ESCOLA DOMINICAL - Conteúdo da Lição
10 - Revista da Editora Betel
Os Últimos Conselhos de Um Grande Líder
7 de junho de 2015
Texto
Áureo
“E
não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do
vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus.” Rm 12.2
Verdade
aplicada
Não
haverá nada que mude ao nosso redor, se antes não houver uma transformação em
nosso interior.
Textos
de Referência
Deuteronômio
8.1-4
1
Todos os mandamentos que hoje vos ordeno guardareis para os cumprir; para que
vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o Senhor jurou a
vossos pais.
2
E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no
deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que
estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não.
3
E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não
conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que o homem não
viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem.
4
Nunca se envelheceu a tua roupa sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes
quarenta anos.
INTRODUÇÃO
Moisés
reúne o povo e relembra os fracassos da geração passada, ensina a nova geração
a não cometer os erros de seus pais e revela-lhes os propósitos de Deus durante
os longos quarenta anos de caminhada errante pelo deserto.
1.
Quarenta anos de caminhada errante.
Moisés
apresenta um cuidado muito especial em sua transição ministerial (Dt 8). Sua
preocupação é que o povo não repita os erros do passado e, para isso, insere
conselhos maravilhosos para suas vidas.
1.1.
Observar o caminho.
Moisés
está passando o bastão da liderança, mas, como todo líder compromissado com
Deus, ele se preocupa em que aquela nova geração não repita a loucura vivida
por seus antepassados. Ele pede que olhem para trás no sentido de refletirem,
de observarem o que aconteceu a seus pais, amigos e parentes durante esses
quarenta longos anos de provação. Moisés deseja que essa nova geração entenda
que precisa mudar de mentalidade para que eles não tenham o mesmo final que
seus pais tiveram. Essa geração teria não somente um novo foco, mas também um
novo líder. Por isso, deveria pensar diferente, deveria compreender que a
oportunidade negada aos seus antepassados agora lhes estava sendo oferecida.
Era importante olhar para os prejuízos do passado e valorizar a conquista tão
sonhada por uma geração que não morreu escrava no Egito, mas que fora escrava
de sua própria mentalidade.
1.2.
Guardar o mandamento.
Moisés
faz questão de lembrar ao povo que todo o fracasso, sofrimento, provações e
problemas vividos por seus antepassados se originaram na desobediência. A
Bíblia nos ensina que a fé vem pelo ouvir (Rm 10.17), ou seja, a fé é gerada
pela verdade que ouvimos da parte de Deus. Logo a incredulidade é o oposto da
fé, ou seja, a ausência da Palavra. Embora a geração passada ouvisse antes de
acontecer e presenciasse o que lhes havia sido dito, isso só fazia diferença
para eles no momento em que ocorria porque, logo em seguida, eles agiam como se
Deus fosse apenas um pai bajulador que deveria somente satisfazer suas necessidades
sem que tivessem a responsabilidade de respeitá-lo como Senhor e Salvador de
suas vidas. Moisés está alertando essa nova geração a não apenas ouvir, mas a
guardar e cumprir (Dt 8.1).
1.3.
Guiados por Deus através do deserto.
Durante
quarenta anos, Deus não deixou que eles acertassem o caminho e andassem em
círculos pelo deserto. Enquanto aquela geração não se consumiu um a um, Deus
não revelou a entrada da Terra Prometida. Já se imaginou vivendo toda uma vida
sem perspectiva? Sabe o que é viver debaixo de uma sentença irrevogável? O
interessante é que mesmo sentenciados à morte, eles viram grandes milagres e
incontáveis maravilhas. É pena que um milagre no corpo não ocasiona,
necessariamente, a salvação de uma alma. DE toda aquela geração, apenas duas
pessoas foram isentas da sentença: Josué e Calebe.
2.
Quarenta anos de humilhações.
Moisés
inicia suas últimas palavras falando sobre a observação do caminho. Em seguida,
começa a enfocar as lembranças que aquele caminho proporcionou. Ele lembra das
provações, das necessidades e das humilhações que já viveram e faz essa
dissertação na intenção de que todos tenham a leitura correta do que evitar.
2.1.
Livres, vivendo como escravos.
Será
que eles estavam certos em dizer que Deus os levou ao deserto para mata-los?
(Nm 14.3). Ou eles fizeram tudo errado e extrapolaram os limites do absurdo e
da incredulidade? Deus não desejava mata-los diante de todos os povos. O maior
problema desse povo é que seus corpos saíram do Egito, mas suas mentes continuavam
por lá. Ainda que tivessem saído, eles pensavam como escravos e se sentiam
tentados a retornarem à vida anterior (Nm 14.4). Deus os levou pelo deserto e
foi apresentado a cada situação, mas eles se acostumaram tanto com as trevas da
escravidão que ignoraram a luz da liberdade. Eles jamais observaram que o Deus
que estava com eles era o mesmo que havia destruído todos os opressores.
2.2.
A humilhação tinha um propósito.
O
deserto não é o lugar onde somos derrotados, nem o estágio final de nossas
vidas, é lugar de passagem. Enquanto peregrinava no deserto, o povo de Israel
era constantemente hostilizado pelas nações ao redor. A ordem era: lutem! Os
israelitas derrotaram os amorreus (Nm 21.21-25), os midianitas (Nm 31.1-11) e o
povo de Basã (Nm 21.33-35). Se Deus os desejasse exterminar jamais ordenaria
que defendessem sua posição. Não era essa a intenção divina; eles pereceram
porque não entenderam o que Deus estava realizando em suas vidas. Deus queria
que eles conhecessem a si mesmos e lhes deixasse tratar (Dt 8.3).
2.3.
Deixou ter fome, mas sustentou com maná.
Existe
propósito para todo tempo de secura em nossas vidas. Deus quer nos humilhar e
nos provar para ver se o nosso coração é perfeito diante dEle (Dt 8.3). Deus
humilhou o povo e o deixou passar fome. Todavia, os sustentou com o maná.
Afinal, o povo passou fome ou foi sustentado? Em todas as manhãs, chegava um
carregamento direto da mesa de Deus, o pão dos anjos (Sl 78.23-25). Durante
quarenta anos, eles jamais perderam a hora do almoço. Então qual é a fome que
Moisés está relatando? A prova consistia em testá-los, para saber se amavam
mais a Deus do que tudo que deixaram para trás; se o desejavam mais do que as
coisas do mundo; se teriam fome e sede de Sua presença e não dos prazeres e
conforto do mundo!
3.
Quarenta anos de milagres incontestáveis.
O
deserto é um período que todo cristão deve passar. Não é um lugar onde devemos
buscar sinais e maravilhas, e sim uma íntima comunhão com Deus, que produzirá
em nós o caráter e a força do Senhor. Esse tempo de aprendizagem poderá trazer
grande desconforto se não tivermos uma visão das promessas de Deus.
3.1.
Uma comida desconhecida de todos.
Moisés
afirma que o Maná, que descia do céu todos os dias, durante quarenta anos, foi
ingerido, mas não foi conhecido nem por eles nem por seus antepassados (Dt 8.3).
Isso prova que podemos viver longos anos sem ao menos saber o sentido real
daquilo que vem da mesa de Deus. Diante deles, estava o que o salmista chama
de: “o pão dos anjos, o pão dos poderosos” (Sl 78.25). Isso significa que era
algo que somente havia na mesa de Deus, uma comida espiritual que
desintoxicaria os tempos de comida egípcia. Porém eles chamaram aquele maná de
comida vil (Nm 21.5). Eles realmente nunca entenderam. O maná é um privilégio
de quem vence (Ap 2.17). Sua presença na mesa indicava que Deus os via como
vencedores, mas eles sempre agiram como derrotados.
3.2.
Um mesmo figurino durante quarenta anos.
Ao
olhar para trás é lembrar os fatos ocorridos com a geração passada, a nova
geração deveria entender o conteúdo daqueles milagres. A roupa nunca
envelheceu, mas era a mesma, o pé nunca inchou, mas era o mesmo calçado (Dt
8.4), ou seja, Deus lhes deu o que necessitavam e nunca o que desejavam. O
deserto é uma escola onde aprendemos a não viver de ostentações, a ser simples,
a depender daquele que está nos guiando e a contentar-nos com o que temos.
Havia pão, nunca faltou, mas não havia presunto, manteiga ou requeijão. O
deserto é lugar de milagres necessários. Antes da riqueza da Terra Prometida é
preciso passar pela escassez do deserto.
3.3.
Aprendendo com os erros.
A
tarefa de comunicar ao povo o caminho da verdade não era de Deus, mas do líder.
Moisés conhecia muito bem aquele povo e entendia que seres humanos sempre erram
repetidamente. Fazer o povo reviver as situações passadas lhes acrescentaria
uma mescla de força e temor. Moisés deixou bem claro que seus pais comeram o
maná da mesa de Deus e morreram. Porém, a vida estava em observar o que saía da
boca de Deus (Dt 8.3). Aquela nação saiu milagrosamente do Egito, presenciou
milagres como nenhuma outra. Agora o maior perigo não reside nos inimigos, mas
em não tê-los. A terra da bênção pode ser tão perigosa quanto a terra da
aflição. No deserto, tornamo-nos dependentes sensíveis, mas, na terra da
promessa, podemos esquecer quem um dia já fomos.
CONCLUSÃO
Tudo
o que é novo pode surpreender e a nova terra estava cheia de perigos ao redor.
As instruções conduziam a nova geração a aproximar-se de Deus, a temê-Lo e a
obedecer-lhe. Chegou o dia do cumprimento da promessa; passou um ciclo, mas
outro ciclo se iniciaria e uma nova história seria escrita por aquela geração.
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