ESCOLA
DOMINICAL - Conteúdo da Lição 9 - Revista da Editora Betel
Construindo
Bezerros de Ouro
31
de maio de 2015
Texto
Áureo
“E
naqueles dias fizeram o bezerro, e ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se
alegraram nas obras das suas mãos”. At 7.41
Verdade
Aplicada
A
penalidade para aquele que trai a confiança do Senhor é a dura realidade de ter
que avançar sem a Sua presença e a Sua proteção.
Textos
de Referência
Êxodo
32.1-4
1
Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e
disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a
este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe
sucedeu.
2
E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro que estão nas orelhas de
vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas e trazei-mos.
3
Então, todo o povo arrancou os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas,
e os trouxeram a Arão,
4
E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou com um buril, e fez dele um bezerro
de fundição. Então, disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra
do Egito.
Introdução
O
pedido dos israelitas não significava necessariamente que esses indivíduos
estivessem rejeitando ao Senhor, eles queriam Deus, mas um Deus de acordo com o
que suas mentes imaginavam (Êx 32.1).
1.
Arão e o bezerro de ouro.
A
demora de Moisés foi o perfeito álibi para que o povo retrocedesse seu coração
de volta ao Egito. Inquietos pela ausência do líder visível, que há quarenta
dias estivera no monte, eles se uniram para fazer um pedido especial a Arão, o
responsável na ausência de Moisés. Vejamos:
1.1.
O pecado da leitura errada.
O
que você faria se seu pastor sumisse sem dar notícias durante quarenta dias? O
povo esperou e ao fim de quarenta dias se desesperançou. Ao verem o monte a
fumegar, o ruído dos trovões e os relâmpagos sob a montanha, concluíram que
Moisés havia morrido (Êx 20.18; 32.1). Na verdade, eles não podiam ficar para
sempre parados no deserto. O povo queria saber a quem seguir e em que
acreditar. Sem respostas, eles pedem a Arão que confeccione um deus para que
adorem. Eles tinham um pensamento correto, mas com a leitura errada. Seus
corações nunca compreenderam quem era realmente o Deus a quem estavam servindo.
É possível criar uma imagem de Deus segundo nossa própria imaginação. Para
Moisés, o Senhor era um amigo íntimo que falava face a face. Para eles, o Senhor
era apenas um deus que poderia ser trocado por qualquer outro caso não
atendesse seus desejos.
1.2.
O pedido do povo e a fraqueza de Arão.
Muitos
eruditos tentam defender Arão, afirmando que ele cedeu porque temeu o povo ou
porque não acreditava que eles se desfariam de seus pendentes de ouro. Arão era
influente, mas não teve personalidade para liderar o povo. Fez tudo errado e
foi dele a ideia de confeccionar um bezerro. (Êx 32.2, 4). De onde terá vindo
sua inspiração? É provável que Arão tenha tentado copiar o Touro Ápis, símbolo
da força e da fecundidade, que era cultuado no Egito. Será que poderíamos
imaginar como seria o destino de Israel se Moisés não voltasse e Arão
assumisse? Misericórdia!
1.3.
O encontro de Moisés com Arão.
Ao
descer do monte e ver toda aquela adoração, Moisés confronta Arão, que
rapidamente coloca a culpa no povo (Êx 32.22). Logo em seguida Arão mente de
forma descarada, pois afirma que colocou o ouro no fogo e saiu o bezerro (Êx
32.24). Será que ele estava querendo dizer que aconteceu um milagre? Como é
fácil para alguns líderes procederem como Arão. Antes de agirem, sondam
meticulosamente opinião pública. Pensam que é imprudente ser muito rígidos.
Julgam necessário tolerar as fraquezas carnais e concordar com as tendências atuais.
Acreditam que não se pode ter sucesso a menos que acompanhem a multidão; para
eles é melhor abrir mão da verdade do que perder a influência sobre as pessoas.
O problema deles é o que dirão no dia do acerto de contas.
2.
Moisés e as tábuas da Lei.
Deus,
por misericórdia, revelou a Moisés a idolatria de Israel. Sua palavra soava
como uma rejeição (Êx 32.7). Ciente, Moisés intercede, mas, ao descer do monte,
quebra a Lei e pune os culpados. Três coisas iremos destacar neste ponto: a
intercessão de Moisés; o porquê de quebrar as tábuas e a maneira como se
interpôs diante de Deus pelo povo.
2.1.
A intercessão de Moisés.
A
avaliação que Deus fez dessa multidão perversa era muito clara: “De dura
cerviz”. Essa expressão é aplicada a cavalo ou boi rebelde que não se deixa ser
controlado por rédeas. Israel se recusara a obedecer ao concerto que fizera.
Deus quer destruir o povo, mas, com uma coragem que só poderia vir de uma fé
robusta, Moisés rogou: “Toma-te da ira do teu furor e arrepende-te deste mal
contra o teu povo”. Pediu, também, que Deus se lembrasse das promessas feitas
aos patriarcas, a quem, pelo Seu nome, jurara dar a terra da promessa
eternamente. Na defesa perante Deus, há três argumentos para o Senhor não
exterminar o povo. Primeiro, este procedimento anularia as vitórias anteriores.
Segundo, daria ocasião aos egípcios para se gloriarem. E, por último, quebraria
a promessa feita a Abraão. Todos esses argumentos foram apelos fundamentados na
glória de Deus e, com certeza, um verdadeiro exemplo de oração intercessora (Êx
32.7-15).
2.2.
Moisés quebra as tábuas da Lei.
Moisés
teve compaixão e suplicou pela moderação da ira de Deus, mas, quando viu
pessoalmente o mal do povo, sentiu a mesma ira que Deus expressara. No entanto,
a ira santa tinha de ser abrandada com compaixão amorosa. Moisés tinha em mãos
a própria Lei, que condenava à morte o povo rebelde. Se a punição da Lei fosse
implementada imediatamente, Israel teria que morrer. O povo quebrara a Lei.
Enquanto estava diante dos israelitas e observara a lascívia que faziam, Moisés
ergueu a Lei acima da cabeça e, provavelmente à vista de todos, lançou as
tábuas ao chão com força e ímpeto. Ele lhes trouxera algo de que eram indignos.
Estavam totalmente desqualificados para receber aquele dom de Deus. Ou as
tábuas tinham que ser quebradas ou o povo tinha que ser destruído. Moisés
quebrou as tábuas. Ele desfez o trabalho de Deus para poupar a vida do povo.
2.3.
Moisés, o mediador.
Ao
organizar o arraial, os rebeldes foram punidos, mas a Lei estava quebrada e
Moisés deveria retornar a presença do Senhor tanto para reconciliar Israel
quanto para reparar os danos causados ao trabalho divino. Moisés tinha de achar
um meio de voltar a uma relação de concerto com Deus. Na presença de Deus,
Moisés confessou o pecado de Israel e com uma santa ousadia disse: “perdoa o
seu pecado, se não, risca-me peço-te, do teu livro, que tens escrito” (Êx
32.32). “Riscar” significa: “cortar” da comunhão com o Deus vivo, ou entregar a
morte”. O amor de Moisés pelos israelitas era tão grande que ele não se
importava em viver, a menos que Deus lhe perdoasse. Ele só desceria do Sinai
com o perdão e a paz estabelecida entre Deus e todo o povo. Que exemplo de
líder foi Moisés. As paixões carnais vividas pelo povo de Israel trouxeram sérios
apuros para Moisés. Colocar sua própria vida à prova é um ato que vai além do
amor, que poucos homens ousariam tentar.
3.
O bezerro de ouro no coração humano.
O
grande problema de Israel não estava no pensamento da morte de Moisés ou porque
a paciência esgotou. Isso não justifica a confecção de um ídolo e uma adoração
tão fervorosa. O bezerro vai muito além de uma estátua, ele representa um
problema do íntimo do coração humano. Vejamos algumas lições importantes:
3.1.
A dificuldade humana de ter uma verdadeira fé.
Embora
o coração do povo pudesse necessitar de uma prova visível, Deus já lhes havia
dado manifestações do Seu poder e amor, mas seus corações insensatos não
puderam discernir. Por um momento, eles se esqueceram de tudo o que Deus
realizou e como os livrou do Egito. Eles ignoraram o sobrenatural e, sem
paciência, fizeram o incompreensível. Na verdade, usando o artifício de que
queriam agradar a Deus, eles buscavam agradar a si mesmos. Qual a diferença do povo
que adorou o bezerro e o povo dos dias atuais? Atualmente temos motivos para ir
ao templo, mas, lamentavelmente, muitos deles não são o Evangelho. Temos uma
geração indiferente, com cultos de satisfações humanas que nada produzem a não
ser muito barulho e pouco caráter cristão. A quem buscamos agradar afinal? A
Deus ou a nós mesmos?
3.2.
Adorando ao Bezerro.
O
que é a religiosidade senão um bezerro? Mesmo não fazendo ídolos, podemos ser
culpados de procurar moldar nosso Deus à nossa imagem para justá-lo às nossas
expectativas, desejos e circunstâncias. Quando fugimos da Palavra, fugimos da
leitura perfeita de quem Deus realmente é, qual é a Sua vontade, como devemos
nos aproximar dEle, com que espécie de sacrifícios Ele se agrada e de que forma
Ele deve ser adorado. O bezerro de ouro é o símbolo de uma indefinição
religiosa, de querer controlar aquilo que é incontrolável. A ideia de um deus
feito ao nosso desejo com a de um Deus Senhor da história é aceitar a vontade
de Deus sem renunciar a vontade própria. Em definitivo, é chamar de Deus ao que
nada mais é que um ídolo.
3.3.
O bezerro da aparência.
A
tentação mais forte que Israel sofreu ao longo da história foi a idolatria.
Rodeado de povos que davam culto aos ídolos, sentiam o desejo de se unirem aos
ritos que com frequência eram mais vistosos e atrativos que os seus. Porém,
mais perigosa que a tentação, era a idolatria da própria ideia de Deus. Eles
não aceitavam a ideia de um Deus vivo que não podiam manipular. Queriam um Deus
concreto que pudessem apalpar. É a tentação da aparência, do imediato; um
intento de materializar o sagrado. Sua declaração comprovava que não
compreenderam o êxodo. Eles não diziam que havia sido Deus e sim Moisés quem os
havia tirado da terrado Egito. Eles não entenderam que Moisés era somente um
intermediário (Êx 32.1).
Conclusão
O
bezerro de ouro pode ser qualquer coisa que ainda está abrigada em nossos
corações e nos encaminha a identificar ao Senhor não de modo sobrenatural, mas
humano. Resultando numa fé que não foi construída naquilo que Deus disse, a
qual nos leva a satisfação e nunca à transformação.
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PAZ DO SENHOR
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