Três dicas para uma classe mais participativa
Algumas vezes, as aulas parecem se
arrastar. Você tenta de tudo para conseguir a participação dos estudantes, mas
nada. Uma das causas da apatia pode estar em seus alunos. Se eles não encontram
nenhum ponto de contado entre si e com você e sua aula, se não sabem porque
estão ali, bem, ninguém vai participar mesmo.
Imagine-se, leitor, caindo no meio de
um seminário sobre neurocirurgia. Ou sobre técnicas avançadas de construção de
pontes. Ou treinamento de um time de rúgbi. Bem, muitos de seus alunos também
se sentem assim. Não é seu conhecimento que importa, mas o que eles sabem sobre
aquele assunto.
1 – Use o conhecimento dos alunos.
melhorar a precisão do chute para ensinar física, gastos com roupas e comidas
para lecionar matemática e os grupos étnicos da cidade para falar sobre
história e geografia.
2 – Inclua uma meta. O que os alunos
vão receber ao final daquela matéria? A resposta “passar de ano” não vale muito.
Procure dar-lhes motivos práticos. Português, por exemplo, é uma das coisas
mais úteis para uma banda de garagem fazer letras decentes. Matemática e física
os ajudam a organizar melhor o dia-a-dia e a ganhar tempo.
3 – Participar não é brigar nem concordar.
Mostre a eles, desde cedo, que podem ter opiniões diferentes entre si (e até
divergir do professor) e se expressar sem cair nos ataques pessoais e brigas.
Isso vai estimular o debate uma vez que alguns alunos pensam que devem engolir
tudo o que o professor diz. Com isso, preferem não dizer o que pensam (pois
estão pensando “errado”), e não participam. Estimule o debate civilizado.
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Ensinar tem cheiro de oficina
2007/07/12 3 COMENTÁRIOS
Ensinar tem cheiro de oficina
Revista Profissão Mestre
Marcos Meier
Quando eu tinha cinco anos de idade,
costumava ir à oficina de meu avô e explorar os mais intrigantes objetos. Ele
era um sapateiro. Não daqueles que, heroicamente, vivem à custa de pequenos
consertos em botas ou sapatos; ele os construía do couro bruto até a última
pincelada de tinta preta. Eu sentia o cheiro do couro, da tinta, da cola e do
pó. Com cinco anos de idade, a imagem de um homenzarrão de avental de couro e
uma faca afiada na mão impunha muito respeito. Mostrava-me o couro cru sobre o
balcão, os moldes, os cortes, as fôrmas, as máquinas de lixar que ele próprio
inventara e o processo de fabricação até o produto final sobre a prateleira.
Mas não era essa imagem rude que me
fascinava. Era seu jeito carinhoso de pegar-me no colo, abrir um jornal e
explicar com uma paciência enorme o som de cada sílaba e o nome de cada letra.
Não havia uma didática especializada, não havia nenhum método pedagógico
específico, mas fui alfabetizado. Aprendi a ver o mundo inteiro através
daquelas páginas enormes suspensas no ar por mãos calejadas, rudes, ásperas.
O que fez a diferença? Por que ainda
hoje lembro de sua voz, de suas correções e de seus elogios? Porque havia amor.
As botas cano alto, os sapatos de salto ou o meu processo de alfabetização
recebiam uma espécie de atenção que só existe naqueles que amam. Essa marca
carrego ainda hoje. Lembro-me do carinho, da dedicação, das broncas e dos
elogios.
Hoje meu jeito de ensinar está
impregnado pela memória de meu avô. Provoco meus alunos, aponto falhas, elogio
seus progressos e acima de tudo, respeito-os.
Quando leciono, provoco reflexões,
assumo o argumento contrário e luto por ele até ser esmagado pela opinião bem
fundamentada de meus alunos. Faço o contrário também. A síntese é construída
por todos nós.
Quando apresento um conhecimento já
elaborado por um autor, vou trocando idéias com meus alunos para que esse
conhecimento possa ser incorporado, ligado, relacionado aquilo que eles
próprios já construíram, possibilitando-lhes a aprendizagem significativa como
diz o educador David Ausubel.
A maiêutica socrática em que uma
idéia se faz nascer e em seguida é lapidada por meio de diálogo argumentativo é
o tom de minhas conversas com os alunos.
Leciono em cursos de pós-graduação.
Como trabalho final, os alunos precisam construir um texto. Escolhem o tema, a
forma de desenvolver o artigo, as obras a serem pesquisadas, o problema a ser
levantado e a hipótese a ser defendida ou negada. Esses alunos têm a
possibilidade de criar, de serem autores. Em suas próprias vidas é isso que
precisam constantemente fazer. Quando desistem desse projeto, tornam-se
escravos da mídia, da sociedade capitalista, da ostentação dos bens materiais,
da moda e do consumismo em detrimento dos valores humanos de solidariedade,
amizade, tolerância e de luta por igualdade e justiça social.
Entretanto, surgem alunos que não
“aderem” ao processo. Preferem aulas expositivas nas quais tudo é sintetizado e
explicado de forma que possam, passivamente, receber as informações e anotá-las
pensado que suas anotações, uma vez memorizadas, podem ser transformadas em
notas. Triste realidade.
Os alunos que aderem ao processo são
diferentes. São autores de sua própria história, como diria Paulo Freire.
Assim, o desafio de alcançar os alunos passivos torna-se maior. É preciso dizer
“não importa a nota, o que você veio fazer aqui?” , “De que forma posso lhe
ajudar?”. Enfim, é preciso colocá-los no colo, abrir um jornal e carinhosamente
ajudá-los a entender o mundo. Ajuda-los a perceber que não são as letras que
importam, mas o que elas dizem. De vez em quando, uma bronca, uma provocação,
uma pergunta para guardar. Outras vezes, é preciso mostrar o couro cru sobre o
balcão e a bota de cano alto na prateleira, deixando que a imaginação preencha
o espaço entre eles.
Meu avô faliu. A indústria de
calçados aprendeu a fazer sapatos em série e a diminuir os preços. Ninguém mais
queria suas botas e seus sapatos. Preferiam tênis ou sapatos que logo pudessem
ser substituídos por outros mais modernos, “da moda”. Entretanto, meu avô
jamais foi um fracassado. Ele teve sucesso numa das maiores e mais
significativas missões: educar.
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Falando sobre desempenho
2007/07/08 DEIXE UM COMENTÁRIO
Falando sobre desempenho
Gilda Lück
Profissão Mestre
Em um mundo tecnológico e visual,
como acontecessem nossas aulas?
A diversidade de aparatos
tecnológicos vem ampliando as informações e o acesso a elas. Por outro lado,
muitas de nossas aulas continuam repetitivas e maçantes, quando deviam ser
criativas e originais. Estamos competindo com o divertido, com o lúdico da Internet
e dos jogos de computador, sem citar a televisão. Necessitamos, portanto, de um
aprendizado mais abrangente em instrumentais de metodologias alternativas.
Nesse contexto, os professores
precisam trabalhar com seus educandos técnicas que possibilitem o
desenvolvimento de suas habilidades e orientá-los na busca pelo conhecimento.
Para aqueles que assim se propuserem, o mar não só será navegável como repleto
de tesouros e mistérios inesgotáveis.
Isso precisa acontecer porque, com a
facilidade, agilidade e quantidade de informações disponíveis, o professor e
até a própria escola perdem espaço no processo de sedução do aluno em prol da
educação. Mas esses quesitos devem continuar sendo os pivôs na condução dos
estudantes, estabelecendo o significado do coletivo e do individual,
priorizando-os como agentes ativos do seu conhecimento e fazendo-os interagir
com outros alunos para enriquecer a experiência através das trocas.
O ambiente educacional deve
proporcionar ao professor e aos alunos todas as facilidades para que esses
objetivos sejam atingidos, oferecendo a possibilidade de trabalhar com
metodologias alternativas e, principalmente, centralizando esforços na
elaboração e execução de um planejamento estratégico conjunto – para todos os
níveis de processos e relações a serem produzidas –, certificando-se da criação
de um espaço sadio.
Dentre os modelos de desempenho
apresentados atualmente, podemos destacar o do uso sistemático de dinâmicas
como um dos mais completos.
Vale a pena abordar esse tema devido
ao fato de que o uso da técnica de dinâmicas de grupo, quando exploradas em
contextos educacionais, na maioria das vezes é feita sem um foco
didático-pedagógico. São simplesmente executadas sem uma finalização, com um
conteúdo pedagógico e desvinculadas de um planejamento inicial.
O uso das dinâmicas de grupo
propagou-se como uma atividade pedagógica na década de 40 com as pesquisas de
Kurt Lewin, psicólogo alemão que fundou o Centro de Pesquisa de Dinâmica de
Grupo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em 1945. No instituto,
fez diversos trabalhos na área de T-groups (grupos de treinamento). O grande
foco foi a relevância dada à reflexão sobre a prática pedagógica
contextualizada pela dinâmica.
Partindo disso, poderíamos conceituar
a prática da dinâmica como uma atividade, na maioria das vezes, curta e
objetiva, com características motivadoras e envolventes.
Por possuírem metas distintas e
“lincadas” com os objetivos educacionais, podem apresentar como resultados
desde um simples aquecimento para processos posteriores, assim como:
reflexão
análise
julgamento
sensibilização
acesso e desenvolvimento de aptidões
construção de habilidades
preparação para mudanças de atitudes
e de comportamentos
aprendizagem
O que precisamos é compreender o fato
de a dinâmica ser um potencial instrumental, não só dentro do fazer pedagógico,
mas, também, como elemento importante da base instrumental do currículo.
Devendo, portanto, constar no planejamento pedagógico e no plano de aula.
Baseando-se no relacionamento da turma
e na criação e execução de tarefas, esse modelo de desempenho segue um programa
sistemático, organizando a seqüência dos conteúdos e atividades. A questão da
disponibilidade (em tempo) de informações personalizadas faz com que as
curiosidades individuais dos alunos aflorem, com que eles admitam a troca,
favorecendo o aprendizado de todos e permitindo que os processos vinculados com
o ato de aprender ocorram no horário solicitado, respeitando as características
e o coletivo.
Está constatado e provado por
pesquisas bem fundamentadas: alunos aprendem mais com seus colegas do que com o
próprio professor. Assim, trabalhar com dinâmicas educativas instrumentaliza o
educador a disponibilizar com sucesso o processo de inter-relação. Então,
poderíamos afirmar que, em se tratando de aprendizagem experimental, a dinâmica
dentro do fazer pedagógico considera as necessidades e a identidade do grupo
que é aplicada.
Cabe ao professor dar alguns
significados relevantes ao desempenho da metodologia aplicada. Por exemplo:
1 – Objetivo claro e transparente (o
que e porque se faz, onde se quer chegar);
2 – experimentação ativa;
3 – proposição da reflexão e análise
do processo;
4 – conclusão e congregação de novos
conhecimentos propostos.
A avaliação, dentro desse sistema poderá
ser somativa (processual), baseando-se pelo empenho pessoal, participação e
conclusões de cada aluno. Dispensa, portanto, a avaliação formal e estabelece
os alunos como seu próprio referencial, quebrando o padrão médio de classe.
Muitos são os educandos que fazem da
experiência em dinâmicas um motivo primordial para participar de uma forma
proativa em seu próprio processo de aprendizagem. O estímulo e a motivação são
conseqüências da aula, e não somente o pré-requisito.
A nova ótica de desempenho, conseqüentemente,
traz cada vez mais o aluno como sujeito do processo. Desta forma, torna-se
muito mais um processo de aprendizagem do que de ensino, e é dentro dessa nova
visão que temos de focalizar o nosso desempenho.
Gilda Lück é assessora pedagógica do grupo
Dom Bosco, mestre em Educação pelo Lesley University (EUA) e doutora em
Engenharia da Produção. E-mail:egopedagogia@ig.com.br
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Planejamento de aula
2007/06/24 4 COMENTÁRIOS
Documento em power point sobre
planejamento de aula.
Baixar
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COMO PODEMOS CONTRIBUIR PARA TORNAR A
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL MAIS ATUANTE E INTERESSANTE?
2007/06/23 7 COMENTÁRIOS
COMO PODEMOS CONTRIBUIR PARA TORNAR A
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL MAIS ATUANTE E INTERESSANTE?
1. SAIBA
COMO PLANEJAR, COM EFICÁCIA, SUA AULA:
Conteúdo- deve ser de pleno
conhecimento do professor, o primeiro a ser considerado no planejamento da
aula.
Extensão e tempo- é necessário
verificar a quantidade de informações e ensinamentos a serem transmitidos. É
preciso fazer uma seleção de conteúdos, priorizar as informações e ensinamentos
que mais se harmonizam com os objetivos da aula, de forma prática no tempo
disponível.
A exposição de uma lição requer uma
boa distribuição de tempo:
Abertura (5%) – uma espécie de “quebra-gelo”.
Introdução (10%) – estabelecimento de
relações com o tema estudado na aula anterior. Desperta a disposição para a
aprendizagem. É por isso que deve haver criatividade, por parte do professor,
que, também, precisa utilizar notícias de jornal, fatos contemporâneos,
ilustrações e experiências corriqueiras para que os alunos se familiarizem.
Interpretação (30%) – a argumentação
bíblica do professor deve ser consistente com as verdades contidas na Palavra
de Deus, de tal modo que os alunos posam interpretá-las e aplicá-las.
Aplicação (40%) – o aluno deve ser
estimulado a mudar aspectos de sua vida para andar de acordo com o que está
contido nas Escrituras: os princípios, leis, ensinamentos que devem ser levados
em consideração, esclarecidos e assimilados para a formação do caráter cristão.
É o momento no qual deve-se estimular a participação, o partilhar de
experiências que propiciem edificação e aprendizado. Tudo isto deve ser feito
com a supervisão e direcionamento do professor para que não se escape dos
objetivos da aula.
Conclusão (15%)- recapitulação das
principais informações transmitidas e repasse de conhecimentos aprendidos. É o
momento de fechar idéias, confirmar doutrinas e demonstrar a importância da
mudança de atitudes e comportamentos. É momento de comunhão e edificação
espiritual, por meio do qual os alunos farão uma introspecção para expor,
diante do Senhor, a situação real de sua vida em busca de mudança.
A importância do planejamento e do
ensino eficaz:
É o momento no qual o professor vai
explorar, ao máximo, o seu potencial e criatividade, constatando o interesse
dos alunos pela Palavra de Deus e o desejo de retribuir o que lhes foi
ensinado. Para alcançar isto, o professor deve ser previdente e organizado,
administrando o seu tempo semanal com a meditação da lição que vai ensinar.
Por meio do ensino, o professor
desperta a mente do aluno para captar e reter a verdade, motivando-o a pensar
por si mesmo, da seguinte forma:
1. O aluno precisa crer que não é o
professor que o ensina.O professor tem que fazer que fazer com que o aluno
pense por si mesmo, estimulando a sua atividade intelectual para que ele
descubra as verdades implícitas na sua mensagem. Somente há aprendizagem com a
atividade mental dos alunos. Para isto, devem ser guiados de tal forma que
possam expressar com segurança seus novos pensamentos, com base nos resultados
da leitura e observações do professor.
2. O professor deve explicar o novo
com base no antigo, partindo do conhecido para o desconhecido, do claro para o
obscuro, do fácil para o difícil. A eficiência do seu ensino está na
apresentação de imagens já conhecidas para que os alunos façam associações, da
mesma forma que Jesus o fazia com as parábolas.
3. Deve-se considerar a faixa etária,
as condições sócio-econômicas, bem como os interesses do aluno para que
possamos ensiná-lo de acordo com as suas necessidades, adaptando o ensino ao
desenvolvimento moral e espiritual dos mesmos (ou seja, à altura espiritual dos
alunos).
4. A verdade a ser ensinada deve
provocar mudanças na vida do professor, permitir que o mesmo se emocione, sinta
o impacto daquela palavra ensinada em sua vida e a pratique. Quem domina a
lição e permite que ela o comova, também saberá comover os seus ouvintes.
5. Vejamos o que Myer Pearlman diz
acerca do papel do eficiente professor:
“…Você, professor, tem de relacionar
constantemente as partes das Escrituras – comparando as histórias com as
doutrinas, as profecias com seu cumprimento, os livros com os livros, o Antigo
Testamento com o Novo Testamento, os tipos com os arquétipos (modelos, anotação
nossa), para que o aluno aprenda que a Bíblia não é uma coleção de textos e de
fatos separados, estanques, mas uma unidade viva, cujas partes estão
relacionadas vitalmente umas com as outras, como os membros do corpo humano.
Vimos depois que o professor precisa aplicar continuamente a lição à vida
individual, e à coletiva, para que o aluno fique sabendo que todo ensino
bíblico está relacionado com os fatos de sua vida. Nenhum ensino bíblico é
teórico, sem aplicação prática.”1
2. COMO O PROFESSOR DEVE SE PREPARAR
1. Preparo
espiritual – à frente da sala deve estar um verdadeiro cristão, alguém que
tenha uma real experiência de conversão e que procura santificar sua vida. Tal
serviço prestado ao Rei é resultado de uma vocação, um gesto de adoração. Não
basta ser profissional, é necessária a submissão ao Senhor Jesus, uma vida de
adoração, de execução da Sua vontade e busca pelas coisas de cima, tal como o
salmista orou: “Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da Tua
lei.” (Sl 119.18). É preciso reconhecer-se dependente do Senhor, incapaz de
compreender a Palavra sem o Seu auxílio, moldando a sua vida de acordo com esta
Palavra. O professor deve ser um depósito de verdades divinas e fiel guardião
da sã doutrina à medida que viver em comunhão com a Palavra de Deus (Sl 119.97;
Ex 3.1). Este amante da Palavra, certamente, vive com o seu coração a ferver
com palavras boas, ensinamentos eternos e vivos que fazem toda a diferença (Sl
45.1).
2. Preparo
bíblico eficaz - o preparo espiritual é um pré-requisito indispensável para se
dar início ao preparo bíblico, num profundo mergulho nas Escrituras, que se
apresenta nas seguintes atitudes:
fazer diversas leituras do texto
bíblico, comparando as diferentes versões;
formar uma biblioteca pessoal que
contenha dicionários, concordâncias, comentários e manuais bíblicos que
auxiliarão na interpretação dos textos;
fazer diversas perguntas ao texto
para identificar promessas, ordens, mandamentos, princípios, doutrinas,
orientações e lições. O descuido com a pesquisa traz inúmeros prejuízos à aula,
o que contribui para desmotivar os alunos;
fazer um esboço detalhado do texto
bíblico – dividir o texto em partes menores permite a assimilação de novas
informações;
selecionar as lições mais importantes
do texto – a Bíblia é como um poço de águas cristalinas que saciam a nossa
sede; como uma caverna que contém inúmeros tesouros, os quais, para serem
encontrados, requerem tempo, paciência e coragem de quem os busca. Deve haver
prazer em meditar na Lei do Senhor (Sl 1.2) para efetuar este intenso trabalho
de pesquisa.
3. Estudo da lição desde o início da
semana – o ideal seria que todo professor reservasse, pelo menos, meia hora de
cada dia, para estudar a lição. Dessa forma, resolveria aquelas questões que
surgem, durante o estudo, antes de ministrá-lo à sala, encontrará melhores
ilustrações e referências para o assunto, disporá de mais tempo para orar, bem
como contar com a função cerebral subconsciente, segundo Myer Pearlman:
“O subconsciente nos ajuda muito.
Sabe-se que por meio do subconsciente aprendemos muito. Depois de havermos
feito um estudo árduo e consciente de um assunto, nossa mente continuará
trabalhando na questão, enquanto dormimos ou cuidamos de outras coisas. O
ditado muito conhecido que diz ‘consulte o travesseiro’ acerca de uma decisão
ou problema, está certo. É exemplo do que vimos dizendo sobre o subconsciente.
Mas acima de tudo, lembre-se de que por meio da oração é possível estimular
sobrenaturalmente as nossas faculdades mentais. ‘Ele os guiará em toda
verdade’, diz-nos Cristo. Note que a palavra ‘guiar’ subentende que devemos
estar procurando a verdade, ou em outras palavras: estudando.”2
4. Estudo consciente
O texto bíblico da lição deve ser
averiguado, analisado, dissecado, experimentado antes da investigação profunda
do comentário da revista.
Ajuntar material além do necessário
para a aula. Isso depende da aplicação e dedicação do professor que deseja inspirar
amor pelo estudo, trazendo informações adicionais ao texto da lição para a
classe.
Estudar o texto e o contexto de forma
detalhada.
5. Registro pessoal de seu estudo – o
professor deve preparar-se em oração e fazer anotações pessoais (na escrita e na
prática) que estejam relacionadas à edificação do caráter cristão e testemunho
pessoal. A mensagem a ser transmitida deve provocar o efeito da transformação
de vidas. Daí a necessidade do testemunho pessoal.
6. O estudo da lição – o planejamento
da aula com base nos objetivos da lição é fundamental para que o professor
ensine uma mesma verdade de várias maneiras. Tudo o que ele disser deve estar
centrado no objetivo principal da lição. O tema principal será como um Sol, ao
redor do qual se moverão todos os pensamentos a ele relativos, tais como os
planetas o fazem ao redor da maior estrela
7. Apresentação da lição – o início
da aula é o momento de negociação, momento no qual o professor vai lançar o
anzol com uma isca bem apetitosa para atrair o aluno a si, mantendo-o fisgado.
Para isto, ele deve elaborar estratégias que façam o aluno pensar, despertem o
seu interesse, explicando verdades novas com o auxílio de verdades já
assimiladas. O esboço não deve ser lido para a classe. Deve ser apresentado como
um esqueleto que o professor vai revestir com a carne, usando os comentários
necessários para revesti-lo e tornar a mensagem compreensível.
8. Ilustração da lição – o professor
precisa estar atento ao limite de tempo que possui para que possa ministrar a
aula de acordo com o objetivo principal. Myer Pearlman compara a ilustração da
lição à edificação de uma casa:
“ Dominar a matéria e determinar o
objetivo correspondem, digamos, a fazer um desenho da casa pronta, e elaborar a
descrição detalhada da planta. Pode incluir a decisão quanto ao material que se
há de usar.
A introdução da lição representa a
abertura dos alicerces.
Resumir a lição é levantar as
estruturas de concreto.
As perguntas correspondem às divisões
revisadas. Pediu-se aos alunos que respondessem a algumas perguntas acerca do
assunto.
Por meio de trabalhos práticos, por
escrito, ou por meio de diálogo, o professor dará o acabamento à obra.”3
Ele ainda acrescenta:
“As ilustrações correspondem às
janelas e às lâmpadas elétricas que iluminam as dependências da casa. As
ilustrações esclarecem o tema, ajudam o aluno a compreendê-lo, e assim mantém
seu interesse. Por isso, é melhor o professor preparar uma lista de
ilustrações. ”4
Para fazer bom uso das ilustrações, o
mesmo autor deixa-nos algumas sugestõesde como as ilustrações devem ser:
mais claras que a verdade que ser
ilustrar;
interessarem o aluno e estar
relacionada à sua experiência,
relacionarem-se realmente com a
lição;
apresentadas com um certo limite,
evitando-se o excesso;
causar boa impressão;
sugerirem boas idéias;
aplicadas à verdade e a verdade
aplicada à ilustração. Ex.: parábolas.
8. A conclusão da lição – é o momento
no qual o professor vai trabalhar para despertar no aluno o firme desejo de
colocar em prática tudo o que aprendeu, dando a ele oportunidades para
memorizar a mensagem principal e amar a verdade ali ensinada. Pois o que mais
importa é a aplicabilidade do conhecimento, o que nos faz recordar a unidade do
homem como a apresenta Pestalozzi: espírito – coração – mão. Observando este
aspecto, o professor possibilitará o desenvolvimento da tríplice atividade
humana, contribuindo para o aprimoramento da inteligência, da moral e da
técnica: conhecer – querer – agir: “Escondi a tua palavra no meu coração, para
eu não pecar contra ti” (Sl.119.11).
3. MÉTODOS DE ENSINO
Ao preparar a lição, o professor não
deve considerar apenas o conhecimento do assunto, mas a forma como vai ensinar,
fazendo, para si, perguntas, tais como:
Como vou transmitir as verdades
espirituais à minha classe?
Vou partir de perguntas para
despertar a motivação, a curiosidade?
Solicitarei alguma pesquisa?
Quais os caminhos que percorrerei
juntamente com meus alunos?
Dissertação – é a apresentação da
lição à classe, sem permitir que haja interferência contínua dos alunos. É
válida para salas numerosas. Para isso, o professor deve ser um excelente
orador, pois, dessa forma, vai reter a atenção e interesse da sala.
Narração – o professor inicia a aula
contando uma história para despertar a motivação da sala, bem como a
visualização do fato. É o método ideal para salas infantis, mas os adultos
também apreciam este método e até ficam mais motivados.É uma excelente forma de
apresentar as verdades espirituais. Para Myer Pearlman, “…Todo professor deve
cultivar a arte de narrar histórias. Deve ser capaz de imaginar a vida nos
tempos bíblicos, rever as cenas, caminhar entre as pessoas, ouvir suas
conversas, compreender seus costumes, e depois descrever vividamente o que viu.
Desta maneira a história bíblica chega a ser uma realidade para seus
ouvintes.(…) Por meio de histórias bem narradas, os interesses, inclinações e
emoções da criança podem ser encaminhados para o bem, com repúdio do mal.
Comovidas e emocionadas pela história, a que dedicam todo o interesse, as crianças
tornam-se ouvintes reverentes e, à medida que sua compaixão ou aversão é
despertada, pela representação das cenas e personagens, as crianças podem ser
guiadas e amar a retidão e odiar o pecado, com a mesma segurança e
tranqüilidade. (…) A história que tem valor no ensino deve despertar emoções,
incitar o interesse e gravar uma verdade no coração. É uma fotografia que chama
a atenção, desperta o interesse e mexe nos sentimentos. A melhor forma de
indicar que certa história tem valor no ensino da Escola Dominical é a
comprovação de seu êxito.”5
Contar histórias é despertar o
interesse de outrem porque sempre estamos interessados ao que acontece com o
nosso semelhante. Lembremos do episódio ocorrido entre Davi e Natã (II Sm 12).
As histórias despertam sentimentos,
emoções que empolgam os ouvintes, fazem vibrar as cordas do coração. Quem ouve
começa a pensar, sentir e até interferir na ação das personagens, o que
caracteriza um fenômeno chamado catarse. Jesus usou este recurso de forma
abusiva quando contava suas parábolas.
O conteúdo da história deve estar
vinculado à realidade. Seus princípios morais e espirituais precisam ser úteis
ao nosso viver cotidiano (Lc 10.25-37).
A história influencia na conduta de
quem a ouve, contribui para a formação do caráter.
Para contar histórias, o professor
deve: conhecê-la bem, respeitar a ordem lógica dos acontecimentos, permitir que
seus alunos vejam e ouçam diferentes cenas e personagens da história, dar
oportunidades para que os alunos vivenciem e sintam as emoções que a história
pode provocar.
Ensinar ao aluno como estudar –
através de exercícios demonstrativos, o professor reuniria sua classe para
apresentar-lhe os caminhos pelos quais estuda a lição e chega à algumas
conclusões, demonstrando os motivos da realização de cada atividade do estudo
bíblico e da necessidade de realizá-las.
Despertar o interesse de cada aluno
para estudar – dar uma tarefa definida a cada aluno para que ele se sinta
responsável pelo seu trabalho e o apresente à sala.
Método interrogativo - através de
perguntas, o professor mantém a sala atenta ao que está ensinando, pois faz
perguntas relativas às questões mais interessantes da lição. As perguntas devem
fazê-los pensar, mas não podem provocar discussões de temas à parte do assunto
em pauta. O professor deve estar atento para perguntas pertinentes ao assunto.
Dessa forma, se estabelecerá o diálogo, a interatividade e o prazer pelo
estudo.
A pergunta é um dos instrumentos mais
úteis e eficazes no ensino. Elas devem ser usadas para o desenvolvimento da
lição, esclarecer alguns pontos, estimular o pensamento, enfatizar as
principais verdades e manter a classe atenta, ocupada.
Myer Pearlman nos orienta acerca da
utilização deste método em nossas aulas:
“…as perguntas não devem confundir,
mas devem ser claras e precisas. Não devem obscurecer o tema, mas jorrar luz
sobre o terreno que será atravessado. As perguntas não devem revelaras
respostas, porque isso impede o aluno de pensar. Que os alunos saibam muito bem
o sentido das perguntas.(…) Se o aluno comete alguns erros quando responde, é
melhor deixá-lo que continue, sem interrupção, porque o propósito principal
quando você lhe faz uma pergunta não é apenas receber uma resposta exata, mas
ensinar o aluno a expressar-se por si mesmo e a compreender a verdade. E ainda
que a resposta esteja errada, ela exerce uma função importante: ela orienta o
professor a corrigir algum conceito equivocado na mente do aluno.”6
MATERIAIS DIDÁTICOS
A escolha dos recursos didáticos está
restrita ao método, criatividade e recursos disponíveis para que a aula não
seja monótona, repetitiva e desestimulante, haja vista que 85% daquilo que
apreendemos é adquirido por meio da visão. Segundo um provérbio japonês, “Ver
uma coisa vale cem vezes mais do que ouvir sobre ela”. Assim a verdade será
levada ao coração por meio dos olhos e esclarecem as curiosidades naturais de
cada aluno. Para tornar a aula mais atrativa e interessante, neste ato de
compartilhar verdades espirituais, podem ser usados:
quadro-negro – para registro de
informações;
álbum seriado – para conter esboços,
ilustrações, mapas e figuras;
flanelógrafo / flip-chart – painel no
qual são anexadas as figuras ou textos;
retroprojetor- é uma espécie de álbum
seriado elétrico;
objetos e outras coisas- usados continuamente
por Cristo em seus ensinos, demonstra-nos a sua larga utilização em nossas
ilustrações: o lírio representa a pureza; a lagarta, a regeneração e
ressurreição; um feixe de ripas demonstra que a união faz a força etc.
Há outras dinâmicas que podem ser
usadas, durante as aulas, para estimular o interesse:
Palestra ou exposição – deve ser
usada juntamente com outros métodos que permitam a construção do aprendizado a
partir da realidade de vida do aluno, favorecendo a participação sem a
monopolização do tempo por parte do professor. A exposição, apresentada de
forma criativa, também é bastante proveitosa.
Discussão – é a apresentação de uma
situação-problema (do interesse dos alunos) que será discutida por todo o grupo
em busca de solução para o problema apresentado. O professor deve estimular a
participação e respeitar as opiniões alheias, fornecendo informações
imprescindíveis para orientar a discussão. As soluções possíveis devem ser
atestadas e serem alvo das reflexões e avaliações da classe. Se o professor não
interagir com a classe pode-se alcançar ao final sem conclusões alguma.
Discussão em grupos – aspectos
diferentes de uma mesma situação-problema são distribuídos para grupos menores
discutirem.O relator anotará as decisões finais para identificar as soluções,
avaliação e decisão final. Depois cada grupo, apresentará seu relatório para a
classe.
Perguntas – elaboradas,
anteriormente, aguçarão a curiosidade intelectual dos alunos.
Debate – troca de opiniões em torno
de um determinado tópico de estudo.
Dramatização – integra os alunos e
auxilia na vivência da realidade do texto com mais intensidade e envolvimento.
O professor deve usar métodos
variados até descobrir aqueles com os quais os alunos se identificam,
motivando-os à pesquisa e ao estudo da Palavra de Deus. Ter um método é optar
por um caminho definido para conduzir os alunos ao lugar que desejamos.
4. COMO DESPERTAR O INTERESSE DOS
ALUNOS
“Tem cuidado de ti mesmo e da
doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a
ti mesmo como aos que te ouvem.” (I Tm 4.15 – ARC)
1. Demonstre
seriedade no estudo da Bíblia – desse modo, os alunos sentirão os resultados
desse trabalho e terão motivação para seguir o seu exemplo. Só deve estar
diante de uma sala de EBD quem está realmente comprometido com o estudo e ama a
Palavra de Deus.
2. Procure
ser pontual e assíduo - os alunos devem ser recebidos pelo professor, o qual
deve iniciar e terminar a aula no horário estabelecido, evitando prolongamentos
desnecessários. É preciso tomar cuidado para evitar críticas pela falta de
compromisso.
3. Ministre
aulas criativas e dinâmicas – é necessário buscar formas atraentes e bem
humoradas de ministração da Palavra. O dinamismo é imprescindível.
4. Planeje
aulas envolventes - os alunos precisam sentir-se à vontade para contribuir com
a aula, verificando que o seu potencial, conhecimento e cultura são
considerados. O planejamento do professor deve facilitar tudo isto, permitindo
o envolvimento e o prazer de todos participarem da descoberta das verdades
eternas.
5. Busque
a aplicação do conteúdo – esta é parte mais importante da aula no que se refere
à utilidade para a vida do aluno. Ele precisa saber o que aquele texto bíblico
tem a ver com a sua vida diária para que a Bíblia se torne um livro relevante e
pertinente para sua realidade. O professor de EBD tem compromisso com a vida de
seus alunos e não apenas com o intelecto deles, não se preocupa apenas em
transmitir-lhes informações, mas de aplicar, em suas vidas, os princípios da
Palavra de Deus.
6. Não
basta apenas ensinar, é preciso viver (Tg 4) – em atitudes e comportamento, o
professor demonstra o que ensina em sua própria vida. Somente assim, os alunos
verão a possibilidade de colocar em prática os princípios bíblicos. O professor
deve ser piedoso e submisso à Palavra de Deus. Jesus tinha autoridade para ser
mestre porque vivia o que ensinava.
7. Esteja
totalmente integrado à sua igreja – a cooperação e o envolvimento do professor
com a Igreja inspira os alunos a se envolverem com as coisas de Deus, quando
zela pela:
presença aos cultos e atividades da
igreja;
entrega do dízimo na casa do Senhor;
distância dos ventos de doutrinas,
sendo fiel aos princípios de sua denominação;
conduta exemplar, pois sua vida é uma
referência para os demais, dando bom testemunho, não se envolvendo em
conspirações que destroem a convivência entre os irmãos (Pv 6. 16-19)
5. PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA
BÍBLIA
Contexto – todo texto bíblico é
coerente com o contexto imediato e amplo. Interpretar textos fora de seu
contexto é um grave erro.
Gramatical – o uso e sentido das
palavras sofrem alterações, daí a necessidade de pesquisa para compreender o
sentido do texto para os seus destinatários. Também é necessário tomar cuidado
com a leitura, observando a pontuação, os tempos verbais, plurais etc. Assim, a
interpretação será eficaz.
Histórico – todo texto foi produzido
num momento histórico, com uma realidade social, cultural, geográfica, política
e até filosófica específicas. Deve-se observar estes aspectos para compreender
o texto bíblico.
Teológico – todo texto bíblico está
repleto de informações de caráter doutrinário. Cada texto contém um princípio
doutrinário que deve ser destacado e aprendido.
Prático – os princípios e as verdades
bíblicas devem ser aplicados corretamente às necessidades do ser humano na
época atual.
6. MÉTODOS DE ESTUDO BÍBLICO
O estudo se constitui na descoberta
do significado de um versículo à luz dos princípios citados acima. Não podemos
estudar o versículo isoladamente. Para não incorrer neste erro, precisamos
tomar as seguintes atitudes:
Identifique e examine o contexto
geográfico-histórico, social e cultural.
Investigue o texto através de
perguntas, fazendo suas próprias observações, levantando dúvidas e aplicações à
sua vivência (inferências).
Reescreva o versículo com as suas
próprias palavras.
Examine as referências, verificando
outras idéias presentes ao texto e contexto.
Selecione aplicações úteis que causam
impacto na vida das pessoas.
Em todos os capítulos da Bíblia há
diversos ensinamentos e aplicações para nossas vidas. Para estudar cada
capítulo, algumas atitudes permitem uma melhor compreensão do mesmo:
1) Leia
o capítulo com atenção – familiarizando-se com ele em diversas versões.
2) Identifique
a estrutura do capítulo – separando os assuntos nele tratados, coma finalidade
de verificar o progresso do pensamento do autor.
3) Verifique o contexto – não deve
ser tratado isoladamente, mas está revelando o propósito, mensagem e situação
histórica do livro em que está inserido.
4) Pergunte ao texto- questionamento
e investigação.
5) Amplie
o horizonte da pesquisa – utilizando-se de outras referências bíblicas e
materiais de apoio para facilitar a compreensão do texto.
6) Esquematize o estudo – destaque os
principais aspectos tratados pelo texto com a finalidade de aplicá-los à sua
vida e à vida dos alunos.
A SEQÜÊNCIA DE UM ESTUDO BÍBLICO:
1. Delimite
a abrangência do estudo – tome cuidado com as generalizações, para não perder o
ponto central, o foco de seu estudo.
2. Descubra
as passagens pertinentes – uma concordância bíblica e análise de diversos
textos favorecerá a identificação de outros textos pertinentes ao assunto.
3. Entenda
o contexto das passagens bíblicas - através de outros materiais de pesquisa e
enciclopédias afins.
4. Anote
observações e aplicações práticas – todo texto precisa da aplicação à sua vida
e à de seus alunos.
5. Faça
um esboço – para facilitar o entendimento progressivo do assunto.
6. Identifique
informações – toda mensagem bíblica contém uma novidade que você precisa
descobrir.
COMO ESTUDAR UM PERSONAGEM BÍBLICO:
Aprendemos, com as fraquezas e
virtudes dos personagens bíblicos, lições para serem aplicadas às nossas vidas.
1) Escolha
da personagem e lista de passagens que tratam da sua vida.
2) Resumo de sua vida para
compreender o desencadeamento dos fatos por ele vividos.
3) Identificação
das fraquezas e virtudes.
4) Comparação
do personagem com a nossa vida e como lidou com as situações nas quais se
evidenciaram fraquezas ou virtudes.
5) Organização
da biografia da personagem.
COMO AJUDAR SUA IGREJA A CRESCER
ATRAVÉS DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
É necessário analisar a EBD de cada
igreja para descobrir os motivos do desinteresse pelo estudo bíblico. Não seria
demais reprisar que a mesma é uma das principais agentes da evangelização da
igreja. Robert Raikes (1736-1811) tinha esta visão. A EBD, fundada por ele,
evoluiu tanto que, após 20 anos de sua morte, 1.250.000 crianças (25% da população)
estavam envolvidas com a Palavra de Deus. Para melhorar e fazer a EBD de nossa
igreja local, é preciso:
a) Conquistar o Pastor – ele
necessita de humildade e discernimento espiritual para montar uma equipe
motivada e bem disposta que dinamize e contribua para o crescimento da Escola
Bíblica Dominical.
b) Conscientizar os pais – da
importância da integração da criança na igreja e do investimento na vida
espiritual. Os mesmos devem dar o exemplo freqüentando as aulas e ensinando os
filhos em casa.
c) Motivar
os professores – não adianta dispor de recursos didáticos apropriados sem a
prontidão e prazer dos professores no ministério do ensino. O professor é a
“alma da EBD”, o que dá vida, aquele que realmente ensina para que os alunos
não finjam que aprendem. O professor que realmente ama o ministério do ensino
buscará o dinamismo e criatividade.
d) Promover a Escola Bíblica
Dominical – “a propaganda é a alma do negócio” como diz o famoso adágio
popular. Uma propaganda da EBD, que apela para a afetividade e fidelidade a
este trabalho, a tornará mais eficaz, desde que seus promotores realmente
acreditem e creiam na sua importância.
COMO EXPLORAR AS POTENCIALIDADES DE
UMA CLASSE DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
Cada classe da EBD pode ser um
poderosos instrumento para o contínuo e garantido crescimento da Igreja, pois a
formação de grupos menores pertencentes a uma específica faixa etária, sob a
custódia de uma liderança, facilita a afinidade espiritual, interesse pelas
Escrituras, bem como o crescimento espiritual. As regulares reuniões semanais
contribuem para fortalecer e integrar os alunos envolvidos.
A EBD é um poderoso instrumento de
evangelização, com um tremendo potencial para ganhar almas porque o seu
trabalho atende os alunos de acordo com as suas necessidades. A mensagem
central da Bíblia é o amor de Deus expresso na morte de Seu Filho; portanto,
todo texto bíblico tem a pessoa de Jesus como centro. É dever do professor
evangelizar os descrentes com base no texto bíblico que está a ensinar.
As classes da EBD podem fazer cultos
evangelísticos nos lares para trazer novas almas para Cristo e para a sala.
Também podem fazer grupos de visitação à famílias que passam momentos difíceis
e alunos faltosos para ministrar a Palavra de Deus.
A evangelização por correspondência
também é um poderoso instrumento para conquistar almas. Os visitantes das
classes deixam os seus dados e algumas pessoas são encarregadas de enviar-lhes
cartas, demonstrando a satisfação da sua presença na EBD, explicitando, também,
o plano de salvação. Deve-se oferecer uma visita e informar o horário, objetivo
e natureza do trabalho.
As classes podem contribuir
financeiramente para a obra missionária, mantendo até correspondência com esses
desbravadores, arautos do Senhor, bem como fazendo contínua oração por eles.
O trabalho de assistência social pode
contar com o auxílio de uma classe, na doação de alimentos, visitas a asilos,
creches e penitenciárias, projetos de ajuda a comunidades carentes.
A comunhão e oração contínua de uma
classe também promove oportunidades para as pessoas compartilharem testemunhos
e problemas através de encontros de oração (cuidado com falatórios!!!) e de
parceiros de oração (Ec 4.9 a). Aniversários e ocasiões especiais também devem
ser motivos de celebração.
As classes podem se unir para
contribuir com os diversos trabalhos da Igreja, tais como: aconselhamento,
recepção, evangelismo, cantina, plantão de oração, assistência aos necessitados
etc. O estudo bíblico conjunto de um grupo resulta em crescimento pessoal e
desenvolvimento da obra do Reino de Deus. Aprende-se a servir melhor ao Senhor
e obedecê-lO. A palavra que não volta vazia, lançada em boa terá, em corações
sinceros, só produzirá frutos bons.
AS OPORTUNIDADES DE UM PROFESSOR FORA
DA SALA DE AULA
Os objetivos do professor somente
serão alcançados se os alunos demonstrarem, através de suas atitudes, o que, de
fato, aprenderam. Na sala, o professor é o agente do processo de
ensino-aprendizagem e, fora dela, precisa observar as ações, o comportamento e a
postura dos alunos diante do que lhes foi ensinado.
O professor também é observado
No culto- freqüência à Igreja,
participação nos cultos, disciplina, reverência no culto, disposição para ouvir
atentamente a Palavra ministrada.
No caráter- o empenho da palavra, a
honestidade e justiça em suas ações. É preciso honrar o que se prega sem
destruir fora da sala o que tentou construir dentro dela.
Nos relacionamentos- a gentileza e
amabilidade com os familiares e outras pessoas são extremamente significativas.
Assim se verificará como os ensinos de Cristo produzem efeito nas vidas.
O professor, por sua vez, também
observa
Se os alunos estão alcançando
maturidade espiritual, comprometeram-se com a obra de Deus, tiveram melhores
resultados no convívio familiar. Não adianta verificar apenas se houve
compreensão e retenção das informações veiculadas, mas se há vivência dos
princípios do Evangelho.
Entre alunos e professores deve haver
confiança e cordialidade. Quando se cultiva isto, eles têm a necessidade de compartilhar
segredos e dificuldades próprias com o professor para que o mesmo ore e ajude.
COMO CONHECER MELHOR OS ALUNOS DE UMA
CLASSE
Para cumprir, efetivamente, o seu
papel, o professor deve conhecer os seus alunos e as suas necessidades. Ele não
pode ser um mero receptor de conhecimentos. Na sala de aula, é imprescindível o
apelo à dialogicidade (interatividade). Enquanto ensina, o professor aprende.
Enquanto o aluno aprende, ensina.
Dessa forma, o educador passa por um
processo de reeducação numa ação interativa. O educador precisa obter uma visão
crítica de cada aluno, reconhecer suas limitações para aprimorar o seu ensino.
Tudo isto vai depender da postura do professor, da visão pessoal, da filosofia
que orienta o seu trabalho. O discurso, o sentimento e a ação devem integrar a
ação educadora.
O professor precisa conhecer as
diferentes características dos alunos, tais como a idade, a maturidade
intelectual a sua realidade de vida. Cuidado com a tapeagogia! Para isto, ele
deve:
conhecer os alunos pelos nomes;
visitá-los oportunamente;
interessar-se pela vida pessoal dos
alunos;
aproximar-se da família deles;
descobrir as atenções e interesses
dos alunos para promover o bem-estar na sala ;
ser sociável, facilitar o trabalho
através de um relacionamento pessoal sem barreiras na comunicação.
A profundidade do ensino depende da
intensidade do conhecimento que se tem dos alunos.
COMO MELHORAR A QUALIDADE DO TRABALHO
DO PROFESSOR
O professor contribui para a eclosão
de idéias, trazer à luz o conhecimento adormecido. Este trabalho requer o
aprimoramento, a reciclagem, o aperfeiçoamento dessa tarefa. É necessário
enfrentar novos desafios, sentir a necessidade de crescer juntamente com seus
alunos (Ef 4.13), manter a mente arejada e o coração pronto para testar novos
métodos e intensificar sua ação educativa. Daí a importância de novas
descobertas, novas propostas, a convicção de que não somos detentores de todo
conhecimento. A humildade é imprescindível para a correção dos erros,
aperfeiçoamento de técnicas e redirecionamento de caminhos.
Vivemos numa sociedade cada vez mais
exigente com a utilização de novas tecnologias. Por isto, não podemos, em
circunstância alguma, deixar de usar os diversos recursos disponíveis que
melhoram a qualidade de nosso trabalho. São os que aliam a técnica ao conteúdo.
As reuniões dos professores são um excelente recurso para aprimorar a EBD.
É dever, da superintendência da
Igreja, a motivação e a disposição de contribuir para o aperfeiçoamento dos
professores, os quais precisam da valorização e investimento em seu potencial.
Os professores, que sabem como
ensinar, planejam e desenvolvem uma aula tecnicamente perfeita e eficiente,
pois utilizam as técnicas adequadas.
Os professores, que sabem o que
ensinar, conhecem as doutrinas e histórias bíblicas, alicerçam os seus
ensinamentos com fundamento bíblico.
Não podíamos deixar de tornar nossas
estas recomendações de Myer Pearlman:
“Você perceberá que os sermões que
lhe darão mais satisfação, os que verdadeiramente atingem a vida das pessoas,
são os sermões tirados do íntimo de seu ser. São ossos de seus ossos, carne de
sua carne, o produto de seu trabalho mental, a potência nascida de sua própria
energia criativa. São sermões que vivem, que se movem, que voam pelo templo,
deleitando, convencendo, impressionando os homens e louvando a Deus. São
sermões que penetram no coração dos homens fazendo-os subir como águias e
trilhar os caminhos do dever sem fatigar-se. São sermões reais os que
verdadeiramente nascem da energia vital do Espírito Santo dentro do homem que
os prega.”7
COMO DEVE ATUAR O PROFESSOR PARA SE
APRIMORAR?
Auto-didatismo – o professor pode
valer-se de livros, rever seus conceitos e método de trabalho. A reciclagem é
produto da humildade do professor. Em seu trabalho, também precisa haver
cuidado com a aparência, expressão, otimismo, cortesia, simpatia, iniciativa,
entusiasmo, saúde.
Uso de tecnologias de informação – o
professor pode utilizar a Internet para se atualizar, instruir-se e alargar os
seus conhecimentos. Assim poderá consultar livros e enciclopédias virtuais,
compartilhar saberes através de e-mails, grupos de discussão e sites que podem
instrumentalizá-lo para o ensino das Escrituras.
BÊNÇÃOS E DESAFIOS PARA ESTE FINAL DE
MILÊNIO
“O ensino do sábio é fonte de vida,
para que se evitem os laços da morte.” (Pv 13.14)
O ensino da palavra de Deus é um
grande desafio em nossos dias. Num mundo aonde jaz o materialismo e o
ceticismo, esta Palavra é um alento de esperança porque não está baseada em
verdades humanas e temporais, mas nas verdades divinas e eternas. Certamente, é
uma posição honrosa que o Senhor nos deu, para executarmos esta sublime tarefa:
sendo ponte – o conduto pelo qual os
alunos alcançarão o outro lado do rio, a edificação espiritual, o prazer de
conduzir pessoas para o outro lado;
sendo aluno – ser mestre é sentir as
dores e preocupações dos alunos, aprender com eles, com as aulas e com a vida.
Se não fossem os alunos, não seríamos professores. Para ser professor é preciso
haver alunos; para haver alunos, o professor. Somos dependentes. Aprendemos
enquanto ensinamos. Não podemos ficar a sós nesta empreitada, devemos trazer os
alunos conosco;
sendo servo – o mestre é um servidor
na igreja, serve os alunos com o seu conhecimento e deve fazê-lo com prazer,
alegria, espontaneidade e disposição. Muitas vezes, precisa renunciar a
diversas coisas para exercer este trabalho;
sendo canal para o crescimento – ser
mestre é estar disponível para auxiliar no crescimento da igreja. Ele é uma
espécie de termômetro. A freqüência de sua classe indica o nível de seu
trabalho, é uma espécie de controle de qualidade de seu trabalho;
sendo responsável – no estudo da
Palavra, no compromisso, no empenho em seu ministério, zelo e aplicação na vida
daquilo que ensina.;
sendo motivo de glorificação ao nome
do Senhor – edificando a sua vida e contribuindo para edificação de outros.
Tudo o que fizer deve objetivar a glorificação de Seu nome.
Sendo grato – o Senhor nos concedeu
um imenso privilégio: o de ser porta-voz e disseminador de Sua Palavra. É
preciso reconhecer e valorizar tão nobre missão. Daí a necessidade de ter
prazer na lei do Senhor e nela meditar de dia e de noite (Sl 1.2). A nossa fé
nos mantém firmes e esperançosos de que seremos imensamente recompensados e com
o crescimento espiritual e pessoal de cada um de nossos alunos (Sl 126.6).
OS DEZ MANDAMENTOS DO PROFESSOR DA
ESCOLA DOMINICAL
1. Amar a Palavra de Deus ao ponto de
estudá-la com afinco e constância.
2. Reconhecer o valor da Educação
religiosa e ter na mais alta estima a missão do educador.
3. Estar sempre bem preparado para
ensinar a Bíblia na classe.
4. Estar sempre em dia com os novos
métodos de ensino e procurar renová-los quando necessário.
5. Dar instrução sem esquecer da
educação, isto é, transmitir conhecimento e ao mesmo tempo formar o caráter.
6. Amar o aluno como a seu próprio
filho.
7. Saber que o aluno tem uma
personalidade que merece respeito; e uma vida cristã em desenvolvimento.
8. Amar a igreja da qual é membro,
prestigiando com sua presença e contribuição suas programações e suas
promoções.
9. Procurar
em tudo ser exemplo digno de ser seguido por seus alunos.
10. Estudar sempre com o fim de
aperfeiçoar-se para servir sempre melhor ao Senhor.
BIBLIOGRAFIA:
DORNAS, Lécio. Socorro! Sou professor
da Escola Dominical: como tornar a EBD mais dinâmica, edificante e criativa.
6.ed. São Paulo: Eclésia, 2000.
PEARLMAN, Myer. Ensinando com êxito
na Escola Dominical. Trad. Rejane Caldas. São Paulo: Vida, 1997.
Colaboração para o Portal
EscolaDominical: Profa. Amélia Lemos Oliveira.
1 Myer PEARLMAN, Ensinando com êxito
na Escola Dominical, p. 21.
2 Op. Cit, p.
33.
3 Op. Cit.,
p. 61.
4 Op. Cit.,
p. 62.
5 Op. Cit.,
p.25, 113-5.
6 Op. Cit., p.141-2.
7 Myer PEARLMAN, Ensinando com êxito
na Escola Dominical, p. 84-5.
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PAZ DO SENHOR
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