REVISTA CPAD LIÇÕES 7-13
SEGUNDO TRIMESTRE 2015
Lições Bíblicas CPAD
Adultos 2º Trimestre de 2015
Título: Jesus, o Homem Perfeito — O Evangelho
de Lucas, o médico amado
Comentarista: José Gonçalves
Lição
1: O
Evangelho segundo Lucas
TEXTO
ÁUREO
“Para que
conheças a certeza das coisas de que já estás informado” (Lc
1.4).
VERDADE
PRÁTICA
O cristão possui uma fé divinamente revelada e historicamente
bem fundamentada.
LEITURA
DIÁRIA
O cristianismo no seu cenário histórico
O cristianismo se fundamenta em fatos
O cristianismo no contexto bíblico
O cristianismo em seu aspecto universal
O cristianismo e a deidade de Jesus
O cristianismo e o Ministério do Espírito
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
1 — Tendo, pois, muitos empreendido
pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram,
2 — segundo nos transmitiram os mesmos
que os presenciaram desde o princípio e foram ministros da palavra,
3 — pareceu-me também a mim
conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem,
havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio,
4 — para que conheças a certeza das
coisas de que já estás informado.
HINOS
SUGERIDOS
3, 46 e 162 da Harpa Cristã
OBJETIVO
GERAL
Apresentar um panorama do Evangelho de Lucas.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com
os seus respectivos subtópicos.
·
I. Apresentar o terceiro Evangelho.
·
II. Conhecer os fundamentos e historicidade da fé
cristã.
·
III. Afirmar a universalidade da fé cristã.
·
IV. Expor a identidade de Jesus, o Messias
esperado.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Prezado professor, neste segundo trimestre estudaremos a
respeito do terceiro Evangelho, cujo autor é Lucas, o médico amado. Seu relato
é um dos mais completos e ricos em detalhes a respeito do nascimento e infância
do Salvador. Lucas era um gentio, talvez por isso, em sua narrativa, procure
apresentar a Jesus como o Filho do Homem. Ele apresenta o Salvador como o Homem
Perfeito que veio salvar a todos, judeus e gentios.
O comentarista deste trimestre é o pastor José Gonçalves —
professor de Teologia, escritor e vice-presidente da Comissão de Apologética da
CGADB.
Que mediante o estudo de cada lição você possa conhecer mais a
respeito do Filho de Deus, que se fez homem e habitou entre nós.
Tenha um excelente trimestre.
COMENTÁRIO
O Evangelho de Lucas é um dos livros mais belos e fascinantes do
mundo. De fato, o terceiro Evangelho se distingue pelo seu estilo literário,
pelo seu vocabulário e uso que faz do grego, considerado pelos eruditos como o
mais refinado do Novo Testamento. Mas a sua maior beleza está em narrar a
história da salvação (Lc 19.10). O autor procura mostrar, sempre de forma bem
documentada, que o plano de Deus em salvar a humanidade, revelado através da
história, cumpriu-se cabalmente em Cristo quando Ele se deu como sacrifício
expiador pelos pecadores (Jo 10.11). Deus continua sendo Senhor da história e o
advento do Messias para estabelecer o seu Reino é a prova disso. Lucas mostra
que é através do Espírito Santo, primeiramente operando no ministério de Jesus
e, posteriormente na Igreja, que esse propósito se efetiva.
O plano da salvação do cristianismo pode ser localizado com precisão
dentro da história.
1. Autoria e data. Lucas, “o
médico amado” (Cl 4.14), a quem é atribuída a autoria do terceiro Evangelho, é
citado no Novo Testamento três vezes. Todas as citações estão nas epístolas
paulinas e são usadas no contexto do aprisionamento do apóstolo Paulo (Cl 4.14;
Fm 24; 2Tm 4.11). Embora o autor do terceiro Evangelho não se identifique pelo
nome, isso não depõe contra a autoria lucana. Desde os seus primórdios, a
Igreja Cristã atribui a Lucas a autoria do terceiro Evangelho. A crítica contra
a autoria de Lucas não tem conseguido apresentar argumentos sólidos para
demover a Igreja de sua posição. A erudição conservadora assegura que Lucas
escreveu a sua obra (aproximadamente) no início dos anos sessenta do primeiro
século da era cristã.
2. A obra. Lucas era
historiador e médico. Ele escreveu sua obra em dois volumes (Lc 1.1-4; At
1.1,2). O terceiro Evangelho é a primeira parte desse trabalho e é uma
narrativa da vida e obra de Jesus, enquanto os Atos dos Apóstolos compõem a
segunda parte e narram o caminhar espiritual dos primeiros cristãos da Igreja
Primitiva.
3. Os destinatários originais. O doutor Lucas endereçou seu Evangelho a
Teófilo, certamente uma pessoa importante que devia ocupar uma alta posição
social, sendo citado como “excelentíssimo”. Pode se dizer que além deste ilustre
destinatário, Lucas também escreveu aos gentios. O terceiro Evangelho pode ser
classificado como sendo de natureza soteriológica e carismática. Soteriológica,
porque narra o plano da salvação, e carismática porque dá amplo destaque ao
papel do Espírito Santo como capacitador do ministério de Jesus Cristo.
Lucas, o médico amado, é o autor do terceiro Evangelho, que foi
endereçado a Teófilo, um gentio.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
“Lucas inicia seu Evangelho com uma declaração especial: ele
mesmo havia se ‘informado minuciosamente de tudo [sobre a vida de Jesus] desde
o princípio’ (1.1-4). Dessa forma, o Evangelho de Lucas é um relatório
cuidadoso e historicamente exato do nascimento, ministério, morte e
ressurreição de Jesus. Contudo, ao lermos Lucas percebemos que a sua obra não é
uma repetição monótona das datas e ações. A escrita de Lucas é vívida, nos
atraindo para dentro dos eventos que ele descreve. A escrita de Lucas também
exibe uma fervorosa sensibilidade quanto aos detalhes pessoais íntimos”
(RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2007, p.133).
II.
OS FUNDAMENTOS E HISTORICIDADE DA FÉ CRISTÃ
1. O cristianismo no seu contexto histórico. Lucas mostra com riqueza de detalhes sob que
circunstâncias históricas se deram os fatos por ele narrados. Vejamos: “E, no
ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da
Judeia, e Herodes, tetrarca da Galileia, e seu irmão Filipe, tetrarca da
Itureia e da província de Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene, sendo
Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho
de Zacarias” (Lc 3.1,2). Esses dados têm um propósito claro: mostrar que o
plano da salvação no cristianismo pode ser localizado com precisão dentro da
história. A fé cristã, portanto, não se trata de uma lenda ou fábula
engenhosamente inventada. São fatos históricos que poderiam ser testados e
provados e, dessa forma, podem ser aceitos por todos aqueles que procuram a
verdade.
2. Discipulado através dos fatos. A palavra grega katecheo,
traduzida como “informado” ou “instruído” no versículo 4, deu origem à palavra
portuguesa catequese. Esse vocábulo significa também: doutrinar, ensinar e convencer.
Nesse contexto possui o sentido de “discipular”. Lucas escreveu o seu Evangelho
para formar discípulos. O discipulado, para ser autêntico, deve fundamentar-se
na veracidade dos fatos da fé cristã. Nos primeiros versículos do seu
Evangelho, Lucas revela, portanto, quais seriam as razões da sua obra (Lucas
1.1-4). O terceiro Evangelho foi escrito para mostrar os fundamentos das
verdades nas quais os cristãos são instruídos.
A veracidade dos fatos narrados por Lucas pode ser comprovada pela
história.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
“Lucas presta bastante atenção aos eventos que ocorreram antes
do nascimento de Jesus, uma atenção maior que aquela que os outros evangelistas
dedicaram ao assunto” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2007, p.134).
III.
A UNIVERSALIDADE DA SALVAÇÃO
1. A história da salvação. A teologia cristã destaca que Lucas divide a
história da salvação em três estágios: o tempo do Antigo Testamento; o tempo de
Jesus e o tempo da Igreja. O terceiro Evangelho registra as duas primeiras
etapas e o livro de Atos, a terceira (Lc 16.16). No contexto de Lucas a
expressão a “Lei e os Profetas” é uma referência ao Antigo Testamento, onde é
narrado o plano de Deus para o povo de Israel. A frase “anunciado o Reino de
Deus” se refere ao tempo de Jesus que, através do Espírito Santo, realiza e
manifesta o Reino de Deus. O tempo da Igreja ocorre quando o Espírito Santo,
que estava sobre Jesus, é derramado sobre todos os crentes.
2. A salvação em seu aspecto universal. O aspecto universal da salvação, revelado no
terceiro Evangelho pode ser facilmente observado pelo seu amplo destaque dado
aos gentios. O próprio Lucas endereça a sua obra a um gentio, Teófilo (Lc
1.1,2). A descendência de Cristo, o Messias prometido, vai até Adão, o pai de
todos, e não apenas até Abraão, o pai dos judeus (Lc 3.23-38). Fica, portanto,
revelado que os gentios, e não somente os judeus, estão incluídos no plano
salvífico de Deus (Lc 2.32; 24.47). Destaque especial é dado para os
samaritanos (Lc 9.51-56; 10.25-37; 17.11-19). Há ainda outras particularidades
do Evangelho de Lucas que mostram o interesse de Deus por toda a humanidade,
especialmente os pobres e excluídos (Lc 19.1-10; 7.36-50; 23.39-43; 18.9-14).
Todos estão incluídos no plano salvífico de Deus: gentios e judeus.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
“A Verdadeira Identidade do Filho
Os aspectos-chave na vida de Jesus ajudaram os primeiros
cristãos a perceber, de uma forma nova e única, que Ele era o ‘Filho de Deus’.
• A encarnação. Jesus foi concebido pelo poder do
Espírito Santo de Deus, e não por um pai humano. De forma consistente, também
falou de como saiu ‘do Pai’ para vir ‘ao mundo’ (Jo 16.28). Enquanto, para
outros seres humanos, o nascimento é o início da vida, o nascimento de Jesus
era uma encarnação — Ele existia como o Filho de Deus antes de seu nascimento
humano. Jesus, de forma distinta dos governantes pagãos, não era um filho
adotado dos deuses, mas sim o eterno Filho de Deus.
• O reconhecimento por Satanás e
pelos demônios. Enquanto a
identidade verdadeira de Jesus, durante seu ministério terreno, estava velada
para seus discípulos, ela foi reconhecida por Satanás (Mt 4.3,6) e pelos
demônios (Lc 8.28).
• A ressurreição e ascensão. Jesus foi morto por afirmar que falava
e agia como o Filho de Deus. A ressurreição representou a confirmação de Deus
de que Jesus falava a verdade sobre si mesmo. Paulo apontou a ressurreição como
a revelação ou declaração da verdadeira identidade de Jesus como Filho de Deus
(Rm 1.4). Depois da ressurreição, Jesus retornou ao Pai para ficar no lugar de
honra, à direita de Deus” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, pp.34,35).
IV.
A IDENTIDADE DE JESUS, O MESSIAS ESPERADO
1. Jesus, o homem perfeito. No Evangelho de Lucas, Jesus aparece como o
“Filho de Deus” (Lc 1.35) e “Filho do Homem” (Lc 5.24). São expressões
messiânicas que revelam a deidade de Jesus. A primeira expressão mostra Jesus
como verdadeiro Deus enquanto a segunda, que ocorre 25 vezes no terceiro
Evangelho, mostra-o como verdadeiro homem. Ele é o Filho do Homem, o Homem
Perfeito. Ao usar o título “Filho do Homem” para si mesmo, Jesus evita ser
confundido com o Messias político esperado pelos judeus. Como Homem Perfeito,
Jesus era obediente a seus pais. Todavia, estava consciente de sua natureza
divina (Lc 2.4-52). É como o Homem Perfeito que Jesus enfrenta, e derrota,
Satanás na tentação do deserto (Lc 4.1-13).
2. O Messias e o Espírito Santo. Lucas revela que Jesus, o Messias, como Homem Perfeito,
dependia do Espírito Santo no desempenho do seu ministério (Lc 4.18). Isaías, o
profeta messiânico, mostra a estreita relação que o Messias manteria com o
Espírito do Senhor (Is 11.1,2; 42.1). O Messias seria aquele sobre quem
repousaria o Espírito do Senhor, tal como profetizara Isaías e Jesus aplicara a
si, na sinagoga em Nazaré (Lc 4.16-19; Is 61.1).
Lucas apresenta Jesus como o Filho de Deus e o Filho do Homem,
ressaltando tanto a sua humanidade quanto a sua divindade.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
“Lucas descreveu como o Filho de Deus entrou na História. Jesus
viveu de forma exemplar, foi o Homem Perfeito. Depois de um ministério
perfeito, Ele se entregou como sacrifício perfeito pelos nossos pecados, para
que pudéssemos ser salvos.
Jesus é o nosso Líder e Salvador perfeito. Ele oferece perdão a
todos aqueles que o aceitam como Senhor de suas vidas e creem que aquilo que
Ele diz é a verdade” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.1337).
O terceiro Evangelho é considerado a coroa dos Evangelhos
sinóticos. Enquanto o Evangelho de Mateus enfoca a realeza do Messias e Marcos
o poder, Lucas enfatiza o amor de Deus. Lucas é o Evangelho do Homem Perfeito;
da alegria (Lc 1.28; 2.11; 19.37; 24.53); da misericórdia (Lc 1.78,79); do
perdão (7.36-50; 19.1-10); da oração (Lc 6.12; 11.1; 22.39-45); dos pobres e
necessitados (Lc 4.18) e do poder e da força do Espírito Santo (Lc 1.15,35;
3.22; 4.1; 4.14; 4.17-20; 10.21; 11.13; 24.49). Lucas é, portanto, o Evangelho
do crente que quer conhecer melhor o seu Senhor e ser cheio do Espírito Santo.
PARA
REFLETIR
Sobre os
ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
A quem é
atribuída a autoria do terceiro Evangelho?
A autoria é
atribuída a Lucas, o médico amado.
Como devemos
entender o termo “informado” usado por Lucas no capítulo 1 do seu Evangelho?
O vocábulo
significa também “doutrinar”, “ensinar” e “convencer”.
Como Jesus é
revelado no Evangelho de Lucas?
Ele é
revelado como “Filho de Deus” e “Filho do Homem”.
As
expressões “Filho do Homem” devem ser entendidas em que sentindo no terceiro
Evangelho?
Devem ser
entendidas como expressões que mostram o relacionamento de Jesus com a
humanidade.
De acordo
com a lição, como é considerado o terceiro Evangelho?
Ele é
considerado a coroa dos Evangelhos Sinóticos.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
O Evangelho segundo Lucas
Ao longo da História da Igreja, algumas indagações acerca dos
Evangelhos foram feitas por cristãos sinceros: (1) Como os Evangelhos surgiram?
(2) Como obra literária, de que maneira devemos entender os Evangelhos? (3) O
que os Evangelhos nos contam sobre Jesus?
Sabemos que pessoas, inspiradas pelo Espírito Santo, escreveram
os quatro primeiros livros do Novo Testamento. Entretanto, de acordo com as
perguntas acima, queremos saber como os autores dos Evangelhos obtiveram as
informações sobre a vida e o ministério de Jesus; Por que os Evangelhos são tão
parecidos e, ao mesmo tempo, tão diferentes?
Sem a pretensão de respondermos essas questões no presente
espaço (é impossível tal empreendimento), podemos perceber que o Evangelho de
Lucas, dentre os quatro, tem uma particular contribuição para compreendermos a
formação dos Evangelhos que falam do nosso Senhor. Leia o seguinte texto:
“Tendo, pois, muito empreendido pôr em ordem a narração dos
fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os
presenciaram desde o princípio e foram ministros da palavra, pareceu-me também
a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem,
havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio, para que conheças
a certeza das coisas que já estás informado” (Lc 1.1-4). Agora correlacione
essa passagem com a de Atos 1.1,3:
“Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus
começou, não só a fazer, mas a ensinar, [...] aos quais também, depois de ter padecido,
se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por
espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao Reino de Deus”.
Podemos dizer que o evangelista Lucas é o autor sacro que dá as
pistas da história das origens cristãs, pois as introduções do seu Evangelho e
do Livro de Atos revelam que: (1) Lucas selecionou e pôs em ordem os fatos
narrados no Evangelho; (2) Esses fatos foram transmitidos pelas testemunhas
oculares de Cristo e pelos ministros, os apóstolos, da palavra que
“transmitiam” verdades sobre Jesus; (3) Haviam outros escritos sobre Jesus, mas
coube a Lucas organizar e relatar o dele.
Com isso, fica claro
que o médico amado, doutor Lucas, é o autor do Evangelho considerado o mais
histórico e cronológico dentre os quatro Evangelhos. Um tratado extraordinário
sobre Jesus e a sua obra.
Título: Jesus,
o Homem Perfeito — O Evangelho de Lucas, o médico amado
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 2: O
nascimento de Jesus
Data: 12
de Abril de 2015
“E
deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa
manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” (Lc 2.7).
Deus
revelou seu amor à humanidade ao enviar a este mundo o seu filho Jesus.
Deus
é fiel e cumpre as suas promessas
Deus
revitaliza as profecias a respeito do Messias
Deus
revela-se aos carentes e necessitados
Deus
revela a realeza do Messias para toda a humanidade
Deus
revela-se aos piedosos e às minorias
Deus
revela-se aos humildes e contritos de coração
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1
— E
aconteceu, naqueles dias, que saiu um decreto da parte de César Augusto, para
que todo o mundo se alistasse.
2
— (Este
primeiro alistamento foi feito sendo Cirênio governador da Síria.)
3
— E
todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade.
4
— E
subiu da Galileia também José, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi
chamada Belém (porque era da casa e família de Davi),
5
— a
fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida.
6
— E
aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à
luz.
7
— E
deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa
manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.
169,
184, 185 da Harpa Cristã
Mostrar que a vinda de Jesus Cristo ao mundo é uma
prova do amor de Deus.
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
·
I. Apresentar o
nascimento de Jesus no contexto profético.
·
II. Conhecer como
se deu o anúncio do nascimento de Jesus segundo Lucas.
·
III. Explicar o
porquê de o nascimento de Jesus ter ocorrido entre os pobres.
·
IV. Mostrar o
nascimento de Jesus dentro do judaísmo.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na
lição de hoje estudaremos a respeito do nascimento do Filho de Deus. É
importante lembrar que quando Jesus veio ao mundo, a Palestina estava debaixo
do jugo do Império Romano. César Augusto era o imperador. Os imperadores
romanos eram vistos por todos como um deus. Porém, o Rei dos reis em breve
nasceria. Jesus nasceu em um lugar simples, em um estábulo. Seu berço não foi
de ouro, foi uma simples manjedoura. Ele abriu mão de toda a sua glória para
vir ao mundo salvar todos os perdidos. Jesus veio revelar-se aos piedosos e às
minorias.
O
decreto de César Augusto de que todos teriam que se alistar a princípio parece
algo ruim para José e Maria, mas na verdade é uma prova de que Deus controla a
história. Tudo contribuiu para que as profecias se cumprissem e o Filho de Deus
nascesse em Belém (Mq 5.2).
Lucas
narra o nascimento de Jesus, situando-o no contexto das profecias bíblicas e do
judaísmo dos seus dias. O “silêncio profético”, que já durava quatrocentos
anos, foi rompido pelas manifestações divinas na Judeia. A plenitude dos tempos
havia chegado e o Messias agora seria revelado!
O
nascimento de Jesus significava boas novas de alegria para todo o povo. Os
pobres e os piedosos seriam os primeiros a receberem a notícia. Dessa forma,
Deus mostrava que a salvação, por Ele provida, alcançaria a todos os homens.
Jesus
veio ao mundo como um de nós para salvar os perdidos.
I.
O NASCIMENTO DE JESUS NO CONTEXTO PROFÉTICO
1.
Poesia e profecia. No
relato do nascimento de Jesus há duas belíssimas poesias conhecidas na teologia
cristã comoMagnificat de Maria, a mãe de Jesus, e o Benedictus
de Zacarias, o sacerdote (Lc 1.46-55,67-79). Esses cânticos são de natureza
profética e como tal contextualizam o nascimento de Cristo dentro das promessas
de Deus a seu povo. Maria, por exemplo, diz que, ao nascer Jesus, Deus estava
se lembrando das promessas feitas a Abraão (Lc 1.55). Por outro lado, Zacarias
afirma da mesma forma que tal visitação era o cumprimento do que Deus havia
prometido na antiguidade aos profetas (Lc 1.70). O nascimento de Jesus não se
tratava, portanto, de um evento sem nexo com a história bíblica. Foi um fato
que aconteceu na plenitude dos tempos e testemunhou o cumprimento das promessa
de Deus (Gl 4.4).
2.
A restauração do Espírito profético. Já observamos que, na
teologia lucana, o Espírito Santo ocupa um lugar especial. Encontramos 17
referências ao Espírito Santo no terceiro Evangelho e 54 no livro de Atos dos
Apóstolos. Isso é significativo se levarmos em conta que Mateus fala apenas 12
vezes no Espírito Santo e Marcos 6. Lucas focaliza o revestimento do Espírito,
mostrando que o dom profético, silenciado no período Interbíblico, foi
revivificado com a vinda do Messias. Não é à toa que a maioria das referências
ao Espírito, nesse Evangelho, ocorra nos dois primeiros capítulos que relatam o
nascimento de Jesus (Lc 1.41,67; 2.25-27).
O
nascimento de Jesus se deu na plenitude dos tempos, cumprindo todas as
profecias bíblicas.
“O
censo consistia no alistamento obrigatório dos cidadãos no recenseamento, o que
servia de base de cálculo para os impostos. Quirino era governador do Império
legado pela Síria, em d.C., mas este pode ter sido seu segundo mandato. Além
disso, Lucas fala do censo que trouxe José e Maria a Belém como um prote (que
provavelmente signifique, aqui, ‘o anterior’ e não o ‘primeiro’). Assim, o ano
de nascimento de Cristo continua a ser objeto de debate” (RICHARDS, Lawrence O. Guia
do Leitor da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.653).
II.
O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DE JESUS
1.
Zacarias e Izabel. Em
sua narrativa dos fatos que precederam o anúncio do nascimento de Jesus, Lucas
diz que o sacerdote Zacarias havia entrado no “templo para ofertar incenso” (Lc
1.9). A queima do incenso fazia parte do ritual do Templo e ocorria no período
da manhã e à tarde (Êx 30.1-8; 1Rs 7.48-50). Foi durante um desses turnos que
um anjo de Deus apareceu a Zacarias para informar-lhe que a sua oração havia
sido ouvida pelo Senhor e que a sua mulher, embora já não fosse mais fértil,
geraria um menino, cujo nome seria João (Lc 1.13). João, o Batista, nasceu para
ser o precursor do Messias, anunciando a sua missão. Ele seria a “Voz do que
clama no deserto” e precederia o Senhor, preparando o seu caminho (Lc 3.4,5).
2.
José e Maria. Cerca
de seis meses após o anúncio do nascimento de João, o Batista, o anjo Gabriel é
enviado a Nazaré, lugar onde moravam José e sua noiva, Maria. Ela era uma
virgem e estava noiva de José. O anúncio de que ela geraria um filho, sem que
para isso fosse necessário haver intercurso sexual, deixou-a apreensiva (Lc
1.34). O anjo informa-lhe que desceria sobre ela o Espírito Santo e o poder de
Deus a envolveria com a sua sombra (Lc 1.35). Aqui está o milagre da encarnação
— O Filho de Deus fazendo-se carne, a fim de que, através desse grande
mistério, possamos alcançar a salvação (Jo 1.1,14).
O
anjo Gabriel anunciou a Maria o nascimento do Filho de Deus.
Professor,
converse com os alunos explicando que jamais devemos adorar a Maria; todavia,
não podemos deixar de reconhecer seu valor. Afinal, ela foi escolhida para ser
mãe do Filho de Deus. Esta escolha está certamente baseada num caráter de
especial dignidade. Sua pureza, humildade e ternura são um exemplo para todos
os crentes que desejam agradar a Deus (Adaptado de: PEARLMAN, Myer. Lucas: O
Evangelho do Homem Perfeito. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1995, p.27).
III.
O NASCIMENTO DE JESUS E OS CAMPONESES
1.
A nobreza dos pobres. É
um fato de fácil constatação o destaque que os pobres recebem no Evangelho de
Lucas. Quando deu início ao seu ministério, Jesus o fez dizendo as seguintes
palavras: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar
os pobres” (Lc 4.18). Os pobres faziam parte das bem-aventuranças de Jesus (Lc
6.20). Pobres são os carentes tanto de bens materiais como espirituais. No
anúncio do nascimento de Jesus, um anjo do Senhor é enviado especialmente aos
camponeses pobres que pastoreavam os seus rebanhos no campo. Jesus veio para
todos, independente da condição social. O Filho de Deus dedicou total atenção
as minorias do seu tempo: as mulheres, crianças, gentios, leprosos, etc. Ele
chegou a ser chamado de amigo de publicanos e pecadores, pois estava sempre
perto dos mais necessitados. Como Igreja do Senhor, temos atendido os
desvalidos em suas necessidades? Será que temos seguido o exemplo do Salvador?
Como “sal” da terra e “luz” do mundo precisamos revelar Cristo aos carentes e
necessitados, pois eles conhecerão o amor de Cristo mediante as nossas ações.
2.
A realeza do Messias. A
mensagem angélica anunciada aos pastores que se encontravam no campo era que
havia nascido na “cidade de Davi, [...] o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc
2.11). Lucas lembra o fato de que Cristo nasceu em Belém, cidade de Davi,
cumprindo dessa forma a profecia bíblica (Mq 5.2). Mas o Messias não apenas
nasce em Belém, cidade de Davi, Ele também possui realeza porque é da
descendência de Davi, como atesta a sua árvore genealógica (Lc 3.23-38). Mas
não era só isso. Lucas também detalha como o anjo de Deus falou da realeza do
Messias aos camponeses! Ele é o Salvador, o Cristo, o Senhor (Lc 2.11). Essas
palavras proferidas pelo anjo, além de mostrar a realeza do Messias, destacam
também a sua divindade. Jesus é Deus feito homem!
Os
pastores que estavam no campo foram os primeiros a saber que o Filho de Deus
havia nascido.
Professor,
antes de iniciar a explicação do tópico, faça a seguinte indagação: “Por que os
pastores foram os primeiros a saber do nascimento do Messias?”; “Por que os
sacerdotes e escribas não foram os primeiros a saber?”. Ouça os alunos e
incentive a participação de todos. Explique que os pastores faziam parte de uma
classe social bem simples. Eles eram pobres. As Boas-Novas de salvação não
foram anunciadas primeiro aos poderosos e nobres, mas aos humildes, pobres, a
pessoas comuns do povo, mostrando que Cristo veio ao mundo para todos.
IV.
O NASCIMENTO DE JESUS E O JUDAÍSMO
1.
Judeus piedosos. Lucas
mostra que o nascimento de Jesus aconteceu sob o judaísmo piedoso. Ele ocorre
dentro do contexto daqueles que alimentavam a esperança messiânica. São pessoas
piedosas que aguardavam o Messias e, quando Ele se revelou, elas prontamente o
reconheceram. Primeiramente, Lucas cita Zacarias, um sacerdote piedoso e sua
esposa, Isabel. A Escritura sublinha que ambos eram justos diante de Deus e
viviam irrepreensivelmente nos preceitos e mandamentos do Senhor (Lc 1.6).
Lucas apresenta também Simeão, outro judeu piedoso de Jerusalém, e que esperava
a consolação de Israel. A ele foi revelado, pelo Espírito Santo, que não
morreria antes que visse o Messias (Lc 2.25,26). Da mesma forma a profetisa
Ana, uma viúva piedosa, que continuamente orava a Deus e jejuava. Quando viu o
menino Jesus, deu graças a Deus por Ele e falava da sua missão messiânica (Lc
2.36-38).
2.
Rituais sagrados. Lucas
coloca o cristianismo dentro do contexto do judaísmo e não como uma seita
derivada deste. Como qualquer judeu de seu tempo, Jesus se submete aos rituais
da religião judaica (Lc 2.21-24). Como Homem Perfeito, Ele cumpriu toda a lei
de Moisés.
José
e Maria, como pais piedosos, seguiram todos os rituais do judaísmo no
nascimento de Jesus.
“A
legislação sobre o parto (2.21-24). O texto em Levítico 12.1-5 registra o
compromisso materno de oferecer um sacrifício para o ritual de purificação após
o nascimento da criança. Foi para dar cumprimento a esse dispositivo legal do
Antigo Testamento que a família se dirigiu ao Templo (veja também Lv 12.6-8)”
(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia.1ª Edição. RJ:
CPAD, 2005, p.653).
“Lucas
descreveu como o Filho de Deus entrou na História. Jesus viveu de forma
exemplar, foi o Homem Perfeito. Depois de um ministério perfeito, Ele se
entregou como sacrifício perfeito pelos nossos pecados, para que pudéssemos ser
salvos.
Jesus
é o nosso Líder e Salvador perfeito. Ele oferece perdão a todos aqueles que o
aceitam como Senhor de suas vidas e creem que aquilo que Ele diz é a verdade” (Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.1337).
Já
observamos que Lucas procura situar o nascimento de Jesus dento do contexto
histórico. Dessa forma ele dá detalhes sobre fatos da história universal
mostrando que Deus foi, é e continuará sendo Senhor da História. É dentro dessa
história que se cumpre as profecias. O Messias prometido, diferentemente do
Messias esperado pelos judeus, nasce em uma manjedoura e não em um palácio.
Os
pobres, e não os ricos, são os convidados a participar do seu natal. A lógica
do Reino de Deus se manifesta oposta à do reino dos homens. Todos aqueles que
se sentem carentes e necessitados são convidados a participarem dele.
Sobre
os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
De
que forma devem ser entendidos os cânticos de Zacarias e Maria?
Eles devem
ser entendidos como sendo de natureza profética. Esses cânticos contextualizam
o nascimento de Cristo dentro das promessas de Deus ao seu povo.
Como
era o relacionamento de José e Maria antes da anunciação angélica?
De
que forma a lição conceitua os pobres?
Os pobres
são os carentes tanto de bens materiais como espirituais.
De
acordo com a lição, qual o propósito de Lucas mostrar Jesus cumprindo rituais
judaicos?
Lucas deseja
mostrar que Jesus, como Homem Perfeito, se submeteu e cumpriu os rituais
judaicos, tendo, com isso, cumprido a Lei.
Dentro
de que contexto Lucas procura situar o nascimento de Jesus?
Lucas
procura situar o nascimento de Jesus dentro do contexto histórico.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O
evangelista, doutor Lucas, o médico amado, escreveu a história do nascimento de
Jesus Cristo, paralelamente, a de João Batista. Podemos chamar de histórias dos
nascimentos dos dois meninos, pois, em primeiro lugar, Lucas apresenta os
anúncios do nascimento de João Batista e de Jesus Cristo (Lc 1.5-25, cf.
vv.26-38); depois, a visita de Maria a Isabel (Lc 1.39-45) o cântico de Maria e
a informação de que ela passara três meses na casa de sua prima Isabel (Lc
1.46-56); em seguida, a narrativa do nascimento de João Batista (Lc 1.57-66); o
cântico de Zacarias, seu pai (Lc 1.67-80); depois, a narrativa do nascimento de
Jesus Cristo (Lc 2.1-7); logo mais, a chegada dos pastores de Belém (Lc
2.8-20); em seguida, a circuncisão e a apresentação de Jesus no Templo (Lc
2.21-24); a alegria de Simeão e da profetisa Ana com o nascimento do Salvador
(Lc 2.25-38); e o encontro de Jesus com os doutores da Lei, no Templo, aos doze
anos de idade (Lc 2.39-52).
Nas
seções narrativas dos anúncios natalícios sobre Jesus Cristo e João Batista, e
de seus respectivos nascimentos, os grandes hinos presentes na narrativa lucana
tomou um vulto grandioso na História da Igreja: o Magnificat,
cântico de Maria exaltando a Deus pelas suas obras (1.46-55); o Benedictus,
o cântico de Zacarias quando bendiz o Deus de Israel e profetiza sobre o
ministério de João Batista (1.68-79).
As
narrativas dos nascimentos de Jesus e de João têm o objetivo de deixar claro,
desde o início da obra evangélica, a importância suprema da pessoa Jesus
Cristo. Enquanto João tinha pai e mãe, e fora fruto do relacionamento entre
Zacarias e Isabel, a narrativa igualmente deixa clara que a mãe de Jesus,
Maria, não conheceu homem algum. E que o Filho de Deus fora concebido no ventre
de Maria pela obra do Espírito Santo.
No Benedictus,
o cântico de Zacarias, João Batista foi profetizado como o precursor do
Messias, Jesus, o Salvador do Mundo. O grande profeta foi reconhecido pelo povo
e por Herodes. João Batista descortinou o caminho do Filho de Deus para o
arrependimento do povo, após apresentá-lo a fim de que esse povo reconhecesse o
Filho de Deus, o desejado entre as nações.
É
importante que o estudante da Bíblia compreenda a forma como as narrativas do
Evangelho de Lucas estão estruturadas, pois ela apresenta uma estrutura que faz
sentido na forma como Jesus Cristo é apresentado a partir do capítulo 3 do
Evangelho.
Título: Jesus,
o Homem Perfeito — O Evangelho de Lucas, o médico amado
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 3: A
infância de Jesus
Data: 19
de Abril de 2015
“E
crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens” (Lc
2.52).
Crescer
de forma integral e uniforme, como Jesus cresceu, deve ser o alvo de todo
cristão.
Segunda
— Lc 2.40,52; Mc 6.31,32
Jesus
ensina a respeito do cuidado com o corpo
Jesus
e o seu proceder familiar impecável
Jesus
Cristo e a cultura do seu tempo
Jesus
e o desenvolvimento da personalidade
Jesus
e o controle emocional diante das dificuldades
Jesus
e o fortalecimento do espírito
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
46
— E
aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos
doutores, ouvindo-os e interrogando-os.
47
— E
todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas.
48
— E,
quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste
assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te procurávamos.
49
— E
ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar
dos negócios de meu Pai?
21
— E
aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus,
orando ele, o céu se abriu,
22
— e
o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se
uma voz do céu, que dizia: Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido.
179,
184, 190 da Harpa Cristã
Apresentar a infância de Jesus Cristo segundo o
Evangelho de Lucas.
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
·
I. Mostrar que
Jesus cresceu fisicamente.
·
II. Conhecer como
se deu o crescimento social de Jesus.
·
III. Saber como
se deu o desenvolvimento cognitivo de Jesus.
·
IV. Aprender como
se deu o desenvolvimento espiritual de Jesus.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Não
temos muitas informações a respeito da infância de Jesus. Os Evangelhos são
nossas únicas fontes confiáveis a respeito dessa fase da vida do Mestre. O
Evangelho de Lucas nos mostra que, como Homem Perfeito, Ele experimentou um
desenvolvimento saudável, como de qualquer criança de sua idade. A única
diferença entre Jesus e os meninos de sua época era o fato de que Ele não tinha
pecado.
Lucas
também registra um incidente da infância do menino Jesus. Por meio desse
incidente, podemos ver que, aos doze anos, Jesus já tinha plena consciência de
sua relação com o Pai e acerca de sua chamada.
As
Escrituras revelam que Jesus era plenamente Deus e plenamente homem! Ao dizerem
que Jesus é cem por cento Deus e cem por cento homem, teólogos cristãos estão
afirmando essa mesma verdade de uma outra forma. Deus se humanizou em Cristo
(2Co 5.19) e isso é conhecido na teologia cristã como o grande mistério da
encarnação.
Conhecer
o Jesus divino é maravilhoso e bíblico, mas conhecer o Jesus humano o é da
mesma forma. Aqui, vamos aprender que Jesus cresceu como qualquer ser humano.
Ele cresceu física, social, psicológica e espiritualmente. Em cada uma dessas
dimensões, Ele deixou ricos aprendizados para todos nós.
Jesus,
como ser humano, desenvolveu-se normalmente.
I.
JESUS CRESCEU FISICAMENTE
1.
A dimensão corpórea de Jesus. A Bíblia nos ensina que
Jesus nasceu e cresceu como qualquer ser humano (Lc 2.40,52). Jesus em tudo
era, semelhante a nós, mas sem, pecado (Fp 2.6,7; Hb 4.15). Como todo ser
humano, Ele possuía um corpo físico que era limitado pelo tempo e pelo espaço.
A palavra grega helikia, traduzida em português como estatura, no
versículo 52, ocorre oito vezes no texto grego do Novo Testamento, com o
sentido de tamanho ou idade. É a mesma palavra usada por Lucas quando se refere
à pequena estatura de Zaqueu, o publicano (Lc 19.3) e, também, a mesma palavra
usada pelo apóstolo João para se referir à idade do cego a quem Jesus curou (Jo
9.21,23). A Escritura, de forma alguma, nega a dimensão corpórea e física de
Jesus como fazem as heresias.
2.
O cuidado com o corpo. Como todo ser humano que possui um corpo
físico, Jesus também viveu os limites dessa dimensão corpórea. Ele também se
cansava (Jo 4.6). Jesus sabia a importância que tem o corpo humano e, para
isso, tratava de dar o devido cuidado ao seu corpo. Para recuperar suas
energias físicas, por exemplo, Marcos relata que Ele procurou o descanso
necessário (Mc 6.31,32). A palavra grega anapauo, traduzida como
repousar, significa “parar com todo movimento a fim de que se recupere as
energias”. Se o Mestre deu os devidos cuidados ao seu corpo, não deveríamos nós
fazer o mesmo?
Jesus
teve um crescimento físico normal, igual às crianças de sua idade.
“A
humanidade de Jesus. Teólogos têm se mostrado confusos quanto à precisão do
relacionamento entre a humanidade de Jesus e sua divindade. Tudo o que podemos
dizer, com certeza, é que Jesus é tanto Deus quanto homem. Como ser humano,
descendente de Adão, nasceu e viveu uma vida humana normal. Teve fome e
exaustão física. Conheceu a rejeição e o sofrimento. Gostava das celebrações
nupciais e das festas. Sentiu pena do desamparado, frustração da apatia de seus
seguidores e ira pela indiferença dos líderes religiosos diante do sofrimento
humano. Era um ser verdadeiramente humano no melhor e ideal sentido da palavra.
Por tudo isso, é um exemplo para nós” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do
Leitor da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.653).
Os
pais e irmãos de Jesus
“Não
sabemos muito sobre a família de Jesus; entretanto, fica claro, conforme o
relato dos Evangelhos, que os pais, irmãos e irmãs de Jesus eram muito
conhecidos na cidade de Nazaré (Mt 13.54-56). Os primeiros anos da vida de
Jesus foram tão normais que as pessoas que o viram crescer ficaram surpresas
com o fato de que Ele pudesse ensinar com autoridade sobre Deus e fazer grandes
milagres — achavam que era apenas um carpinteiro como José”. Guia
Cristão de Leitura da Bíblia, CPAD, p.28.
II.
JESUS CRESCEU SOCIALMENTE
1.
Jesus e a família. No
antigo Israel do tempo de Jesus, havia uma estrutura familiar consolidada. Os
estudiosos observam que a família hebraica obedecia a seguinte estrutura
social: endógama — casam-se com parentes; patrilinear — descendência pai-filho;
patriarcal — poder do pai; patriolocal — a mulher vai para a casa do marido;
ampliada — reúne os parentes próximos todos no grupo, e polígena — tem muitas pessoas.
A
Bíblia fala da família de Jesus dentro desse contexto. Como homem perfeito,
Jesus aprendeu a viver em família (Lc 2.51). Como membro da família, Ele viveu
em obediência a seus pais. Isso mostra que os papeis sociais dentro da família
precisam ser respeitados. Somente dessa forma, a família continua sendo um
instrumento importante na formação do caráter.
2.
Jesus e a cultura local. A Bíblia afirma que o “Verbo se fez carne e
habitou entre nós” (Jo 1.14). O vocábulo habitar traduz o verbo grego skenoo e
tem o sentido de “fazer a sua tenda”. Deus se humanizou e fez a sua tenda ou
morada entre nós. Como homem perfeito, Jesus viveu no meio da cultura dos seus
dias. Fazia parte dessa cultura, qual seja, o povo, o espaço geográfico, a
língua e a família. Jesus foi criado em Nazaré da Galileia e, como nazareno,
Ele possivelmente espelhava a cultura desse lugar. Jesus aprendeu a ler as
Escrituras (Lc 4.16); aprendeu uma profissão (Mc 6.3) e até mesmo aprendeu a
maneira de falar que era peculiar dos habitantes dessa região (Mt 26.73. Mc
14.70). Todavia, um fato fica em evidência — Jesus estava pronto a confrontar a
cultura quando esta contrariava os princípios da Palavra de Deus (Lc 11.38,39).
Jesus,
enquanto criança, teve um desenvolvimento social saudável.
“Os
primeiros anos de vida de Jesus foram tão normais que as pessoas que o viram
crescer ficaram surpresas com o fato de que Ele pudesse ensinar com autoridade
sobre Deus (Lc 2.46,47) e fazer grandes milagres — achavam que era apenas um
carpinteiro como José o fora antes dEle. Em meados do século II d.C., histórias
imaginativas começaram a ser escritas sobre o início da vida de Jesus,
afirmando que tinha poderes sobre-humanos. Por exemplo, na Infância de
Cristo segundo Tomé, Ele forma passarinhos de barro e os traz à vida!” (Guia
Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.28).
III.
JESUS CRESCEU PSICOLOGICAMENTE
1.
A dimensão psicológica de Jesus. O texto de Lucas 2.52
informa que Jesus crescia em “sabedoria”. Crescer em sabedoria é crescer em
conhecimento. É desenvolver-se intelectual e mentalmente. É o desenvolver da psique humana.
Como homem perfeito, Jesus também possuía uma dimensão psicológica. Ele, por
exemplo, angustiou-se em sua alma (Lc 12.50; Mt 26.37; Jo 12.27). Lucas ainda
diz que Jesus “enchia-se de sabedoria” (Lc 2.40). Esse crescimento mental e
intelectual vem pela assimilação dos conhecimentos da vivência humana do dia a
dia. É o acúmulo cultural que se forma ao longo dos anos. Como todo menino
judeu de sua época, Jesus tinha o seu intelecto treinado pelo estudo das
Sagradas Letras (2Tm 3.15).
2.
Jesus e as emoções. A
Escritura mostra que Jesus, como homem perfeito, possuía domínio completo sobre
suas emoções. Ele não sofria de nenhum distúrbio mental, nem tampouco era
desajustado emocionalmente. Quando pressionado, não cedia à pressão do grupo
(Jo 8.1-11). Seus próprios algozes reconheceram que Ele agia movido por suas
convicções internas e não pelo que os outros achavam (Lc 20.19-26). Sua
presença revelava serenidade e paz (Jo 14.27; Lc 7.50). É evidente que essa paz
era uma consequência natural da íntima comunhão com Deus que Ele cultivava.
Jesus passava horas em oração, às vezes, até mesmo noites inteiras em oração
(Lc 6.12), um claro exemplo para todos os seus seguidores.
O
menino Jesus teve um desenvolvimento cognitivo saudável, compatível com cada
fase da vida.
Professor,
antes de iniciar o tópico, faça a seguinte indagação: “Jesus tinha consciência
de que era Filho de Deus?” Ouça os alunos com atenção. Em seguida, peça que
leiam Lucas 2.41-52. Explique o fato de o texto bíblico mostrar que, aos doze
anos, Jesus já tinha clareza de seu relacionamento com Deus e da sua missão.
Ele afirmou sua filiação única. Diga que Jesus é completamente Deus e
completamente humano. Como homem, experimentou todas as etapas do
desenvolvimento humano.
IV.
JESUS CRESCEU ESPIRITUALMENTE
1.
Crescendo na graça e fortalecendo o espírito. Nos dois textos bíblicos
citados por Lucas para se referir ao crescimento de Jesus Cristo, o homem
perfeito, a palavra “graça” se destaca (Lc 2.40,52). A palavra grega traduzida
como graça écharis. Graça é um favor de Deus. Jesus cresceu na graça
quando viveu a vida como ela é. Ele aprendeu a viver com as limitações que uma
família pobre possuía na Palestina do primeiro século. Graça é ter consciência
de que, em meio a tudo isso, a vocação e chamada tiveram origem em Deus. Graça
é saber que Deus está em nosso crescimento enquanto vivemos em comunidade,
enquanto o adoramos, meditamos, contemplamos e, também, quando vivemos a vida,
mesmo quando ela se mostra dura em sua rotina.
2.
Jesus e sua maioridade. Lucas mostra o desenvolvimento espiritual em
duas outras passagens do seu Evangelho (Lc 2.46-49). Na situação do Templo,
Jesus se mostra como alguém que já tem consciência da sua missão. Ele veio para
cuidar dos negócios de seu Pai, Deus. Por outro lado, Lucas mostra no relato do
batismo de Jesus como Ele se identifica com o povo e recebe a capacitação
divina para o exercício do seu ministério (Lc 3.21-23).
Até
os trinta anos, Jesus permaneceu na cidade de Nazaré e trabalhou como
carpinteiro. O Salvador esperou pacientemente até o momento determinado pelo
Pai para exercer seu ministério. Vivemos em uma sociedade imediatista; por
isso, atualmente, as pessoas não querem esperar o tempo de Deus em suas vidas e
ministério. O tempo do Senhor é perfeito. Temos que esperar o seu agir.
Enquanto
criança, Jesus também teve um desenvolvimento espiritual saudável.
“Com
a idade de 12 anos, um menino judeu se torna ‘filho da lei’. Nesse momento, ele
aceita os deveres e obrigações religiosas aos quais os pais o entregaram pelo
rito da circuncisão. Para Jesus, isto acontece quando seus pais sobem a
Jerusalém para celebrar a Páscoa. O Antigo Testamento ordenava que a pessoa do
sexo masculino comparecesse em Jerusalém para três festas: a Páscoa, o
Pentecostes e os Tabernáculos (Êx 23.14-17). A dispersão dos judeus pelo mundo
tornou impossível que todos fizessem isto nos dias de José e Maria. Apesar da
distância, os judeus devotos faziam a jornada pelo menos uma vez por ano para a
Páscoa. Não era exigido que as mulheres comparecessem, contudo, muitas iam” (Comentário
Bíblico Pentecostal. 1ª Edição. Volume 1. RJ: CPAD, 2009, p.331).
Ao
escrever a sua segunda carta, o apóstolo Pedro exortou os cristãos a desejarem
o crescimento: “Antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo. A Ele seja dada a glória, assim agora como no dia da
eternidade. Amém!” (2Pe 3.18). O alvo do crente é o crescimento. Mas esse
crescimento não acontece de qualquer forma; antes, ocorre nas esferas da graça
e do conhecimento do Senhor. Crescimento sem conhecimento é uma deformação,
assim como o é, também, o crescimento sem a graça.
O
cristão deve atentar para o fato de que onde se privilegia apenas o
conhecimento intelectual, sem a adição da graça, o levará a uma vida árida. Da
mesma forma, esse mesmo crescimento, onde se privilegia apenas a revelação e
menospreza a razão, o conduzirá ao fanatismo. O crente deve, a exemplo do seu
Senhor, crescer de forma integral.
Sobre
os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
De
que forma a lição mostra a dimensão corpórea de Jesus?
A lição
mostra que Jesus cresceu como qualquer ser humano e, como tal, Jesus viveu os
limites dessa dimensão corpórea.
De
que forma era estruturada a família nos dias de Jesus?
Os
estudiosos observam que a família hebraica obedecia à seguinte estrutura
social: endógama — casam-se com parentes; patrilinear — descendência pai-filho;
patriarcal — poder do pai; patriolocal — a mulher vai para a casa do marido;
ampliada — reúne os parentes próximos todos no grupo, e polígena — tem muitas
pessoas.
Como
as Escrituras demonstram o equilíbrio psicológico de Jesus?
As
Escrituras mostram que Jesus tinha total domínio sobre suas emoções. Ele não
sofria de nenhum distúrbio mental ou emocional.
De
que forma a lição ilustra o crescimento de Jesus?
Ilustra como
um crescimento saudável, perfeito.
Para
você, o que é crescer de forma integral?
Apesar de a
resposta ser pessoal, havendo entendido a lição é necessário que o aluno
responda, mais ou menos, nestes termos: É crescer de forma completa — corpo,
alma, espírito.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Nesta
lição, devemos informar aos alunos que não existe nenhuma narrativa extensa
sobre a infância de Jesus na Bíblia. E se não está na Bíblia, principalmente
nos Evangelhos, não há outra fonte digna de confiança e merecedora de crédito
quanto à narrativa da infância de Jesus Cristo narrada nas Sagradas Escrituras.
Com essa afirmação queremos dizer que não há informação digna de confiança
porque os documentos extras bíblicos, que reclamam tal status, e
tentam dar conta desse lapso de tempo da infância de Jesus, são bem posteriores
aos Evangelhos, e foram influenciados pelo gnosticismo, uma heresia combatida
pela Igreja do primeiro século, fundamentalmente por intermédio das cartas
apostólicas.
Em
segundo lugar, por falta de material sobre a infância de Jesus, muitas são as
especulações sobre ela, não contribuindo em nada para o nosso conhecimento
sobre o Senhor e a sua história como menino.
É
importante ressaltar na ministração da lição, a intenção do evangelista em destacar
a infância de Jesus. Ao analisarmos o contexto das passagens que envolvem a
infância e a adolescência do nosso Senhor, vemos que Lucas não tem o objetivo
de descrever a infância de Jesus numa perspectiva biográfica. Embora haja dados
biográficos no conteúdo, os Evangelhos não são relatos preponderantemente
biográficos. E não apresenta uma preocupação cronológica com a estruturação das
narrativas, embora o escrito lucano seja considerado, entre os Evangelhos, o
mais cronológico.
O
Evangelho de Lucas narra tudo o que sabemos sobre a infância e a adolescência
de Jesus. O objetivo de o evangelista narrá-lo é o de apresentar a paternidade
divina de nosso Senhor, pois Ele foi concebido no ventre de Maria pelo Espírito
Santo. Nessa narrativa está presente “o anúncio do anjo Gabriel a Maria sobre o
nascimento de Jesus” (Lc 1.26-38); “a história do nascimento de Jesus e a
presença de anjos juntamente com os pastores de Belém” (Lc 2.1-20). Nosso
Senhor foi uma criança comum, crescendo e desenvolvendo-se como qualquer
criança da Antiga Palestina. Assim o texto lucano destaca a humanidade do nosso
Senhor desde a tenra infância: “a apresentação do menino ao Senhor no Templo”
(Lc 2.21-40); “e a única história do texto bíblico sobre Jesus na adolescência”
(Lc 2.41-52). Portanto, a narrativa do nascimento de Jesus Cristo está alocada
no Evangelho de Lucas como uma introdução de quem é a pessoa do meigo nazareno,
destacando sua paternidade divina e a sua característica humana.
Título: Jesus,
o Homem Perfeito — O Evangelho de Lucas, o médico amado
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 5: Jesus
escolhe seus discípulos
“E
qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu
discípulo” (Lc 14.27).
O
chamado para a salvação é de graça, mas o discipulado tem custos.
Jesus,
o Mestre por excelência e nosso exemplo
Jesus
não somente ensinou com palavras, mas também pelo exemplo
Jesus
se utilizou de vários métodos em seu ministério de ensino
Jesus
demonstra o alto custo do discipulado
O
Senhor Jesus Cristo e a preparação dos discípulos
A
missão dos discípulos era árdua, mas o Mestre estaria com eles
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
25
— Ora,
ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe:
26
— Se
alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e
irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
27
— E
qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu
discípulo.
28
— Pois
qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as
contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?
29
— Para
que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces e não a podendo
acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele,
30
— dizendo:
Este homem começou a edificar e não pôde acabar.
31
— Ou
qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta
primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem
contra ele com vinte mil?
32
— De
outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores e pede condições
de paz.
33
— Assim,
pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu
discípulo.
34
— Bom
é o sal, mas, se ele degenerar, com que se adubará?
35
— Nem
presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para
ouvir, que ouça.
115,
127, 132 da Harpa Cristã
Mostrar
como se deu a escolha e a chamada dos primeiros discípulos.
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
·
I. Analisar a vida
de Jesus enquanto Mestre.
·
II. Explicar como
se deu o chamado dos discípulos.
·
III. Saber como
foi o treinamento dos primeiros discípulos.
·
IV. Analisar a
missão de Jesus e de seus discípulos.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Jesus
se tornou muito popular e por onde passava atraía multidões. Muitos apenas
seguiam o Mestre, mas não eram seus discípulos. Ser discípulo envolve um preço
e muitos não estavam dispostos a pagá-lo. Atualmente também, muitos querem ser
abençoados por Jesus, todavia, poucos querem se tornar discípulos. Ser
discípulo é abrir mão da própria vontade, de desejos pessoais e isso envolve
grande sacrifício. O discípulo não pode permitir que nada venha interferir no
seu compromisso com o Mestre. Cabe ao discípulo tomar a sua cruz e seguir o seu
Mestre.
Como
crentes, temos consciência do valor que a pregação da Palavra tem para a
construção do Reino de Deus. Todavia, quando lemos os Evangelhos, acabamos
descobrindo que Jesus, durante o seu ministério terreno, ensinou mais do que
pregou. Na verdade, suas pregações, mesmo quando proclamações, eram recheadas
de conteúdo pedagógico. Esses fatos nos mostram a importância que o ensino tem
para um aprendizado eficiente. Nesta lição, aprenderemos com o Mestre dos
mestres como Ele ensinou os seus seguidores e como, dentre eles, formou seus
discípulos.
Para
ser discípulo de Jesus é preciso renunciar a tudo, tomar a cruz e segui-lo.
1.
Seu ensino. Jesus,
o homem perfeito, foi o Mestre por excelência. A maior parte do seu ministério
foi dedicada a ensinar e a preparar os seus discípulos (Lc 4.15,31; 5.3,17;
6.6; 11.1,2; 13.10; 19.47). Portanto, o ministério de Jesus foi centralizado no
ensino. As Escrituras registram que as pessoas ficavam maravilhadas com o
ensino do Senhor (Lc 4.22). Elas já estavam acostumadas a ouvir os mestres
judeus ensinando nas sinagogas (Lc 4.20). Porém, quando ouviram Jesus
ensinando, logo perceberam algo diferente! (Mt 7.28,29) O que era? Ele as
ensinava com autoridade, e não apenas reproduzindo o que os outros disseram. A
natureza de seu ensino era diferente — seu ensino era de origem divina (Jo
7.16).
2.
Seu exemplo. Jesus
ensinou seus discípulos através do exemplo: “Porque eu vos dei o exemplo, para
que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15). Isso o distanciou dos
escribas e fariseus que ensinavam, mas não praticavam o que ensinavam (Mt
23.3). Os discípulos se sentiram motivados a orar quando viram seu Mestre orando
(Lc 11.1-4). As palavras de Jesus eram acompanhadas de atitudes práticas. De
nada adianta a beleza das palavras se elas não vêm acompanhadas pelas ações (Tg
1.22). O povo se convence mais rápido pelo que vê do que pelo que ouve. Por
isso, o Mestre exortou os seus discípulos a serem exemplos (Mt 5.16).
Jesus
é o Mestre por excelência.
“Discípulo era
um termo comum no século I para uma pessoa que era um seguidor compromissado de
um líder religioso, filosófico ou político. No mundo judaico, o termo era
particularmente usado para os estudantes de um rabi, o mestre religioso. Nos
Evangelhos, João Batista e os fariseus tinham grupos de discípulos (Mc 2.18; Mt
22.15,16). Esses discípulos, com frequência, eram os alunos mais promissores
que passaram pelo sistema de educação judaica — os que já tinham memorizado as
Escrituras hebraicas e demonstraram o potencial para aprender os ensinamentos
específicos dos rabis sobre a lei e os profetas a fim de que pudesse ensinar
isso a outros. Portanto, era uma grande honra e responsabilidade ser chamado
por um rabi para ser seu discípulo. Os discípulos aprenderam os ensinamentos de
seu rabi vivendo com ele e seguindo-o aonde quer que vá. Uma frase daquele
tempo descrevia os discípulos como aqueles que ‘ficavam cobertos pela poeira do
rabi’, porque, literalmente, seguiam de muito perto seus mestres” (Guia
Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD. p.69).
1.
O método. Os
teólogos têm observado que o método usado por Jesus para recrutar seus
discípulos é variado. De fato, a Escritura mostra que algumas vezes a
iniciativa do chamamento parte do próprio Senhor Jesus. Enquanto pregava e
ensinava, Jesus observava as pessoas a quem iria chamar (Mc 1.16-20). Em alguns
casos, o chamamento veio através da indicação do Batista (Jo 1.35-39). Houve
também pessoas que se ofereceram para serem seguidoras de Jesus (Lc
9.57,58,61,62). E, finalmente, existiram os que foram conduzidos até Jesus por
intermédio de amigos (Jo 1.40-42,45,46). Dessa forma, todas as classes foram
alcançadas por Jesus. E foi dentre esses seguidores que Jesus chamou doze para
serem seus apóstolos (Lc 6.13-16).
2.
O custo. Jesus
deixa bem claro quais são as implicações envolvidas na vida daquele que
aceitasse o chamado para ser seu discípulo. Tornar-se discípulo é bem diferente
de se tornar um simples aluno. No discipulado, o seguidor passa a conviver com
o mestre, enquanto na relação professor-aluno essa prática não está presente. O
aprendizado acontece diuturnamente, e não apenas durante algumas aulas dadas em
domicílio ou numa sala. Quem quiser segui-lo deve, portanto, avaliar os custos.
Seguir a Cristo envolve renúncia, significa submissão total a Ele. Jesus
lembrou as pessoas desse custo, pois não queria que o seguisse apenas por
empolgação (Lc 14.25-27). Muitos querem ser discípulos mas não querem renunciar
nada. Às vezes precisamos sacrificar até mesmo o nosso relacionamento religioso
na família, abrir mão de algumas coisas para seguir a Jesus. O que o Mestre
está requerendo de você?
Jesus
chamou doze discípulos para estar com Ele.
“A
salvação é um presente, mas o discipulado é caro. Aqueles que seguem Jesus
devem estar propensos a pagar o alto preço. Ele quer que as pessoas se deem
conta de que considerar o custo antes de tomar uma decisão é assunto sério.
Requer arrependimento e compromisso total a Jesus ” (Comentário Bíblico
Pentecostal. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, p.418).
1.
Mudança de destino. No
treinamento dado aos discípulos, a cruz ocupa um lugar central nos ensinamentos
do Mestre (Lc 9.23; 14.27). A cruz de Cristo aparece como um divisor de águas
na vida dos discípulos. Uma mudança de rumo ou destino. A vida com Cristo é
cheia de vida, na verdade vida em abundância (Jo 10.10). Mas por outro lado, é
uma vida para a morte! Quem não estivesse disposto a morrer, não poderia ser
seu seguidor autêntico. A cruz muda o destino daquele que se torna seguidor de
Jesus. Ela garante paz e vida eterna, mas somente para aqueles que morrerem
para este mundo.
2.
Mudança de valores. Lucas
mostra Jesus instruindo os Doze antes de enviá-los em missão evangelística (Lc
9.1-6) e, posteriormente, enviando outros setenta após dar-lhes também
instruções detalhadas (Lc 10.1-12). Para chegar a esse ponto, muitas coisas
precisaram ser mudadas na vida desses discípulos. Uma delas, e muito
importante, foi a mudança de mentalidade dos discípulos. Jesus mudou a forma de
pensar deles. Seus discípulos não poderiam mais, por exemplo, possuir uma mente
materialista como os gentios, que não conheciam a Deus (Lc 12.22,30). Quem
conhece a Jesus de verdade não fica preocupado com o amanhã, com as coisas
deste mundo, pois sabe que Ele, o Bom Pastor, supre cada uma das nossas necessidades.
Jesus
escolheu seus discípulos e os treinou para todo trabalho na seara.
“A
escolha dos doze discípulos por Jesus é relevante, considerando-se que havia
inicialmente doze tribos em Israel, provenientes dos doze filhos de Jacó (veja
Gn 49). Depois do exílio, apenas a tribo de Judá permanecera visivelmente
intacta. Quando escolheu os doze discípulos, Jesus estava anunciando a
restauração do povo de Deus, agora reconfigurado em torno do próprio Jesus.
[...]
Pedro era o mais proeminente de todos os discípulos. Mateus ou Levi, era
cobrador de impostos, um publicano, que, por essa razão, era considerado um
proscrito social por causa de seu emprego com as desprezadas autoridades
romanas” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD,
2013, p.70).
1.
Pregar e ensinar. Já
foi dito que o ministério de Jesus consistia no ensino da Palavra de Deus, na
pregação do Evangelho do Reino e na cura dos doentes (Mt 4.23; Lc 4.44; 8.1).
No texto de Lucas 9.1,2, vemos Jesus enviando os doze: “E, convocando os seus
doze discípulos, deu-lhes virtude e poder sobre todos os demônios e para
curarem enfermidades; e enviou-os a pregar o Reino de Deus e a curar os
enfermos”. “Pregar” é a tradução do verbo grego kerysso, que possui
o sentido de “proclamar como um arauto”. Jesus treinou seus discípulos com uma
missão específica — serem proclamadores da mensagem do Reino de Deus. Proclamar
o Evangelho do Reino ainda continua sendo a principal missão do Corpo de
Cristo! Quando a Igreja se esquece desse princípio, ela perde o seu foco.
2.
Libertar e curar. O
Evangelho de Cristo provê tanto a cura para a alma como também para o corpo. O
Evangelho de Mateus revela com clareza que o Senhor Jesus proveu tanto a cura
como a libertação para todos aqueles que se achegavam a Ele com fé e contrição
(Mt 8.16,17). Frank Stagg, teólogo americano, observa que embora a obra
redentora de Cristo tenha o seu centro na cruz, Ele já era redentor da doença e
do pecado durante o seu ministério terreno. Os discípulos, portanto, precisavam
levar à frente essa verdade a todos os locais.
A
missão dos discípulos era pregar o Evangelho do Reino a todos.
“No
início do seu ministério, Jesus escolheu doze seguidores de um grupo enorme
para formar um grupo mais próximo de discípulos (Mc 3.13-19). Conforme Ele os
fez recordar posteriormente, o fato de se tornarem parte integrante desse grupo
mais íntimo devia-se ao fato de Ele os ter escolhido, e não de eles terem feito
uma escolha (Jo 15.16). Tinham dois propósitos principais: estar ‘com’ Jesus,
como seguidores, e também para que eles os ‘enviasse a pregar’, como os
representantes de Jesus (Mc 3.14). Em grego, o termo para enviar a pregar é apostolos,
e, assim, os Doze também passaram a ser conhecidos como ‘os apóstolos’. Tinham
de estar com Jesus durante todo o seu ministério para ouvir a mensagem e
aprender sua forma de viver; depois, eles foram enviados por Jesus para as
cidades e vilarejos de Israel, para disseminar a mensagem de Jesus sobre o
Reino e para demonstrar isso por intermédio dos mesmos sinais milagrosos que
Jesus usara (Mc 3.14,15). Depois da ressurreição, esses discípulos (com exceção
de Judas, que traiu Jesus) tinham de levar a mensagem sobre Ele ao mundo (Mt
28.19)” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD,
pp.69-70).
Aprendemos
nesta lição sobre a importância que o ensino tem na formação do caráter
cristão. Jesus ensinou os seus discípulos, mas não os ensinou de qualquer forma
nem tampouco lhes deu qualquer coisa como conteúdo. Ele lhes ensinou a Palavra
de Deus. Mas até mesmo o ensino da Palavra de Deus, para ter eficácia, precisa
ser acompanhada pelo exemplo, valer-se de recursos didáticos eficientes,
firmar-se em valores e possuir um objetivo claro e definido. Tudo isso
encontramos com abundância nos ensinos de Jesus. Ao seguir seus ensinos, temos
a garantia de que o hiato existente entre o professor e o aluno, entre o
educador e o educando, desaparecerão. Dessa forma teremos um ensino eficiente.
Sobre
os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
No
que se diferençava o ensino de Jesus daquele praticado pelos escribas?
O que
diferençava era o fato de que Jesus ensinava com autoridade, e não apenas
reproduzindo o que os outros disseram.
Como
podemos definir o método de ensino de Jesus?
Jesus tinha
como método o exemplo. Suas palavras eram associadas a ações práticas. Jesus
vivia o que ensinava.
Como
Jesus treinava seus discípulos?
No
treinamento dado aos discípulos, a cruz ocupava um lugar central. Quem não
estivesse disposto a morrer, não poderia ser seu seguidor autêntico.
Em
que consistia a missão dos discípulos de Jesus?
Os
discípulos tinham como missão pregar o Reino de Deus e curar os enfermos. Jesus
treinou seus discípulos com uma missão específica — serem proclamadores da
mensagem do Reino de Deus. Proclamar o Evangelho do Reino ainda continua sendo
a principal missão do Corpo de Cristo.
Você
é um discípulo de Cristo?
Resposta
pessoal, porém, enfatize que para ser discípulo é preciso renunciar a si mesmo.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Jesus
escolhe seus discípulos
Quem
eram os discípulos escolhidos por Jesus? Pessoas simples, habitantes de uma
cidade sem importância para a antiga Palestina. Pessoas que não tinham alto
grau de instrução, mas que acreditaram na mensagem do meigo nazareno. Na
presente aula, devemos ressaltar que o nosso Senhor não chamou os doze homens
para serem apóstolos objetivamente, mas, primeiramente, para discípulos.
Pessoas disponíveis a aprender, e igualmente, desaprender os equívocos
aprendidos ao longo da vida religiosa e, principalmente, ansiosos em imitar o
Mestre de Nazaré.
O
discipulado de Jesus é assim. Chama pessoas, do ponto de vista humano,
incapazes de desenvolver algum projeto de vida. E mostra-lhe o maior projeto
que ser humano algum pôde imaginar: o Reino de Deus. Quando fomos chamados por
Jesus a viver o Evangelho, percebemos que não estávamos prontos a dizer “sim”
para o seu projeto. O nível do Evangelho é alto de mais para a nossa natureza
caída. Mas ao despirmo-nos de nós mesmos e procurarmos ser mais parecido com
Jesus, o Evangelho será parte da nossa vida e ficará impregnado à nossa
natureza. Então passamos a ser uma nova criação, ter outra mente e outra
perspectiva de vida que só encontramos com o meigo nazareno.
O
chamado de Jesus é um convite para não mais olhar para si mesmo, uma convocação
para olhar para o outro. Uma decisão de renunciar aos próprios anseios e uma
atitude de viver a vida que não é mais sua, mas de Deus.
A
mensagem do Reino de Deus é absolutamente oposta ao modo de o mundo comunicar
seus valores às pessoas. O Reino de Deus não faz violência para convencer
alguém de alguma ideia, enquanto que o sistema de vida mundano é violento,
arrogante e predatório em convencer o outro acerca dos seus valores. Embora
saibamos que os valores do mundo são destruidores para um projeto de vida
digna, não fazemos terrorismo ou algo do tipo. Simplesmente somos chamados a
sermos pescadores de homens, de almas, de sentimentos, de pessoas. Levar vida,
onde há morte; paz, onde reina a guerra; alegria, onde reina a tristeza;
bondade, onde reina a perversidade; esperança, onde reina a ausência dela.
Em
Jesus, somos chamados a sermos arautos do Evangelho para pessoas sem Deus, sem
dignidade, sem alegria de viver. Nele, todo dia somos estimulados a testemunhar
com a vida a verdade daquilo em que acreditamos e cremos. Sim, Jesus, a nossa
razão de ser. É o sentido último da nossa vida. Podemos dizer “sim” ao seu
convite? — Vem e segue-me!
Lições
Bíblicas CPAD
Adultos
2º Trimestre de 2015
Título: Jesus,
o Homem Perfeito — O Evangelho de Lucas, o médico amado
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 6: Mulheres
que ajudaram Jesus
Data: 10
de Maio de 2015
TEXTO ÁUREO
“E
também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de
enfermidades [...] e muitas outras que o serviam com suas fazendas” (Lc
8.2,3).
VERDADE PRÁTICA
A
mulher sempre teve um papel importante na expansão do Reino de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
— Lc 1.35; Gn 3.15
Jesus
é da descendência da mulher e veio para resgatá-las
Terça
— Lc 7.44-47
Jesus
valorizou as mulheres como ninguém jamais o fez no mundo
Quarta
— Lc 8.3
Jesus
foi ajudado por mulheres que possuíam bens materiais
Quinta
— Lc 7.36-48; 8.2,3
Jesus
teve entre seus seguidores muitas mulheres
Sexta
— Lc 13.16
Jesus
libertou muitas mulheres que foram até Ele
Sábado
— Lc 7.50
Jesus
salvou as mulheres e dignificou sua condição social
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas
8.1-3.
1 — E
aconteceu, depois disso, que andava de cidade em cidade e de aldeia em aldeia,
pregando e anunciando o evangelho do Reino de Deus; e os doze iam com ele,
2 — e
também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de
enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios;
3 — e
Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o
serviam com suas fazendas.
HINOS SUGERIDOS
147,
160, 394 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Mostrar
a importância das mulheres no ministério do Senhor Jesus Cristo e na expansão
do Reino de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
·
I. Analisar a
participação das mulheres no judaísmo e no ministério de Jesus.
·
II. Mostrar a
disposição de Isabel e Maria em obedecer a Deus.
·
III. Dissertar acerca
da disposição das mulheres em servir a Jesus.
·
IV. Ressaltar a
gererosidade das mulheres em ofertar a favor do ministério de Jesus.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
As
mulheres tiveram uma participação especial no ministério de Jesus. O Mestre foi
para as mulheres judias não somente o Salvador, mas aquEle que resgatou a
dignidade da condição social feminina. Nos dias de Jesus, os rabinos se
recusavam a ensinar as mulheres. Era atribuída a mulher uma condição social
inferior. Jesus não somente as ensinou, mas as teve como amigas (Marta e
Maria), as libertou dos poderes de demônios (Maria Madalena), como também as
evangelizou (a mulher samaritana). Jesus valorizou as mulheres como ninguém
jamais o fez e ainda concedeu a elas o privilégio de poderem contribuir
financeiramente para a expansão do Reino.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Ao
longo dos séculos, em muitos lugares, as mulheres foram tratadas como objetos e
estiveram à margem da sociedade. As mulheres ainda são, em algumas culturas,
consideradas seres inferiores e por isso são discriminadas. Na cultura
oriental, a qual pertenceu Jesus de Nazaré, era assim também que se enxergava
as mulheres.
Um
dos fatos que fica logo patente no Evangelho de Lucas é o tratamento que Jesus
dispensou às mulheres. Essas mulheres esquecidas, discriminadas e maltratadas
encontraram no Mestre a manifestação do amor de Deus. A forma que elas
encontraram para retribuir foi segui-lo e servi-lo com seus bens. Um exemplo a
todos aqueles que querem também agradar a Deus.
PONTO
CENTRAL
As
mulheres desempenharam um papel relevante no ministério terreno de Jesus.
I.
JESUS, O JUDAÍSMO E AS MULHERES
1.
A presença feminina no ministério de Jesus. O Novo Testamento dá amplo
destaque à presença feminina no ministério de Jesus. O terceiro Evangelho põe
essa realidade em relevo. A lista é extensa: Maria, mãe de Jesus; Isabel, mãe
de João, o Batista; Ana, a profetisa; a viúva de Naim; a pecadora na casa de
Simão; Marta e Maria de Betânia; Maria Madalena; a sogra de Pedro; a mulher do
fluxo de sangue; a mulher encurvada; Joana, a mulher de Cuza, e Suzana. Algumas
dessas mulheres foram curadas, outras libertas de demônios e ainda outras
tornaram-se seguidoras de Jesus juntamente com os Doze.
2.
Jesus valorizou as mulheres. Causa admiração quando
fazemos um contraste entre o tratamento dado às mulheres no Novo Testamento e
aquele que era praticado no judaísmo do tempo de Jesus. No judaísmo do primeiro
século, a mulher não participava da vida pública. Nem mesmo lhe era permitido
aparecer em público descoberta, sendo dessa forma impossível ver a sua
fisionomia. Não tinha voz nem rosto. A mulher era, portanto, tida como objeto,
uma coisa que poderia ser usada e descartada. Ao contrário de tudo isso, Jesus
não tratou as mulheres como coisa ou objeto. Ele as tratou como gente! Jesus
mostrou que a mulher era um ser especial para Deus e fez com que elas se
sentissem assim. Não são poucas as passagens do Novo Testamento que dão
destaque às mulheres, e o Evangelho de Lucas não foge a essa regra (Lc 1.13,42;
7.48; 8.2,43; 13.12; 16.18; 23.27).
SÍNTESE
DO TÓPICO (I)
No
judaísmo as mulheres não eram valorizadas, mas Jesus veio restaurar sua
condição social.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A
participação das mulheres na excursão missionária revela como era o ministério
revolucionário de Jesus. Nos seus dias os rabinhos se recusavam ensinar as
mulheres e lhes atribuía um lugar inferior. Por exemplo, só os homens tinham
permissão de participar plenamente nos cultos da sinagoga. Mas Jesus trata as
mulheres como pessoas e lhes dá as boas-vindas na comunhão. Elas têm acesso
igual à graça e salvação, e muitas mulheres se tornam suas seguidoras. Entre
elas estão as mulheres com recursos financeiros, que auxiliam Jesus dando de
suas possessões para sustentar a Ele e seus discípulos” (Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, p.363).
II.
MULHERES COM DISPOSIÇÃO PARA OBEDECER
1.
Maria, a mãe do Salvador. A doutrina católica acerca da pessoa de Maria
se fundamenta na tradição e não conta com apoio bíblico. Não é fundamentada nos
Evangelhos, mas na tradição apócrifa que começou a circular por volta do
segundo século de nossa era. Crenças como a perpétua virgindade de Maria,
imaculada conceição e sua ascensão não fazem parte do cânon neotestamentário.
Esse é um lado da história. O outro é a rejeição à pessoa de Maria que
prevalece entre muitos protestantes por conta do anticatolicismo. O que a
Escritura mostra de fato é que Maria foi uma pessoa agraciada por Deus para
fazer parte diretamente do Plano da Salvação. A sua disposição em aceitar e
crer no plano de Deus está demonstrada em suas palavras: “Eis aqui a serva do
Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra [...]” (Lc 1.38).
2.
Isabel, a mãe do precursor. Isabel, esposa do sacerdote Zacarias, aparece
na história bíblica como uma pessoa também agraciada por Deus. Ela foi
escolhida para ser a mãe de João Batista, o último profeta da Antiga Aliança
(Lc 1.8-24; 16.16). A revelação do nascimento de João foi dada a seu marido
Zacarias, que inicialmente não creu. O relato de Lucas, de que Isabel “ficou
cheia do Espírito Santo” quando foi visitada por Maria, deixa claro também a
sua disposição em crer e aceitar o plano de Deus para ela (Lc 1.41-43). Assim
como Maria, Isabel foi uma mulher obediente e sua obediência foi recompensada.
SÍNTESE
DO TÓPICO (II)
Isabel
e Maria eram mulheres de fé, tementes e obedientes ao Senhor.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor,
reproduza o quadro abaixo e utilize-o para mostrar as características de Maria,
a mãe do Salvador, e Isabel, a mãe de João Batista. Ressalte que não devemos
adorar a Maria, porém não podemos deixar de reconhecer seu valor. Dentre
milhares de jovens, Maria foi escolhida para fazer parte diretamente do Plano
da Salvação.
III.
MULHERES COM DISPOSIÇÃO PARA SERVIR
1.
Mulheres servas. Logo
após ser curada por Jesus de uma febre muito alta, a sogra de Pedro se levantou
e passou a servi-lo (Lc 4.39). O verbo “servir” é a tradução do vocábulo grego diakoneo.
As mulheres aparecem com frequência no Evangelho de Lucas a serviço do Mestre.
Maria Madalena se destacou das demais. Ela foi a primeira mulher mencionada em
Lucas 8.1-3 e aparece de forma destacada nos Evangelhos de Mateus, Marcos e
João. Ela foi uma das mulheres que mais tarde presenciaram a crucificação (Mt
27.55,56; Mc 15.40; Jo 19.25); viram onde o corpo de Jesus foi colocado (Mt
27.61; Mc 15.47; Lc 23.55); e saíram no raiar do domingo para ungir o corpo do
Senhor (Mt 28.1; Mc 16.1; Lc 24.10). Além disso, ela iria ser a primeira pessoa
a quem o Cristo ressurreto apareceria (Jo 20.1-18).
2.
Mulheres abnegadas. O
Evangelho de Lucas revela que Jesus teve em seu ministério a ajuda de mulheres
abnegadas (Lc 7.36-50). O evangelista mostra Jesus sendo ungido por uma mulher
tida como pecadora na casa de Simão, um dos fariseus. Essa mulher, visivelmente
emocionada, usou o unguento que levou em um vaso de alabastro para ungir Jesus
enquanto beijava-lhe os pés. O Evangelho de João mostra um fato semelhante
ocorrido com Maria de Betânia, que não deve ser confundido com o relato de
Lucas (Jo 12.1-8). No texto de João, é destacado que Maria de Betânia também
preferiu derramar sobre os pés de Jesus o perfume do vaso do que usá-lo em
benefício próprio. Esse seu gesto sofreu duras críticas de Judas Iscariotes,
que estava de olho nos trezentos denários que esse unguento poderia render. Ela
considerou muito mais valioso o perdão que o Salvador lhe deu do que os ganhos
que esse perfume poderia lhe trazer.
SÍNTESE
DO TÓPICO (III)
Jesus
contou com a ajuda de mulheres que tinham disposição para servi-lo no Reino de
Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“‘Joana,
mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana’ (Lc 3.3). O Herodes mencionado
aqui é Herodes Antipas, governador da Galileia. O registro não diz de que mal
Joana foi curada — se era uma possessão demoníaca ou uma enfermidade física. A
sua posição mostra que as pessoas proeminentes também eram levadas a Cristo.
Supõe-se que nesta época ela fosse viúva. Sobre Suzana não se sabe nada, exceto
seu nome. Apenas três nomes são mencionados — sem dúvida devido à sua
importância. Mas houve muitas mais, constituindo uma grande sequência de
mulheres que o serviam com suas fazendas. Isto talvez signifique que todas eram
mulheres de posses, possivelmente membros da classe alta” (Comentário
Bíblico Beacon. Volume 6. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.402).
IV.
MULHERES COM DISPOSIÇÃO PARA OFERTAR
1.
O trabalho rabínico. Lucas
registra que Jesus “andava de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando
e anunciando o evangelho do Reino de Deus; e os doze iam com ele” (Lc 8.1). A
dedicação de Jesus e seus doze discípulos ao ministério da Palavra era
exclusiva. Como se dava, então, a manutenção desse ministério? Jesus orientou
seus discípulos quando estivessem em missão a que “ficassem na mesma casa,
comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário.
Não andeis de casa em casa” (Lc 10.7).
O
trabalhador era digno de seu salário. Um rabino não podia receber pagamento
pelo que ensinava, mas a cultura hebraica considerava uma obrigação e um
privilégio sustentar um rabino. Há um princípio válido aqui — o obreiro não
deve ter valores materiais como a motivação do seu ministério. Por outro lado,
aqueles que se beneficiam desse ministério, devem ajudá-lo em sua manutenção.
2.
Apoio feminino. Na
cultura judaica do tempo de Jesus, a participação das mulheres na vida pública
era bem limitada. As mulheres, por exemplo, não podiam estudar e não podiam
ensinar. Mas nem por isso deixaram de participar do ministério do Mestre. Lucas
diz que elas serviam o Senhor com suas fazendas, isto é, com seus bens (Lc
8.3). Enquanto Jesus e seus doze apóstolos se dedicavam ao ministério da
Palavra, essas mulheres lhes davam suporte financeiro e material. Por trás de
grandes ministérios, sempre há alguém dando suporte, seja financeiro, seja,
espiritual. Não podemos negar que atualmente as mulheres têm desempenhado um
papel importante na obra do Senhor. Muitas têm se dedicado à oração, ao serviço
social, à contribuição, à obra missionária, etc. Grande parte da obra
missionária é feita por mulheres. São milhares de servas que dedicam suas vidas
à seara do Senhor. O serviço de Deus é para todos que amam ao Senhor,
independentemente de gênero.
SÍNTESE
DO TÓPICO (IV)
Jesus
contou com a ajuda de mulheres que tinham disposição para ofertar.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“É
importante reconhecer que quando Deus criou a humanidade, quando fez os seres
humanos à sua imagem, Ele os criou macho e fêmea (Gn 1.27), e não ‘um ou
outro’. Portanto, a imagem de Deus aparece tanto no homem (o macho) quanto na
mulher (a fêmea), e as características peculiares de cada sexo são
completamente necessárias para espelhar a natureza de Deus. A própria palavra ishsha para
‘mulher’ sugere as suas sensibilidades e dons especiais dados por Deus no campo
emocional. Estas características servem para realçar a humanidade. A mulher
possui uma sensibilidade especial para as necessidades humanas que lhe permitem
entender intuitivamente as situações e os sentimentos das outras pessoas” (Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1312).
CONCLUSÃO
No
judaísmo do tempo de Jesus, conversar com uma mulher era considerado um ato
vergonhoso (Jo 4.27). Mas Jesus conversou, ensinou, curou, libertou e valorizou
as mulheres como homem algum jamais o fez. Lucas nos mostra que as mulheres
tiveram uma participação expressiva na implantação do Reino de Deus. Graças a
Deus pelo trabalho das mulheres na Seara do Senhor.
PARA REFLETIR
Sobre os
ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Como era a
situação das mulheres no judaísmo nos dias de Jesus?
No judaísmo
do primeiro século, a mulher não participava da vida pública. A mulher era tida
como um objeto que poderia ser usado e descartado.
Como a
Bíblia fala de Maria a mãe de Jesus?
A Bíblia
mostra que Maria foi uma pessoa agraciada por Deus para fazer parte diretamente
do Plano da Salvação.
De acordo
com a lição, qual o nome de algumas mulheres, citadas por Lucas, que serviram a
Jesus?
Lucas cita
Maria Madalena, Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana.
De que forma
as mulheres apoiaram Jesus em seu ministério?
Elas
apoiaram Jesus com seus recursos financeiros.
Qual a
importância da mulher na expansão do Reino de Deus?
Sua
importância é de grande valor. Muitas mulheres têm se dedicado à oração, ao
serviço social, à contribuição, etc. Grande parte da obra missionária é feita
por mulheres.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Mulheres
que ajudaram Jesus
Não
há dúvidas que Jesus Cristo quebrou vários paradigmas em relação às mulheres do
seu tempo. Na Palestina Antiga não havia sacerdotisas, isto é, a hierarquia
religiosa judaica era formada por homens. Logo, toda a concepção de moral, de
ética e de costume em relação à mulher era decidida por intermédio da
perspectiva religiosa masculina. Isso nos faz compreender o porquê de um rabino
não se comunicar com mulheres; a genealogia das muitas mulheres não serem
mencionadas na Bíblia; outras mulheres não entrarem nos livros de genealogias.
Mais
interessante ainda é quando olhamos para a genealogia de Jesus e, lá,
encontrarmos uma mulher como Raabe. Todo estudante da Bíblia sabe que Raabe
fora uma prostituta da cidade de Jericó e que somente sobreviveu ao ataque do
povo de Israel porque escondeu os vigias israelitas. Uma ex-prostituta na
genealogia do salvador do mundo!
E
Rute, uma estrangeira, adoradora de outros deuses, mas que graciosamente foi
acolhida na família de Israel, entrando para a genealogia do Messias desejado
das nações.
E
Bete-Seba, citada na genealogia de Mateus (1.6), mãe do rei Salomão. Uma mulher
que fora amante do rei Davi, naturalmente temos de levar em conta todas as
circunstâncias sociais e política da época, agora contemplada como uma das mulheres
presentes na genealogia de Jesus.
E
o que falar de Maria, a mãe do meio nazareno? A bendita entre as mulheres, mui
amada pelo nosso Deus. O seu ventre concebeu e deu à luz o menino Jesus, o
nosso Salvador. E as mulheres que subsidiavam o ministério de Jesus? E a mulher
samaritana? Enfim, o ministério terreno de Jesus foi de encontro com diversas
mulheres, que ao encontrá-lo, sentiram-se acolhidas por Ele.
Em
Jesus, o homem não tem mais uma relação de domínio sobre a mulher, mas de
parceria e de ajuda mútua. Leia o versículo 21 do capítulo 5 de Efésios. Ali, o
apóstolo nos diz que ser “cheios do Espírito”, inevitavelmente, nos levaria a
sermos submissos uns aos outros em amor. Em seguida, o apóstolo escreveu sobre
a relação da esposa com o esposo, e deste para com aquela. Como consequência
natural do versículo 21, não é difícil compreender que tanto a esposa deve se
submeter ao esposo em amor quanto o esposo deve submeter-se a esposa, amando-a
como Cristo amou a Igreja e entregou-se por ela. Em Jesus, a posição da mulher
é outra. Ele a honrou!