REVISTA CPAD LIÇÕES 7-13
SEGUNDO TRIMESTRE 2015
Lições Bíblicas CPAD
Adultos
2º Trimestre de 2015
Título: Jesus, o Homem Perfeito — O Evangelho
de Lucas, o médico amado
Comentarista: José Gonçalves
Lição 7: Poder sobre as doenças e morte
Data: 17 de Maio de 2015
TEXTO ÁUREO
“E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a
Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu
povo” (Lc 7.16).
VERDADE PRÁTICA
Ao curar os enfermos e dar vida aos
mortos, Jesus demonstrou o seu poder messiânico e provou também o amor de Deus
pela humanidade caída.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Lc 5.24
Jesus e o seu poder para perdoar e
curar a todos
Terça — Lc 5.12,13
Jesus e a sua compaixão pelos doentes
e necessitados
Quarta — Lc 5.17
Jesus e a autoridade para curar toda
enfermidade
Quinta — Lc 10.17-19
Jesus e a delegação de autoridade aos
seus discípulos
Sexta — Lc 17.20,21
Jesus e a manifestação do Reino de
Deus para todos
Sábado — Lc 21.31
Jesus anunciou eventos que
precederiam a vinda literal do Reino
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 4.38,39; 7.11-17.
Lucas
4
38 — Ora, levantando-se Jesus da
sinagoga, entrou em casa de Simão; e a sogra de Simão estava enferma com muita
febre; e rogaram-lhe por ela.
39 — E, inclinando-se para ela,
repreendeu a febre, e esta a deixou. E ela, levantando-se logo, servia-os.
Lucas
7
11 — E aconteceu, pouco depois,
ir ele à cidade chamada Naim, e com ele iam muitos dos seus discípulos e uma
grande multidão.
12 — E, quando chegou perto da
porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único de sua mãe, que era
viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade.
13 — E, vendo-a, o Senhor
moveu-se de íntima compaixão por ela e disse-lhe: Não chores.
14 — E, chegando-se, tocou o
esquife (e os que o levavam pararam) e disse: Jovem, eu te digo: Levanta-te.
15 — E o defunto assentou-se e
começou a falar. E entregou-o à sua mãe.
16 — E de todos se apoderou o
temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós,
e Deus visitou o seu povo.
17 — E correu dele esta fama por
toda a Judeia e por toda a terra circunvizinha.
HINOS SUGERIDOS
7,
121 e 517 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Explicar o objetivo de Jesus ter
mostrado seu poder sobre as doenças e morte.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
·
I.
Conscientizar os alunos de que o perdão é terapêutico.
·
II.
Mostrar que uma das razões das curas, no ministério de
Jesus, era a compaixão.
·
III.
Analisar a autoridade de Jesus para curar.
·
IV.
Ressaltar a redenção do nosso corpo.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A
morte, assim como as doenças, físicas, emocionais e espirituais, são resultados
da Queda. Porém, Jesus veio ao mundo para nos libertar do poder do pecado. A
cura divina faz parte da sua obra expiatória. Deus não se importa somente com a
nossa alma e espírito, mas também com nosso corpo. Por isso, em seu ministério
terreno, o Mestre curou a todos que iam até Ele. Jesus não mudou; Ele continua
curando os enfermos. Então, aproveite o tema da aula e, ao final, não deixe de
orar por aqueles que estão doentes. Creia que Jesus tem poder para curar as
enfermidades físicas, emocionais e espirituais de seus alunos. Para o Mestre
não existe nada impossível.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
As doenças, enfermidades e a morte
existem como consequências da entrada do pecado no mundo. Escrevendo aos
Romanos, Paulo afirma que “como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que
todos pecaram” (Rm 5.12). Jesus, o Messias prometido nas Escrituras, veio para
tratar do problema do pecado e das suas consequências (Is 53.4-7; 6.1,2). Com
esse fim, Jesus, durante o seu ministério terreno, curou doentes e ressuscitou
os mortos (Mt 8.14-17; Lc 7.11-15). Todos os evangelistas, especialmente Lucas,
destacam esse fato (Lc 4.16-19).
Nesta lição, vamos estudar alguns dos
registros bíblicos sobre a autoridade do Senhor para curar doentes e
ressuscitar os mortos.
PONTO CENTRAL
Jesus tem poder e autoridade sobre as doenças e a
morte.
I. DOENÇAS, PERDÃO E CURA
1. Culpa, perdão e cura. Certa
vez, Jesus disse a um paralítico que o perdoava, e os escribas e fariseus
murmuraram entre si: “Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar
pecados, senão Deus?” (Lc 5.21). Foi por causa dessa incredulidade que o Senhor
propôs: “Qual é mais fácil? Dizer: Os teus pecados te são perdoados, ou dizer:
Levanta-te e anda?” (Lc 5.23).
As palavras de Jesus provocaram
espanto na cidade de Cafarnaum. Antes de declarar o paralítico curado, Jesus
primeiramente proferiu uma palavra de perdão. No contexto do Antigo Testamento,
o pecado e as doenças eram conceitos inter-relacionados (Sl 103.3). Essa era a
crença popular de Israel nos dias de Jesus, e o contexto mostra que o
paralítico também pensava assim. O ensino neotestamentário revelará que, de
fato, há uma relação entre o pecado e as doenças (Jo 5.14; Tg 5.15,16).
Todavia, devemos observar que nem sempre a lei de causa e efeito pode ser usada
para justificar determinadas doenças ou fatos ocorridos (Jo 9.1,2; Lc 13.1-5).
Na narrativa lucana, Jesus, o Filho do Homem, demonstrou o seu poder tratando o
problema da alma, removendo a culpa e depois cuidou do corpo, removendo a
enfermidade (Lc 5.24).
2. A ação de Satanás. É
um fato bíblico que toda doença e enfermidade existem como consequência da
entrada do pecado no mundo (Gn 2.17). Por outro lado, a Escritura mostra também
que há enfermidades que vem por conta do julgamento de um pecado pessoal (1Co
5.5; 11.30) enquanto outras, como demonstra Lucas, estão associadas à ação de
Satanás (Lc 13.10,11). Embora nem toda doença possa ser atribuída à ação de
demônios, todavia esse era o caso aqui. Quando confrontou o chefe da sinagoga,
Jesus deixou claro essa verdade (Lc 13.16). Jesus demonstrou seu poder sobre a
enfermidade e sobre aquele que a causara, Satanás.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O perdão é terapêutico. Muitas doenças
são resultado da falta de perdão, de mágoas e ressentimentos.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O poder de Deus repousa sobre Jesus
de forma que Ele possa curar os doentes. ‘A virtude [poder] do Senhor’ (Lc
5.17) é outra maneira que Lucas tem de falar sobre a unção do Espírito. Jesus
não precisa de endosso de líderes religiosos para o seu ministério; o Espírito
lhe concede autoridade para curar os doentes. Vemos esta autoridade quando
quatro homens levam um paralítico para Ele. Jesus está numa casa, e grande
multidão barra o acesso. Mas pela persistência dos companheiros do paralítico,
ele é descido pelo telhado da casa à presença de Jesus. Não há dúvida de que a
multidão espera um milagre; sua reputação como aquEle que cura já tinha se
espalhado (Lc 4.40-44).
Em vez de curá-lo, Jesus pronuncia
que os pecados do paralítico estão perdoados. Jesus reconhece a fé dos quatro
companheiros, destacando pela primeira vez a importância da fé nos milagres (Lc
7.9; 8.25,48,50; 17.19; 18.42). O foco está na fé destes amigos, mas a fé do
paralítico tem uma lição profunda. Ele precisa de ajuda física e espiritual de
Jesus. Ele não recebe apenas a cura para o corpo, mas também o perdão dos
pecados. Salvação plena e completa que abrange as bênçãos espirituais e físicas
depende da fé” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume
1. 1ª Edição. RJ, CPAD, p.345).
II. RAZÕES PARA CURAR
1. A compaixão. Os
Evangelhos mostram que uma das razões da cura dos enfermos no ministério de
Jesus estava em sua capacidade de demonstrar compaixão (Lc 5.12,13). Você sabe
o que significa compaixão? Segundo o Dicionário
Houaiss, significa: “sentimento piedoso de
simpatia para com a tragédia pessoal de outrem, acompanhado do desejo de
minorá-la”. Jesus se identifica com o sofrimento humano. Ele cura as
enfermidades porque é misericordioso (Mc 3.5; Mt 20.34). E você? Diante dos
enfermos e necessitados, tem se mostrado compassivo? Precisamos ser cheios do
Espírito Santo para que nossos corações sejam repletos de compaixão pelo
próximo.
2. Manifestação messiânica. Lucas
registra que em uma de suas visitas à cidade de Jericó, Jesus teve um encontro
com um mendigo cego (Lc 18.38-42). O relato nos revela outra razão para as
curas no ministério de Jesus — a revelação da sua natureza messiânica. O
título: “Filho de Davi” usado pelo mendigo era uma clara alusão ao Messias
prometido como mostram outros textos bíblicos (Mt 1.1; 12.23; 22.42). Era uma
atribuição do Messias curar os doentes (Is 61.1; Lc 4.18). De acordo com
Mateus, o Messias tomou sobre si, vicariamente, as nossas doenças e
enfermidades (Is 53.4,5; Mt 8.14-17).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Uma das razões para Jesus curar era a
compaixão.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, para iniciar o tópico,
faça a seguinte indagação: “O que movia Jesus a curar as pessoas?”. Ouça os alunos
e explique que Jesus era movido pela compaixão e misericórdia para com os
carentes.
“No NT, a palavra ‘misericórdia’ é a
tradução da palavra grega eleos ou
‘piedade, compaixão, misericórdia’ (veja seu uso em Lucas 10.37), e oiktirmos,
isto é, ‘companheirismo em meio ao sofrimento’.
No Antigo Testamento, representa duas
raízes distintas: rehem,
(que pode significar maciez), ‘o ventre’, referindo-se, portanto, à compaixão
materna (1Rs 3.26, ‘entranhas’), e hesed, que significa força permanente (Sl 59.16) ou
‘mútua obrigação ou solidariedade das partes relacionadas’ — portanto,
lealdade. A primeira forma expressa a bondade de Deus, particularmente em
relação àqueles que estão em dificuldade (Gn 43.14; Êx 34.6). A segunda
expressa a fidelidade do Senhor, ou laços pelos quais ‘pertencemos’ ou ‘fazemos
parte’ do grupo de seus filhos. Seu permanente e imutável amor está
subentendido, e se expressa através do termo berit, que significa ‘aliança’ ou ‘testamento’” (Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1ª Ediçãp. RJ: CPAD, 2010, p.1290).
III. AUTORIDADE PARA CURAR
1. Autoridade recebida. Lucas,
mais do que todos os outros evangelistas, associa a pessoa do Espírito Santo ao
ministério de cura de Jesus (Lc 4.16-18). O texto de Lucas 5.17 diz que antes
da cura do paralítico de Cafarnaum a “virtude do Senhor estava com ele para
curar” (Lc 5.17). A palavra “virtude”, do grego dynamis é
a mesma usada em Atos 1.8 para se referir ao poder do Espírito Santo. Dymanis é o poder do Espírito Santo para realizar milagres.
Jesus curava os enfermos porque a unção do Espírito Santo estava sobre Ele.
Esse é um fato relevante na teologia de Lucas. Ele retrata Jesus como sendo
cheio do Espírito Santo (Lc 4.1), capacitado por esse mesmo Espírito para
realizar milagres e também para curar os doentes (Lc 4.14; 5.17).
2. Autoridade delegada. Se
por um lado Jesus é capacitado pelo Espírito Santo para realizar milagres, por
outro, Ele dá esse mesmo poder aos seus discípulos. Tendo o Mestre convocado os
Doze, concedeu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para
efetuarem curas. Também os enviou a pregar o Reino de Deus e a curar os
enfermos (Lc 9.1,2). Aquilo que Jesus começou a fazer pelo poder do Espírito
Santo teria continuidade através de seus seguidores. O Senhor delegou à Igreja
o mesmo poder que estava sobre si (Lc 9.1,2; 10.9,18,19; At 1.8; 4.8; 13.9).
Dessa forma a Igreja estaria capacitada a cumprir a sua missão. Quando a Igreja
negligencia a Terceira Pessoa da Trindade, perde não somente o seu foco, mas
também a sua identidade.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Jesus tinha autoridade para curar os
enfermos e libertar os oprimidos.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Autoridade para Curar
Jesus embarca num ministério como o
descrito em Lucas 4.18,19. Depois de sua rejeição na sinagoga de Nazaré, Ele
vai para Cafarnaum, a cerca de trinta e dois quilômetros de distância. Esta
cidade está na orla do mar da Galileia e serve de base para o ministério de
Jesus na Galileia. Ele ‘desceu’, o que expressa adequadamente a descida de
Nazaré a Cafarnaum, localizado ao nível do mar.
A narrativa de Lucas sobre o
ministério de Jesus em Cafarnaum concentra-se nos atos poderosos de Jesus
acompanhados pelo poder e autoridade do Salvador. A expulsão de um demônio que
estava num homem (Lc 4.33-37), a cura da sogra de Pedro (Lc 4.38,39) e várias
outras curas à tardinha (Lc 4.40,41) são atos da compaixão para com pessoas em
necessidades desesperadora.
Os primeiros dois milagres implicam
poder na palavra de Jesus, e os outros, seu toque curativo. Seu ensino e
milagres exprimem sua autoridade profética e carismática“ (Comentário
Bíblico Pentecostal. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, pp.340,41).
IV. A REDENÇÃO DO NOSSO CORPO
1. O reino presente. Jesus
não apenas demonstrou poder sobre as doenças e enfermidades, mas também sobre a
própria morte (Lc 8.53-55). Um dos aspectos da manifestação do Reino de Deus,
isto é, o domínio de Deus entre os homens, era a sua realidade já presente (Lc
17.20,21). As curas e ressurreições de mortos atestavam isso (Lc 7.22). Jesus
veio para destruir o poder do pecado e vencer a morte!
2. O reino futuro. Se
por um lado temos o Reino de Deus em seu aspecto presente, por outro temos o
seu aspecto futuro (Lc 21.31; 23.43). Como vimos, as curas dos doentes e a
ressurreição dos mortos registradas nos Evangelhos demonstravam a realidade
presente do Reino. Mas a realidade do Reino não foi manifesta em sua
totalidade. Pessoas continuam ainda lutando com doenças e mesmo aqueles que
foram ressuscitados por Cristo morreram posteriormente. O Reino em sua
plenitude só se consumará na segunda vinda de nosso Senhor, quando teremos a
redenção do nosso corpo e nunca mais haverá morte (Ap 21.4).
SÍNTESE DO TÓPICO (IV)
Um dia Jesus vai redimir o nosso corpo e
não estaremos mais sujeitos às enfermidades e à morte.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A ressurreição de Cristo mediante o
Espírito é a garantia de que seremos ressuscitados e transformados de tal
maneira que nosso corpo ressuscitado será imortal e incorruptível (1Co
15.42-44,47,48,50-54).
Nosso corpo ressurreto será
semelhante ao Seu (Fp 3.21). Embora Deus tenha criado a humanidade à sua
semelhança, e que a imagem divina no homem haja continuado a existir depois da
queda (Gn 9.6), somos informados que Adão ‘gerou um filho à sua semelhança,
conforme a sua imagem’ (Gn 5.3). Por isso, Paulo diz: ’Assim como trouxemos a
imagem do [homem] terreno, assim traremos também a imagem do [homem] celestial‘
(1Co 14.49). Nosso novo corpo será tão diferente do atual quanto a planta é
diferente da semente (1Co 15.37).
O corpo ressurreto do crente também é
descrito como ‘espiritual’ em contraste com o nosso corpo ‘natural’. Geralmente
concorda-se que ‘espiritual’ (gr. pneumatikon) não significa ‘consistente em espírito’, pois
esse corpo não é imaterial, etéreo ou sem densidade. Os discípulos sabiam por
sua própria experiência que o corpo ressurreto de Cristo era real e palpável —
não era fantasma, mas diferente, ajustável tanto à terra quanto ao céu, e não
limitado às atuais condições de tempo e de espaço. Por isso, nosso corpo
ressurreto é chamado ‘celestial’ (gr. epouranios).
Embora o corpo presente seja terreno,
natural, com as mesmas limitações que Adão tinha depois da queda, o corpo
ressurreto adotará qualidades e glórias sobrenaturais. Embora ainda sejamos
seres infinitos, totalmente dependentes de Deus, nosso corpo será um
instrumento perfeito para capacitar-nos a corresponder ao Espírito Santo de
maneiras novas e maravilhosas” (HORTON, Stanley M. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, pp.615,616).
CONCLUSÃO
Ao curar os doentes e dar vida aos
mortos, o Senhor Jesus mostrou o seu poder sobre o pecado e suas consequências.
As pessoas que presenciavam o Filho do Homem realizar sinais e maravilhas
exclamavam admiradas: “Deus visitou o seu povo” (Lc 7.16). Deus visitou um povo
esquecido, sofredor, carente, oprimido e sem esperanças! Sim, o Verbo havia se
tornado carne para participar dos sofrimentos humanos. Ele tem poder para curar
as doenças físicas e espirituais da humanidade (Lc 9.11).
PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas,
responda:
Qual era a concepção do judaísmo sobre
as doenças?
No judaísmo havia a tendência de ligar a doença ao pecado e também à ira
divina. Sabemos que as enfermidades tiveram sua origem na Queda, porém não
podemos considerar que toda enfermidade é resultado do pecado ou fruto de ação
demoníaca.
De acordo com a lição, por que Jesus
curava os doentes?
Ele curava movido pela compaixão.
A cura do cego de Jericó revela outra
razão para as curas. Qual seria?
A revelação da natureza messiânica do Senhor.
Por que nosso corpo continua vulnerável
às doenças?
Porque ainda não recebemos um corpo glorificado.
Você crê que Jesus continua a curar os
enfermos?
Resposta pessoal. Jesus não mudou, Ele continua a curar os enfermos e a
libertar os oprimidos.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Poder sobre as doenças e morte
Doença e morte, geralmente, uma
consequência da outra. O ministério de Jesus de Nazaré, quase sempre, se
deparou com essas duas realidades. Quantos doentes e enfermos o nosso Senhor
curou? Coxos, cegos, deficientes físicos, leprosos, lunáticos, mãos mirradas
etc. Quantas pessoas foram ressuscitadas? — o relato mais famoso é a
ressurreição de Lázaro, um amigo de Jesus. A compaixão era a característica
marcante de Jesus de Nazaré, e é hoje, pois Ele tinha a capacidade de se
colocar no lugar do doente ou da família que perdeu um ente querido, para
sentir a sua dor. Nosso Senhor sabia que diante do quadro da doença ou da
morte, o ser humano encontra-se frágil, sem chão e absolutamente vulnerável
para as consequências da vida. Quando Jesus curava alguém era sua compaixão
pelo sofrimento alheio que podia ser destacada, e não o desejo de ficar
conhecido na província da Galileia por causa do seu divino poder.
Jesus venceu todas as doenças e
venceu a morte, a maior inimiga do ser humano na Cruz. Isto não significa que
estejamos livres dessas realidades plenamente. Não, não estamos! Ainda
habitamos um corpo frágil, limitado e comum. O nosso corpo não foi redimido nem
revestido do corpo glorioso que nos espera um dia (1Co 15). Entretanto, o que
Jesus fez na Cruz do Calvário é suficiente para sabermos que cremos num Jesus
poderoso que tem compaixão por nós.
Num tempo onde pessoas usam a fé
alheia para tirarem vantagens, como prometer bênçãos de curas em troca de
dinheiro, fazer maquiagem do Evangelho para autopromoverem-se, é urgente
conclamarmos a Igreja do Senhor a olhar para o Evangelho e tomar a decisão de
seguir a Jesus até as últimas consequências. Com isso não estamos prometendo
cura, nem muito menos que se alguém morrer irá ressuscitar. Queremos apenas
frisar que essas obras gloriosas são uma iniciativa de Deus, segundo a sua
livre soberania e graça.
O nosso Senhor continua a curar
enfermidades e a ressuscitar mortos. Por isso a Igreja do Senhor deve ser
encorajada a orar sempre pelos enfermos. Tomarmos à mão o azeite e ungir o
enfermo. Sim, Deus pode curar a pessoa necessitada para a sua honra e glória. É
tempo de rogarmos a Deus em favor das pessoas que precisam. Lembrando que Ele
venceu a morte e pelas suas pisaduras fomos sarados. Portanto, embora haja
muita mentira e engano em relação a curas e ressurreição dos mortos, não
podemos perder de vista que o nosso Senhor cura e ressuscita os mortos. Ele é
Senhor e conhece todas as coisas.
Lições Bíblicas CPAD
Lições Bíblicas CPAD
Adultos
2º Trimestre de 2015
Título: Jesus, o Homem Perfeito — O Evangelho de Lucas, o
médico amado
Comentarista: José Gonçalves
Lição 8: O poder de Jesus sobre a natureza e os demônios
Data: 24 de Maio de 2015
TEXTO ÁUREO
“E
disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns
aos outros: Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem?” (Lc
8.25).
VERDADE PRÁTICA
Ao
mostrarem o poder de Jesus sobre as forças naturais e sobrenaturais, as
Escrituras sublinham sua natureza divina e identidade messiânica.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
— Lc 8.22-35
Jesus
tem poder sobre as forças da natureza
Terça
— Lc 4.33-37
Jesus
tem poder sobre as forças malignas
Quarta
— Lc 8.29-31
Jesus
veio para libertar os cativos do Diabo
Quinta
— Mc 1.21-26
Jesus
conhecia a natureza dos demônios e não os deixava falar
Sexta
— Lc 9.38-42
Jesus
veio para destruir as obras dos demônios
Sábado
— Cl 2.15
Jesus
e a sua completa vitória sobre os demônios
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas
8.22-25,35-39.
22
— E aconteceu que, num daqueles dias, entrou
num barco com seus discípulos e disse-lhes: Passemos para a outra banda do
lago. E partiram.
23
— E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio
uma tempestade de vento no lago, e o barco enchia-se de água, estando eles em
perigo.
24
— E, chegando-se a ele, o despertaram,
dizendo: Mestre, Mestre, estamos perecendo. E ele, levantando-se, repreendeu o
vento e a fúria da água; e cessaram, e fez-se bonança.
25
— E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E
eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: Quem é este, que até
aos ventos e à água manda, e lhe obedecem?
35
— E saíram a ver o que tinha acontecido e vieram
ter com Jesus. Acharam, então, o homem de quem haviam saído os demônios,
vestido e em seu juízo, assentado aos pés de Jesus; e temeram.
36
— E os que tinham visto contaram-lhes também
como fora salvo aquele endemoninhado.
37
— E toda a multidão da terra dos gadarenos
ao redor lhe rogou que se retirasse deles, porque estavam possuídos de grande
temor. E, entrando ele no barco, voltou.
38
— E aquele homem de quem haviam saído os
demônios rogou-lhe que o deixasse estar com ele; mas Jesus o despediu, dizendo:
39
— Torna para tua casa e conta quão grandes
coisas te fez Deus. E ele foi apregoando por toda a cidade quão grandes coisas
Jesus lhe tinha feito.
HINOS SUGERIDOS
108, 225 e 253 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Jesus,
como o Filho de Deus, tem poder sobre a natureza e os seres espirituais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
·
I. Destacar o aspecto
sobrenatural da pessoa de Jesus.
·
II. Apresentar a realidade
bíblica da existência dos demônios.
·
III. Explicar o aspecto
limitado dos demônios.
·
IV. Mostrar que a obra
de Jesus é oposta à dos demônios.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Caro professor, sobre a pessoa de
Jesus, a Bíblia diz: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve
também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser
igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo,
sendo obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.5-8). Esse texto ressalta a
dimensão humana de Jesus, o Deus que se tornou homem. Entretanto, a sua
natureza humana não se confunde com a divina: “Pelo que também Deus o exaltou
soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de
Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da
terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus
Pai” (Fp 2.9-11). Assim, a presente lição objetiva demonstrar o poder de Jesus
Cristo sobre a Criação e sobre os demônios. Ele, o Filho, estava presente
quando da criação de todas as coisas (Jo 1.1-3).
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, estudaremos os relatos que mostram o poder de Jesus sobre as forças da
natureza e, também, sobre os demônios. Até aqui os discípulos já tinham visto
Jesus curando doentes e libertando pessoas oprimidas pelo Diabo. Todavia, eles
ainda não haviam visto o Mestre dominando as forças da natureza, nem tampouco
alguém que andava nu e vivia nos sepulcros ser devolvido ao seu convívio
familiar.
Estes
fatos ocorreram quando Jesus acalmou uma tempestade e libertou o endemoninhado
gadareno. Em ambos os relatos, vemos as manifestações do poder e da
misericórdia de nosso Senhor, que sempre procurou o bem do homem, nem que para
isso fosse necessário repreender as leis físicas do Universo ou quebrar o poder
de Satanás.
PONTO
CENTRAL
Embora as
forças espirituais do mal pareçam maiores que nós, Jesus é mais poderoso do que
todas elas. Ele é soberano!
I.
JESUS E AS FORÇAS SOBRENATURAIS
1.
Poder sobre a natureza. Até este
ponto, Lucas já havia mostrado Jesus exercendo poder sobre demônios e
enfermidades (Lc 4.31-44). Agora, ele o mostra exercendo o seu poder sobre as
forças da natureza (Lc 8.23-25).
A
tempestade surge, aqui, como uma força impessoal revelando que a harmonia
original da criação se perdeu. Nesse momento, ela se levanta como uma força
poderosa que precisa ser detida. Ao receber a voz de comando do Filho de Deus,
as forças descontroladas da natureza param. Jesus põe ordem no caos. A cena foi
tão dramática para os discípulos, que arrancou deles a pergunta: “Quem é este
que até aos ventos e a água manda?”.
2.
Poder sobre os demônios. Se a
natureza é uma força impessoal, o mesmo não pode se dizer do Diabo. A Bíblia
mostra que ele é um ser pessoal, isto é, dotado de personalidade. Jesus e seus
discípulos tiveram que enfrentá-lo muitas vezes. Ainda quando descrevia o
relato da tentação de Cristo, Lucas informa que Satanás ausentou-se de Jesus
“por algum tempo” (Lc 4.13). Jesus derrotou o Diabo na tentação do deserto, mas
depois disso teve outros embates com ele. De fato, a Escritura registra vários
casos de pessoas oprimidas e possessas de demônios que tiveram um encontro com
Jesus e seus discípulos (Lc 4.33-37,41; 6.18; 7.21; 8.27; 9.39; 10.17-19;
11.14; 13.11). Em todos os casos, tais pessoas foram libertas e Satanás
derrotado.
SÍNTESE
DO TÓPICO (I)
Jesus
tem poder sobre a natureza e sobre os demônios.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Prezado
professor, importa ressaltar neste tópico o aspecto divino e humano de Jesus.
Divino porque Ele dá ordem à Criação. Embora achado na forma de homem, Jesus
Cristo controlou a tempestade, revelando não apenas o seu lado divino, mas
humano também. Nosso Senhor sente compaixão das pessoas que necessitam do seu
socorro. Ele compungiu-se com a situação do jovem possesso por demônios, pois
desejou trazê-lo de volta ao seu estado de juízo perfeito. Jesus devolveu
aquele jovem para ele mesmo, para a sua família e para a sociedade.
Outro
ponto importante a destacar neste tópico é que o apaziguamento da tempestade é
a primeira de uma série de quatro milagres no capítulo 8 de Lucas: Jesus
apazigua a tempestade (8.22-25); liberta o endemoninhado de Gadara (8.26-39);
ressuscita a filha de Jairo (8.40-42,49-56); e cura a mulher com fluxo
hemorrágico (8.43-48).
II.
JESUS E A REALIDADE DOS DEMÔNIOS
1.
Uma realidade bíblica. A Bíblia
desconhece a ideia de um Diabo mitológico ou que é um produto da cultura
humana. Nas Escrituras, Satanás e seus demônios são mostrados como seres reais.
Uma das mais poderosas armas usadas pelo Diabo é tentar mostrar que ele não
existe. A Bíblia, no entanto, trata Satanás e seus demônios como seres dotados
de pessoalidade. O próprio Cristo enfrentou pessoalmente Satanás no deserto e o
derrotou (Lc 4.1-13). Jesus também revelou que o Diabo possui um reino e que
trabalha de forma organizada (Lc 11.18). Tal reino é tão “organizado” que o
apóstolo Paulo mostra que esse reino maligno está organizado de forma hierárquica
(Ef 6.10-12).
2.
Uma realidade experimental. Na Palestina
do primeiro século, a presença de pessoas oprimidas ou possuídas por demônios
era uma realidade do dia a dia. No Evangelho de Lucas, encontramos dezenas de
textos mostrando essa verdade (Lc 4.41; 6.18). Lucas diz que Jesus curou muitos
de moléstias (Lc 7.21). Além disso, registra ainda que Jesus repreendeu
espíritos imundos (Lc 9.42); e que via a queda de Satanás em cada demônio que
era expulso (Lc 10.17,18). À luz da Bíblia, não há, pois, como negar a
realidade dos demônios.
SÍNTESE
DO TÓPICO (II)
A
Bíblia descreve o Diabo como um ser real e experimental.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor,
após expor o respectivo tópico, sugerimos que faça as seguintes considerações:
um homem possesso por demônio foi reduzido a um nível subumano. Ele andava nu,
e vivia em lugares lúgubres. Os demônios entraram em sua personalidade a ponto
de distorcê-la e torná-la descontrolada quanto à realidade espiritual. Eles
tiraram toda a sua sanidade e, quando o tomavam, não havia quem pudesse
contê-lo. Ele esmiuçava todas as correntes que intentavam dominá-lo.
Por
fim, mostre neste tópico que a Bíblia fala claramente sobre a realidade do
mundo espiritual e da forma de o Diabo trabalhar. Mas com olhar de amor e de
misericórdia, o nosso Senhor está disponível a salvar-nos de tal realidade
sombria.
III.
JESUS E A OBRA DOS DEMÔNIOS
1.
Jesus e a oposição dos demônios. O caso da
libertação do endemoninhado, que ocorre logo após Jesus acalmar a tempestade, é
um dos muitos relatos que mostra como os demônios entraram em rota de colisão
com Jesus: “Que tenho eu contigo Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te que
não me atormentes” (Lc 8.28), disse o espírito maligno. Isso era esperado que
acontecesse por causa da própria natureza da missão de Jesus, que é destruir as
obras do Diabo (1Jo 3.8). Essa missão também foi confiada aos seus discípulos
(Mt 10.1; Lc 9.1) e posteriormente posta em prática por sua igreja (At 5.16;
8.6,7).
2.
Jesus e a libertação de endemoninhados. Quando
questionado sobre ter curado no sábado uma mulher com um espírito de
enfermidade, Jesus respondeu: “E não convinha soltar desta prisão, no dia de
sábado, esta filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás mantinha presa?”
(Lc 13.16). O verbo grego traduzido como “libertar” é luo, e
significa, nesse contexto, “livrar de laços”, “desamarrar”, “tornar livre”.
Jesus veio para libertar os cativos do Diabo. Essa libertação é, também, tida
como uma cura ou livramento do poder do mal (Lc 6.18). A palavra “curados”
traduz o grego therapeuo, de onde
vem o vocábulo português terapia, e significa “sarar”, “curar”, “restaurar a
saúde”. Ao libertar dos demônios, Jesus trata, também, de todos os efeitos
colaterais (Lc 10.19).
SÍNTESE
DO TÓPICO (III)
A
natureza dos demônios declara que eles são seres criados, limitados,
espirituais, malignos e imundos.
CONCLUSÃO
Quer
as forças descontroladas sejam pessoais ou impessoais, Jesus possui poder sobre
todas elas. Em um mundo que nos parece inóspito, onde forças sobrenaturais se
mostram maiores do que nós, temos a confiança que Deus está no controle de
tudo.
VOCABULÁRIO
Lúgubre: relativo à
morte, aos funerais; que evoca a morte; fúnebre, macabro.
PARA REFLETIR
Sobre
os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
De
que forma a lição retrata o poder absoluto de Jesus?
Essa
pergunta busca ressaltar como o texto bíblico demonstra Jesus absolutamente
poderoso. Nesse sentido, a imagem dEle dominando a natureza e libertando o
endemoninhado retrata fielmente tal poder.
O
Diabo é um ser pessoal?
Sim, pois a
Bíblia trata Satanás e os demônios como seres dotados de pessoalidade.
Como
as Escrituras Sagradas mostram Satanás e seus demônios?
Como seres
criados. Tanto Satanás quanto seus demônios possuem poderes limitados. E
também, seres imundos e perversos.
À
luz da Bíblia, há como negar a realidade dos demônios?
Não. A
Bíblia mostra que eles são seres espirituais e reais.
Qual
o significado do vocábulo “terapia”?
Significa
sarar, curar, restaurar a saúde. Jesus tem poder para restaurar a nossa saúde
física, emocional e espiritual.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O
poder de Jesus sobre a natureza e os demônios
O
Evangelho de Lucas inicia o capítulo 8 apresentando as mulheres que financiavam
o ministério de Jesus e dos seus discípulos: Maria, chamada Madalena; Joana,
mulher de Cuza, procurador de Herodes; Suzana, e muitas outras (8.1-4). Essas
mulheres haviam sido curadas por Jesus de enfermidades e de espíritos malignos,
como Maria Madalena, que havia sido expelido sete demônios. Ou seja, os quatro
primeiros versículos abrem o capítulo 8 expondo os milagres de Jesus em relação
às mulheres e, por isso, elas passaram a servir a Jesus com os seus bens.
Além
de relatar brevemente o financiamento das mulheres, pois o seu ministério de
pregação do Reino de Deus estava em pleno vapor, o Evangelho de Lucas passa a
narrar a Parábola do Semeador para a multidão que o seguia (8.4-15), denotando
a mensagem do Reino que devia ser propagada em todos os cantos do mundo. Em
seguida, o nosso Senhor contou outra parábola, a da Candeia (8.16-18),
ressaltando o aspecto iluminador de quem entende a mensagem do Reino de Deus.
Depois,
Lucas passou a narrar o breve evento da família de Jesus (8.19-21). O relato
demonstra o quanto Jesus estava focado em seu ministério. De modo que, quando
disseram a Ele que a sua mãe e os seus irmãos estavam querendo vê-lo, de pronto
o nosso Senhor replicou: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a
palavra de Deus e a executam” (Lc 8.21). A sua Palavra e seu ministério ungido
pelo Espírito Santo refletem a sua autoridade, pois Jesus falava exatamente
como um homem, que não apenas tinha, mas era de autoridade. As pessoas viam
isso nEle, e se encantavam com suas palavras.
A
partir do versículo 22, o evangelista passa a narrar 4 milagres que Jesus
Cristo fez com o objetivo de as pessoas reconhecerem a sua natureza divina. Que
além de curar enfermos, Ele perdoa pecados, livrando-nos de toda a culpa. Os
milagres são: a tempestade apaziguada (8.22-25); o endemoninhado gadareno
(8.26-39); a ressurreição da filha de Jairo (8.40-42,49-56); a cura da mulher
com fluxo hemorrágico (8.43-48). Ora, se o capítulo 8 inicia descrevendo as
mulheres que foram curadas por Jesus e o nosso Senhor pregando à multidão, e
encerra com milagres extraordinários, qual a intenção do Evangelista Lucas?
Apresentar Jesus, não como um homem comum, mas como alguém que tem todo o poder
sobre a Criação e, até mesmo, seres espirituais.
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