. Paulo afirma que toda aquela glória que ficou impregnada no rosto de Moisés foi passageira e revela que o ministério do Espírito Santo é mais poderoso. Ele chama o período de Moisés de “ministério da morte” e todos sabemos que o ministério do Espírito traz vida; esse tempo retrata uma Lei escrita em pedras. Hoje, o Espírito escreve uma nova lei em nossos corações (Gl 5.25; Jo 3.6; 6.63). Deus descia até o cume das montanhas para falar com Moisés. Agora o Espírito habita dentro de cada um de nós. Como não será de maior glória?

3.2. O ministério de Moisés era uma figura do que havia de vir.
Dois pensamentos permeiam nossa mente após ler a declaração de 2 Coríntios 3.10: ou amamos demais nossas vidas e conquistas para temer deixá-las ou desconhecemos realmente o sentido dessa afirmação. Paulo está dizendo que a grandeza da glória de Deus foi retida no tempo de Moisés, porque era prevista para o nosso tempo. Isso é terrível, mas verdadeiro. Quando pensamos nas proezas realizadas por Moisés e todos aqueles milagres, sentimo-nos incapazes até de pensar em produzir dez por cento do que fez. No entanto, o apóstolo Paulo está afirmando que tudo foi sombra, que o ministério do Espírito é mais poderoso e que até a natureza espera que tomemos uma posição de fé (Rm 8.19).

3.3. Devemos brilhar com rosto descoberto.
No interessante texto de 2 Coríntios 3.13, 14, o apóstolo Paulo faz um contraste maravilhoso, dizendo que o povo de Israel não entendeu o significado do véu no rosto de Moisés, que era uma figura do véu do santuário que limitava o acesso à presença de Deus. Por isso, Paulo afirma que o ministério do Espírito tem mais excelente glória. Porque Cristo rompeu a limitação humana, dando acesso a quem desejar se aproximar de Sua Presença. Paulo fala de um ministério poderoso, que age de dentro para fora, que em vez de fazer reluzir o rosto, torna o homem a cada passo parecido em palavras e obras com aquele que por ele deu a vida. Ele diz que somos transformados de glória em glória, a cada dia, “na mesma imagem”, por obra do Espírito Santo (2Co 3.18).

CONCLUSÃO
Moisés mostrou apenas uma parte do que Deus é capaz de realizar e Cristo deixou claro que o homem poderia fazer coisas ainda maiores (Jo 14.12). Nada nos foi omitido, basta apenas descobrir como alcançar. Que o Senhor nos dê a planta do caminho e a sede necessária para beber dessa água tão salutar.

lições biblicas CPAD jovens 3 trimestre lição n.1 5/6/2015

                                           
                                       Lições Bíblicas CPAD
                                             Jovens 
                                 2º Trimestre de 2015



Título: Novos Tempos, Novos Desafios — Conhecendo os desafios do Século XXI     Comentarista: César Moisés Carvalho 
     
                          Lição 1: A Igreja em um Mundo Novo
                                   Data: 5 de Julho de 2015

TEXTO DO DIA

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).

SÍNTESE

A Igreja atual enfrenta desafios que devem ser superados com sabedoria e, acima de tudo, sob a direção de Deus.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Jo 16.33
No mundo teremos aflições
TERÇA — Jo 17.1
Cristo não pediu que Deus nos tirasse do mundo
QUARTA — Jo 17.18
Cristo enviou-nos ao mundo
QUINTA — Jo 18.20
Cristo falou abertamente ao mundo
SEXTA — Jo 18.36
O Reino de Cristo não é deste mundo
SÁBADO — Rm 1.8; 10.18
A fé deve ser anunciada em todo o mundo

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
SABER como se deu a transição do mundo veterotestamentário para o neotestamentário.
EXPLICAR os aspectos políticos e socioculturais do mundo enfrentado pela igreja do primeiro século.
CONSCIENTIZAR de que precisamos fazer uma leitura crítica do mundo para transformá-lo mediante o nosso testemunho.

INTERAÇÃO

Prezado professor, inicie a primeira aula desse trimestre apresentando aos alunos o tema geral: “Novos Tempos, Novos Desafios”. Explique que as treze lições analisam as principais mudanças ocorridas no mundo na primeira década do século 21. Como Igreja do Senhor precisamos fazer uma leitura crítica da nossa realidade, do nosso tempo, para que possamos viver o Evangelho de Cristo e ensiná-lo a esta geração de forma ungida e inteligente. O comentarista das lições é o pastor César Moisés Carvalho — escritor, conferencista, chefe do setor de Educação Cristã da CPAD, professor da FAECAD, graduado em Pedagogia e pós-graduado em Teologia pela PUC-Rio.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Sugerimos que você reproduza o quadro abaixo. Explique aos alunos que estamos vivendo um tempo de mudanças em diversas áreas — econômica, política, social, religiosa, etc. Em seguida faça as seguintes indagações: “Estas mudanças afetam a igreja?”; “Qual deve ser a atitude da igreja frente a estas mudanças?”. Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Em seguida peça que, utilizando apenas uma palavra, preencham o quadro. Conclua enfatizando que a Igreja do Senhor precisa fazer uma leitura crítica do nosso mundo para que possa transformá-lo mediante a pregação da Palavra de Deus.

TEXTO BÍBLICO
Mateus 11.16-19; 16.1-3.

Mateus 11
16 — Mas a quem assemelharei esta geração? É semelhante aos meninos que se assentam nas praças, e clamam aos seus companheiros,
17 — e dizem: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamo-vos lamentações, e não chorastes.
18 — Porquanto veio João, não comendo, nem bebendo, e dizem: Tem demônio.
19 — Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos.

Mateus 16
1 — E, chegando-se os fariseus e os saduceus para o tentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu.
2 — Mas ele, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro.
3 — E pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis diferençar a face do céu e não conheceis os sinais dos tempos?

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO
Neste trimestre, estudaremos acerca das principais mudanças que o mundo enfrentou na primeira década do século 21. Na lição de hoje, veremos que o tempo e o mundo em que vivemos são muito distintos dos originais em que a Igreja nasceu. Como viver os mesmos princípios doutrinários que marcaram os primeiros cristãos em situações tão diferentes?
Esse desafio só pode ser vencido com o que disse certo teólogo acerca de o cristão carregar em uma das mãos a Bíblia e, na outra, o jornal. Em termos diretos, precisamos fazer com que o Evangelho faça sentido à sociedade atual.

I. DO MUNDO VETEROTESTAMENTÁRIO AO NEOTESTAMENTÁRIO

1. A transição do mundo veterotestamentário para o neotestamentário. O período de quatrocentos anos entre o livro do profeta Malaquias e o nascimento de João Batista e de Jesus Cristo é conhecido como “intertestamentário”. Tal designação deve-se ao fato de os acontecimentos que se deram nesse tempo terem ocorrido entre os testamentos bíblicos, em uma época em que Deus não levantou profeta algum para levar uma mensagem coletiva a Israel (Ml 4.5,6). É importante observar que nesse período Deus falou isoladamente com algumas pessoas, pois se revelou a Zacarias e a Isabel (Lc 1.5-25,36,41-45), a Simeão e a Ana, a profetisa (Lc 2.25-38), e ainda a Maria e, posteriormente, a José (Lc 1.26-38; Mt 1.18-25). Após essa sequência de revelações, iniciou-se um novo tempo, quando Deus então cumpriu sua promessa vaticinada por Malaquias de enviar um profeta com as mesmas características de “Elias”. Esse profeta teve como missão preparar os corações para a mensagem de Jesus Cristo, o Messias (Mt 11.9,10,14; Lc 7.24-27; 1.16,17,76-79). Assim estava feita a transição entre o mundo do Antigo para o do Novo Testamento.
2. Da separação social à imersão comunitária. João Batista, além de precursor do Messias, foi, nas palavras de Jesus Cristo, o último dos profetas e também o marco de transição entre a Antiga e a Nova Aliança (Mt 11.13). O Batista foi, sem dúvida alguma, um homem de Deus, mas é possível verificar alguns contrastes entre a sua postura em relação à de Jesus Cristo.
Enquanto o primeiro recolhia-se no deserto (Mt 3.1,3; 11.7; Lc 1.80; 7.24) e adotava um estilo de vida solitário (Mt 11.18), o segundo vivia entre as pessoas e, por isso mesmo, foi acusado de ser alguém comum (Mt 11.19). O exemplo deixado pelo Filho de Deus é muito claro: É plenamente possível viver em meio a uma sociedade corrompida sem contaminar-se com o estilo de vida pecaminoso do mundo (Hb 4.15).
3. Jesus — Um Homem do seu tempo. À acusação de que deveria apartar-se dos pecadores, Jesus respondia que os “sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes” (Mc 2.17). O Mestre procurava estar onde as pessoas se concentravam, pois a sua missão consistia exatamente em resgatá-las (Mt 9.13; Mc 1.38,39; Lc 5.32). Evidentemente que Jesus também se recolhia em momentos oportunos ou a fim de falar com Deus (Mt 14.13; Mc 1.32-37), o primeiro milagre que o Filho de Deus realizou foi em um casamento, celebrando dessa forma o matrimônio (Jo 2.1-11). Em outra ocasião, participando de um jantar na casa de um fariseu, transformou a vida de uma mulher (Lc 7.36-50). Para dizer de forma direta, Cristo jamais se recusou a participar da vida comum e social das pessoas.

Pense!

É possível viver em meio a uma sociedade corrompida sem contaminar-se com o estilo de vida pecaminoso do mundo?

Ponto Importante

Jesus Cristo jamais se recusou a participar da vida comum e social das pessoas.

II. O MUNDO ENFRENTADO PELA IGREJA NO PRIMEIRO SÉCULO

1. O aspecto político e sociocultural. A Igreja foi fundada em um período muito diferente da época em que viveram os profetas e o Israel liderado por Moisés, Josué, os juízes e os reis. O mundo vivia sob o domínio do Império Romano, mas a influência do império anterior — o Grego — era nítida e evidente.
A Igreja teve de enfrentar a burocracia das leis romanas e, ao mesmo tempo, defrontou-se com a filosofia grega que vicejava na sociedade, tornando-a mística e, contraditoriamente, racionalista (At 17.22).
2. O aspecto religioso. Como se não bastasse o desafio externo, a Igreja enfrentava ainda a perseguição do judaísmo. Inicialmente, de forma hostil e violenta; posteriormente, de maneira camuflada e sutil (At 4.1-31; 5.17-42; 6.8—7.60; 15.1-29; Gl 1.6,7, etc.). À semelhança dos nossos dias, torna-se desnecessário dizer que esta última forma de “perseguição” acaba sendo muito mais nociva à saúde da Igreja, pois age de maneira camuflada e sob a desculpa de um “novo ensino” ou de um “ensino complementar”.
3. O gnosticismo. Apesar de não se saber exatamente quando a doutrina gnóstica teve início, é fato que ela, ou algo muito parecido, ameaçava a simplicidade do Evangelho, pois pregava a salvação através de um determinado conhecimento e, além disso, considerava a matéria inerentemente má. Assim, ensinava que a forma física de Jesus Cristo era apenas aparente, o que levou o apóstolo João a combater tal ensinamento (1Jo 4.2,3; 2Jo 1.7).

Pense!

Qual foi a postura da Igreja do primeiro século ao enfrentar os desafios em seu tempo?

Ponto Importante

Na atualidade, a “perseguição religiosa” é mais nociva à saúde da Igreja, pois age de maneira camuflada e sob a desculpa de um “novo ensino” ou de um “ensino complementar”.

III. A IGREJA EM UM MUNDO NOVO

1. Ler o tempo. A repreensão de Jesus Cristo à falta de discernimento e perspicácia dos fariseus e saduceus que, deliberadamente, não reconheciam as obras do Mestre como sinais messiânicos (Mt 16.1-3) deve ensinar-nos que é necessário que saibamos ler a realidade. Por não entender — e também por não querer admitir — que um novo tempo havia chegado, Israel rejeitou o Messias (Hb 8.6-13).
A Igreja do Senhor precisa manter a sensibilidade e a direção do Espírito Santo que marcou sua fundação (At 13.2; 15.28). Para isso, é preciso continuar na presença do Senhor, reconhecendo que dependemos totalmente dEle.
2. Viver no mundo sem amoldar-se ao sistema que o rege. A recomendação paulina à igreja que estava em Roma repete-nos a verdade exaustivamente demonstrada, na prática, por Jesus Cristo: É preciso — e possível — viver em meio a este mundo sem, contudo, deixar-nos enredar por seu modo de proceder (Rm 12.2). Paulo até instrui que, se for preciso, devemos nos apartar de alguns, mas não se referia aos que possuem uma vida decadente, e sim aos que se dizendo “irmãos”, vivem de forma descompromissada e pervertida (1Co 5.9-11).
3. Conhecer o mundo para transformá-lo. É inegável a verdade de que o século 21 iniciou um novo tempo para a Igreja. Estamos vivendo em um mundo que parece não ter quase nenhuma relação ao de apenas duas décadas atrás. Tal constatação aponta para a realidade de que a Igreja, para manter a sua relevância e influência, precisa conhecer as principais mudanças, identificar os desafios que estas nos apresentam, para só então podermos superá-los e vencê-los. À Igreja o Senhor confiou a missão de salgar e iluminar (Mt 5.13-16). No entanto, se ela não conhecer o seu campo de atuação, jamais poderá cumprir tal incumbência.
Pense!

É possível viver no mundo sem amoldar-se ao sistema que o rege?

Ponto Importante
A Igreja precisa conhecer as principais mudanças do nosso tempo, identificar os desafios que estas nos apresentam, para só então superá-los e vencê-los.


IV. A PRIMEIRA DÉCADA E MEIA DO SÉCULO 21
1. Um tempo de mudanças. Já se tornou lugar-comum falar que o tempo atual é um período de mudanças. O que isso significa? Para as pessoas acostumadas à estabilidade do século passado, quando as mudanças ocorriam de forma muito mais lenta, significa ter de aprender — rapidamente — a conviver nesse novo cenário. As coisas não são produzidas para serem duradouras, ao contrário, são pensadas visando a dependência e o consumo ao mesmo tempo em que se tornam perecíveis.
2. Um tempo de desafios. Em apenas quinze anos incompletos, o século 21 pode ser considerado um período de grandes desafios à convivência em sociedade. A tecnologia aproximou e, concomitamente, afastou as pessoas. A facilidade em locomover-se e transitar de um país, ou continente, para outro, trouxe a insegurança generalizada.
3. Um tempo de transformações. Como esse período, em tão pouco tempo, conseguiu alterar de tal forma a vida das pessoas? Por causa das transformações proporcionadas através de suas mudanças e desafios. Vamos conhecê-los?

Pense!

É possível sobreviver socialmente nesse tempo?

Ponto Importante

A possibilidade de sobrevivência está relacionada ao conhecimento desse tempo atual suas mudanças, desafios e transformações.


CONCLUSÃO

Em todos os tempos e em suas diversas gerações, a Igreja sempre enfrentou desafios que fizeram com que ela clamasse pela ajuda do Alto, mas também contasse com a atuação consciente de seus membros. Em nosso tempo não pode ser diferente: se quisermos passar à próxima geração 0 legado que recebemos dos pioneiros, precisamos ler a realidade, viver o Evangelho, e ensiná-lo de forma ungida e inteligente. Assim continuaremos influenciando, mas não seremos negativamente influenciados.

ESTANTE DO PROFESSOR
PIPER, John; TAYLOR, Justin. A Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007.

HORA DA REVISÃO
1. De acordo com o que vemos na história da Igreja Primitiva, devemos imitar João Batista ou Jesus?
Devemos imitar Jesus.

2. O que a Igreja precisou enfrentar do Império Romano e ainda do Grego?
A Igreja teve de enfrentar a burocracia das leis romanas e, ao mesmo tempo, defrontou-se com a filosofia grega que vicejava na sociedade, tornando-a mística.

3. O que aconteceu a Israel por não ter reconhecido o Messias?
Por não entender — e também por não querer admitir — que um novo tempo havia chegado, Israel rejeitou o Messias.

4. De acordo com 1 Coríntios 5.9-11, de quem o apóstolo Paulo manda que nos afastemos?
Ele nos instrui a nos afastar dos que, se dizendo “irmãos”, vivem de forma descompromissada e pervertida.

5. É possível a Igreja influenciar sem ser influenciada?
Sim, é perfeitamente possível.

SUBSÍDIO
“Mudanças e a tensão a serem vivenciadas pela igreja
Essas mudanças que ocorrem na sociedade a cada dia não são absolutamente irrelevantes para a igreja. Ao contrário, criam um dilema que, principalmente nos dias atuais, necessita de uma resposta: Deve ela também mudar ou deve evitar a todo custo qualquer tentativa de mudança? A primeira alternativa, que se apresenta tentadora diante do quadro pouco animador das consequências das mudanças, parece ser a opção monástica, que corresponderia à atitude de guardar distância do mundo para não ser contaminada por ele. A história, no entanto, atesta que essa solução não é a mais apropriada, mesmo porque os cristãos precisam continuar sendo sal e luz (Mt 5.13,14).
Uma segunda alternativa seria assumir que, para se contextualizar, ela deve assimilar sem preconceito toda e qualquer mudança, justificando essa opção como a mais apropriada, pois através dela a igreja poderia ter uma melhor compreensão da sociedade, inclusive de forma empática. Desnecessário seria dizer que isso equivale a mundanizar-se.
A terceira alternativa, que seria mais viável para a igreja, atuar adequadamente no mundo contemporâneo, corresponde a exercer uma atuação equilibrada frente às mudanças, não se fechando totalmente a elas como uma ostra dentro de si mesma, nem aceitando inconsequentemente suas implicações como uma esponja que a tudo absorve. Tal postura representaria, na verdade, ser fiel à revelação de ontem, tendo a consciência das necessidades de hoje” (AYRES, Antônio Tadeu. Reflexos da Globalização sobre a Igreja: Até que ponto as últimas tendências mundiais afetam o Corpo de Cristo? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001. pp.11-12).


Lições biblicas CPAD adulto 3 trimestre lição n.1 5/6/2015

                                          


                             Lições Bíblicas CPAD

                       Adultos  Trimestre de 2015




Título: A Igreja e o seu Testemunho — As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais           Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
  
Lição 1: Uma mensagem à Igreja Local e à Liderança
Data: 5 de Julho de 2015

TEXTO ÁUREO

Ninguém despreze a tua mocidade; as sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza(1Tm 4.12).

VERDADE PRÁTICA

As cartas pastorais reúnem orientações à liderança cristã e aos membros em geral para que vivam conforme a vontade de Deus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — 1Tm 1.2
O cuidado paternal pelo jovem obreiro


Terça — Ef 6.17
A Palavra de Deus é a “Espada do Espírito”


Quarta — Gl 4.9-11
O pastor deve ter cuidado com o legalismo


Quinta — At 15.19,20
De que os crentes gentios devem se abster


Sexta — 1Co 5.7a
Paulo alerta a respeito do cuidado com o “fermento velho”


Sábado — 2Tm 2.15
Preparado para manejar a Palavra da verdade

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Timóteo 1.1,2; Tito 1.1-4.

1 Timóteo
1 — Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa,
2 — a Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da de Cristo Jesus, nosso Senhor.

Tito 1
1 — Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade,
2 — em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos,
3 — mas, a seu tempo, manifestou a sua palavra pela pregação que me foi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador,
4 — a Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé comum: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.

HINOS SUGERIDOS

210, 225 e 515 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Apresentar um panorama geral das epístolas paulinas de Timóteo e Tito.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

  • I. Introduzir as epístolas pastorais de Timóteo e Tito.
  • II. Conhecer os propósitos das epístolas de Timóteo e Tito.
  • III. Conscientizar a respeito da atualidade das epístolas pastorais.
  • IV. Explicar o conteúdo da mensagem de Paulo para a liderança.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Prezado professor, neste terceiro trimestre do ano, estudaremos a respeito das epístolas de Timóteo e Tito. O autor destas cartas é o apóstolo Paulo. Ele as escreveu com o objetivo de orientar e confortar dois jovens pastores, Timóteo e Tito. A cada lição estudada, você verá que os conteúdos destas epístolas são repletos de bons conselhos que podem ajudar líderes e liderados a viverem conforme a vontade de Deus.
O comentarista é o pastor Elinaldo Renovato de Lima — autor de diversos livros, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN.
O enriquecimento espiritual que advirá do estudo de cada lição será sentido na liderança e em cada membro da Igreja de Cristo.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Neste trimestre teremos a oportunidade ímpar de estudar as Epístolas de 1 e 2 Timóteo e Tito. Estas cartas, em geral, são consideradas um conjunto, já que foram dirigidas a dois jovens pastores que cuidavam do rebanho do Senhor juntamente com Paulo. O conteúdo delas está repleto de conselhos úteis sobre a estrutura da vida na igreja. Estes conselhos fazem destas cartas verdadeiros manuais eclesiásticos para a liderança das Igrejas de hoje.


PONTO CENTRAL

As epístolas de Timóteo e Tito apresentam orientações aos líderes e membros quanto à vida pessoal e cristã.


I. AS EPÍSTOLAS PASTORAIS

1. Cartas pastorais. As três epístolas que estudaremos são chamadas de cartas pastorais, e isso se deve ao fato de terem sido elas endereçadas a dois jovens pastores: Timóteo e Tito. Foram escritas por Paulo, um líder itinerante, que estava preocupado com os jovens pastores. Ele os instrui de modo cuidadoso a respeito do trato com a Igreja e com seus ministérios.
2. Datas em que foram escritas. A Primeira Epístola de Timóteo foi escrita por volta de 64 d.C., entre a primeira e a segunda prisão de Paulo, e enviada de Roma ou da Macedônia (talvez Filipos). Em seguida, por volta de 65 d.C., foi escrita a Carta a Tito. Já a Segunda Epístola de Timóteo foi escrita em tomo de 67 d.C., quando do segundo encarceramento do apóstolo, e antes de sua morte. Faz parte das “cartas da prisão”, ao lado de Filipenses, Efésios, Colossenses e Filemom.
3. Conteúdo. Estas epístolas formam um conjunto literário, devocional e doutrinário, em que se observam o mesmo vocabulário, o mesmo estilo e os mesmos propósitos para qual foram escritas. A estrutura foi elaborada com o intuito de alcançar seus destinatários com solenes ensinos e advertências da parte de Deus. O conteúdo pode ser resumido da seguinte maneira:
a) Saudação. Nas saudações aos destinatários, Paulo demonstra o seu cuidado para com os jovens obreiros (1Tm 1.2; Tt 1.1-4; 2Tm 1.1,2);
b) Qualificações ministeriais. Paulo demonstra que para ser Ministro do Evangelho, há requisitos a serem respeitados (1Tm 3.1-13; Tt 1.5-9);
c) Alerta contra os falsos mestres e as falsas doutrinas (1Tm 4.1-5; Tt 1.10-16). Falsos mestres e falsas doutrinas já existiam nas igrejas e infelizmente ainda existem em muitos lugares;
d) O cuidado com a “sã doutrina” (1Tm 1.10; 6.3; 2Tm 1.13; 4.3; Tt 2.1); a falta desse cuidado contribui para a disseminação das heresias e desvios de toda a espécie;
e) Comportamento e conselhos a diversos grupos (1Tm 5.1-25; Tt 2.1-10). Paulo fala a respeito dos servos, senhores, pais, filhos, jovens e outros grupos.


SÍNTESE DO TÓPICO (I)

As epístolas pastorais receberam esta designação pelo fato de terem sido escritas e enviadas a dois pastores.


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“O centro do ensino de Paulo a Timóteo concentra-se no modo de vida que é apropriado dentro da igreja. As suas lições falam de oração (2.1-8), mulheres (2.9-15), a escolha de ‘bispos’ (3.1-7) e ‘diáconos’ (3.8-13) e concluem com uma liturgia de louvor (3.14-16). Estas lições têm o objetivo de ajudar Timóteo a saber ‘como convém andar na igreja do Deus vivo’.
A seguir, Paulo passa a falar do próprio Timóteo. É aparente que, embora Paulo amasse muito Timóteo, e o enviasse em importantes missões. Timóteo, por natureza, era tímido e hesitante. Por isto as palavras de Paulo parecem, às vezes, ir além do incentivo e da exortação. Paulo lembra Timóteo de que ele pode esperar falsos ensinos infectando as igrejas, e que o seu dever é ‘propor’ a verdade aos irmãos (4.1-10). Mas Timóteo deve fazer ainda mais. Ele deve ‘mandar e ensinar’ a verdade, e não permitir que alguém ‘despreze’ sua ‘mocidade’. E as exortações prosseguem: Timóteo deve ‘meditar nestas coisas’, ‘ocupar-se nelas’ e ‘perseverar nelas’ (4.10-16)” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, p. 467).


II. PROPÓSITO E MENSAGEM

As cartas pastorais de 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito tinham em comum os seguintes propósitos:
1. Orientar os líderes quanto à vida pessoal. Paulo exorta o jovem pastor Timóteo dizendo que ele deveria servir como exemplo em tudo (1Tm 4.12,16). Para estar na liderança de uma igreja local é imprescindível ter uma vida exemplar. Também é necessário e importante que o líder saiba cuidar bem de sua vida familiar (1Tm 3.1-13), a fim de que sua esposa e filhos tenham uma boa conduta.
2. Combater as heresias. Paulo sabia das diversas heresias que ameaçavam as igrejas locais. O apóstolo estava preocupado com os crentes que já haviam sido seduzidos pelo judaísmo. O judaísmo exigia o cumprimento de vários rituais e liturgias, contudo Jesus nos ensinou uma nova maneira de cumprir a Lei e de viver. Jesus fez uma Nova Aliança com a humanidade mediante seu sacrifício na cruz. Naquele tempo havia também o perigo do gnosticismo, ou seja, uma filosofia herética, que defendia o dualismo, segundo o qual a matéria é má e o espírito é bom. Por isso, negava a encarnação de Cristo, pois o corpo, sendo matéria, contaminaria seu espírito. Paulo deixou Timóteo em Éfeso para amenizar os estragos dessa heresia, que se infiltrou no meio dos crentes, sob influência de Himeneu e Alexandre (1Tm 1.19,20).


SÍNTESE DO TÓPICO (II)

As epístolas de Timóteo e Tito tinham como propósitos orientar os líderes quanto à vida pessoal e no combate as heresias.


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“A responsabilidade imediata de Timóteo era esta: ‘Para advertires a alguns que não ensinem outra doutrina’. O apóstolo não nos informa a quem ele se referia quando emitiu esta ordem; Timóteo provavelmente já sabia muito bem quem eram os envolvidos. Paulo usa termos vagos para descrever a natureza destas heresias: Fábulas ou... genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé.
Mesmo que seja impossível concluir com plena certeza quais eram esses ensinos que o apóstolo percebia que estavam minando a fé dos cristãos efésios, não é forçar a interpretação sugerir que se tratava de um começo de gnosticismo. A heresia conhecida por gnosticismo, que no século II se tornou ameaça séria à integridade do ensino cristão, tinha raízes judaicas e gentias. Houve três fases sucessivas da influência judaica na igreja primitiva. A segunda era a fase judaizante que Paulo combateu com tanta eficácia na Epístola aos Gálatas. É sobre a terceira fase, em que havia ‘revelações fingidas sobre nomes e genealogias de anjos’, que o apóstolo procura avisar Timóteo” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, p. 452).


III. UMA MENSAGEM PARA A IGREJA LOCAL E A LIDERANÇA DA ATUALIDADE

Estamos vivendo os tempos trabalhosos que Paulo falou em 1 Timóteo 4.1,2. Precisamos estar atentos, por isso, vamos estudar duas heresias da atualidade. Estas precisam ser confrontadas com a Palavra de Deus.
1. O “evangelho” da prosperidade. Um dos mais eminentes defensores, desta falsa doutrina ensinou que “você é tanto uma encarnação de Deus quanto Jesus Cristo o foi. Você não tem um deus dentro de você. Você é um deus”. Se o crente é “deus” pode tudo; tudo o que disser tornar-se-á realidade (confissão positiva); e terá o mundo e as riquezas que desejar, sem pobreza nem enfermidades. À luz da Palavra de Deus, tal ensinamento equivale a orgulho, presunção e soberba. Sabemos que Deus abomina toda altivez (Pv 6.16-19) e que tal ensino é contrário as Escrituras Sagradas. Somos criaturas, temos falhas e sem Deus nada somos e nada podemos. O poder e a majestade são dEle.
2. Apostasia dos últimos dias. Paulo adverte aos crentes quanto ao que está acontecendo nos dias atuais, onde muitos estão abandonando a fé em Cristo. Em Tito, ele faz advertência semelhante sobre falsos líderes, contradizentes e de torpe ganância (Tt 1.9-13). Precisamos estar atentos para que os ensinos heréticos e a apostasia não alcancem a Igreja do Senhor. O líder tem a responsabilidade de zelar pela sã doutrina.


SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Embora tenha sido escrita em um tempo distinto do nosso, podemos encontrar nas cartas pastorais, ensinos preciosos para a liderança local e para a igreja dos dias atuais.


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“O Espírito Santo revelou explicitamente que haverá, nos últimos tempos, uma rebeldia organizada contra a fé pessoal em Jesus Cristo. Aparecerão na igreja pastores de grande capacidade e poderosamente ungidos por Deus. Alguns realizarão grandes coisas por Deus, e pregarão a verdade do evangelho de modo eficaz, mas se afastarão da fé e paulatinamente se voltarão para espíritos enganadores e falsas doutrinas. Por causa da unção e zelo por Deus que tinham antes, desviarão muitas pessoas.
Muitos crentes se desviarão da fé porque deixarão de amar a verdade (2Ts 2.10) e de resistir às tendências pecaminosas dos últimos dias. Por isso, o evangelho liberal dos ministros e educadores modernistas encontrará pouca resistência em muitas igrejas” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p. 1870).


IV. MENSAGEM PARA A LIDERANÇA

1. Administração eclesiástica. Em 1 Timóteo 3.1-12 e em Tito 1.5-9, vemos um conjunto de qualificações que aqueles que desejam liderar uma igreja necessitam ter. Infelizmente, em muitas igrejas, nem sempre estas recomendações são observadas. Porém, a liderança exige esforço. É necessário que o pastor tenha uma vida santa e irrepreensível. É preciso esforço e disciplina. Observe com atenção, algumas das qualificações necessárias ao líder: Irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos fiéis, não soberbo, não iracundo, não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, retendo firme a Palavra, capaz de admoestar com a sã doutrina, etc.
2. Ética ministerial. Na Segunda Epístola a Timóteo, Paulo diz que o ministro deve apresentar-se a Deus “aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar; que maneja bem a palavra da verdade” (2.15). A verdadeira liderança se estabelece pelo exemplo, pelo testemunho, muito mais do que pela eloquência, pela oratória ou pela retórica. Não são os diplomas de um pastor que o qualificam como líder cristão, mas seu exemplo, sua ética, diante de Deus e da igreja local. Paulo tinha condições de ensinar liderança e ética, pois sua vida era exemplo para a igreja e para os de fora (Fp 3.17; 1Co 11.1).
O líder cristão não é o que “manda”, mas o que serve. Não é o maior, e sim o menor (Mt 20.24-28).


SÍNTESE DO TÓPICO (IV)

As epístolas de Timóteo e Tito apresentam um conjunto de qualificações que aqueles que desejam a liderança devem ter.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A liderança é essencial à vida e missão da igreja. Sem ela, a igreja tropeça e cai num curso incerto em sua peregrinação rumo a um lugar melhor. Sem liderança, a igreja não é capaz de cumprir seus propósitos de ministrar eficazmente aos de dentro e alcançar os de fora, nem pode render a Deus a glória que Ele merece.
O pastor é a pessoa chamada para prover a liderança final da igreja, não importando o sistema administrativo dela. O sucesso da igreja depende em grande parte de sua capacidade de liderança.
Liderança é bíblica. A ideia de alguém liderando outros está fundamentada nas Escrituras. Assumir papel de líder na igreja de Deus e esperar que outros sigam seu exemplo não é egoísmo, autoritarismo, condescendência nem pecado. Temos certeza disso porque as Escrituras deitam as bases e os princípios da liderança cristã” (MACARTHUR, John. Ministério Pastoral:Alcançando a excelência no ministério cristão. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.294-5).


CONCLUSÃO

As cartas pastorais contêm doutrinas e exortações quanto a assuntos práticos, mas também diretrizes gerais sobre liderança, designação de obreiros, suas qualificações, as responsabilidades espirituais e morais do ministério; do relacionamento com Deus, com os líderes e das relações interpessoais. São riquíssimas fontes de ensino para edificação das igrejas locais nos tempos presentes.

PARA REFLETIR

A respeito das Cartas Pastorais:

Quais as epístolas estudaremos neste trimestre?
1 e 2 Timóteo e Tito.

Quem escreveu as cartas a Timóteo e Tito?
Elas foram escritas por Paulo.

Em que data, aproximadamente, foi escrita a Primeira Epístola de Timóteo?
Foi escrita no ano de 64 d.C. (aproximadamente).

Quais eram os propósitos de 1 e 2 Timóteo e Tito?
Orientar os líderes quanto à vida pessoal e combater as heresias.

De acordo com a lição, o líder é quem manda ou quem serve?
O líder cristão não é o que “manda”, mas o que serve. Não é o maior, e sim o menor.


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Uma mensagem à Igreja Local e à Liderança

Entre os anos 50 e 65 d.C., a Igreja era uma comunidade incipiente. Historicamente, há pouco havia acabado de nascer. Nesse período, as cidades de Éfeso e de Creta foram evangelizadas pelo apóstolo Paulo. Ali, numa região de domínio romano, mas também de predominância cultural grega, o Evangelho “explodiu”. Uma incipiente comunidade de cristãos em Éfeso e Creta não poderia ficar sem a referência apostólica, por isso, o apóstolo dos gentios viu-se obrigado a escrever três cartas, cujos estudiosos classificam como pastorais: 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito.
Basicamente, as cartas contêm conselhos práticos de encorajamento sobre a vida e o ministério dos jovens pastores Timóteo e Tito. O apóstolo os instruiu sobre as normas necessárias, o combate imperioso contra as heresias e fábulas da época, entretanto, colocando a eclesiologia das comunidades em destaque: a organização da igreja; o cuidado competente e encorajador do pastor aos grupos específicos da igreja local, tais como aos jovens, aos adultos, aos anciões e aos oficiais da igreja.
O apóstolo Paulo era um missionário atarefado e, por isso, não poderia estar frequentemente nas comunidades fundadas por ele. Todavia, as igrejas cristãs não poderiam ficar sem o ensino de Cristo. Assim, percebemos a preocupação e a urgência que Paulo demonstrou sobre o estabelecimento de diáconos e presbíteros, logo nos primeiros capítulos de 1 Timóteo e de Tito. Em linhas gerais, podemos dizer que o objetivo principal das cartas era instruir os jovens pastores sobre como separar e estabelecer bons obreiros para a seara do mestre. De antemão, a tarefa do oficial cristão não é nada fácil, pois o tempo é difícil e trabalhoso. Os obreiros do Senhor, em primeiro lugar, deveriam ser provados e aprovados por Deus (2Tm 2.15), como pessoas aptas ao ensino do Evangelho, manejando bem a palavra da verdade. Esta predisposição era essencial a todo o vocacionado pelo Senhor a administrar a obra de Deus.
A partir dessa orientação pastoral, segundo as cartas de Paulo, veremos a administração das primeiras comunidades cristãs locais, organizando-se em um conselho de presbíteros, que subdividiriam-se em administradores e ensinadores (1Tm 5.17), e o estabelecimento dos diáconos (At 6). Portanto, a igreja do primeiro século era organizada, observava a Palavra, assistia e acolhia pessoas. Esta obra não podia acabar!