Lições Bíblicas CPAD
Adultos 2º Trimestre de 2015
Título: Jesus, o Homem Perfeito — O Evangelho
de Lucas, o médico amado
Comentarista: José Gonçalves
Lição
11: A
última Ceia
Data: 14 de Junho de 2015
TEXTO ÁUREO
“Alimpai-vos,
pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem
fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co
5.7).
VERDADE PRÁTICA
A Páscoa comemorava a libertação do Egito. A Ceia do Senhor
celebra a libertação do pecado.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
— Êx 12.1-28
O real propósito da Páscoa para os judeus
Terça
— Lc 22.7-13
A última ceia de Jesus com seus discípulos aqui na terra
Quarta
— Lc 22.14-20
O verdadeiro significado da celebração da Ceia
Quinta
— Lc 22.19,20
Os elementos que compõem a Santa Ceia do Senhor
Sexta
— 1Co 11.26
O real propósito da Ceia do Senhor para a Igreja
Sábado
— 1Co 11.27-32
Ouem pode participar da Santa Ceia do Senhor
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas
22.7-20.
7 — Chegou, porém, o dia da Festa dos
Pães Asmos, em que importava sacrificar a Páscoa.
8 — E mandou a Pedro e a João,
dizendo: Ide, preparai-nos a Páscoa, para que a comamos.
9 — E eles lhe perguntaram: Onde
queres que a preparemos?
10 — E ele lhes disse: Eis que, quando
entrardes na cidade, encontrareis um homem levando um cântaro de água; segui-o
até à casa em que ele entrar.
11 — E direis ao pai de família da
casa: O mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os
meus discípulos?
12 — Então, ele vos mostrará um grande
cenáculo mobiliado; aí fazei os preparativos.
13 — E, indo eles, acharam como lhes
havia sido dito; e prepararam a Páscoa.
14 — E, chegada a hora, pôs-se à mesa,
e, com ele, os doze apóstolos.
15 — E disse-lhes: Desejei muito comer
convosco esta Páscoa, antes que padeça,
16 — porque vos digo que não a comerei
mais até que ela se cumpra no Reino de Deus.
17 — E, tomando o cálice e havendo dado
graças, disse: Tomai-o e reparti-o entre vós,
18 — porque vos digo que já não beberei
do fruto da vide, até que venha o Reino de Deus.
19 — E, tomando o pão e havendo dado
graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado;
fazei isso em memória de mim.
20 — Semelhantemente, tomou o cálice,
depois da ceia, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é
derramado por vós.
HINOS SUGERIDOS
53, 22, 482 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Explicar a instituição da Ceia do Senhor como ordenança.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I
com os seus respectivos subtópicos.
- I. Analisar os
antecedentes históricos da última ceia de Jesus.
- II. Expor a dinâmica
da preparação, celebração e a substituição da Páscoa pela celebração da
Ceia do Senhor.
- III. Elencar os dois
elementos da última ceia.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, estamos diante de um texto que narra uma das
mais importantes celebrações da Igreja Cristã: Lucas 22, a Ceia do Senhor. A
aula desta semana deve ser iniciada explicando aos alunos os antecedentes
históricos da instituição da Ceia do Senhor. Quando o Senhor Jesus Cristo
instituiu a Ceia, na ocasião, Ele estava celebrando a páscoa judaica. Como um
marco representativo da liberação do povo de Israel do Egito — pois foi assim
que a Páscoa ficou conhecida —, a Ceia do Senhor seria um marco representativo
do ato de amor que Jesus Cristo fez em nosso favor, entregando-se à morte, e
morte de cruz, por amor. Explicar tão significativa celebração é o objetivo da
aula desta semana.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Sem dúvida, a Páscoa era uma das festas mais importantes do
judaísmo, e a sua celebração era carregada de valor simbólico. O seu ritual era
metódico e meticuloso pois lembrava um dos momentos mais importantes da
história do povo de Deus da Antiga Aliança — a libertação do cativeiro egípcio!
A sua celebração anual mobilizava toda a nação judaica.
Quando instituiu a Santa Ceia, por ocasião da celebração da
última Páscoa, Jesus tinha em mente esses fatos. Sabedor de que a Páscoa era
apenas um tipo do qual Ele era o antítipo (ou uma figura da qual Ele era o
cumprimento), Ele demostrou alegria e satisfação por poder celebrá-la na
companhia de seus discípulos. Apenas algumas horas depois, o Filho do Homem
estaria libertando o seu povo, não mais de um cativeiro humano, mas do
cativeiro do pecado!
PONTO CENTRAL
A Ceia do Senhor é uma celebração que o nosso Senhor ordenou à Igreja até
a sua vinda.
I.
ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ÚLTIMA CEIA
1. A instituição da páscoa judaica. A festa da Páscoa era uma das celebrações que
ocorria na primavera. A palavra é derivada do verbo hebraico pasah, com o
sentido de “passar por cima”. Essa festa tem sua origem nos dias que antecedem
o êxodo dos israelitas do Egito, conforme narrado em Êxodo 12. Até esse
momento, Faraó relutava em deixar os israelitas partirem conforme a
determinação do Senhor. A consequência dessa obstinação do governante egípcio
foi o julgamento divino que veio na forma de uma grande mortandade nos lares
egípcios. Somente os primogênitos das famílias egípcias seriam atingidos, pois
os hebreus estavam protegidos com o sangue do cordeiro pascal (Êx 12.13). O
sangue do cordeiro era um tipo do sangue de Cristo, o cordeiro de Deus que tira
o pecado do mundo (Jo 1.29; 1Co 5.7).
2. O ritual da páscoa judaica. A páscoa judaica obedecia a um ritual
detalhado (Dt 16.1-4). Todavia, de acordo com Êxodo 12.3-12, os preparativos
teriam início aos dez do mês com a escolha de um cordeiro, ou cabrito, para
cada família. A família, sendo pequena poderia então convidar o vizinho. O
cordeiro, que seria guardado até ao décimo quarto dia, deveria ser de um ano e
sem defeito. No final do décimo quarto dia era imolado. O sangue era posto
sobre as ombreiras e vergas das portas das casas judaicas. O cordeiro deveria
ser comido assado e com pães asmos e ervas amargas. O resto que sobrasse
deveria ser queimado. Os participantes da Páscoa deveriam ter os lombos
cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. Era a Páscoa do Senhor.
SÍNTESE
DO TÓPICO (I)
Na perspectiva secular, o dinheiro é apenas um elemento material;
na cristã, as dimensões espiritual e material devem coexistir.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A refeição da Páscoa era parte importante da festividade.
Exigia o sacrifício e a assadura de um cordeiro, pão sem fermento, ervas
amargas e vinho. A pessoa devia comer a refeição da Páscoa na posição reclinada
e depois do pôr-do-sol (no início do décimo quinto dia de nisã). Assim, antes
que a refeição da Páscoa fosse celebrada, preparações cuidadosas tinham de ser
feitas.
Lucas reconta como Jesus se prepara para comer a última refeição
da Páscoa com os discípulos antes de sua morte. A expressão ‘o dia da Festa dos
Pães Asmos’ se refere provavelmente ao dia antes da refeição, o décimo quarto
dia de nisã, quando os judeus retiravam todo o fermento de suas casas em preparação
à festa. Jesus instrui Pedro e João a fazerem os arranjos necessários, mas eles
não têm ideia de onde Ele quer fazer a comemoração. Pelo fato de Jesus saber
que Judas concordou em entregá-lo aos líderes religiosos (vv.21,22), Ele
manteve o lugar da refeição em segredo. Durante a refeição da Páscoa, todos os
judeus estariam a portas fechadas, e tal oportunidade ofereceria ocasião
conveniente para Judas entregar Jesus às autoridades. Mas Jesus será preso na
hora em que Ele escolher, e não quando os inimigos escolherem” (ARRINGTON,
French L. Lucas. In
ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. 2ª Edição. RJ:
CPAD, 2004, p.460).
II.
A CELEBRAÇÃO DA ÚLTIMA CEIA
1. A preparação. Ao
responder à pergunta dos discípulos sobre onde se daria os preparativos da
Páscoa, Jesus encaminha-os a um homem com um cântaro de água (Lc 22.10). Lucas
deixa claro que Cristo, como filho de Deus e capacitado pelo Espírito Santo,
possuía conhecimento prévio dos fatos. O expositor bíblico Anthony Lee Ash,
observa que o homem com um cântaro de água seria facilmente notado, pois esse
era um trabalho de mulher. Os hospedeiros costumavam oferecer suas casas
durante a festa, em troca das peles de animais e utensílios usados para a
refeição. O preparo da Páscoa incluiria a busca de fermento na casa e o preparo
dos vários elementos da refeição.
2. A celebração e substituição. Jesus possuía consciência de que a sua morte
na cruz se aproximava e que Ele era o Cordeiro de Deus do qual o cordeiro da
Páscoa era apenas um tipo (Jo 1.29). Com certeza milhares de cordeiros foram
sacrificados em Jerusalém nessa data, mas somente Jesus era o “Cordeiro de Deus
que tiraria o pecado do mundo” (Jo 1.29). Se a Páscoa judaica marcou a
libertação do sofrimento do cativerio egípcio, agora Jesus, através do seu
sofrimento, libertaria a humanidade da escravidão do pecado. Pedro e João fazem
os preparativos exigidos sobre a última Páscoa (Lc 22.7-20) e é durante a celebração
da última Páscoa que Jesus instituiu a Ceia do Senhor (Lc 22.19,20). No
contexto da Nova Aliança a Ceia do Senhor substituiu a Páscoa judaica (1Co
11.20,23).
SÍNTESE
DO TÓPICO (II)
Foi numa Páscoa judaica que nosso Senhor instituiu a Ceia, como uma
ordenança para toda a Igreja.
III.
OS ELEMENTOS DA ÚLTIMA CEIA
1. O vinho. O terceiro
Evangelho faz referência ao uso do cálice por duas vezes, a primeira delas
antes de mencionar o pão (Lc 22.17,20). Mas essa reversão da ordem dos
elementos não modifica em nada o significado da Ceia. Nesse particular, a
liturgia cristã segue o modelo dos outros evangelistas e de Paulo, onde o uso
do vinho é precedido pelo pão (Mc 14.22-26; Mt 26.26-30; 1Co 11.23-25).
Tomando o cálice, Jesus falou: “Este cálice é o Novo Testamento
no meu sangue, que é derramado por vós” (Lc 22.20). O sentido desse texto é que
o vinho é um símbolo da Nova Aliança que foi selada com o sangue de Jesus, o
Cordeiro de Deus (Êx 12.6,7,13; 24.8; Zc 9.11; Is 53.12).
2. O pão. Após tomar
o pão, dar graças e partir, Jesus disse: “Isto é o meu corpo, que por vós é
dado; fazei isso em memória de mim” (Lc 22.19). Jesus usa a expressão: “isto é
o meu corpo” com sentido metafórico, da mesma forma que Ele disse: “Eu sou a
porta” (Jo 10.9). O pão era um símbolo do corpo de Jesus da mesma forma que o
vinho era do seu sangue. A palavra “oferecido” traduz o verbo grego didomi, que
também possui o sentido de entregar. Esse mesmo verbo é usado nos textos de
Isaías 53.6,10,12, onde há uma clara referência a um sacrifício (cf. Êx 30.14;
Lv 22.14). O corpo de Jesus seria oferecido vicariamente em favor dos
pecadores.
SÍNTESE
DO TÓPICO (III)
Os elementos da Ceia são o vinho, que simboliza o sangue de Jesus;
o pão, que simboliza o corpo partido do Senhor.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Devido, em grande parte, à conotação um tanto mística que
acompanha a palavra ‘sacramento’, a maioria dos pentecostais e evangélicos
prefere o termo ‘ordenança’ para expressar o seu modo de entender o batismo e a
Ceia do Senhor. Já na era da Reforma, alguns levantavam objeções à palavra
‘sacramentos’. Preferiam falar em ‘sinais’ ou ‘selos’ da graça. Tanto Lutero
quanto Calvino empregavam o termo ‘sacramento’, mas chamavam atenção para o
fato de que o usavam num sentido teológico diferente da implicação original da
palavra em latim. O colega de Lutero, Philipp Melanchthon, preferia empregar o
termo signis(‘sinal’).
Hoje, alguns que não se consideram ‘sacramentalistas’, ou seja, que não acham
que a graça salvífica seja transmitida através dos sacramentos, continuam
usando os termos ‘sacramento’ e ‘ordenança’ de modo sinônimo. Devemos
interpretar cuidadosamente o sentido do termo de acordo com a relevância e
implicações atribuídas à cerimônia pelos participantes. As ordenanças,
determinadas por Cristo e celebradas por causa do seu mandamento e exemplo, não
são vistas pela maioria dos pentecostais e evangélicos como capazes de produzir
por si mesmas uma mudança espiritual, mas como símbolos ou formas de
proclamação daquilo que Cristo já levou a efeito espiritualmente nas suas
vidas” (HORTON, Stanley (Ed). Teologia
Sistemática: Uma
perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.560).
CONCLUSÃO
Participar da Ceia do Senhor é um privilégio do qual todo cristão
deve se alegrar. Não se trata de um ritual vazio, mas de uma celebração
carregada de significado, porque aponta para o sacrifício do calvário. A Ceia
celebra a vitória de Cristo, o Cordeiro de Deus, sobre o pecado e suas
consequências.
Ao participarmos da Ceia, devemos manter uma atitude de eterna
gratidão ao Senhor por nos haver dado vida quando nos encontrávamos mortos em
nossos delitos. Assim como os antigos judeus não deveriam celebrá-la com
fermento em seus lares, da mesma forma não devemos comemorar a Ceia com o velho
fermento do pecado. Celebremos a Ceia com os asmos da sinceridade.
PARA REFLETIR
Sobre os
ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Quando
ocorria a festa da Páscoa?
A festa da
Páscoa era uma das celebrações que ocorria na primavera.
A palavra
Páscoa é derivada de qual verbo hebraico e qual é o seu significado?
A palavra é
derivada do verbo hebraico pasah, com o
sentido de “passar por cima”.
O que o
vinho na Santa Ceia simboliza?
O vinho é um
símbolo da Nova Aliança, que foi selada com o sangue de Jesus, o Cordeiro de
Deus.
O que
simboliza o pão?
O pão
simboliza o corpo de Jesus.
O significa,
para você, participar da Santa Ceia?
Resposta
livre.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A última Ceia
O ambiente da última Páscoa de Jesus, e a instituição da Ceia do
Senhor, é digno de notas extensas. Quem estava na Ceia do Senhor, assentado à
mesa? Judas, o traidor; os discípulos que logo após a Ceia do Senhor disputavam
sobre quem seria o maior entre eles; estava presente Pedro, que negou Jesus
três vezes; no final, todos os discípulos abandonariam o Senhor, exceto o
apóstolo João. Esse contexto é significativo quando refletimos sobre a
simbologia da ordenança de nosso Senhor.
O ato da Ceia do Senhor demonstra que Ele se entregou em favor
de nós, seres humanos imperfeitos, não regenerados e dependentes exclusivamente
da graça de Deus. O nosso Senhor estava diante dos seus discípulos, aqueles que
os trairia, os negaria, e encontravam-se preocupados acerca de quem é o maior
no Reino de Deus. Ele partiu o pão e deu-o para essas pessoas, Ele serviu o
suco da vide para essas pessoas. A Ceia do Senhor foi instituída num ambiente
onde estavam pessoas com uma natureza absolutamente contrária ao Evangelho.
Jesus sabia que seria traído, negado e que pessoas estavam preocupadas com a
posição que assumiriam quando o seu reino fosse instaurado. Para esses
discípulos, o reino era de perspectiva humana, palaciana e material. Por isso,
quando o nosso Senhor foi crucificado e morto, os discípulos dispersaram, pois
“Onde estava o reino?”; “Onde estava o Palácio?”; “onde estava o rei?”. Os
discípulos simplesmente desanimaram...
Não somos tão diferentes dos discípulos hoje. Talvez, não
traímos o Senhor, entregando-o a morte para livrar a nossa pele, por absoluta
falta de oportunidade. Quantas vezes quando estamos sob alguma pressão, o nosso
pensamento é desistir? Imagine a pressão que o nosso Senhor sentiu e,
igualmente, a pressão que o apóstolo João pressentiu ao decidir ficar só, com
Maria, a mãe de Jesus e outras mulheres que sofriam o sofrimento do Messias.
Hoje, pela graça de Deus, temos a possibilidade de sentarmo-nos
à mesa do Senhor, “comer do seu corpo” e “beber do seu sangue”. Lembrando de tão
grande e suficiente sacrifício que o nosso Senhor fez por nós. Celebrando a sua
presença conosco, pois Ele está vivo, ressuscitou e habita em nós. Igualmente,
tendo a esperança de um dia Ele voltar para nos buscar, pois chegará o dia em
que o nosso Senhor beberá de novo, mas agora juntamente conosco, do fruto da
vide. Portanto, a Ceia do Senhor nos faz olhar para o passado, viver o presente
e ter esperança no futuro. Deus está conosco!
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PAZ DO SENHOR
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