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quinta-feira, 2 de abril de 2015

LIÇÕES BETEL 1-6 SEGUNDO TRIMESTRE 2015 SEGUNDO TRIMESTRE



IÇÕES BETEL 1-6 SEGUNDO TRIMESTRE 2015




Um Faraó que Não Conheceu José

5 de abril de 2015

Texto áureo

Êx 1.7 “E os filhos de Israel frutificaram, aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu deles”.



Verdade Aplicada

Mesmo que tudo seja obscuro e sem sentido, não existe nada neste mundo que o Senhor não veja, não conheça ou não controle.

Textos de referência



Êx 1.13-16



13 E os egípcios faziam servir os filhos de Israel com dureza;
14 assim, lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro e em tijolos, e com todo o trabalho no campo, com todo o seu serviço, em que os serviam com dureza.
15 E o rei do Egito falou às parteiras das hebreias (das quais o nome de uma era Sifrá, e o nome da outra, Puá)
16 e disse: Quando ajudardes no parto as hebreias, e as virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas, se for filha, então, viva.

INTRODUÇÃO

Neste trimestre, abordaremos profundos assuntos concernentes à vida de Moisés, um dos mais importantes personagens da Bíblia. Nesta lição, trataremos do princípio do cativeiro hebreu no Egito, a poderosa forma divina de administrar os acontecimentos e a maneira sobrenatural e profética do nascimento de Moisés.

1. O princípio do cativeiro hebreu.

O principal personagem dos últimos capítulos de Gênesis é José. Através dele, Jacó e toda sua família habitaram na magnífica terra fértil de Gosén. Porém, com a mudança de governante, uma nova lei foi estabelecida e o povo, que antes vivia em paz, agora enfrentaria o pior drama de sua vida: a escravidão.

1.1 Um povo pastoril.

José tinha provavelmente trinta e nove anos quando sua família foi morar no Egito. Ele viveu setenta e um anos depois disso e morreu (Gn 50.26). Quando José partiu, a vida cômoda dos hebreus no Egito também findou. Uma vez que José não podia mais interceder por seu povo, a população nativa passou a olhar Israel de modo intolerante e desconfiado. Os egípcios eram muito avançados em cultura e sofisticação e viam os pastores como parte da ralé da sociedade. Isso para eles, manchava a imagem imponente da classe nobre (Gn 46.31, 33, 34). Nesse tempo, a população de Israel já havia aumentado consideravelmente, tornando-se poderosa no Egito. Outro fato importante é que tanto José quanto suas realizações foram totalmente ignorados e o novo Faraó passou a desprezar aquela população crescente (Êx 1.8).

1.2 Um povo numeroso.

Com o novo Faraó nasce uma nova política e um novo estilo de vida passa a vigorar para os hebreus no Egito (Êx 1.10, 11ª). Uma nova lei foi determinada para um povo que vivia de forma regalada e esplêndida, e, a partir dali, a vida para eles jamais seria como antes. É muito claro o discurso feito por Faraó; ele se sentiu ameaçado com o crescimento do povo e, como não era portador de nenhuma aliança com o falecido governador, apossou-se da fértil e bem localizada Gosén, humilhando o povo através da escravidão e da chibata. Porém, antes que fossem diluídos no pó do Egito, eles clamaram e, após quatrocentos e trinta anos, suas orações foram enfim atendidas (Êx 12.40).

1.3 Deus controla os eventos.

É inevitável não nos fascinarmos pela maneira como Deus, de forma majestosa e grande, domina todas as coisas. Embora saibamos que o sofrimento do povo hebreu tenha sido cruel e brutal, vemos também a poderosa mão de Deus por trás de tudo, controlando os acontecimentos e usando os eventos para formar a identidade cultural e o caráter de uma grande nação. Séculos antes, o Senhor já havia falado a Abraão sobre o que aconteceria aos seus descendentes e como eles seriam libertos com mão poderosa (Gn 15.13, 14). O Senhor afirma para Seu servo o que ocorreria e também como julgaria seus opressores. Não existe nada debaixo do sol que o Senhor não veja, não conheça ou não controle (Jó 28.24).

2. Guardado de forma sobrenatural.
O tempo da liberdade chegou; um libertador viria, um homem escolhido pela mão de Deus, um líder preparado especialmente para lidar com os israelitas e confrontar o Faraó. Embora houvesse planos terrestres para impedir a ação divina, o nosso Deus começou a agir da forma como Ele é: Grande.

2.1 Quem poderia impedir o futuro?
Com o passar dos tempos, os hebreus se tornaram tão numerosos que passaram a assustar tremendamente os egípcios. E, por medo de perder a terra, os egípcios foram impelidos a agir de forma brutal e selvagem contra os hebreus. A insegurança e ódio dos egípcios tinham uma explicação; o medo (Êx 1.13, 14). Felizmente, o plano de Faraó não obteve resultado, pois quanto mais o povo de Deus era afligido, mais cresciam e aumentavam. Ao perceber que seus fins não eram alcançados, Faraó aumentou a dose de sofrimento e partiu para o infanticídio (Êx 1.15, 16). Uma inspiração maligna que daria fim ao nascimento do libertador. No entanto, o que está determinado nos céus jamais poderá ser sequer abalado por nada terreno.

2.2 Sifrá e Puá

Sifrá e Puá são duas mulheres extremamente importantes no plano divino para o nascimento do libertador Moisés. O nome Sifrá significa “beleza” e Puá “esplêndida”. Elas, com certeza deixaram um lindo e esplêndido exemplo para nossos dias; temer a Deus acima de qualquer circunstância. Elas eram as parteiras das hebreias, uma tarefa melindrosa, porém gratificante. Essas duas mulheres receberam um edito muito cruel da parte de Faraó. A ordem era matar os meninos e deixar viver as meninas. Não cumprir a ordem de Faraó era arriscar a própria vida. Mas elas decidiram temer somente a Deus e não ser coniventes com o erro, evitando derramar sangue inocente. A bravura dessas duas mulheres teve influência direta no nascimento de Moisés.

2.3 A morte deu lugar à vida.

A maldade e a crueldade de Faraó não terminaram quando as parteiras recusaram lhe atender. Ele não conhecia limites para o terror e, assim, expediu outro decreto ordenando a morte de todos os meninos (Êx 1.22). No mesmo tempo de Moisés, era impossível não identificar uma casa onde houvesse um recém-nascido. A sabedoria de Joquebede durou três meses e o Nilo, que deveria ser o lugar da morte dos machos, tornou-se o lugar da Salvação de Moisés. Naquele cesto, estava a esperança de uma nação e o próprio Egito, que tentara matar o libertador, foi o lugar onde ele foi cuidado, instruído e qualificado. Não devemos pensar que Deus está dormindo ou que o inimigo anda vagando pelo mundo a fazer o que bem entende. Lembremos que o Senhor está acima de todas as coisas, até mesmo de nossos pensamentos (Is 55.8, 9).

3. Lições práticas.

Tudo o que é grandioso passa por sérios tratamentos antes de existir. Não foi fácil para os hebreus ver a liberdade sucumbir e, do dia para a noite, tornar-se escravo. Seu clamor durou quatrocentos anos, mas, quando chegou o tempo de ser livre outra vez. Deus agiu com mão forte e não houve quem pudesse impedir o que por Ele mesmo foi determinado.

3.1 Deus está no controle.

Nos momentos de grandes provações, é comum esquecermos do que o nosso Deus é capaz. Ele sempre sabe tudo o que acontece conosco (Êx 3.7, 8ª). Seu livramento pode não chegar de acordo com o nosso horário ou no momento em que pensamos, mas chegará na hora certa. Por mais severa e dura que seja a provação que estivermos enfrentando, elas não diminuirão o interesse de Deus. O futuro pode parecer sombrio e podemos nos perguntar: onde Deus está? Se bem O conhecermos, entenderemos que Ele está a caminho e, quando chegar, tudo o que parecia ser absurdo se tornará real e palpável para cada um de nós.

3.2 Todos nós nascemos com uma finalidade.

Moisés passou por tantos preparos, expectativas e desilusões que, ao deparar-se com Deus, já não acreditava que poderia ser o homem para o objetivo pelo qual nasceu (Êx 3.10, 11). Ele sempre soube desde o pequeno que sua missão era libertar seu povo. É muito importante quando sabemos para qual finalidade vivemos neste mundo. Não foi por acidente que nascemos nesta era específica, na atual conjuntura da história, em determinado país e neste mundo. Sabia que Deus está buscando homens e mulheres que obedeçam a Seu propósito. Podemos até nos sentir incultos, incapazes e até mesmo desqualificados, talvez cheguemos até a usar as mesmas desculpas de Moisés diante de Deus. Mas Deus chamou as coisas loucas, vis e desprezíveis; o que não é para confundir o que é (1Co 1.28).

3.3 Operando Deus quem impedirá?

Mais que libertar os hebreus ou punir os egípcios, Deus queria tornar aquele momento inesquecível em toda a história da humanidade. De uma só vez, o Senhor riscou para sempre a memória daquela geração de egípcios. Retirando os hebreus do Egito, o Senhor sabiamente estava pondo um fim na economia daquela nação. É por isso que Faraó não os queria libertar, pois eles eram os responsáveis por toda a mão de obra do Egito. Deus, em um só golpe, exterminou os primogênitos do Egito, que simbolizavam o futuro da nação e, em seguida, libertou Seu povo, deixando de uma só vez o Egito, sem futuro e sem presente. O último golpe foi a destruição de todo o exército no Mar Vermelho, mostrando que quando Ele opera não há quem possa impedir o Seu agir (Is 43.13).

CONCLUSÃO


A aflição pode durar um tempo, mas ela possui prazo de validade. Embora a situação dos hebreus fosse de total calamidade, Deus estava acompanhando tudo de perto sem perder um detalhe sequer. Por fim, Moisés nasceu, o povo foi liberto e Faraó morreu. Nada pôde impedir o agir de Deus. Em tempos difíceis, coloquemos nossa confiança no Senhor.


ESCOLA DOMINICAL - Conteúdo da Lição 2 - Revista da Editora Betel


Conhecendo as limitações do tempo
12 de abril de 2015.


Texto Áureo
“E ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela sua mão; mas eles não entenderam.” At 7.25


Verdade aplicada

O discernimento para compreender as fases da vida e a paciência para manter-se fiel a uma visão são fatores imprescindíveis para se alcançar um objetivo.

Textos de referência


Hebreus 11.23.26
23 Pela fé, Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei.
24 Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,
25 Escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado;
26 tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.

INTRODUÇÃO

Moisés viveu cento e vinte anos e sua vida pode ser dividida em três períodos de quarenta anos. Nos primeiros quarenta anos, ele passou no Egito, sendo cuidado pela sua mãe e aprendendo nas escolas egípcias; no seu segundo ciclo, passou no deserto vivendo como um pastor de ovelha, sendo nutrido pela solidão e ensinado por Deus; em seus últimos quarenta anos, esteve no deserto com o povo hebreu sendo ensinado pelas provações para se tornar inquestionavelmente o principal personagem do Antigo Testamento, a figura central do Pentateuco.

1. Moisés, escolhido para ser libertador

Moisés passa por três fases significativas em sua vida. A primeira é quando ele pensa ser alguém, pois era o príncipe do Egito e instruído em toda a ciência (At 7.22); a segunda é quando vai viver no deserto e descobre não ser ninguém; a terceira é quando se torna líder e descobre que depende de Deus. Analisemos outras três fases também distintas em sua vida.

1.1 Moisés e o tempo da iniciação

Joquebede, a mãe de Moisés, desempenha o papel principal tanto em criar quanto em salvar seu filho. O escritor aos Hebreus dedica-lhe um lugar especial na galeria da fé (Hb 11.23). Ela, com certeza, planejou toda formação espiritual de seu filho e, com o auxílio de Miriã, sua filha mais velha, o menino permaneceu com a família tempo suficiente para firmar suas raízes hebreias (Êx 2.5-9). Deus transformou a maldição em bênção e o que para Joquebede era risco de vida passou a ser uma satisfação. A bênção foi tão grande que ela recebeu salário para criar o próprio filho. A fé e o planejamento sempre andam de mãos dadas. A sabedoria de Joquebede nos ensina que Deus age no impossível e que nós agimos observando oportunidades.

1.2 Moisés e o tempo da formação

A providência divina deu em um novo lar para Moisés (Êx 2.10), onde deveria crescer e ser instruído até o dia em que seria impelido a libertar seu povo (At 7.22). Moisés foi educado na civilização mais adiantada daquele tempo. O seu treinamento foi projetado para prepará-lo para um alto cargo ou até mesmo o trono do Egito. Ele ficou familiarizado com a vida na corte de Faraó, com toda a pompa e grandeza da adoração religiosa egípcia. Foi educado na escrita e nas literaturas do seu tempo. Também aprendeu a administração e a justiça. É importante ressaltar que a mudança de lar e todas as implicações e benesses que favoreciam Moisés jamais o afastaram do que deveria ser. Podemos afirmar que por fora ele era egípcio, mas, por dentro, havia um hebreu clamando por liberdade e justiça.

1.3 Moisés e o tempo de justiça

A terceira fase da vida de Moisés é marcada por um rompimento provocado pela justiça (Êx 2.11). O hebreu que havia dentro da cartilagem egípcia emergiu e, a partir daí, começaria uma nova etapa em sua vida. A morte do egípcio em defesa do hebreu fez Moisés voltar ao nada outra vez. Devemos observar atentamente que todo seu preparo no Egito seria usado mais tarde pelo Senhor.

2. Da riqueza do palácio à escassez do deserto

Quando Moisés foi descoberto, ele temeu por sua própria vida e fugiu do Egito para o deserto de Midiã. Ali começou uma nova fase em sua vida, onde se tornou pastor de ovelhas e se casou com uma das filhas de Jetro, passando então a cuidar dos rebanhos de seu sogro.

2.1 Assentando junto ao poço
É difícil perscrutar o que passava na mente de Moisés ao fugir para Midiã e assentar-se junto ao poço (Êx 2.15). Com certeza, aquele deve ter sido o nível mais baixo que sua vida poderia estar. Moisés não chegou até ali cantando, ele estava confuso, frustrado e decepcionado. Ele compreendeu que não se pode plantar uma semente carnal e colher um fruto espiritual. Ele agiu na carne e estava colhendo o resultado do que havia plantado. Em questão de momentos, Moisés desce o topo da pirâmide, pois era o escolhido de Faraó, à condição de um fugitivo que tinha somente a vida por preciosa. Estar sentado junto ao poço reflete o que estava na sua alma: sede, o desejo de tentar entender o que deu errado na sua vida.

2.2. Egípcio ou hebreu?

Deus impeliu Moisés para o deserto porque seria o lugar onde usaria (ÊX 2.19). O libertador hebreu ainda estava por dentro de Moisés e Deus quebrou sua resistência pouco a pouco, até que o egípcio morresse e o hebreu se apossasse por completo de Moisés. Deus levou quarenta anos para instruí-lo, quarenta anos para purifica-lo e mais quarenta anos para usá-lo ministerialmente. Para todo vasto ministério existe um grande preparo e com Moisés não foi diferente. Deus não almejava enviar somente um pastor com poderes especiais para libertar Seu povo, Ele queria escrever a história da humanidade a partir de Moisés. Por isso, o Eterno preparou e enviou um representante legal do seu poder (Êx 4.16).

2.3. Confortado pelo Senhor

Moisés chega a Midiã sem qualquer perspectiva de sucesso em sua vida. Mas Deus inicia uma nova fase em sua vida, dando-lhe uma esposa, filhos e confortando seu coração. Sua mulher Zípora, lhe deu dois filhos varões: Gérson e Eliézer (Êx 2.22; 18.4). Por um tempo determinado, o libertador caiu em esquecimento, dando lugar ao pastor de ovelhas. Deus estava treinando Moisés na função em que desempenharia seu chamado e, sem que ele se desse conta, estava aprendendo com ovelhas o significado de um rebanho espiritual. Deus deveria desintoxicar Moisés das grandezas do Egito, reduzí-lo a nada esvaziá-lo para depois torna-lo a encher. Quando chegasse o tempo, o mundo conheceria um Moisés sem igual: um homem dotado de sabedoria, ciência e poder, mas humilde, submisso e totalmente dependente de Deus.

3. O tempo e seus ensinamentos

Discernir os tempos e entender em que fase da vida se está vivendo não somente tornará a nossa vida mais feliz, como também não nos deixará esmorecer na fé. Moisés sabia que era o salvador de seu povo, somente não compreendia as fases do tempo. Não é porque temos uma unção e um grande chamado que devemos agir na hora em que bem entendemos.

3.1. Entendendo a vontade de Deus.

Sem perceber, Moisés entrou naquele período que chamamos de “impaciência ministerial” (At 7.25). Moisés não sabia que a unção não deve apenas estar posta sobre a cabeça de alguém, ela deve tomar todo o ser, deve absorver as impulsões humanas e, quando ela prevalece, Deus dá o Seu aval e nos informa a hora de agir. Devemos ter em mente que quando Davi foi ungido, já era rei a partir daquele dia, mas não reinou após ter recebido a unção de rei. Ele passou pelo tratamento da paciência, da experiência e da fé para, só depois, vir a reinar. É comum ficar ansioso quando sabemos de algo tão grande e vemos que nada acontece. O perigo está em querer agir por conta própria como Moisés (At 7.23).

3.2. Entendendo o tempo de Deus.

Não agir quando Deus ordena pode ser tão perigoso quanto agir quando Deus não envia (At7.27). Moisés estava consciente de que era o libertador da nação. Ele acreditava que seu povo iria entender. Ele só não entendeu que o povo ainda o via como um filho de faraó. A vontade de agir o cegou por um momento. Quando ele age por sua própria conta, em vez de salvar uma nação, quase que nem escapa com vida. Em um só momento, Moisés foi destituído de tudo, por não saber discernir o tempo de agir. Quando chegou o tempo, o próprio Deus fez questão de enfatizar (At 7.34). A melhor maneira para entender o tempo de Deus é estando vazio de si mesmo.

3.3. Entendendo o preparo de Deus.

Deus estava preparando algo tremendo através da vida de Moisés que marcaria o mundo para sempre. Libertar o povo era fácil para Deus. Ele poderia ter feito isso na primeira aparição de Moisés. Hoje podemos entender isso perfeitamente. Jesus Cristo, por exemplo, não é conhecido em muitos lugares, mas uma coisa é certa: em todas as partes do globo se conhece a história da travessia do mar vermelho. Precisamos estar conscientes que, ao não compreender o que Deus está fazendo, devemos estar como Moisés quando este chegou a Midiã (Êx 2.15). quatro coisas sucederam que corroboraram para favorecer e configurar o ambiente para libertação. Primeiramente, a morte de Faraó; depois, como nada mudou em relação a servidão, os hebreus passaram a orar fervorosamente por uma intervenção divina; a seguir, Deus mudou Sua disposição em relação aos filhos de Israel ouvindo suas orações e, por fim, enviou o libertador. No entanto, tudo isso aconteceu no tempo exato (Dn 2.21).

CONCLUSÃO
Observamos que tudo o que Deus faz deve passar pelo teste do tempo e agir de forma autônoma pode ser perigoso e frustrante. Moisés teve uma grande expectativa, mas aprendeu através da solidão do deserto que o homem passa por fases distintas até chegar a posição que Deus quer. Dessas fases, a mais importante é onde se descobre que precisamos de Deus e que sem Ele nada podemos fazer.


ESCOLA DOMINICA - Conteúdo da Lição 3 - Revista da Editora Betel


O comissionamento de Moisés.
19 de abril de 2015


Texto áureo

“Tenho visto atentamente a aflição do meu povo que está no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci a livrá-los. Agora, pois, vem, e enviar-te-ei ao Egito.” At 7.34.


Verdade aplicada
O processo utilizado por Deus para nosso amadurecimento pode incluir um deserto, um tempo de anonimato e um período de solidão. Nesse tempo, descansar nEle é o mais aconselhável.


Textos de Referência.

Êx 3.6, 10-12.
6 Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus.
10 Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito.
11 Então, Moisés disse a Deus: Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?
12 E Deus disse: Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte.


INTRODUÇÃO
O mundo atual está marcado por uma cultura de micro-ondas. A vida atual é apressada e uma palavra não foge de nosso vocabulário: instantâneo. Porém, na escola do deserto não é assim, nada lá é instantâneo, porque Deus não produz santos em massa.


1. Solidão e anonimato: preparos fundamentais
Moisés era um homem importante e também muito ativo, e o deserto foi o caminho usado por Deus para fazê-lo relaxar. O processo era lento, mas tinha o propósito de moldar Moisés e depois usá-lo como homem algum jamais havia sido. Durante quarenta anos, Deus usou o deserto e a solidão para alcançar Seu objetivo. Vejamos.


1.1. Vivendo atrás do deserto
O deserto para principiantes soa como o sentimento de uma angústia implacável por um ente querido que partiu sem a esperança de retorno. Estar em Midiã para Moisés era estar num lugar diferente de tudo. Moisés foi viver num lugar sem privilégios, lugar de escassez, lugar onde ninguém o conhecia e nem mesmo sua profissão era atraente. Midiã era um lugar de total anonimato e não havia como fugir da solidão porque ali era a sua casa. Parece difícil de acreditar que um homem da capacidade de Moisés formado em literatura, ciências e táticas militares, prolongasse sua existência na “parte de trás” do deserto (ÊX 3.1), vivendo com um sogro, criando dois meninos e cuidando de ovelhas. É preciso entender que o tempo não é obstáculo para Deus. Ele exige qualidade e ela não nasce do dia para a noite.


1.2. Aprendendo com a obscuridade
Para chegar aos níveis interiores de nossa alma, Deus precisa quebrar as camadas sólidas e externas de nossas vidas (Sl 51.6). O primeiro passo dado por Deus é encontrar o nosso orgulho e, ao localizar, passar a lixa da obscuridade para removê-lo paulatinamente. O deserto ajuda a libertar-nos do medo e da ansiedade e o tempo será o elemento fundamental para essa cura. No deserto, aprendemos que nada está fora de controle, tudo está nas mãos do nosso Mestre. O desconforto e a dificuldade que vivemos no deserto existem para remover o nosso “eu” interior. Moisés não era qualquer um, todos nós sabemos que a faculdade egípcia era muito mais poderosa que uma “Harvard” de nossos dias. No entanto, Deus usou de método da humilhação para depois usar a exaltação.


1.3. Entendendo os tempos sombrios
Quando Deus nos conduz a uma grande provação, Ele não age com nossa permissão. Ninguém vai dormir, ou orar a Deus, pedindo uma provação. Ele nos leva por Sua soberana vontade. Deus vai nos manter certo período por lá, mas nos suprirá de graça para que suportemos. Por fim, Ele tornará a provação em bênção, ensinando-nos a lição desejada e operando em nossas vidas a graça que precisa conceder. E tanto o tempo em que tirará da situação imposta por Ele quanto o como e o quando somente Ele o sabe. Precisamos entender que quem está no deserto fica por determinação divina, sendo guardado por Ele, treinado por Ele e para o tempo dEle. No deserto, é fácil discernir a resposta de nosso orgulho: “eu não preciso disso” pois parece que todos precisam menos nós. Também é fácil identificar a resposta da nossa falta de visão: “não aguento mais”. Todavia, a resposta que Deus gostaria de ouvir de nossos lábios é: “eu aceito”.


2. Deus se apresenta a Seu servo Moisés.
Após quarenta anos de obscuridade e total anonimato, quando Moisés ainda se recuperava dos destroços e sem imaginar que Deus ainda contava com ele para ser o libertador, um arbusto chama a sua atenção e, a partir daquele momento, nada mais foi normal em sua vida.


2.1. Deus fala na brisa mansa
Durante quarenta anos, é a primeira vez que há um registro de Deus falando a Moisés. Após tantos anos de obscuridade, sem qualquer aviso ou sinal, o Senhor resolve quebrar o silêncio e mudar a sua vida para sempre. Às vezes, somos levados a pensar que, para Deus falar, será necessário um terremoto, um estrondo ou um movimento que anuncie a Sua presença (1Rs 19.12). Mas é assim que opera o Senhor, Ele fala a pessoas comuns, em dias comuns e em locais pouco apreciáveis. Devemos estar atentos, pois num dia rotineiro como outro qualquer, de repente indo para o trabalho, dentro ônibus ou metrô, Deus decida falar como nunca falou e comunicar ao nosso coração as diretrizes da nossa missão e o porquê de tanto preparo.


2.2. Diante de uma sarça que não se consumia
A palavra hebraica dá à sarça o nome de “arbusto espinhoso”. Ela era um arbusto comum, o que acontecia com ela é que era incomum e admirável (Êx 3.2, 3). Algo chamou a atenção de Moisés naquele dia, ele estava acostumado a ver arbustos, mas jamais havia visto um que queimava e não se consumia. Diante de Moisés estava o símbolo de algo inútil e sem vida, sendo movido por algo sobrenatural. Aquela sarça ardente era o fogo do Espírito Santo, movendo-se através de um objetivo natural. Deus tomou um arbusto inútil e fez com que incríveis mudanças ocorressem através dele.


2.3. A mensagem da sarça
Quando para Moisés, se tornar o pastor das ovelhas de seu sogro já era uma fatura liquidada. Deus reacende as esperanças de sua vida como reacendeu o velho arbusto. Deus estava dizendo que para Ele não existe limite de idade, aparência ou lugar especial para que se revele. Não podemos esquecer que, embora Moisés soubesse a respeito de seu futuro, essa é a primeira vez que Deus lhe aparece e lhe faz ouvir Sua voz. Esse foi o maior momento da vida de Moisés desde o dia em que nasceu, porque aqui se unem tanto o objetivo pelo qual nasceu quanto quem o alistou para a missão de sua vida. E o que Deus usou para chamar a atenção de Moisés? Um deserto. O local que muitos de nós sequer desejamos passar por perto. Após quarenta anos de silêncio, Deus aparece e diz a Moisés: “Vem agora, pois, e eu te enviarei” (Êx 3.10). A palavra chave é “agora”. A sarça foi o meio utilizado por Deus para atrair Moisés, mas o propósito da sarça não é nos surpreender, e sim, nos enviar.


3. O envio de Deus.
Deus tinha pressa que Moisés saísse de seu repouso e de pronto O atendesse. Aquele arbusto que não se consumia também era uma figura do sofrimento hebreu. Pois, quanto mais ardiam sob a intensidade do fogo da provação, o Senhor não permitia que se consumisse. Já estavam sem aparência e sem vida e suas orações deveriam ser respondidas a partir daquele momento.


3.1. Moisés é chamado de maneira pessoal
A reação de Moisés ao reconhecer a voz do Senhor demonstra que suas raízes estavam familiarizadas com o Senhor, pois, tanto na infância, através dos ensinos de sua mãe, quanto o que aprendeu com seu sogro e sua nova família lhe prepararam para esse momento. O que é mais impressionante em seu chamado pessoal é que Deus revela ter “visto a aflição” e “ouvido o clamor” de Seu povo, ou seja, o que se passava com os hebreus e o que estava sendo vivido por Moisés estavam dia a dia sendo monitorados pelo Senhor. Enquanto Moisés sofria de um lado para aprendizado, o povo sofria de outro até o momento em, que Deus se revelaria ao Seu homem escolhido. Ao apresentar-se, o Senhor logo revela a Moisés o que deve fazer. Deus o chamou para o trabalho, não para a fama. Os grandes homens de Deus são encontrados no deserto, ao som do silêncio e vivendo na obscuridade.


3.2 Quem fez a boca do homem?
A reação de Moisés diante do comissionamento era normal (Êx 3.11). Ele era um pastor de ovelhas e o que Deus estava lhe propondo era algo humanamente impossível e irrealizável em sua ótica humana. O medo e a incredulidade eram fatores favoráveis a tal questionamento, mas a verdade é que Moisés tem uma nova vida, tem filhos, família e, mesmo sabendo que aquela era a voz de Deus, ele se considera indigno e incapaz para semelhante tarefa. Suas desculpas não são as de um homem qualquer, mas de alguém que foi marcado pela tragédia e que precisava de um impacto sobrenatural. Moisés apresenta várias desculpas diante de Deus, sendo quase obrigado a ter que atender ao chamado (Êx 4.14). Por fim, depois de muitos sinais sobrenaturais e a certeza de que o Senhor o guiaria, Moisés retorna a família e conta sobre a missão divina (Êx 4.18.19).


3.3. A quem Deus chama também capacita
Aquele encontro foi tão revigorante para Moisés que, mesmo sem saber o que viria a acontecer em sua vida, ele assume a postura do líder que levou oitenta anos para ser preparado por Deus (Êx 4.12-17). Ele não saiu da presença de Deus sem alvo, sem armas nem munição para o ataque. O tempo passou e o que Deus preparou para ser aconteceu. Moisés volta ao Egito, mas não como um fugitivo e sim como libertador e representante legal de Deus na Terra (Êx 4.16).


CONCLUSÃO
Para iniciar seu ministério libertador, Moisés recebe de Deus autoridade. Essa autoridade está representada pelo seu bordão através do qual ele faria os sinais da parte de Deus (Êx 4.17). Esse poder foi demonstrado através dos grandiosos sinais diante dos filhos de Israel e de Faraó como uma forma de legitimá-lo (Êx 4.21). Deus não somente preparou Moisés, mas lhe deu suporte suficiente para o cumprimento da sua missão.

ESCOLA DOMINICAL - Conteúdo da Lição 4 - Revista da Editora Betel


A missão profética de Moisés
26 de abril de 2015

Texto Áureo
“Tu falarás tudo o que eu te ordenar; e Arão, teu irmão, falará a Faraó, para que deixem ir, da sua terra, os filhos de Israel.” Êx 7.2.


Verdade Aplicada

O verdadeiro profeta é aquele que recebe a mensagem de Deus e transmite ao destinatário sem margem de erro o que lhe foi dito.

Textos de referência

Êx 5.1-4
1 Depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto.
2 Respondeu Faraó: Quem é o SENHOR, para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir a Israel.
3 E eles prosseguiram: O Deus dos hebreus nos encontrou; deixa-nos ir, pois, caminho de três dias ao deserto, para que ofereçamos sacrifícios ao SENHOR, nosso Deus, e não venha ele sobre nós com pestilência ou com espada.
4 Então lhes disse o rei do Egito: Por que, Moisés e Arão, por que interrompeis o povo no seu trabalho? Ide às vossas tarefas.

INTRODUÇÃO

Deus vocacionou a Moisés como profeta para aquela geração explorada por Faraó e o Egito. Estudaremos então o seu retorno desde quando, juntamente com Arão se encontra com os líderes de Israel até, finalmente, todos os hebreus saírem do Egito (Êx 4.29). Entretanto, trabalharemos mais o aspecto de sua missão profético-libertadora.

1. Moisés, profeta de Deus ao Egito.

Moisés era um homem comum como qualquer um de nós, porém, era também antes de tudo a voz profética, a expressão da fala de Deus. Ele não retornou ao Egito como uma figura “superstar” que revolucionaria a vida política no Egito, ele voltou como um embaixador do Reino e deveria ser ouvido.

1.1. Os anciãos de Israel.

O primeiro ato profético de Moisés não diz respeito ao Egito, mas aos hebreus por serem os herdeiros da promessa dada a Abraão, Isaque e Jacó. A partir daí, Moisés e Arão reúnem todos os líderes e demais filhos de Israel para transmitir-lhes a palavra profética que receberam, bem como atuar nos sinais que o Senhor Deus lhe enviou a realizar (Êx 4.30). Como palavra profética, não estamos falando em predição, pois nem toda palavra profética e preditiva. Por palavra profética nos referimos a “todas as palavras do Senhor” que Moisés e Arão receberam e transmitiram, juntamente com os sinais que fizeram e os filhos de Israel creram e adoraram a Deus. Eles ouviram, verificaram a procedência das palavras, viram os sinais e assim creram e adoraram ao Senhor (Êx 4.31).

1.2. Assim diz o Senhor.

Moisés recebeu instruções claras e diretas de Deus de como ele deveria se apresentar e falar a Faraó. O Senhor disse a Moisés como deveria agir e falar profeticamente (Êx 4.22, 23a). O profeta é um agente enviado por Deus que não deve ter medo de autoridade humana, nem tampouco seu exercício está procurando facilidades, antes sim, deve estabelecer a vontade de Deus contra as injustiças quando for necessário. A missão de Moisés não era fácil e seu temor diante da sarça explica muito bem o que Deus lhe mandou dizer a Faraó (Êx 11.4, 5).

1.3. A resistência de Faraó.

Moisés sabia muito bem que Faraó seria endurecido (Êx 4.21), pois isso era parte do plano divino para libertar os filhos de Israel da servidão. Moisés deveria sentenciá-lo com um aviso, antes que o juízo do Senhor fosse descarregado sobre o Egito. Deus poderia resolver o caso na primeira investida de Moisés. Todavia, o projeto, elaborado há quatrocentos anos, teria um desfecho marcante que, durante toda a eternidade, seria contado não somente pelos filhos de Israel, mas por todos os habitantes da terra. Quando a dificuldade se torna mais intensa, é um grande sinal de que algo grande está por acontecer.

2. Palavras de juízo sobre o Egito.

O Egito foi a primeira nação da terra que seria capaz de influenciar poderosamente o mundo ocidental por causa de seu pragmatismo, organização, opulência, ciências, etc. Porém, ao explorar os hebreus e demais povos, teve que ser severamente punido para que se tornasse uma advertência a todos os outros povos.

2.1. Faraó, o filho de Hórus.

Aos Faraós, tudo era possível: o domínio sobre as pessoas, a transformação de ambientes, a preservação dos animais, etc. Apenas duas coisas não lhes eram possíveis de impedir: o envelhecimento e a morte. Eles presumiam serem deuses, mas não tinham eternidade. Eles se autodenominavam filhos de Hórus, o deus dos céus. Para os egípcios, o Faraó era objeto de culto e sua pessoa era sagrada. Ele era intermediário entre os deuses e os homens e concentrava em si tanto poderes políticos quanto espirituais. A dureza do coração de Faraó tinha uma origem no juízo divino; Deus lhe endurecia para ensinar a todos os povos que o Faraó não era deus, nem filho de deus, e sim, apenas um governante humano (Êx 7.3-5). O Senhor iniciaria Seu juízo tornando os deuses do Egito inoperantes e terminaria eliminando seu deus terreno, o Faraó.

2.2. A desestrutura de uma nação.

O endurecimento do coração de faraó em si, além de uma mera teimosia, tratava-se de um juízo divino e eles foram estabelecidos como uma maneira de expor e julgar o que os egípcios consideravam deuses. Na mentalidade egípcia, eles buscavam o que se chama hoje de crescimento sustentável, isto é, procuravam o progresso em harmonia com a natureza. Todavia, eles reverenciavam os animais como seres divinos e suas artes fundiam o ser humano com eles. Quanto ao respeito e à harmonia com a natureza, estavam corretíssimos, mas a divinização dela não. Eis aí o porquê do endurecimento do coração de Faraó: tanto aquela geração quanto as futuras ficariam marcadas pelos juízos de Deus trazidos ao Egito (as dez pragas), visto que foi o primeiro grande império a influenciar o mundo ocidental.

2.3. A intensificação da dor.

Deus havia dado a Moisés e Israel sólidas promessas de libertação. Dessa feita, Moisés foi até o povo com as boas novas e com os sinais de Deus. A Bíblia diz que creram (Êx 4.29-31). Finalmente, para eles, havia chegado uma ocasião de esperança, alegria e adoração. Contudo, o que aconteceu a seguir não foi de grande estímulo para eles. As coisas só pioraram! A escravidão de Israel se tornou totalmente insuportável e os trabalhos se multiplicaram. Moisés não sabia que o Senhor iria pôr as mãos nesse assunto (Êx 6.1,2). Deus estava dizendo: “Não vou lhe decepcionar, Moisés. Lembre-se que Eu Sou o Senhor”. Não se aprende a confiar em Deus quando tudo é bonança, isso geralmente acontece na intensidade da provação.

3. Israel liberto do Egito.

Faraó e os egípcios estavam de olho na economia e riquezas geradas a partir da exploração dos escravos hebreus, e, de modo algum, desejavam perder aquela farta mão de obra. Porém, na décima praga, os egípcios não aguentavam mais a presença deles, então Faraó os despediu (Êx 12.31-35).

3.1. Israel sai do Egito.

Na noite em que o anjo da morte eliminaria os primogênitos, Moisés, sob a orientação do Senhor, instituiu a páscoa, um ato que tinha algumas finalidades. Primeiro, um ato protecionista, pois o sangue do cordeiro nos umbrais das portas garantia aos primogênitos a vida; o anjo da morte passaria e a senha para a salvação estava na marca do sangue. Em seguida, comeriam pão sem fermento, juntamente com a carne do cordeiro, como um memorial perpétuo da liberdade deles; o cordeiro deveria ser comido com ervas amargas, mostrando que, junto com o cordeiro, também vamos ingerir coisas amargas. Todavia essa cerimônia seria um ato profético, pois apontava para aquele que viria como o cordeiro de Deus para tirar o pecado do mundo e nos livrar da morte. Outro fato importante dessa liberdade é que os filhos de Israel saíram de acordo como foi profetizado há quatrocentos e trinta anos antes de existirem (Gn 15.13): com riquezas e pelo poder de uma forte mão (Êx 3.20-22).

3.2. Israel atravessa o Mar Vermelho.

A missão profética de Moisés e Arão não terminou com a saída dos filhos de Israel do Egito, mas permaneceu por toda a vida. Faraó e seus oficiais reconsideraram a decisão tomada e tornaram a perseguir os filhos de Israel. Ele sabia que tanto a mão de obra quanto a riqueza do Egito estavam fugindo de seu alcance (Êx 14.5). Israel, percebendo a ameaça, entrou em desespero e Moisés esperava que o Senhor lhe desse uma saída. Todavia o Senhor lhe deu uma palavra de esperança para que dissesse ao povo (Êx 14.13). Deus fez tudo diferente do que o povo poderia imaginar. Ele sempre age assim, Ele é sobrenatural e não trabalha com possibilidades ou recursos humanos. Ele sempre tem um caminho mais excelente, criado por Ele para aqueles que caminham nEle.

3.3. A porta que Deus abre.

Sair do Egito era para os hebreus um sonho imaginável (Êx 12.51). Eles eram um povo sem qualquer perspectiva de liberdade, sem intimidade com Deus e sem esperança. Suas vidas mudaram porque Deus lhes enviou um profeta, um homem forjado no fogo da adversidade, da solidão e do anonimato. Em um só momento, o Senhor escreveu duas grandes histórias:a de um povo que passou a ser Sua propriedade particular e a de um homem disposto a tudo para atender ao Seu chamado. Porém, tanto Moisés quanto o povo de Israel deveriam passar pela porta que Deus abriu no momento em que Ele a criou para que, juntos, dessem início a história mais marcante da humanidade. Deus tem uma porta aberta que ninguém pode fechar. Se ela ainda não foi vista, não significa que não exista. Porém, a grande lição profética da vida de Moisés está nas palavras: confiança e esperança – palavras que devemos adicionar as nossas vidas diariamente.

CONCLUSÃO

Como profeta, Moisés expressou os pensamentos, desígnios e avisos do Senhor, ou seja, cumpriu o seu ministério. Podemos dizer que Moisés foi: excelência e excelente. Na pele de um homem saído das cinzas, o Senhor fez ressurgir uma das maiores autoridades que esse mundo já pôde ver. Um representante legal de Sua Palavra e poder.


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Moisés, o guia dos filhos de Israel

03 de maio de 2015

Texto Áureo
“Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão.” Sl 77.20

Verdade Aplicada
Moisés teve o privilégio de guiar o povo hebreu, honra que seria lembrada de geração em geração.

Textos de referência
Êx 16.4-7

4 Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda em minha lei ou não.
5 Dar-se-á que, ao sexto dia, prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia.
6 Então, disseram Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: à tarde, sabereis que foi o SENHOR quem vos tirou da terra do Egito,
7 e, pela manhã, vereis a glória do SENHOR, porquanto ouviu as vossas murmurações; pois quem somos nós, para que murmureis contra nós?

INTRODUÇÃO
Guiar o povo de Deus em meio ao deserto não foi uma tarefa fácil, mas Moisés pediu a ajuda do Eterno e, assim, foi capaz de prover as necessidades do povo. Suas virtudes, aliada à sua intimidade com Deus, foram essenciais para a condução dos filhos de Israel até a entrada da Terra Prometida.

1. Seu senso de orientação.
Todo o senso de orientação de Moisés procedeu de sua chamada e comunhão com Deus. Ele estava responsável não apenas em libertar do cativeiro os israelitas, mas conduzi-los pelo deserto até, finalmente, alcançarem a Canaã. De onde veio o senso de direção de Moisés? Como se comportou? É o que aprenderemos a seguir:

1.1. A escolha da rota.
Moisés dá uma nota de explicação quanto à rota tomada por eles e os filhos de Israel (Êx 13.17). Os filisteus estavam muito bem preparados para a guerra, porem Israel não estava, e esse era o grande problema caso se enfrentassem. Outro objetivo dessa rota era a necessidade de que os hebreus, e os que com eles estavam, fossem fortalecidos e cristalizassem uma fé definitiva no Deus de Israel. Isso fica claro à medida em que eles vão caminhando, pois demonstram volubilidade ao desejarem retornar ao Egito. O Senhor sempre nos conduzirá pelo melhor caminho, mesmo que, aos nossos olhos, este seja incômodo, difícil e demorado. Ele conhece nossa estrutura e nosso amanhã (Sl 139).

1.2. Orientação e presença.
A presença palpável de Deus foi demonstrada pela coluna de nuvem durante o dia e coluna de fogo a noite (Êx 13.21; Nm 9.16). a nuvem representava a constante presença de Deus sobre o Seu povo. Como no deserto a temperatura sofre variações, durante o dia, ela fazia o papel de sombra para refrigerá-los; à noite ela se tornava um aquecedor tanto para aquecê-los quanto para afugentar os animais selvagens. Os filhos de Israel sempre seguiam essa nuvem sobrenatural. Quando a nuvem se levantava sobre o tabernáculo, as pessoas arrancavam as estacas e a seguiam. E quando na nuvem parava, o povo também parava e armava suas tendas. Eles se moviam ou paravam de acordo com esse claro direcionamento dela. Os israelitas eram cuidadosos em mover-se apenas se a nuvem se movesse, porque sabiam que isso era a provisão de Deus (Nm 9.18-23).

1.3. Ouvindo Deus.
Atualmente existe uma grande quantidade de cristãos que está tomando decisões sem consultar o Espírito Santo. Muitos estão agindo com medo e desespero, sem fé nas promessas de Deus. Eles simplesmente decidem o que fazer por conta própria, baseados no que pensam ser o melhor para suas vidas. O que acontece quando os servos de Deus operam fora do completo governo divino? Quando planejam seus próprios planos, recusando render suas vidas à liderança e direção do Espírito Santo? Todos nós sabemos que o resultado é sempre sofrimento, dores e muita confusão. O senso de orientação de Moisés vinha pelo fato de ele ouvir Deus falar. Seus ouvidos estavam abertos e sua pessoa atenta a obedecer às orientações de Deus em meio aqueles desafios (Êx 15.26).

2. O trabalho em busca da provisão.
Moisés enfrentou um grande desfio ao guiar o povo através do deserto: a provisão de suas necessidades. Mais difícil que salvá-los das garras de Faraó era ter que alimentá-los. Apenas saber para onde iriam não era o suficiente, eles tinham de providenciar água e comida. Vejamos como ele resolveu essas questões.

2.1. Mara e a transformação profética.
Existe um paralelo perfeito entre a caminhada do povo de Israel até a terra prometida e a Igreja (Êx 15.22-27). O caminho de três dias nos fala profeticamente da morte e ressurreição do Senhor Jesus. Após três dias de caminhada, o suprimento acabou e o Senhor orienta a Moisés para que tomasse o lenho e jogasse sobre as águas; e a água amarga se tornaria em água doce (Êx 15.25). Esse ato representa profeticamente a amargura do pecado do homem que estava sobre Jesus quando tomou o nosso lugar na cruz do Calvário, levando sobre si a amargura da morte (IS 53.4). O Senhor mostrou a Moisés o lenho que seria usado para transformar a água amarga (figura da morte) em doce (a vida), mostrando a participação da Trindade no projeto da salvação, ou seja, o Pai, na eternidade, orienta a Moisés (Espírito Santo) para que usasse o recurso que Deus preparou, ou seja, o lenho, que é a figura de Jesus Cristo homem (o Filho). O lenho não tinha valor algum aos olhos da razão humana, era desprezível, mas trazia consigo o extraordinário poder da transformação (Is 53.20).

2.2. Maná, o pão sobrenatural.
A escravidão produz um ritmo costumeiro no ser humano denominado de “institucionalização”. É muito comum um criminoso sair em condicional e tornar a cometer os mesmos erros. Em muitos casos, eles cometem um crime na presença da polícia e, mesmo sabendo que há câmeras que possam captar sua imagem, eles não se incomodam em esconder o rosto. Isso parece loucura, mas a “instituição” mudou todos os seus hábitos e, por isso, eles não funcionam mais como pessoas livres na sociedade. De modo semelhante, o povo viveu quatrocentos e trinta anos no Egito e a “instituição” já dominava seus hábitos. No decorrer de toda sua caminhada, eles sempre estavam ameaçando voltar ao Egito e reclamavam por qualquer situação. Deus usou o método da dependência, o qual incluía uma dieta, onde a comida terrena deveria ser substituída pela celestial, trabalhando neles de dentro para fora. Todavia, nem eles nem seus pais jamais puderam compreender o privilégio daquela comida (Dt 8.3).

2.3. Codornizes pela providência divina.
Nada era por acaso no deserto e apesar de serem escravos no Egito havia nos israelitas uma arrogância misturada a acomodação. O Egito lhes havia doutrinado a uma forma de vida em nível de extinção, havia neles um misto de revolta e insubordinação que aflorou tremendamente no deserto. A liberdade de Israel findaria em Canaã, mas chegara terra exigia uma completa descontaminação e o deserto foi o meio utilizado por Deus para todo o ego de suas vidas fosse exposto e corrigido para se tornarem dignos da salvação recebida (Dt 8.2). Eles pediram carne e o Senhor lhes atendeu. O Senhor queria que entendessem que o mesmo poder demonstrado sobre as forças da natureza no Egito para libertá-los era o que também estava naquele deserto para supri-los.

3. Virtudes práticas.
Observemos agora três virtudes práticas na vida de Moisés, essenciais para aquele momento. Tais atributos são fundamentais à vida cristã e para todo líder chamado por Deus. Vejamos sua importância.

3.1. Senso de dependência.
A vida prática de Moisés é uma eterna lição de dependência. O quebrantamento realizado por Deus na vida do libertador foi tão incisivo que Moisés não atuava sem antes perguntar ao Senhor o que fazer (Êx 33.12-15). É claro que, até mesmo para um homem de sua estirpe, era impossível estar diante de um povo obstinado como Israel sem cometer deslizes. Moisés estava consciente de que, sem a presença de Deus na sua vida, não poderia percorrer o caminho que o conduziria ao livramento (Êx 33.15). Este é o grande dilema dos cristãos hoje em dia: as pessoas querem andar à sua vontade, sozinhas, sem a presença de alguém que os comprometa ou controle os seus passos e suas ações. A presença do Senhor significa comunhão, segurança e descanso, mas também assegura-nos a vitória sobre os nossos inimigos (Êx 14.19).

3.2. Paciência nas adversidades.
Todos nós gostaríamos de um relacionamento com o Senhor isento de tribulações, mas essa sempre foi uma exigência da escolha formadora divina (Rm 5.3-5). As idas e vindas de Moisés diante de Faraó poderiam ter sido evitadas. Deus jamais precisou de tanto rodeio para operar. Havia a necessidade de uma pedagogia insistente e progressiva para o ensino de todo o mundo através daqueles fatos. Isso exigiu de Moisés muita espera e paciência. Na relação descrita por Paulo (Rm 5.3-5), o que gera a paciência é a tribulação, ou seja, não existirão pessoas pacientes que não sejam antes submetidas ao terror. Essa paciência vai gerar experiência. Entenda que não é o tempo que gera experiência, a paciência é gerada pela tribulação. Por fim, o resultado do sofrimento não é a incredulidade ou o desânimo, mas sim a esperança. Para acreditar naquilo que não se vê, é necessário trilhar um caminho de tribulação.

3.3. Sensibilidade para a situação.
Na jornada de Moisés com os filhos de Israel pelo deserto quase nada se repetia. Cada situação tinha um modo peculiar de ser resolvido e isso exigia uma sensibilidade bem apurada para cada uma delas, tanto em relação às provisões, da organização da adoração, quanto às questões jurídicas, etc. Moisés tinha como função principal ser profeta do senhor, mas esse encargo se desdobrava em vários outros. Tudo isso porque, em vez de cooperar com ele, o povo era totalmente dependente de seu agir. Deus sempre apresentou coisas novas a Moisés. Devemos tomar como lição que certas coisas na obra de Deus não devem ser como carimbos com imagem fixa. Existem coisas que utilizamos em nosso tempo que foram apenas uma figura do que passou. Sendo assim, estejamos sensíveis para entender que não podemos acender a fogueira de hoje com as cinzas de ontem.

CONCLUSÃO
Guiar o povo segundo a vontade de Deus no deserto foi uma tarefa hercúlea para Moisés, o deserto foi o melhor lugar para que os filhos de Israel fossem reeducados para um autoconhecimento, conhecimento da vontade de Deus e a cristalização de uma adoração exclusiva ao Deus vivo.


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Moisés, um Sábio Recebendo Conselhos
10 de maio de 2015

Texto áureo
“E escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e o pôs por cabeças sobre o povo; maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez.” Êx 18.25.

Verdade aplicada
A unção e o chamado são qualidades indispensáveis a um líder, mas a capacidade de ouvir e aprender são imprescindíveis para o avanço ministerial.

Textos de referência
Êxodo 18.17-20 e 24
17 O sogro de Moisés, porém, lhe replicou: Não é bom o que fazes.
18 Certamente desfalecerás, assim tu como este povo que está contigo; porque isto te é pesado demais; tu só não o podes fazer.
19 Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e seja Deus contigo. Sê tu pelo povo diante de Deus e leva tu as causas a Deus;
20 Ensinar-lhes-ás os estatutos e as leis e lhes mostrarás o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer.
24 E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro, e fez tudo quanto este lhe dissera;

INTRODUÇÃO
A ilustre visita de seu sogro, que trazia consigo pessoas muito queridas, bem como sábios conselhos administrativos ligados ao campo jurídico, revolucionaram o trabalho de Moisés e a história de Israel.

1. Moisés recebe Jetro.
A visita de Jetro influenciou a vida de Moisés. Jetro era um sacerdote experiente, um homem do deserto. Moisés, seu genro, era um homem extraordinário potencial e era possuidor de um “espírito ensinável”, uma qualidade do líder que deseja ter sucesso diante de Deus e dos homens.

1.1 O encontro entre o sogro e o genro
O encontro de Jetro e Moisés apresenta um relacionamento sólido e digno de ser copiado em nossos dias. Moisés havia aprendido a conviver em família e seu sogro, além de conselheiro, era fiel amigo. A alegria de Moisés no reencontro com a família e a de Jetro ao saber de todo bem que o Senhor havia feito a Israel por mão de Moisés mostra uma comunhão maravilhosa, pouco vista em nossos dias (Êx 18.7, 8). Moisés também contava com o auxílio de seu sogro, pois Jetro cuidou de seus filhos e de sua esposa.

1.2. O sacerdote líder.
Moisés teve um princípio de liderança muito árduo. Somente ele conhecia a Deus e todos o buscavam para saber qual seria o próximo passo a ser dado. Moisés se encontrava entre o esgotamento mental e a frustração daqueles que encaravam a fila e retornavam no outro dia na esperança de falar com ele. Estar com Moisés era para eles o objetivo da vida diária. Esses antigos escravos estavam acostumados a esse tipo de governo. Haviam aprendido a depender da autoridade centralizada durante algumas centenas de anos em que estiveram no Egito. Por outro lado, Jetro era um sacerdote de Midiã e sabia como manejar melhor um organismo religioso. Moisés tinha o chamado e a boa vontade, mas Jetro possuía a sabedoria e a experiência. Com sábios conselhos, Jetro instruiu seu atarefado genro no caminho da sabedoria (Êx 18.14).

1.3. A visão descentralizadora de Jetro.
Jetro pôde observar com claridade que Moisés estava distorcendo a natureza de seu chamado como cabeça de Israel. Moisés havia consolidado seus dons espirituais juntamente com a tarefa de administração e as operações em um sistema gigantesco de burocracia espiritual. Jetro viu uma administração descentralizada, com uma divisão piedosa de trabalho, e apresentou uma saída: ele entendeu que a metodologia de Moisés era tanto nociva para ele quanto para o povo que liderava (Êx 18.17, 18). Moisés era um homem responsável, separado para um fim específico e dotado de uma unção extraordinária, mas, agindo sem o auxílio de outros, ele não somente sucumbiria, como também levaria consigo seus seguidores. Nem Jesus trabalhou sozinho. Centralizadores jamais produzem sucessores, esse é um mal que assola nossa geração.

2. Os sábios conselhos de Jetro.
Sem perceber Moisés é observado por seu sogro Jetro, que notou a ineficiência de seu trabalho. O conceito de autoridade delegada de Jetro é sem dúvida um dos maiores fundamentos de liderança do mundo inteiro. Observemos o elemento principal desse estilo de liderança:

2.1. O segredo de Jetro.
Antes da sugestão dada por Jetro para que Moisés constituísse líderes que o auxiliassem na tarefa divina, primeiro, Moisés deveria ensinar ao povo as ordenanças e leis para que pudessem entender “o caminho em que deveriam andar e a obra que deveriam fazer” (Êx 18.19, 20). A hierarquia de líderes delegados não funcionaria sem um fundamento exaustivo do povo na lei de Deus. Portanto, Jetro não coloca ênfase na estrutura de líderes, mas sim em primeiro estar focado no autogoverno do indivíduo debaixo da lei de Deus. Isso acontece hoje; em vez de os líderes se focarem no ensino e em projetar o caminho, eles projetam os benefícios de servir a Deus e primam pelo nome da organização quando o primeiro passo seria formar o caráter e dar sentido à vida, sem jamais oferecer uma religião.

2.2. Conhecendo a cartilha divina.
O alicerce que traria suporte e crescimento ao povo e uma liderança de sucesso para Moisés baseava-se no conhecimento da Palavra de Deus. Infelizmente nos encontramos em meio a uma geração cheia de metodologias e invenções que busca alcançar a pátria celestial por intermédio de fórmulas de crescimento, uma geração sem hábito de leitura e, por isso, limitada quanto a seu potencial e ao poder de Deus sobre si. A Bíblia nos ensina o motivo pelo qual o povo se perde: falta de conhecimento (Os 4.6). Também nos ensina porque erramos tanto (Mt 22,29). A ordem deixada por Jesus no momento de sua ascensão foi para fazer discípulos e guardar a Palavra (Mt 28.18-20). Jetro era experiente e sabia que conhecer a Deus e Sua vontade é também estar ciente do caminho que se deverá percorrer e da missão que se irá desenvolver.

2.3. Homens de qualidade para liderar.
Jetro descreve as qualidades que tais homens deveriam possuir (Êx 18.21, 22). Estes desempenhariam as funções de julgar e ensinar de acordo com as instruções de Moisés. Para isso, deveriam ser tementes a Deus e o temor não seria apenas um sentimento, eles deveriam ter uma vida que refletisse esse temor. Sendo homens dignos de confiança e inimigos de ganhos desonestos, não deveriam apenas ser honestos, mas homens que possuíssem aversão a roubos, subornos, assim poderiam julgar retamente (Lv 19.15; Pv 1.7). Jetro aconselhou Moisés a designar chefes de mil, de cem, de cinquenta e de dez, ou seja, eles deveriam resolver questões mais simples numa instância menor e Moisés as mais complexas.

3. Lições práticas.
As palavras de Jetro são palavras poderosas que, postas em prática, podem causar um grande impacto tanto em líderes quanto em seus liderados. A tônica é conhecer para ser responsável. Quando um povo está cheio de conhecimento, não dá trabalho a seus líderes, eles trabalham com seus líderes.

3.1. Pessoas sábias planejam antes de agir.
O nome de Jetro significa “excelência”. Também chamado de Reuel (Êx 2.18, 22), ele era sacerdote e príncipe em Midiã. Considerado um dos primeiros consultores gerenciais da história, Jetro possuía três grandes qualidades: era um homem sábio, observador e hospitaleiro. As chamadas “leis de Jetro” influenciam ainda hoje líderes em todos os segmentos gerenciais. O que Jetro observou faltar em Moisés foi equilíbrio e seu conselho visava atingir exatamente essa área falha da vida de Moisés. Moisés não via o que fazia e precisava ser despertado. Às vezes, o Senhor coloca em nosso caminho pessoas como Jetro, que nos ajudarão a ajustar nossas vidas e, em nome de Deus, impulsionar-nos-ão a desenvolver nosso potencial, a aprender a planejar e avaliar as nossas decisões. O caminho apresentado por Jetro era seguro e bom para todos. Porém, de que adiantaria o conselho de Jetro se o coração de Moisés não fosse ensinável? Pessoas de coração obstinado sempre desprezam bons conselhos porque acham que o fazem é sempre o correto. Conselheiros são enviados, ouvir é uma decisão nossa!

3.2. Ensinar o caminho em que deve andar.
Durante sua vida, o tema mais mencionado por Moisés foi guardar os mandamentos do Senhor. Tudo o que aconteceu de ruim ao povo passou pela porta da desobediência. O grande foco do conselho de Jetro era padronizar o povo, dar a eles entendimento para que pudessem andar com suas próprias pernas (Êx 18.20). Ainda hoje as pessoas agem da mesma forma, vivem na dependência do “óleo ungido” sobre suas cabeças, de buscar alguém que Deus capacitou com dons para saber do seu amanhã, mas, quanto mais ouvem, menos praticam. Alguns esperam que “o homem de Deus” lhes imponha as mãos e lance uma palavra profética para mudar suas vidas, para lhes abrir as “portas do mundo espiritual”. No entanto, continuam ocos porque o que gera vida não é a mão alheia e sim a Palavra de Deus. Na verdade, não compreenderam esse requisito como fundamental e indispensável à vida cristã.

3.3. Homens selecionados.
A razão pela qual Moisés deveria estabelecer o povo na lei de Deus é que aprenderiam por si mesmos o caminho que Deus desejava que andassem e a obra que Ele esperava que fizessem. Então o povo faria juízos nos assuntos menores da vida cotidiana sem precisar visitar seus supervisores por qualquer situação ocorrida (Êx 18.21). A rede de líderes julgaria os assuntos menores, todavia, o povo também conheceria a lei e tudo ficaria mais fácil, pois todos estariam num mesmo nível de conhecimento. Um número sem fim daqueles que buscam seus líderes em gabinetes é sempre de pessoas que manuseiam a Bíblia e não são frequentes nos cultos. Isso é assustador em nossos dias.

CONCLUSÃO
O líder cristão, por mais capacitado que seja, não conseguirá realizar suas tarefas sem a ajuda de auxiliares. Ninguém pode fazer a obra de Deus sozinho. O líder cristão precisa de conselheiros dados por Deus que o ajudem. Sigamos o exemplo de Moisés que, ouvindo sábios conselhos, conseguiu conduzir o povo de Deus à Terra Prometida.




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