ESCOLA
DOMINICAL
Revista da Editora Betel
O Último Encontro de Um Grande Herói
21 de Junho de 2015
Conteúdo da Lição 12
Texto Áureo
“E em toda a mão forte, e em todo o grande espanto,
que praticou Moisés aos olhos de todo o Israel”. Dt 34.12
Verdade Aplicada
A maneira como vivemos é que dirá como as pessoas se
lembrarão de nós. Cedo ou tarde, a morte chegará para todos. Não temos controle
sobre a morte, mas podemos viver de maneira especial até que deixemos esse
mundo.
Textos de referência.
Deuteronômio 34.5-8
5 Assim morreu ali Moisés, servo do SENHOR, na terra
de Moabe, conforme a palavra do SENHOR.
6 E o sepultou num vale, na terra de Moabe, em
frente de Bete-Peor; e ninguém soube até hoje o lugar da sua sepultura.
7 Era Moisés da idade de cento e vinte anos quando
morreu; os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu o seu vigor.
8 E os filhos de Israel prantearam a Moisés trinta
dias, nas campinas de Moabe; e os dias do pranto do luto de Moisés se
cumpriram.
INTRODUÇÃO
Moisés é um dos tipos que mais se assemelham a
Cristo, principalmente na morte. Até hoje não se sabe onde ele foi sepultado.
Em comparação com o Senhor Jesus Cristo, ninguém vai adorar junto ao túmulo do
mediador do antigo concerto nem do Mediador do novo porque seus corpos não
estão lá.
1. A última visão de Moisés.
A história de Moisés começou com o Senhor e com Ele
também terminou. Moisés subiu ao monte Nebo, ao topo da cordilheira serrilhada
de Pisga, a 1371 metros de altura para ver a Terra Prometida e ser sepultado
pelo Senhor. Vejamos algumas poderosas lições de sua morte.
1.1. Morte, a recompensa para Moisés.
O espaço da trilha para o cume de Pisga é para
apenas uma pessoa; Moisés caminhou só em direção à morte e sabia muito bem
disso. Ele também já havia nomeado um substituto Josué (Dt 31.7). Deus já havia
preparado tudo. Todos morremos, a vida é assim, mas, no caso de Moisés, não
havia motivos para fugir da morte ou odiá-la. A morte traz medo, pânico e a dor
da separação. Porém nesse dia, Moisés teve o privilégio de subir ao monte sem o
fardo de cuidar daquela nação e com sentimento de missão cumprida. A morte que
teve Moisés foi um prêmio concedido por Deus. A glória que desejava ver, agora
lhe estava sendo concedida (Êx 33.18-20). Moisés foi para casa acompanhado e, o
amigo que antes lhe falava cara a cara, ele agora vê pessoalmente, por
completo.
1.2. Pessoas especiais deixam marcas indeléveis.
Quando convivemos longos anos, nos apegamos às
pessoas, pois elas passam a fazer parte de nós. O lado humano não quer se
despedir e o desejo da carne é guardar para sempre, é agarrar e não largar.
Todos queriam que Moisés ficasse, mas Deus disse: “chegou o tempo, ele agora é
meu”. Deus o escolta até o alto e lhe apresenta uma visão abrangente de toda a
terra da promessa (Dt 34.1-3). Com certeza, Moisés se foi feliz. Podemos dizer
que essa é a maior representação da morte de um cristão. Unido a Deus, caminhando
para o alto, ele vê o que ninguém ainda possui (1Co 2.9).
1.3. A segurança da morte.
A grande maioria dos seres humanos gasta a maior
parte de suas vidas em trabalho, relacionamentos e entretenimentos. Todavia,
Moisés tanto viveu quanto morreu diferente de muitos de nós. Sua vida foi
dedicada totalmente a Deus e sua partida reflete isso. Ele morreu no alto, do
jeito que sempre viveu. Porém, com um detalhe muito marcante: morreu segundo a
Palavra do Senhor (Dt 34.5). Tudo terminou como Deus havia providenciado. Deus
não só conhece nossos dias, como também o fim deles. Tudo só acontece na hora
prevista e, mesmo que não aceitemos a morte, ela não vem por acaso, pois Deus
tem consigo a chave que ativa ou desativa seu poder (Fp 1.20, 21). A morte é
solitária. Todavia, no cume daquele monte, Moisés estava sem a companhia dos
humanos, mas na companhia de Deus. Ele morreu seguro e bem acompanhado.
2. A mensagem da vida vitoriosa de Moisés.
Devemos procurar fazer as escolhas certas durante a
vida para que, após nossa partida, as pessoas tenham leitura correta de quem
nós fomos. O Talmud declara o seguinte: “o homem nasce com o punho fechado, mas
morre com as mãos abertas”. Concluímos que ninguém leva nada desse mundo, mas
pode deixar lições sobre o que viveu. Aprendamos com Moisés:
2.1. Moisés, um jovem de cento e vinte anos.
Não é comum sepultar um jovem de cento e vinte anos
em nossos dias. Moisés nunca precisou de óculos ou muletas (Dt 34.7). Era
ativo, pois nunca se entregou à velhice. Em seus últimos momentos de vida,
vemos uma cena rara: um homem com uma idade bastante avançada escalando uma
montanha sem qualquer pessoa para impulsionar-lhe. A mensagem aqui é não se
entregar a idade. A vida de Moisés nos ensina que nunca é tarde para se
realizar algo para Deus, pois ele foi chamado aos oitenta anos, e para si
mesmo.
Nossos olhos não devem se escurecer para ver
possibilidades e nosso vigor não deve se abater. A vida é uma grande
oportunidade. Esse é um recado amoroso de que a idade não é obstáculo para o
contato com Deus.
2.2. O nível de vida vivido por Moisés.
Tão importante quanto o aspecto físico de Moisés foi
sua vida de comunhão com Deus. Observe o que Deus escreveu em seu túmulo quanto
a categoria de vida de Moisés: “E nunca mais se levantou em Israel profeta
algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera face a face” (Dt 34.10). Moisés
recebia de Deus, passava para Arão, que passava para o povo. Só aqui podemos
observar três esferas de nível espiritual. Agora quem lhe sucede é Josué que,
para obter direção de Deus, deveria ir ao sumo sacerdote. Moisés não. Ele
recebia instruções por contato visual direto. Ele não somente viveu, mas
desfrutou de uma maravilhosa intimidade com o Senhor. Ver Moisés com cento e
vinte anos de idade e com total intimidade com Deus é uma tremenda e linda
inspiração. Acredite! Você ainda pode produzir muito para Deus.
2.3. O sepultamento de Moisés.
A declaração de Deuteronômio 34.8 desfaz todo o
pensamento de que aquele povo cheio de intemperança e murmurador fosse incapaz
de expressar sentimentos pela vida de seu líder. Moisés deixou um legado e
marcas na lembrança que até hoje são inesquecíveis. Seu ministério havia
impactado suas vidas de tal maneira que foi necessário um mês para prantear sua
memória. Moisés é a única pessoa na Bíblia que Deus sepultou pessoalmente.
Depois, Ele escondeu sua sepultura para evitar que erigissem um momento. Se
isso não acontecesse, hoje haveria um santuário no Monte Nebo, com ambulantes
de todas as espécies, turismo e diversas caravanas. O assunto é tão sério que o
corpo de Moisés chegou a ser disputado pelo próprio Satanás. Judas relata que
houve um confronto angelical (Jd 9). Satanás tinha propósitos para o corpo de
Moisés, mas Deus bradou forte e disse: “Não. O corpo e alma dele me pertencem e
vou ficar com tudo”. Aleluia!
3. Da glória transitória à gloria permanente.
Moisés morreu de forma ímpar. Ele foi informado
sobre o fim de seus dias, soube a quem deixar a continuidade do seu ministério
e caminhou para encontrar o Senhor sem medo algum de qualquer resposta
negativa. Sua história foi grande, mas a Bíblia ensina que a nossa é ainda
maior e mais poderosa.
3.1. O ministério do espírito é mais excelente que o
ministério de Moisés.
Ao imprimir essa mensagem, descrita por Paulo em 2
Coríntios 3.7, 8, o Espírito Santo deseja nos informar que, do mesmo modo como
agiu poderosamente na vida de Moisés, pode agir através de qualquer um de nós.
Temos a possibilidade de conhecer o Senhor de um modo que o próprio Moisés não
podia. Paulo afirma que toda aquela glória que ficou impregnada no rosto de
Moisés foi passageira e revela que o ministério do Espírito Santo é mais
poderoso. Ele chama o período de Moisés de “ministério da morte” e todos
sabemos que o ministério do Espírito traz vida; esse tempo retrata uma Lei
escrita em pedras. Hoje, o Espírito escreve uma nova lei em nossos corações (Gl
5.25; Jo 3.6; 6.63). Deus descia até o cume das montanhas para falar com
Moisés. Agora o Espírito habita dentro de cada um de nós. Como não será de
maior glória?
3.2. O ministério de Moisés era uma figura do que
havia de vir.
Dois pensamentos permeiam nossa mente após ler a
declaração de 2 Coríntios 3.10: ou amamos demais nossas vidas e conquistas para
temer deixá-las ou desconhecemos realmente o sentido dessa afirmação. Paulo
está dizendo que a grandeza da glória de Deus foi retida no tempo de Moisés,
porque era prevista para o nosso tempo. Isso é terrível, mas verdadeiro. Quando
pensamos nas proezas realizadas por Moisés e todos aqueles milagres,
sentimo-nos incapazes até de pensar em produzir dez por cento do que fez. No
entanto, o apóstolo Paulo está afirmando que tudo foi sombra, que o ministério
do Espírito é mais poderoso e que até a natureza espera que tomemos uma posição
de fé (Rm 8.19).
3.3. Devemos brilhar com rosto descoberto.
No interessante texto de 2 Coríntios 3.13, 14, o
apóstolo Paulo faz um contraste maravilhoso, dizendo que o povo de Israel não
entendeu o significado do véu no rosto de Moisés, que era uma figura do véu do
santuário que limitava o acesso à presença de Deus. Por isso, Paulo afirma que
o ministério do Espírito tem mais excelente glória. Porque Cristo rompeu a
limitação humana, dando acesso a quem desejar se aproximar de Sua Presença.
Paulo fala de um ministério poderoso, que age de dentro para fora, que em vez
de fazer reluzir o rosto, torna o homem a cada passo parecido em palavras e
obras com aquele que por ele deu a vida. Ele diz que somos transformados de
glória em glória, a cada dia, “na mesma imagem”, por obra do Espírito Santo
(2Co 3.18).
CONCLUSÃO
Moisés mostrou apenas uma parte do que Deus é capaz
de realizar e Cristo deixou claro que o homem poderia fazer coisas ainda
maiores (Jo 14.12). Nada nos foi omitido, basta apenas descobrir como alcançar.
Que o Senhor nos dê a planta do caminho e a sede necessária para beber dessa
água tão salutar.