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domingo, 29 de junho de 2014

LIDERANÇA CRISTÃ LIÇÕES BETEL 3° TRIMESTRE 2014










LIÇÃO 1 – 06 de julho de 2014 – 

O perfil bíblico de um líder

TEXTO AUREO

"E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e, por meio de nós, manifesta, emtodo lugar o cheiro do seu conhecimento". 2Co 2.14

VERDADE APLICADA

A capacidade de liderar é dada por Deus. Preparar-se é um dever de todo aquele que lidera.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Mostrar que um líder é aquele que se relaciona em três dimen­sões distintas;
 Apresentar o impacto cau­sado por um líder nessas três dimensões;
 Demonstrar as qualidades pessoais indispensáveis de um líder.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ISm 17.48 - E sucedeu que, levantando-se o filisteu, e indo encontrar-se com Davi, apressou-se Davi, e correu ao comba­te, a encontrar-se com o filisteu.
ISm 17.49 - E Davi pôs a mão no alforje, e tomou dali uma pedra e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa, e a pedra se lhe encravou na testa, e caiu sobre o seu rosto em terra.
ISm 17.50 - Assim Davi preva­leceu contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e feriu o filisteu, e o matou; sem que Davi tivesse uma espada na mão.
ISm 17.51 - Por isso correu Davi, e pôs-se em pé sobre o filisteu, e tomou a sua espada, e tirou-a da bainha, e o matou, e lhe cortou com ela a cabeça; vendo então os filisteus, que o seu herói era morto, fugiram.

Introdução
Neste trimestre, estu­daremos sobre liderança e o que é necessário para entendê-la e praticá-la. Nesta lição, falaremos bi­blicamente sobre o perfil geral de um líder. Há pelo menos três dimensões de vínculos relacionais que tornam uma pessoa líder em alguma coisa. O líder relaciona-se com pesso­as, com a organização e consigo, vejamos de ma­neira concisa e prática como essas dimensões se desenvolvem.

OBJETIVO
Mostrar que um líder é aquele que se relaciona em três dimen­sões distintas;

1. O líder em relação às pessoas
A palavra líder procede do inglês (leader) que tem, como significado, aquele que pasto­reia, isto é, um pastor ou aquele que lidera. Dessa maneira, um líder é alguém que guia ou con­duz pessoas a algum lugar para realização de um propósito (Jo 10.3-4 A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.). O líder é aquele que sabe para onde vai. Daí se pressupõe que um líder é alguém que sabe o que está fazendo, principal­mente quando diz respeito ao bem estar das pessoas.

1.1. Um líder inspira através de seu exemplo
Quer aceitemos ou não, so­mos influenciados uns pelos outros. Influenciar exige esfor­ço, boasideias e muitos riscos. Na verdade, ninguém deseja seguir as ideias de um derro­tado. Por isso, líderes precisam ser inspiradores, ter ousadia e, acima de tudo, coragem. Davi foi o primeiro homem a derro­tar um gigante em sua geração. Sua coragem e ousadia inspira­ram o tremente e acovardado exército de Saul (ISm 17.11). O que fez Saul? Nada. Davi ti­nha unção, Saul também, mas unção sem atitude não forma um líder. Um líder é diferente de um chefe. Enquanto um dá as ordens, o outro inspira e mo­tiva através de seu exemplo (1 Pe 5.2 apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;). Influenciar o outro exige esforço, porque, na vida, tudo o que pode conduzir à vitória, re­quer empenho e dedicação, o que é dignificante (Jo 15.13 Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.).
Por que existem recordes? Re­cordes existem para serem que­brados. Porque alguém sempre inspira alguém a vencer obstácu­los. Porque quando as coisas acon­tecem com facilidade, sem luta, sem batalha, sem envolvimento, há a tendência de não darmos o devido valor. A Bíblia ensina que a operação de influenciar as pessoas é função do Espírito Santo (Jo 16.8), mas "Ele não fará nada " se não estivermos dispostos a cooperar em nossa parte.

1.2. O líder influencia na tomada de decisões
Tomar decisões acertadas envolve conhecimento, expe­riência, coragem, riscos, perdas ou vitórias. Um líder é uma pes­soa decidida, próativa, firme e imparcial na tomada de deci­sões com relação a um grupo, família, igreja, etc. Nada é cor­rigido sem liderança. (1Co 4.17 Por esta causa vos mandei Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda parte ensino em cada igreja.) Quando algo está errado, é para ser tratado e corrigido. É preci­so ter coragem para confrontar e isso, até mesmo em família. A postura de liderança de Davi foi decisiva para trazer vitória aos hebreus. E, depois que derro­tou o primeiro gigante, outros foram inspirados a fazê-lo. Não importa a condição que exista, em qualquer situação, nada muda sem liderança. Reclamar não muda a situação, liderar sim! (ISm 17.39-40;45-46)

1.3. Um líder conduz seu povo ao cumprimento de metas
Todo líder deve ter visão (Gn 13.14 E disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta, agora, os teus olhos e olha desde o lugar onde estás, para a banda do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente;), sem visão, ninguém chega a lugar algum. Porque a visão nos leva a um destino, e, líder sem alvo é povo sem des­tino. Ser líder é ter essa chama acesa e contagiar outros através dela. A alegria de um líder são os seus liderados e o destino dos liderados depende da visão do líder (Nm 14.6-8E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dos que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes. E falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muito boa. Se o SENHOR se agradar de nós, então, nos porá nesta terra e no-la dará, terra que mana leite e mel.). Que triste seria desperdiçar uma vida in­teira sem descobrir o propósito pelo qual fomos criados. No relacionamento com pessoas o líder é alguém que exerce um papel especial para incentivar seus liderados aalcançarem suas metas (Sl 77.20 Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão.). Apesar de estarmos falando no perfil geral de liderança, não estamos esquecidos de que, no Reino de Deus, todo líder tem o compro­misso de ser um servo, logo uma característica indispensável no líder cristão é a humildade. Essa é a maior virtude de um líder: ser servo. (Jol3.14-17)
Um líder solitário nada po­derá construir, mas ao agregar qualidade a um grupo e trazer ânimo a seus liderados, tudo se torna mais fácil, e até mesmo, os alvos mais impossíveis se cumprirão em tempo recorde. (Exemplo Bíblico: Neemias)

OBJETIVO
Apresentar o impacto cau­sado por um líder nessas três dimensões;

2. O líder em relação à organização
Uma organização se refere a um grupo de pessoas, uma ins­tituição ou órgãos que sirvam à determinados interesses. A isso incluímos à igreja local, evidentemente (ICo 12.14-20 Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo.). Um líder, em relação a uma or­ganização, é alguém que pode atuar de diferentes maneiras, pois devemos reconhecer que existem qualidades que carac­terizam bons líderes.

2.1. Bons líderes orga­nizam
Os líderes não existem para manter as coisas, a função de um líder é sempre melhorá-las. Bons líderes tomam decisões que produzem crescimento e qualidade, mesmo que isso não agrade a muitos. Agradar a Deus nem sempre é agradar ao povo. Casa que não tem li­derança vira bagunça! Observe o conselho de Paulo ao jovem pastor Tito: "Por esta causa te deixei em Creta, para que pu­sesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses pres­bíteros, como já te mandei" (Tt 1.5). Tito não estava em Creta, para realizar cultos, ele foi en­viado para "colocar as coisas em ordem". Sem liderança nada será corrigido.
O fracasso ou o sucesso de uma organização são resultados de uma liderança. Não devemos jamais colocar a culpa nas pessoas se somos nós quem as lideramos. O sucesso de um líder não é brilhar, mas trazer luz onde havia trevas. Disse John C. Ma­xwell: "a pessoa bem-sucedida é aquela que pega a água fria jogada em seus planos, aquece-a com entusiasmo e produz o vapor que a ajuda a seguir adiante".

2.2. Bons líderes admi­nistram
Administrar é exercer auto­ridade de acordo com as regras, mas também significa servir alguém ou ainda gerir. Uma palavra muito comum para referir-se à administração no grego do Novo Testamento é "oikonomia". Essa palavra faz parte do vocabulário do portu­guês na forma de "economia". Mas "oikonomia" é formada por duas palavras "oikos" que significa casa e "nomos" que significa regra, princípio e nor­ma. Logo, economia refere-se à administração de um lar ou dos afazeres de um lar. Líderes são pessoas que cuidam de ad­ministrar a casa de Deus com todos os recursos a eles confia­dos. Para que alguém possa ser recomendado como um líder na casa de Deus deve dar provas da sua administração domésti­ca. Caso ele não prove ser bom administrador do seu lar, fica a pergunta: "pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?" (lTm 3.4-5; Tt 1.6-7).

2.3. Bons Líderes traba­lham com propósitos e unidade
Resultados não acontecem sem planejamento, sem traba­lho, ou sem foco. Um líder deve estabelecer metas a curto, médio, e longo prazo para ser bem suce­dido (Lc 14.28 Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?). Sucesso só vem antes de trabalho no dicionário. O êxito de um líder é o êxito de sua equipe de liderados que co­operam com ele. Mas, para que isso aconteça, todos devem falar uma mesma língua e focalizar um mesmo objetivo. Podemos considerar a torre de Babel como um grande trabalho de equipe (Gn 11.1-4). Embora seus desíg­nios fossem maus perante Deus, o próprio Deus considerou que a unidade é produtiva. "E disse o Senhor: “Eles são um só povo e falam uma só língua, e começaram a construir isso. Em breve nada poderá impedir o que pla­nejam fazer" (Gn 11.6).
O grande afã de um líder é trabalhar para alcançar resul­tados através de sua equipe de liderados, o que exige unidade (Sl 133). Vejamos como exemplo o conselho de Jetro (Ex 17.13-26).

OBJETIVO
 Demonstrar as qualidades pessoais indispensáveis de um líder.

3. O líder em relação a si mesmo
Vimos acima que um líder é alguém que se relaciona com pessoas e com coisas (ad­ministrativas). Agora, porém, veremos que os relacionamen­tos chegam a uma dimensão intrapessoal. E quem sabe, seja esse o principal requisito, visto que envolve o possuir de uma imagem e a relação do equilí­brio consigo (Rm 14.7).

3.1. Um bom líder deve ser fiel à visão recebida (ICo 11.23a Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei)
Um líder deve ser fiel a visão recebida. A visão é sua respira­ção, é quem o motiva a acordar mais cedo, ela é seu destino. Os líderes são possuídos pelo futuro, pelo senso de direção, eles não vivem só o presente. O que dizia Jesus? Meu reino não é deste mundo. Ele estava aqui, seu pensamento e alvo não. Até hoje, muitos não compreendem porque Paulo e Silas cantavam enquanto eram chicoteados. Eles tiveram uma visão do futu­ro, viviam e respiravam através dela, sabiam que havia algo tão maravilhoso que o viver aqui lhes era de pouca importância (Fp 1.21 Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.). É lastimável quando vemos pessoas morrendo por coisas efémeras, porque jamais tiveram um vislumbre das coi­sas eternas (2Co 12.1-4 Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos (se no corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus o sabe), foi arrebatado até ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar.).
A autêntica visão envolve tam­bém o atender de uma vocação e aptidão para realização de um propósito específico através de seus meios próprios. Ninguém no Reino de Deus pode ficar sem uma visão. Há pessoas que recebem uma visão para levá-la a efeito, outros devem abraçar a visão de seus líderes, tomando-a como sendo deles mesmos, visto que nin­guém deve ficar parado ou como "peso morto" na Casa de Deus.

3.2. Um bom líder busca seu próprio crescimento
Alguém que se considera vocacionado para uma deter­minada liderança deverá se preparar para o seu exercício, ou caso já exerça, deverá buscar, a cada dia, o crescimento (2Pe 1.5 e vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a ciência,). Isso inclui investimento, tempo, aprendizado, erros e acertos. Lembremos o exemplo de Davi, que cresceu e tornou-se popular ao derrotar a Golias, de­pois se tornou oficial do exército de Saul e continuou crescendo mesmo numa caverna escura, onde encontrou forças para liderar um bando de homens endividados e amargurados de espírito, transformando-os em grandes heróis (ISm 22.2). Davi cresceu mais, e foi crescendo até tornar-se o rei de todo o Israel. Vemos, em Davi, um homem de contínuo crescimento. Todavia, ele jamais foi um homem obce­cado pelo poder.

3.3. Um Bom líder pos­sui satisfação pessoal
Como pode uma pessoa que vive em conflito consigo mesma liderar a outros? As pessoas querem seguir quem lhes tra­ga soluções e não problemas. Quem tem uma imagem de si mesmo desequilibrada e ou sen­timentos negativos de mágoa, vingança, etc, terá dificuldade de influenciar outros e perma­necer liderando. Você consegue pensar em algum líder que não tenha autoestima, que não seja entusiasmado? É muito difícil não é? Assim, quem lidera deve ser uma pessoa que se ame, ame imensamente o ser humano, e que se satisfaça em conduzi-lo também a satisfação. Pense em como Davi transformou muitos fugitivos, desacreditados, amar­gurados em heróis (ISm 22.2). Davi era um perito soldado, mas descobriu homens valorosos e com capacidade de guerra muito acima das que ele mesmo possuía. Davi soube honrá-los, soube ser generoso para com eles, e tantos outros que jamais saberemos seus nomes. Daí se conclui facilmente que a satis­fação de um líder é a satisfação simultânea de seus liderados, visto que trabalham para uma meta em comum.

Conclusão
Biblicamente, por princípio Divino, toda a liderança procede de Deus (Rm 13.1). Esteja onde estiver, seja igreja ou empresa, etc, a lide­rança deve ser uma forma de pôr, em movimento, os dons recebidos de Deus. Tais dons e aptidões de­vem servir para que ou­tros possam atingir seus objetivos, a fim de glori­ficar a Cristo Jesus.

QUESTIONÁRIO

1. Por que Paulo deixou Tito em Creta?
R. Para "colocar as coisas em ordem", (Tt 1.5).
2. Em relação a pessoas, qual é a diferença entre um líder e um chefe?
R. Um líder inspira peio exemplo, (IPe 5.2).
3. Segundo a lição qual é a maior virtude de um líder cristão?
R. Ser servo, (Jo 13.14-17).
4. O que é necessário para um líder alcançar êxito?
R. Que todos falem uma mesma língua e tenham um só objetivo.
5. Por principio Divino, qual é a origem de toda liderança?
R. Toda a liderança procede de Deus, (Rm 13.1).



LIÇÃO 1 – 06 de julho de 2014 

O perfil bíblico de um líder

TEXTO AUREO

"E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e, por meio de nós, manifesta, emtodo lugar o cheiro do seu conhecimento". 2Co 2.14

VERDADE APLICADA

A capacidade de liderar é dada por Deus. Preparar-se é um dever de todo aquele que lidera.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Mostrar que um líder é aquele que se relaciona em três dimen­sões distintas;
 Apresentar o impacto cau­sado por um líder nessas três dimensões;
 Demonstrar as qualidades pessoais indispensáveis de um líder.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ISm 17.48 - E sucedeu que, levantando-se o filisteu, e indo encontrar-se com Davi, apressou-se Davi, e correu ao comba­te, a encontrar-se com o filisteu.
ISm 17.49 - E Davi pôs a mão no alforje, e tomou dali uma pedra e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa, e a pedra se lhe encravou na testa, e caiu sobre o seu rosto em terra.
ISm 17.50 - Assim Davi preva­leceu contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e feriu o filisteu, e o matou; sem que Davi tivesse uma espada na mão.
ISm 17.51 - Por isso correu Davi, e pôs-se em pé sobre o filisteu, e tomou a sua espada, e tirou-a da bainha, e o matou, e lhe cortou com ela a cabeça; vendo então os filisteus, que o seu herói era morto, fugiram.

Introdução
Neste trimestre, estu­daremos sobre liderança e o que é necessário para entendê-la e praticá-la. Nesta lição, falaremos bi­blicamente sobre o perfil geral de um líder. Há pelo menos três dimensões de vínculos relacionais que tornam uma pessoa líder em alguma coisa. O líder relaciona-se com pesso­as, com a organização e consigo, vejamos de ma­neira concisa e prática como essas dimensões se desenvolvem.

OBJETIVO
 Mostrar que um líder é aquele que se relaciona em três dimen­sões distintas;

1. O líder em relação às pessoas
A palavra líder procede do inglês (leader) que tem, como significado, aquele que pasto­reia, isto é, um pastor ou aquele que lidera. Dessa maneira, um líder é alguém que guia ou con­duz pessoas a algum lugar para realização de um propósito (Jo 10.3-4 A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.). O líder é aquele que sabe para onde vai. Daí se pressupõe que um líder é alguém que sabe o que está fazendo, principal­mente quando diz respeito ao bem estar das pessoas.

1.1. Um líder inspira através de seu exemplo
Quer aceitemos ou não, so­mos influenciados uns pelos outros. Influenciar exige esfor­ço, boasideias e muitos riscos. Na verdade, ninguém deseja seguir as ideias de um derro­tado. Por isso, líderes precisam ser inspiradores, ter ousadia e, acima de tudo, coragem. Davi foi o primeiro homem a derro­tar um gigante em sua geração. Sua coragem e ousadia inspira­ram o tremente e acovardado exército de Saul (ISm 17.11). O que fez Saul? Nada. Davi ti­nha unção, Saul também, mas unção sem atitude não forma um líder. Um líder é diferente de um chefe. Enquanto um dá as ordens, o outro inspira e mo­tiva através de seu exemplo (1 Pe 5.2 apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;). Influenciar o outro exige esforço, porque, na vida, tudo o que pode conduzir à vitória, re­quer empenho e dedicação, o que é dignificante (Jo 15.13 Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.).
Por que existem recordes? Re­cordes existem para serem que­brados. Porque alguém sempre inspira alguém a vencer obstácu­los. Porque quando as coisas acon­tecem com facilidade, sem luta, sem batalha, sem envolvimento, há a tendência de não darmos o devido valor. A Bíblia ensina que a operação de influenciar as pessoas é função do Espírito Santo (Jo 16.8), mas "Ele não fará nada " se não estivermos dispostos a cooperar em nossa parte.

1.2. O líder influencia na tomada de decisões
Tomar decisões acertadas envolve conhecimento, expe­riência, coragem, riscos, perdas ou vitórias. Um líder é uma pes­soa decidida, próativa, firme e imparcial na tomada de deci­sões com relação a um grupo, família, igreja, etc. Nada é cor­rigido sem liderança. (1Co 4.17 Por esta causa vos mandei Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda parte ensino em cada igreja.) Quando algo está errado, é para ser tratado e corrigido. É preci­so ter coragem para confrontar e isso, até mesmo em família. A postura de liderança de Davi foi decisiva para trazer vitória aos hebreus. E, depois que derro­tou o primeiro gigante, outros foram inspirados a fazê-lo. Não importa a condição que exista, em qualquer situação, nada muda sem liderança. Reclamar não muda a situação, liderar sim! (ISm 17.39-40;45-46)

1.3. Um líder conduz seu povo ao cumprimento de metas
Todo líder deve ter visão (Gn 13.14 E disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta, agora, os teus olhos e olha desde o lugar onde estás, para a banda do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente;), sem visão, ninguém chega a lugar algum. Porque a visão nos leva a um destino, e, líder sem alvo é povo sem des­tino. Ser líder é ter essa chama acesa e contagiar outros através dela. A alegria de um líder são os seus liderados e o destino dos liderados depende da visão do líder (Nm 14.6-8E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dos que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes. E falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muito boa. Se o SENHOR se agradar de nós, então, nos porá nesta terra e no-la dará, terra que mana leite e mel.). Que triste seria desperdiçar uma vida in­teira sem descobrir o propósito pelo qual fomos criados. No relacionamento com pessoas o líder é alguém que exerce um papel especial para incentivar seus liderados aalcançarem suas metas (Sl 77.20 Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão.). Apesar de estarmos falando no perfil geral de liderança, não estamos esquecidos de que, no Reino de Deus, todo líder tem o compro­misso de ser um servo, logo uma característica indispensável no líder cristão é a humildade. Essa é a maior virtude de um líder: ser servo. (Jol3.14-17)
Um líder solitário nada po­derá construir, mas ao agregar qualidade a um grupo e trazer ânimo a seus liderados, tudo se torna mais fácil, e até mesmo, os alvos mais impossíveis se cumprirão em tempo recorde. (Exemplo Bíblico: Neemias)

OBJETIVO
 Apresentar o impacto cau­sado por um líder nessas três dimensões;

2. O líder em relação à organização
Uma organização se refere a um grupo de pessoas, uma ins­tituição ou órgãos que sirvam à determinados interesses. A isso incluímos à igreja local, evidentemente (ICo 12.14-20 Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo.). Um líder, em relação a uma or­ganização, é alguém que pode atuar de diferentes maneiras, pois devemos reconhecer que existem qualidades que carac­terizam bons líderes.

2.1. Bons líderes orga­nizam
Os líderes não existem para manter as coisas, a função de um líder é sempre melhorá-las. Bons líderes tomam decisões que produzem crescimento e qualidade, mesmo que isso não agrade a muitos. Agradar a Deus nem sempre é agradar ao povo. Casa que não tem li­derança vira bagunça! Observe o conselho de Paulo ao jovem pastor Tito: "Por esta causa te deixei em Creta, para que pu­sesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses pres­bíteros, como já te mandei" (Tt 1.5). Tito não estava em Creta, para realizar cultos, ele foi en­viado para "colocar as coisas em ordem". Sem liderança nada será corrigido.
O fracasso ou o sucesso de uma organização são resultados de uma liderança. Não devemos jamais colocar a culpa nas pessoas se somos nós quem as lideramos. O sucesso de um líder não é brilhar, mas trazer luz onde havia trevas. Disse John C. Ma­xwell: "a pessoa bem-sucedida é aquela que pega a água fria jogada em seus planos, aquece-a com entusiasmo e produz o vapor que a ajuda a seguir adiante".

2.2. Bons líderes admi­nistram
Administrar é exercer auto­ridade de acordo com as regras, mas também significa servir alguém ou ainda gerir. Uma palavra muito comum para referir-se à administração no grego do Novo Testamento é "oikonomia". Essa palavra faz parte do vocabulário do portu­guês na forma de "economia". Mas "oikonomia" é formada por duas palavras "oikos" que significa casa e "nomos" que significa regra, princípio e nor­ma. Logo, economia refere-se à administração de um lar ou dos afazeres de um lar. Líderes são pessoas que cuidam de ad­ministrar a casa de Deus com todos os recursos a eles confia­dos. Para que alguém possa ser recomendado como um líder na casa de Deus deve dar provas da sua administração domésti­ca. Caso ele não prove ser bom administrador do seu lar, fica a pergunta: "pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?" (lTm 3.4-5; Tt 1.6-7).

2.3. Bons Líderes traba­lham com propósitos e unidade
Resultados não acontecem sem planejamento, sem traba­lho, ou sem foco. Um líder deve estabelecer metas a curto, médio, e longo prazo para ser bem suce­dido (Lc 14.28 Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?). Sucesso só vem antes de trabalho no dicionário. O êxito de um líder é o êxito de sua equipe de liderados que co­operam com ele. Mas, para que isso aconteça, todos devem falar uma mesma língua e focalizar um mesmo objetivo. Podemos considerar a torre de Babel como um grande trabalho de equipe (Gn 11.1-4). Embora seus desíg­nios fossem maus perante Deus, o próprio Deus considerou que a unidade é produtiva. "E disse o Senhor: “Eles são um só povo e falam uma só língua, e começaram a construir isso. Em breve nada poderá impedir o que pla­nejam fazer" (Gn 11.6).
O grande afã de um líder é trabalhar para alcançar resul­tados através de sua equipe de liderados, o que exige unidade (Sl 133). Vejamos como exemplo o conselho de Jetro (Ex 17.13-26).

OBJETIVO
 Demonstrar as qualidades pessoais indispensáveis de um líder.

3. O líder em relação a si mesmo
Vimos acima que um líder é alguém que se relaciona com pessoas e com coisas (ad­ministrativas). Agora, porém, veremos que os relacionamen­tos chegam a uma dimensão intrapessoal. E quem sabe, seja esse o principal requisito, visto que envolve o possuir de uma imagem e a relação do equilí­brio consigo (Rm 14.7).

3.1. Um bom líder deve ser fiel à visão recebida (ICo 11.23a Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei)
Um líder deve ser fiel a visão recebida. A visão é sua respira­ção, é quem o motiva a acordar mais cedo, ela é seu destino. Os líderes são possuídos pelo futuro, pelo senso de direção, eles não vivem só o presente. O que dizia Jesus? Meu reino não é deste mundo. Ele estava aqui, seu pensamento e alvo não. Até hoje, muitos não compreendem porque Paulo e Silas cantavam enquanto eram chicoteados. Eles tiveram uma visão do futu­ro, viviam e respiravam através dela, sabiam que havia algo tão maravilhoso que o viver aqui lhes era de pouca importância (Fp 1.21 Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.). É lastimável quando vemos pessoas morrendo por coisas efémeras, porque jamais tiveram um vislumbre das coi­sas eternas (2Co 12.1-4 Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos (se no corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus o sabe), foi arrebatado até ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar.).
A autêntica visão envolve tam­bém o atender de uma vocação e aptidão para realização de um propósito específico através de seus meios próprios. Ninguém no Reino de Deus pode ficar sem uma visão. Há pessoas que recebem uma visão para levá-la a efeito, outros devem abraçar a visão de seus líderes, tomando-a como sendo deles mesmos, visto que nin­guém deve ficar parado ou como "peso morto" na Casa de Deus.

3.2. Um bom líder busca seu próprio crescimento
Alguém que se considera vocacionado para uma deter­minada liderança deverá se preparar para o seu exercício, ou caso já exerça, deverá buscar, a cada dia, o crescimento (2Pe 1.5 e vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a ciência,). Isso inclui investimento, tempo, aprendizado, erros e acertos. Lembremos o exemplo de Davi, que cresceu e tornou-se popular ao derrotar a Golias, de­pois se tornou oficial do exército de Saul e continuou crescendo mesmo numa caverna escura, onde encontrou forças para liderar um bando de homens endividados e amargurados de espírito, transformando-os em grandes heróis (ISm 22.2). Davi cresceu mais, e foi crescendo até tornar-se o rei de todo o Israel. Vemos, em Davi, um homem de contínuo crescimento. Todavia, ele jamais foi um homem obce­cado pelo poder.

3.3. Um Bom líder pos­sui satisfação pessoal
Como pode uma pessoa que vive em conflito consigo mesma liderar a outros? As pessoas querem seguir quem lhes tra­ga soluções e não problemas. Quem tem uma imagem de si mesmo desequilibrada e ou sen­timentos negativos de mágoa, vingança, etc, terá dificuldade de influenciar outros e perma­necer liderando. Você consegue pensar em algum líder que não tenha autoestima, que não seja entusiasmado? É muito difícil não é? Assim, quem lidera deve ser uma pessoa que se ame, ame imensamente o ser humano, e que se satisfaça em conduzi-lo também a satisfação. Pense em como Davi transformou muitos fugitivos, desacreditados, amar­gurados em heróis (ISm 22.2). Davi era um perito soldado, mas descobriu homens valorosos e com capacidade de guerra muito acima das que ele mesmo possuía. Davi soube honrá-los, soube ser generoso para com eles, e tantos outros que jamais saberemos seus nomes. Daí se conclui facilmente que a satis­fação de um líder é a satisfação simultânea de seus liderados, visto que trabalham para uma meta em comum.

Conclusão
Biblicamente, por princípio Divino, toda a liderança procede de Deus (Rm 13.1). Esteja onde estiver, seja igreja ou empresa, etc, a lide­rança deve ser uma forma de pôr, em movimento, os dons recebidos de Deus. Tais dons e aptidões de­vem servir para que ou­tros possam atingir seus objetivos, a fim de glori­ficar a Cristo Jesus.

QUESTIONÁRIO

1. Por que Paulo deixou Tito em Creta?
R. Para "colocar as coisas em ordem", (Tt 1.5).
2. Em relação a pessoas, qual é a diferença entre um líder e um chefe?
R. Um líder inspira peio exemplo, (IPe 5.2).
3. Segundo a lição qual é a maior virtude de um líder cristão?
R. Ser servo, (Jo 13.14-17).
4. O que é necessário para um líder alcançar êxito?
R. Que todos falem uma mesma língua e tenham um só objetivo.
5. Por principio Divino, qual é a origem de toda liderança?
R. Toda a liderança procede de Deus, (Rm 13.1).




             LIÇÃO 3 – 20 de julho de 2014 – 
                O líder vocacionado por Deus

TEXTO AUREO


“Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos”. Gl 1.1

VERDADE APLICADA

A função de liderança não pertence a todos, mas aqueles a quem Deus escolheu para trabalhar para si em sua seara segundo os seus dons.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Trazer entendimento de que Deus chama alguns para trabalhar para si;
 Demonstrar que a certeza da chamada servirá de segurança futura no ministério;
 Orientar, com sugestões, chaves de como atender o chamado.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

G1 1.8 - Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
G1 1.9 - Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
G1 1.10 - Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.
G1 1.11 - Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens.
G1 1.12 - Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.

Introdução

Qual é o perfil da pessoa vocacionada por Deus para liderar? (lTm 4.12 Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza.) É claro que são pessoas dotadas de dons e aptidões que confirmem, com comportamentos exemplares, essa vocação. Devemos lembrar que há vários níveis de liderança, mas nem todos serão líderes. A igreja de Cristo, porém, reconhece prontamente aqueles que são enviados, por Ele. Outra questão decisiva é como alguém pode ter certeza da vocação divina? Vejamos a seguir como identificar tal vocação.


OBJETIVO
 Trazer entendimento de que Deus chama alguns para trabalhar para si;

1. Deus dá vocação aos líderes

Vocação vem do latim “vocationis” e trata-se da ação de chamar, convidar. Deus é aquele que “chama e convida” pessoas para servirem como líderes em sua igreja (lTm 1.12 Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me considerou fiel, designando-me para o ministério,). Note a expressão “líderes”, logo indica que não falaremos com exclusividade do trabalho pastoral, embora seja inevitável essa tônica do assunto determinadas vezes.

1.1. Vocação variada
Pessoas são chamadas de várias formas para prestar serviços variados na obra do Senhor Jesus. Não existe uma regra estabelecida que venha determinar se uma pessoa realmente foi chamada ou não. Da mesma forma também nem todos serão chamados para fazerem o mesmo trabalho (ICo 1.26 Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento.). No Reino de Deus, há lideranças e serviços em todas as esferas imagináveis para a satisfação e crescimento do Corpo de Cristo na terra. Cada um servirá segundo a vocação em que foi chamado, de acordo com as necessidades locais ou gerais. (ICo 7.20 Cada um deve permanecer na condição em que foi chamado por Deus.; Ef 4.11-12 E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado,)

1.2. Tipos de vocacionados
Há uma vocação presunçosa, baseada em indícios, aparências e confiança excessiva em si mesmo, etc. Tal vocação pode ser denominada como “carnal” (ICo 3.3-4 porque ainda são carnais. Porque, visto que há inveja e divisão entre vocês, não estão sendo carnais e agindo como mundanos? Pois quando alguém diz: “Eu sou de Paulo”, e outro: “Eu sou de Apolo”, não estão sendo mundanos?). Como ela está baseada em pressupostos não devidamente sondados e confirmados, aqueles que se envolvem num trabalho assim costumam se sentir inseguros, envoltos em confusão e até em rebelião (Nm 16.1-50). Há também a vocação pervertida que nasce por se dar ouvidos a “doutrina de demônios” por trás de homens desviados (lTm 4.1-2 O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios. Tais ensinamentos vêm de homens hipócritas e mentirosos, que têm a consciência cauterizada). Mas é comum tais pessoas basearem seu chamado em vozes ou visões, reivindicando para si autoridade. Por outro lado, quando alguém é chamado por Deus em momentos difíceis, descansa nele através de uma fé tranquilizadora e esperançosa. (Jo 6.70:13.18; 15.16; At 9.15; lTm 2.7).

1.3. Vocação que se concretiza
Há dois aspectos quanto ao assunto vocacional. O primeiro é que Deus chama o homem, para servi-lo, como líder, em meio a seu rebanho (lPd 5.2-3 pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho.). O seguinte é que os líderes são presentes de Deus para o seu povo. Cristo concedeu diferentes dons e ministérios aos homens (ICo 12.4-6 Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos.). Esses dons são diferentes das funções administrativas. Tanto os dons quanto os ministérios são importantes para a organização e o crescimento da igreja. O mais importante é que cada um fique na vocação em que foi chamado, (ICo 7.20 Cada um deve permanecer na condição em que foi chamado por Deus.) quer seja administrando, ensinando, evangelizando etc., não desejando ser outra coisa para a qual não foi chamado.
"E ele mesmo deu uns para,.. Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.11-12). Os dons concedidos por Deus convergem para uma só finalidade: o aperfeiçoamento dos santos. Deus deixou ferramentas para aprimorar outras ferramentas. Não vocacionou pessoas egoístas que pensam que ministério é uma visão particular, que produz apenas para si mesmo, sem jamais estar ligado ao bem estar de outrem. Esse é um pensamento equivocado e vivido por muitos homens de nossa geração.

OBJETIVO
 Demonstrar que a certeza da chamada servirá de segurança futura no ministério;

2. A certeza da vocação e sua importância
Uma pessoa que se considera chamada por Deus, por questão de prudência, não deveria se apoiar em sinais externos (2Co 5.7 Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos.). Alguns gostariam que Deus lhes fizesse como Moisés, Gideão ou outros, com demonstrações espetaculares do seu poder. Na verdade, hoje, Deus deseja que nós sejamos o sinal do seu poder. De igual forma, ninguém deve se apoiar em visões, revelações e profecias para tal fim.

2.1. Os sinais de uma vocação
Por uma questão de cautela, destacamos os sinais internos de uma chamada, que são o desejo ardente para fazer a obra de Deus e os dons espirituais que se harmonizam com ela. Esses dois aspectos já foram tratados na lição anterior, porém, eles jamais deveriam ser olvidados. Mesmo assim, externamente, há um sinal decisivo na confirmação de uma vocação. Trata-se da aceitação da vocação dessa pessoa com seus dons e aptidões pela comunidade onde ela serve (Js 1.17Então eles responderam a Josué: “Tudo o que você nos ordenar faremos, e aonde quer que nos enviar iremos.; Ed 10.4 Levante-se! Esta questão está em suas mãos, mas nós o apoiaremos. Tenha coragem e mãos à obra!”). E, portanto, de suma importância que um candidato, ao pregar, aconselhar, etc., tenha boa aceitação. Por exemplo: Como a igreja reage à mensagem do candidato? Ele realmente influencia os crentes locais? Pessoas aceitam a Cristo convencidos por sua evangelização ou pregação? Se, na maioria das vezes, sim, isso é um bom sinal (At l6.5 Assim as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em número cada dia.). Existe uma enorme diferença entre uma liderança imposta e uma liderança conquistada.

2.2. Um ministério seguro
Todo o ministério iniciado em Deus tem um potencial para suportar grandes pressões. A sua grande fortaleza ou capacidade de resistência reside na fé inabalável de uma chamada divina (Gl 1.1 Paulo, apóstolo enviado, não da parte de homens nem por meio de pessoa alguma, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos,). Os que se encontram nessa condição conseguem descansar em Deus na certeza do seu agir. Quão grandes pressões suportaram os servos de Deus diante do seu povo; lembremo-nos de Moisés, de Davi, de Neemias, do Senhor Jesus e Paulo. Eles tiveram, como hoje qualquer um tem, as chances de abortarem a sua missão, de desistir do seu chamado, no entanto foram além da linha da desistência; tudo suportaram por causa da certeza inabalável de uma chamada divina (2Tm 2.10 Por isso, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus, com glória eterna.). Quem tem visão jamais desiste! Líderes não vivem pelo que ouvem, mas pela convicção. Eles, com certeza, viram algo que ainda precisamos ver para sermos impactados e impactar nossa geração.

2.3. Um ministério sinérgico
Ao oferecer vocação a alguém, Deus não abandona essa pessoa, ao contrário, Ele se torna parceiro dela (1 Ts 5.24 Aquele que os chama é fiel, e fará isso.). Quando falamos de um ministério sinérgico queremos dizer que Deus é cooperador daquele a quem ele chamou (Rm 8.28 Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.). Esse é um trabalho sério por demais, para ser realizado solitário e presunçosamente. Entra aí outro elemento deveras importante, a humildade (Pv 15.33 O temor do SENHOR ensina a sabedoria, e a humildade antecede a honra.). Tanto os arrogantes quanto os presunçosos possuem em si uma confiança exacerbada. Apenas os humildes recebem cooperação dos outros. Não raro, há pessoas que recebem mensagens de uma vocação ministerial. A partir daí, suas vidas mudam. Elas começam a sonhar alto e entram numa terrível ansiedade para que se concretize tal coisa, não esperando o tempo certo de entrar em cena. Por esse motivo, muitos se tornam impacientes e se desesperam, acabando por cometer tolices (Jd v. 12 Esses homens são rochas submersas nas festas de fraternidade que vocês fazem, comendo com vocês de maneira desonrosa. São pastores que só cuidam de si mesmos. São nuvens sem água, impelidas pelo vento; árvores de outono, sem frutos, duas vezes mortas, arrancadas pela raiz.).
Sabemos que Moisés foi educado por sua própria mãe, e talvez essa influência o tenha feito agir antes da hora. Ele se precipitou, acreditou que as pessoas o veriam pronto, e em condições de libertá-las. Moisés tinha uma vocação, mas ainda não estava como Deus queria para a execução de sua missão. O que fez? Em vez de salvar uma nação, fugiu como um vagabundo deserto afora, para ver se salvava apenas sua vida. Esse foi seu balde de água fria, e como não se sentiu desestimulado após tal sofrimento? Todo grande chamado exige um grande preparo. Espere seu momento.

OBJETIVO
 Orientar, com sugestões, chaves de como atender o chamado.

3. Como atender a vocação
Se alguém puder viver sem exercer um ministério, que busque enquadrar-se dignamente diante Deus. Afinal, se todos fossem líderes não haveriam liderados. Mas, se por acaso, não encontrar realização satisfatória em nenhum setor da vida secular, aceite o seu chamado. Um chamado sempre “persegue” a quem Deus comissiona, é inútil fugir dele. Devemos compreender, acima de tudo, que a liderança na casa de Deus deve ser confiada a pessoas bem resolvidas (2Tm 2.2 E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros.). Vejamos algumas recomendações importantes:

3.1. Aguarde o tempo
Tempo é um fator fundamental na formação de um líder, seja em que área for (Gl 1.18 Depois de três anos, subi a Jerusalém para conhecer Pedro  pessoalmente, e estive com ele quinze dias.; 2.1 Catorze anos depois, subi novamente a Jerusalém, dessa vez com Barnabé, levando também Tito comigo.; Ec 3.1 Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu:). Esse tempo de espera é muito precioso para rever uma série de coisas: Será um tempo para refletir mais profundamente acerca do assunto, será um tempo para desenvolver os próprios dons e talentos pessoais, será um tempo para analisar como está a própria família em relação à fé e à vida cristã. A necessidade da seara é realmente grande, mas ela precisa de ceifeiros amadurecidos em todos os sentidos. Jesus não disse que havia poucos obreiros; obreiros a igreja tem aos montes, o problema é transformar esses obreiros em ceifeiros (Mt 9.37Então disse aos seus discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos.). Deus e a Escritura não mudam, mas a sociedade sim. Desse modo, um aspirante à liderança deve também estar em consonância com seu tempo.

3.2. Preparar-se incansavelmente
Ninguém vai a uma guerra sem qualquer preparo, (2Tm 2.4 Nenhum soldado se deixa envolver pelos negócios da vida civil, já que deseja agradar aquele que o alistou.) mesmo porque isso será um suicídio certo. E, para guerrear as guerras do Senhor, precisamos de muito preparo. Qualquer soldado nos dias de Paulo passava por um sério preparo físico, vestia-se de sua indumentária, e fazia seu juramento, para depois partir para a guerra. No campo espiritual, no que tange a assumir uma liderança, é importante que o candidato pratique sólidos exercícios espirituais (lTm 4.8 O exercício físico é de pouco proveito; a piedade, porém, para tudo é proveitosa, porque tem promessa da vida presente e da futura.) como: a incansável leitura bíblica, oração e jejum; mas, também, avalie o fruto do Espírito em sua vida reconhecendo suas virtudes e admitindo os seus erros e necessidade de auto aperfeiçoamento. Enfim, o mais importante nesse tempo de espera é o preparo, assim não desperdice nem tempo e nem energia (2Tm 2.15 Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade.).

3.3. Deixe Deus agir nos corações e nas circunstâncias
É comum acontecer que alguns motivados pelo insucesso na vida secular concluam que devam então trabalhar na direção de uma igreja ou departamento em tempo integral, vendo seu chamado como um motivo para lucros. A liderança ou chamado jamais podem ser vistos por esse prisma. Embora a Bíblia nos ensine que o trabalhador é digno de seu salário, não se pode trabalhar na obra de Deus apenas com essa visão, isso seria anti bíblico e perigoso (Mt 27.5 Então Judas jogou o dinheiro dentro do templo e, saindo, foi e enforcou-se.) para alguém que se diz vocacionado. O sucesso ministerial depende única e exclusivamente de Deus. Tudo o que Ele criou foi com um objetivo; basta a cada um de nós descobrirmos para o que fomos chamados.
É muito importante que qualquer um que se considera chamado por Deus, demonstre uma fé capaz de descansar em Deus. Uma fé sadia permitirá também ao chamado influenciar os outros na igreja onde serve, bem como ver-se a si mesmo como já sendo um líder. E por esse motivo que o preparo é vital. Outro requisito básico é jamais negligenciar o bom relacionamento com a direção local e todos os demais. Firmado nesses pilares só resta aguardar Deus agir nos corações e nas circunstâncias, até a separação final e definitiva, seja para que liderança for.

Conclusão
Alguém que se considera chamado no Corpo de Cristo para exercer liderança é alguém convidado e jamais se impõe como líder. Ele sabe que precisa esperar em Deus e, enquanto isso, pratica exercícios espirituais e influencia outros a quem pode. Até, finalmente, ser confirmado pelo corpo da igreja onde serve como tal, quer seja para um departamento ou mesmo para a direção da própria igreja.

QUESTIONÁRIO

1. De acordo com os tipos de vocacionados, uma vocação presunçosa está baseada em quê?
R. Está baseada em indícios, aparências e confiança excessiva em si mesmo, etc.
2. Como deve se comportar alguém que foi chamado por Deus em momentos difíceis?
R. Descansar em Deus através de uma fé tranquilizadora e esperançosa.
3. Quais são os dois principais sinais internos de uma chamada?
R. É o desejo ardente para fazer a obra de Deus e os dons espirituais que se harmonizam com ela.
4. Há um sinal decisivo na confirmação de uma vocação, qual é ele?
R. É a aceitação da vocação dessa pessoa com seus dons e aptidões pela igreja onde ela serve.
5. Um ministério iniciado em Deus tem potencial para suportar o quê?
R. Suportar grandes pressões.


                               Lições Bíblicas CPAD

                                  Jovens e Adultos 

                               3º Trimestre de 2014


Título: Fé e Obras — Ensinos de Tiago para uma vida

 cristã autêntica Comentarista: Eliezer de Lira e Silva


Lição 4: Gerados pela Palavra da Verdade

Data: 27 de Julho de 2014

TEXTO ÁUREO


Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre (1Pe 1.23).

VERDADE PRÁTICA


Somente aqueles que foram gerados pela Palavra da Verdade são guiados pelo Espírito Santo.

HINOS SUGERIDOS


50, 106, 128.

LEITURA DIÁRIA


Segunda - 1Pe 4.12,13
Alegrai-vos com a provação


Terça - Lm 5.21
Nossa oração pelo perdão


Quarta - Jo 3.3
Novo nascimento e Reino de Deus


Quinta - 1Jo 5.4
A vitória sobre o mundo


Sexta - 2Co 6.2
Hoje é dia de salvação


Sábado - 1Tm 2.4
Deus a todos quer salvar

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Tiago 1.9-11,16-18.

9 - Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação,
10 - E o rico em seu abatimento; porque ele passará como a flor da erva.
11 - Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosa aparência do seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em seus caminhos.
16 - Não erreis, meus amados irmãos.
17 - Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação.
18 - Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.

INTERAÇÃO


Deus pode fazer o mal? O contexto da epístola de Tiago mostra que Ele é bom e, portanto, a sua sabedoria só pode fazer o bem, jamais o mal. Nele, não há variação de bondade e malignidade; de luz ou trevas. O nosso Pai Celestial decidiu de uma vez por todas, em Jesus, fazer o bem para reconciliar o mundo consigo mesmo. Por isso, a sabedoria de Deus é pura, bondosa, benigna, humilde, cordata, temperante, etc. Porque Ele é bom! Prezado professor, que a bondade de Deus inunde a sua vida e a dos seus alunos. Que eles decidam amar o próximo como o nosso Pai o ama.

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·        Analisar a relação entre os pobres e os ricos da igreja.
·        Defender a verdade que Deus só faz o bem.
·        Compreender que os filhos de Deus são as primícias dentre as criaturas.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Prezado professor, para concluir o primeiro tópico da lição sugerimos mais uma leitura dos versículos 9-11 do primeiro capítulo de Tiago. Logo em seguida, explique aos alunos que à luz das Escrituras, apesar de o pobre ser marginalizado pela sociedade cuja cultura predominante é a de “ter” e não de “ser”, ele é convidado a gloriar-se em Cristo pela sua nova posição de filho de Deus. Enquanto o rico, no encontro com o Evangelho de Cristo, é convidado por Cristo a se humilhar para compreender a natureza passageira da sua riqueza. Sabendo assim acerca da sua missão de suprir o pobre necessitado. Conclua o tópico afirmando que Deus é o Senhor dos pobres e dos ricos.

COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO

Palavra Chave
Verdade: Propriedade de está conforme os fatos ou a realidade.

Na lição de hoje vamos estudar acerca da qualidade relacional da igreja nos diversos níveis de interação entre pessoas geradas pela Palavra. Veremos a Epístola de Tiago apontando as distorções sociais que podem existir em um ambiente eclesiástico ou de convivência entre irmãos. A nossa perspectiva é a de que possamos nos relacionar com o outro independente da sua condição econômica e social. Ligados, sobretudo, pelo Evangelho.

I. A RELAÇÃO ENTRE OS POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1.9-11)

1. Os pobres na Igreja do primeiro século. Do ponto de vista social, a pobreza exclui o ser humano dos direitos básicos necessários à sua subsistência. Não é difícil reconhecer que a Igreja do primeiro século era constituída por duas classes sociais: a dos pobres e a dos ricos, tendo evidentemente mais pobres em sua composição. Uma vez que não podemos fazer acepção de pessoas (Rm 2.11; Cl 3.11), os pobres daquela época, que foram gerados pela Palavra e inseridos no corpo de Cristo — a Igreja — tinham motivos de alegrar-se no Senhor, pois além do novo nascimento, eles eram acolhidos pela igreja local (Gl 2.10).
2. Os ricos na Igreja Antiga. Por vezes, os ricos são identificados na Bíblia como judeus proprietários de muitos bens e que negligenciavam as obrigações que pesam sobre os que desfrutam de tal condição (Lv 19.10; 23.22,35-55; Dt 15.1-18; Is 1.15-17; Mq 6.9-16; 1Tm 6.9,17-19). Por cuja razão, e pelas suas atitudes, eles eram frequentemente repreendidos pelas Escrituras (Am 3.10; Pv 11.28; 1Tm 6.17-19; Lc 6.24; 18.24,25). Os ricos e abastados têm a tendência a desenvolverem a arrogância, a autossuficiência e a postura de senhores poderosos, que pensam poder comprar as pessoas a qualquer preço. As Escrituras são claras em afirmar que o Reino de Deus não pode ser comprado por dinheiro algum. É possível o irmão rico ser gerado pela Palavra e tornar-se um filho de Deus? Sim, claro (Lc 18.25-26). Porém, ele pode encontrar maior dificuldade para desprender-se de suas riquezas (Mt 19.23-26, cf. v.11). É imprescindível que os mais abastados compreendam que após entregarem-se a Cristo, obedecerão ao mesmo Evangelho a que os irmãos pobres submetem-se. Aqui, torna-se ainda mais clara a verdade bíblica: para Deus não há acepção de pessoas (Rm 2.11; Cl 3.11).
3. Perante Deus, pobres e ricos são iguais. A igreja local deve receber a todos no espírito do Evangelho, isto é, como membros da família de Deus, pois através da salvação em Cristo, independentemente da condição social, todos têm a Deus como Pai (Rm 8.14), e a Jesus como irmão (Lc 8.21). Somos coerdeiros, juntamente com Cristo, de uma herança eterna (1Pe 1.4), pertencentes à santa família de Deus (Ef 2.19) e cidadãos de um reino imutável (Hb 12.28). Na família de Deus há lugar para todo ser humano justificado por Cristo. Portanto, o irmão pobre e o irmão rico não devem se envergonhar de suas condições sociais. Se o Evangelho alcançou seus corações, o rico saberá biblicamente o que fazer com a sua riqueza. E o pobre, de igual forma, como viverá sua pobreza. O importante é que Cristo em tudo seja exaltado!


SINOPSE DO TÓPICO (I)

Na igreja do primeiro século, pobres e ricos eram acolhidos em amor.


II. DEUS SÓ FAZ O BEM (Tg 1.16,17)

1. Não erreis (v.16). Com essa advertência o meio-irmão do Senhor não está afirmando a doutrina da “santidade plena” ou perfeccionista: a de que o homem, uma vez remido, não mais pecará. Tal palavra tem como propósito conclamar o crente a não dar ouvidos à “voz” da concupiscência carnal. Recapitulando a mensagem dos versículos 12 a 15, que tratam do tema da tentação, os versículos 9 a 11 formam uma introdução ao tema da tentação, ao passo o que versículo 16 é uma advertência para os crentes não se curvarem aos desejos imorais e infames do mundo, pois Deus é a fonte de tudo o que é bom. Logo, não podemos dar crédito àquilo que é mau.
2. Todo dom e boa dádiva vêm de Deus. Um dom de Deus, como a sabedoria que torna uma pessoa espiritualmente madura (v.4), não pode ser recebido pelo crente através de esforço humano. Quem o distribui é Deus. Este dom é fruto da graça do Pai para nós. Num tempo onde o ascetismo religioso tende a tirar o foco da glória de Deus e da sua benignidade, tornando o ser humano “digno” do céu, precisamos lembrar que a nossa vida espiritual não depende de disciplinas humanas para receber dádivas de Deus. Depende de um relacionamento livre, espontâneo e sincero com o Pai das Luzes mediante o seu Filho, Jesus Cristo, e na força do Espírito Santo.
3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das Luzes. Ao escrever que “toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto”, Tiago declara que apenas as boas virtudes vêm de Deus. Não há sombra de variação no Pai das Luzes, isto é, nEle não há momentos de trevas e outros de luzes. Só há luz. Ele não muda e é bom! Não faz o mal aos seus filhos (Lc 11.11-13). Infelizmente, muitos têm uma visão turva de Deus como se Ele fosse um carrasco pronto a castigar-nos na primeira oportunidade. Não devemos falar sobre o Pai desta maneira, lembremo-nos do ensinamento joanino que fala sobre sermos defendidos e advogados por Jesus, o Filho de Deus (1Jo 2.1,2).


SINOPSE DO TÓPICO (II)

Tudo o que é bom vem de Deus, pois nEle não há momento de bondade e maldade. Ele é sempre bom!


III. PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)

1. Algo que somente Deus faz. A regeneração é um milagre proveniente do Pai das Luzes, segundo a sua vontade (v.17). Foi Ele que nos gerou pela Palavra da Verdade. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente pelo Pai das Luzes através do Santo Espírito. Ele limpa o homem dos seus pecados (Is 1.18), dando-lhe perdão e implantando-lhe um novo caráter. Aqui, acontece o que o nosso Senhor falou aos seus discípulos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14.23). O Pai é a fonte de nossa vida espiritual (Jo 1.12,13).
2. A Palavra da Verdade. Naqueles dias, parte da igreja estava dispersa, sofrendo muitas tribulações. Para superá-las era preciso uma inabalável convicção de que, apesar das lutas, ela não havia deixado de ser as primícias do Senhor entre as criaturas. Por esse motivo, Tiago enfatiza a expressão “Palavra da Verdade”. Fomos gerados e enxertados pela Palavra que salva a nossa alma (v.21). Assim, a despeito de todas as circunstâncias difíceis da vida, podemos aplicar essa verdade afirmando que somos filhos de Deus, as primícias entre as criaturas do Senhor.
3. O propósito de Deus. A salvação é a maior bênção de Deus para a humanidade. O propósito divino não é primeiramente abençoar o crente com bênçãos materiais, mas fazer dele primícias de suas criaturas: os salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). No Antigo Testamento, as primícias eram a colheita do melhor fruto (Lv 23.10,11 cf. Êx 23.19; Dt 18.4). Ao referir-se às primícias, Tiago dizia aos primeiros irmãos, notadamente judeus, que eles foram escolhidos como primícias do Evangelho. Os primeiros de muitos outros que Deus havia começado a colher. Alegre-se no Senhor! Você faz parte das primícias da sua geração. Escolhido por Deus e nomeado por Ele para proclamar as virtudes do Senhor neste mundo.


SINOPSE DO TÓPICO (III)

A partir da promessa da salvação, Deus colhe as suas primícias (os salvos) dentre as criaturas.


CONCLUSÃO

Inseridos no processo de aperfeiçoamento espiritual, sofremos os mais diversos tipos de provações, independentemente de nossa posição social, econômica e cultural. Tais situações aperfeiçoam-nos e amadurecem-nos como pessoas. Quando alguém é gerado pela Palavra da Verdade, ele é chamado pelo Pai a viver o Evangelho em fidelidade. Não podemos nos esquecer do nosso maior desafio: fazer o Evangelho falar num mundo dominado por relacionamentos distorcidos. Somos o Corpo de Cristo, a Igreja de Deus: a coluna e firmeza da verdade (1Tm 3.15).

VOCABULÁRIO


Ascetismo: Doutrina de pensamento ou de fé que considera a ascese, isto é, a disciplina e o autocontrole estritos do corpo e do espírito, um caminho imprescindível em direção a Deus, à verdade ou à virtude.
Joanino: Referente ao Evangelho de João.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA


PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição, RJ: CPAD, 2007.

EXERCÍCIOS


1. A Igreja do primeiro século era constituída por duas classes sociais. Quais eram elas?
R. A dos pobres e a dos ricos, tendo evidentemente mais pobres em sua composição.

2. Quem eram os ricos identificados na Bíblia?
R. Os ricos são identificados na Bíblia como judeus proprietários de muitos bens e que negligenciavam as obrigações que pesam sobre os que desfrutam de tal condição (Lv 19.10; 23.22,35-55; Dt 15.1-18; Is 1.15-17; Mq 6.9-16; 1Tm 6.9,17-19).

3. Quem pode distribuir o dom da sabedoria?
R. Deus.

4. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente por quem?
R. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente pelo Pai das Luzes através do Santo Espírito.

5. Qual é a maior bênção de Deus para a humanidade?
R. A salvação.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I


Subsídio Histórico-Cultural

“Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação, e o rico, em seu abatimento (1.9,10). A primeira palavra é hypsos, ‘exaltação’. A segunda é tapeinosis, ‘humildade/humilhação’. O perigo da pobreza é que uma pessoa pode invejar os ricos e sentir-se inferior, ao passo que o perigo da riqueza é que uma pessoa pode tornar-se orgulhosa e arrogante. Cada perigo é equilibrado pela perspectiva da vida, que é modelada pela fé. O pobre encontra conforto e identidade na percepção de que em Cristo ele foi exaltado até a posição de um filho de Deus. O rico recupera a humildade ao contemplar o fato de que a riqueza material é passageira, e que para vir até o Senhor ele abandonou a dependência de suas posses, aproximando-se de Deus como um homem necessitado, procurando a salvação que está enraizada na graça” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição, RJ: CPAD, 2007, p.513).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II


Subsídio Teológico

“O Nascimento através da Palavra (1.17-18).
Nesse capítulo de abertura, ao insistir que ‘Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto’ (v.17), Tiago está realçando dois pontos cruciais de seu argumento.
Deixa claro que um ‘dom perfeito’, tal como a sabedoria, necessário para tornar uma pessoa ‘madura’ (‘madura’ em 1.4 e ‘perfeita’ em 1.17 são traduções da mesma palavra grega, teleios), não pode ser recebido através do esforço humano, pois este vem somente de Deus.
Ao afirmar que ‘todos’ esses dons têm sua origem em Deus, Tiago está também declarando sua convicção de que somente bons dons vêm de Deus. Quando diz que Deus é o ‘Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação’, está provavelmente fazendo uma alusão a fenômenos astronômicos, tais como eclipses lunares ou solares, ou às fases da lua. Pode-se confiar que cada dom de Deus será bom e não resultará em qualquer tentação ou provação (1.13 e comentários).
A vontade de Deus difere da humana não só em sua perfeita bondade, mas também em seus efeitos. Enquanto a vontade humana, pela sua inclinação ao mal, originária de nossa natureza pecaminosa, leva a ações que irão ao final resultar em morte, a vontade de Deus leva à vida. Na verdade, Tiago estabelece o contraste desses diferentes resultados por meio de paralelos entre os processos de três estágios que se iniciam com a vontade humana e a divina” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição, RJ: CPAD, 2004, p.1666).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO


Gerados pela Palavra da Verdade

Qual o contexto social em que a sua igreja local está localizada? Trata-se de uma cidade nobre? Ou da periferia? Quem são os seus alunos? Como se dá a relação social entre os seus alunos? O professor não pode planejar essa lição sem antes fazer estas perguntas e respondê-las com sinceridade.
Inicie a aula descrevendo as classes sociais da Igreja do Primeiro Século. Para isso, use o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, pois na seção bíblica de Tiago [Orgulhando-se da “Coroa da Vida” (1.9-12)], o teólogo Timothy B. Cargal procura responder como era, ou deveria ser, a relação dos crentes oriundos de distintos contextos sociais, isto é, entre os ricos e os pobres da igreja. A conclusão que o teólogo chega nesta seção da carta é que os “leitores estavam muito conscientes de sua posição, e nem sempre se aproveitavam das oportunidades para demonstrar a preocupação de Deus por aqueles que estavam necessitados (2.14-17). Já se orgulhavam de sua elevada posição, talvez por considerarem ‘ricos’, moralmente superiores, mesmo quando se identificavam com as armadilhas das posições elevadas e do poder. Até mesmo pensavam a respeito de sua salvação utilizando a imagem da sua posição social, isto é, a coroa da vida” (p.1665).
Um desastre que pode ocorrer ao crente economicamente bem sucedido é quando ele interpreta as ocorrências cotidianas da vida como “acontecimentos espirituais”. Ele faz uma teologia particular sem se importar com os outros ao redor. Por exemplo, é comum um crente atribuir a Deus a compra de um bem material dizendo “foi Deus quem me deu!”. Mas ele não pode esquecer o contexto desta aquisição. Ora, estamos num país economicamente equilibrado e que, por isso, lhe proporcionou uma linha de crédito para esse fim. Se nós não considerarmos tais realidades poderemos entrar em questões bem difíceis, tais como: Por que Deus deu um bem para um irmão e não deu ao outro? Ambos não são salvos? É preciso explicar o mal que uma teologia individualista, como a da prosperidade, pode causar a uma igreja local. Não podemos ignorar o ensino da Palavra: a de que o rico deve suprir o necessitado, e este, deve se alegrar por se achar o filho escolhido por Deus.

AUXÍLIOS COMPLEMENTARES


Elaboração: Escriba Digital

Palavra Chave
Verdade: Propriedade do que é real; que se conforma com a realidade. Genuíno. Nesta epístola a Palavra de Deus é identificada como a verdade.

INTRODUÇÃO

O ensino de Tiago sobre esse assunto é aplicado para uma comunidade que está passando por problemas econômicos sérios. Há diversas classes de pobres na comunidade de Tiago: aqueles que estão desamparados e negligenciados sem culpa própria — viúvas e órfãos; aqueles vitimados economicamente — trabalhadores cujo estado deplorável ocorria em virtude da ganância e indiferença dos empregadores; e ainda aqueles que foram reduzidos a necessidades medonhas de pobreza e miséria, talvez por não terem direitos legais.
A pobreza e a riqueza, independentemente de suas origens, são fatos comuns à realidade da existência humana. Evidentemente que nunca foi propósito de Deus que uns poucos tivessem consigo tanta fortuna, enquanto que a maioria das pessoas vive uma vida que abeira a extrema miséria. Então, de acordo com o ensino de Tiago, qual deve ser a relação entre pobres e ricos? Tentaremos responder esta questão analisando-a no contexto da igreja.

I. A RELAÇÃO ENTRE OS POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1.9-11)

1. Os pobres na Igreja do primeiro século. Tiago sabia que muitos irmãos estavam vivendo em profunda pobreza e ocupavam os cargos de menor remuneração na sociedade. Essas pessoas precisavam de palavras de encorajamento, pois as condições econômicas eram opressivas e difíceis de entender. No entanto ele afirma que irmão cristão (v.9) pode regozijar-se mesmo debaixo da opressão da pobreza. Ele não tem prazer nas suas privações, mas possui a fonte da verdadeira alegria que eleva o seu espírito acima das limitações materiais. A exaltação é o que a comunhão com Cristo faz pelo sentimento de dignidade de uma pessoa diante de Deus. Quando um homem sabe que pertence a Cristo e aprendeu a valorizar os valores espirituais da vida, não precisa de muitas vantagens materiais para ser um homem satisfeito e alegre (Cf. Fp 4.10-13).
A pobreza é uma adversidade externa. Mas o cristão pobre deve se regozijar em seu novo estado em Jesus Cristo. Este relacionamento deu-lhe verdadeira riqueza. Ele é um herdeiro de Deus e um co-herdeiro com Jesus Cristo! Desta forma todo cristão pobre é estimulado não apenas a saber de sua posição elevada mas também a orgulhar-se dela. É com orgulho que aponta para seu Pai celeste e seu irmão, Jesus Cristo.
2. Os ricos na Igreja Antiga. Tiago não está preocupado com as riquezas, mas com a pessoa que as possui. Concluo, portanto, que o homem rico ou não vivia em comunhão com Deus ou não é um cristão. Como pode uma pessoa rica “orgulhar-se de sua posição inferior”? O pobre orgulha-se de suas riquezas espirituais, mas o homem rico que não vive em comunhão com o Senhor ou que rejeita Deus é espiritualmente cego e incapaz de ver seu “abatimento”. Ele se gloria de sua riqueza material, mas a riqueza terrena “passará como a flor da erva”. Os bens terrenos podem ser comparados às marés: eles vêm e vão.
Em uma única frase o autor descreve as condições climáticas de Israel. A principal causa da seca é o calor ardente do sol que se levanta, especialmente quando acompanhado do vento causticante do deserto. Essa combinação faz as plantas murcharem rapidamente e sua flor e beleza desaparecem em questão de horas. Quando o vento chamado siroco sopra dia e noite vindo do leste, o aspecto da paisagem transforma-se drasticamente.
“Assim se murchará também o rico em seus caminhos”. Certamente as posses terrenas do homem podem desaparecer num tempo incrivelmente curto, mas o texto não diz que as riquezas desaparecerão. Afirma que o “rico murchará”. Em forma poética, esta é a descrição do ser humano encontrada no Salmo 103.
A grande verdade que Tiago procura mostrar é que a vida do rico chega ao fim enquanto ele se ocupa em ganhar dinheiro. Suas riquezas não são capazes de prolongar sua vida, pois ele parte deixando para trás as suas posses.
3. Perante Deus, pobres e ricos são iguais. Teria o sábio realmente vantagem sobre o tolo, ou isso seria apenas um conceito humano? Seria o pobre qualificado para ter um espaço na sociedade, ou somente os ricos estariam qualificados? Nos seus questionamentos irônicos, Salomão, com todo seu conhecimento, parece deixar claro que a superioridade do conhecimento e de uma boa qualificação social não nos faz superior a ninguém.
O mundo e a igreja estão cheios de pessoas que, por terem uma condição financeira ou uma posição social melhor, se acham superiores às outras, e elas vivem a vida julgando-se mais especiais. Deus não faz diferença, não discrimina, nem privilegia seus filhos isoladamente. Para Ele todos são iguais, todos têm o mesmo amor, todos são seus filhos e merecem a mesma luz, a mesma proteção. Não importa a raça, o sexo, o nível cultural, se rico, ou pobre, se novo ou velho; todos são iguais para os Seus olhos: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28).
Falar dessa igualdade significa reconhecer que Deus foi tão justo na sua criação que criou o homem Sua imagem e semelhança, nos dando a igualdade como uma condição primeira do homem como sua criatura. Se somos todos iguais aos olhos de Deus, por que o homem se faz diferente, criando indiferenças com o irmão? Sejamos sim, todos iguais. Façamos dessa semelhança com o Criador a nossa perfeição para uma convivência fraterna com o nosso irmão, nosso semelhante. Reconheçamos essa igualdade aos olhos de Deus e nos tornemos um ser perfeito, assim como perfeita foi sua Criação.
Deus nos criou a Sua imagem e semelhança (Gn 1.26), mas o pecado vem desqualificando essa igualdade que Deus colocou nos seres humanos. Desde que o pecado entrou no mundo, as comparações e discriminações se tornaram algo evidente na vida dos seres humanos. Na luta incontida pela sobrevivência, nós queremos saber quem é o melhor e o maior.

II. DEUS SÓ FAZ O BEM (Tg 1.16,17)

1. Não erreis (v.16). Não tirem conclusões falsas por meio de uma lógica aparente (consciente ou inconsciente). O ser humano que tenta se afirmar contra Deus empenha de múltiplas maneiras sua capacidade mental para justificar essa atitude errada. Ver a situação corretamente constitui o primeiro passo para que possamos obter auxílio.
Não vagueiam tanto no seu pensamento a ponto de acreditar que qualquer provação ou tentação, com um propósito mal, vem de Deus. Ele tem medo de que esses crentes possam cair no erro da dúvida quanto à bondade de Deus, o que poderia ser fatal à fé. Isso é um argumento com base na ideia oposta; pois assim como Deus é o autor de todo o bem, assim também é absurda a suposição que ele é o autor do mal. A Ele pertence fazer o bem; e de acordo com a Sua natureza, e da parte dEle, todas as coisas boas chegam até nós. Portanto, qualquer maldade que exista não concorda com a Sua natureza.
Ainda hoje alguns cristãos que são provados e testados perdem a perspectiva correta e questionam a providência divina. Se Deus é Todo-Poderoso, por que Ele não evita as tragédias e calamidades? O homem pode multiplicar as acusações verbais e não-verbais contra Deus, mas não deve fazê-lo.
2. Todo dom e boa dádiva vêm de Deus. Deus é a personificação da bondade, a fonte de tudo o que é bom, pois a bondade se origina dEle. Deus dá por meio da criação do céu e da terra; Deus dá quando envia seu Filho; Deus dá ao derramar seu Espírito. As dádivas que Deus coloca à disposição de Seu povo são boas e perfeitas — cada uma delas. Elas incluem dádivas espirituais e materiais.
Todas as coisas nos são dadas pelas mãos de Deus, pois recebemos dEle tanto a prosperidade quanto a adversidade. Deus dá ao seu povo provações e testes que, por vezes, tomam a forma de calamidades. Assim diz o profeta Amós para o povo de Israel: “Sucederá algum mal à cidade sem que o Senhor o tenha feito?” (3.6 — ARA).
Deus está completamente no controle de cada situação e sabe o que é melhor para seus filhos. “Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhos pedirem?” (Mt 7.11; comparar com Lc 11.13).
3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das Luzes. Olhe ao redor e considere a bondade de Deus (1.17). Quando Satanás tentou Eva no jardim do Éden e Jesus no deserto, ele questionou o amor de Deus. A bondade de Deus é o grande escudo contra a tentação do diabo. Quando sabemos que Deus é bom, não precisamos cair nas armadilhas do diabo para suprir nossas necessidades. E melhor estar faminto dentro da vontade de Deus do que estar farto e cheio fora da vontade de Deus (Dt 6.10-15). Jesus foi categórico com Satanás: “...Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Uma coisa é ser tentado, outra coisa é ceder à tentação. Não é pecado ser tentado, mas sim ceder à tentação. Lutero costumava dizer: “Você não pode impedir que um pássaro voe sobre a sua cabeça, mas você pode impedir que ele faça ninho em sua cabeça”.
Tiago apresenta três fatos sobre a bondade de Deus: Deus dá somente boas dádivas. Tudo o que Deus dá é bom, até as provas. O espinho na carne de Paulo foi um dom estranho, mas foi uma grande bênção para ele (2Co 12.1-10). Deus dá constantemente. O verbo “descendo” é um presente particípio, cujo significado é: continua sempre descendo. Deus não dá seus dons apenas ocasionalmente, mas constantemente. Deus não muda. Deus não pode mudar para pior porque Ele é santo. Ele não pode mudar para melhor porque Ele é perfeito. O primeiro escudo contra a tentação é o julgamento de Deus. O segundo é a bondade de Deus.
Tudo o que Deus nos dá é bom. Toda boa dádiva procede das Suas mãos. Ele, muitas vezes, nos dá não o que pedimos, mas o que precisamos. Seríamos destruídos se Deus deferisse todas nossas orações. Muitas vezes pedimos uma pedra, pensando que estamos pedindo um pão; pedimos uma serpente, pensando que estamos pedindo um peixe. Deus, então, é tão bondoso, que não nos dá o que pedimos, mas o que necessitamos.

III. PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)

1. Algo que somente Deus faz. Tiago afirma que “Ele nos gerou”. A regeneração expressa a experiência do recebimento da nova vida, da vida eterna. Isso acontece quando o homem se encontra com Deus na busca da salvação. Por isso só Ele faz isso.
O novo nascimento significa a entrada do homem no Reino de Deus (Jo 3.3). Ninguém pode ser contado como cidadão antes de nascer. Do mesmo modo, ninguém pode pertencer ao Reino de Deus antes de nascer de novo. A Bíblia diz: “O Senhor, ao fazer descrição dos povos, dirá: Este é nascido ali” (Sl 87.6). São os nascidos de novo que são inscritos no Livro da Vida (Lc 10.20).
Essa nova natureza é Cristo em nós (cf. Cl 3.4). Qualquer que é de novo gerado, é gerado de “uma herança incorruptível” (1Pe 1.23), “a sua semente [de Deus] permanece nele” (1Jo 3.9). O crente nasceu de novo pela semente divina e, por isso, é participante da divina natureza (cf. 2Pe 1.4), e também participa da santidade de Deus (Hb 12.10). Cumpre-se o milagre que Ezequiel predisse: “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ez 36.26,27). Quando a vara é enxertada na árvore, ela se torna participante, não só da raiz e da seiva (Rm 11.17), mas também da natureza da árvore, o que se verifica na qualidade do fruto que essa vara agora produz (Jo 15.1-5). Assim também acontece com aqueles em cujas vidas, pelo novo nascimento, operou a influência divina. Essa influência os impulsiona andar nos caminhos do Senhor: “Ou dizeis que a árvore é boa e o seu fruto, bom, ou dizeis que a árvore é má e o seu fruto, mau” (Mt 12.33-35). Que milagre! Que maravilha é o novo nascimento! Por meio dessa operação da graça divina, Deus restaura a imagem da sua semelhança moral no homem, pois para isso o criou (Gn 1.26,27).
Ele, antes, estava escravizado pela própria carne. Agora, pelo novo nascimento, tornou-se um filho de Deus (Jo 1.12), um ser livre, um súdito do Reino de Deus (Jo 3.5; Ef 2.19). Tudo aconteceu porque o Espírito Santo agora habita nele (1Co 3.16; 6.19; Rm 8.9), e exerce domínio sobre ele de modo total, o que deu origem à transformação da sua personalidade. O homem recebe pois, pela regeneração, tanto uma nova direção sobre sua vida, como poder de Deus para seguir essa direção. O homem regenerado sente que, agora:
   •    Seu pensamento mudou; ele pensa diferentemente, de conformidade com a vontade de Deus (Cl 3.10; Fp 4.7).
   •    Seu entendimento se abriu para as coisas de Deus, pois antes não as entendia (1Co 2.15; 2Co 4.6) e Deus o renova para o conhecimento (Cl 3.10).
   •    O seu sentimento registra o gozo pela presença de Deus (cf. Sl 16.11); agora ele ama a Deus (1Jo 4.19) e aos irmãos (1Jo 3.14).
   •    A sua vontade, que antes era escravizada pela carne (Ef 2.2,3; Is 53.6), conforma-se com a vontade de Deus (Mt 6.10; 1Pe 1.22; 4.2; At 13.22).
   •    A sua consciência, agora purificada (Hb 9.14), torna-se sensível à direção de Deus (Rm 2.15).
   •    Não está mais debaixo da carne, mas do Espírito (Rm 8.9). A sua carne, a sua velha natureza, não foi aniquilada, pois ele a possui ainda, porém ela está dominada pela nova natureza e foi entregue à morte (Gl 5.16,17; Rm 8.12,13), a cruz (Gl 2.20).
“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (1Jo 5.4,5). O que nasceu de novo vive e se move em Jesus (At 17.28). Jesus disse: “Estai em mim, e eu, em vós” (Jo 15.4). Por Jesus estar em nós, “o homem velho”, a nossa natureza caída que antes atendia às tentações do mundo (Ef 2.2,3) agora está crucificada (Rm 6.8) e despida (Ef 4.22), com o que ficamos livres da lei da morte (Rm 8.2). Cristo está em nós, é a nossa força (Fp 4.13). Por isso, aquele que é nascido de Deus vence o mundo. Essa transformação interna que a regeneração nos oferece por Cristo viver em nós, também opera uma transformação radical na nossa vida exterior — não mais nos conformamos com o mundo (Rm 12.2). A Bíblia diz: “Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado” (1Jo 3.9). Isso significa que não mais podemos viver em pecado, isto é, continuamente pecando. Se surgir algum problema, se chegarmos a pecar, nossa nova natureza imediatamente nos impulsiona a buscar perdão, restauração, renovação da íntima comunhão com Deus, que, pelo pecado, ficara interrompida (1Jo 2.1,2). Assim poderemos continuar vencendo o mundo.
2. A Palavra da verdade. O conceito da “verdade” vem desafiando a humanidade por milhares de anos. Filósofos da antiga Grécia debatiam a natureza da verdade. Eles discutiam se ela era real e absoluta, ou relativa e ilusória. Suas dúvidas podem ter sido refletidas numa questão de Pilatos: “Que é a verdade?” (Jo 18.38).
Os humanos podem andar em dúvida e incerteza, mas Jesus é inequívoco. Ele fala sobre a verdade como algo exato e objetivo. Em outra parte ele nos fala que a verdade é a Palavra de Deus revelada. Quando ele falou com seu Pai (Jo 17.17), ele disse: “tua palavra é a verdade”. Quando Jesus falou sobre a verdade, ele não estava falando sobre uma vaga abstração resultante de um intenso pensamento humano, meditação, lógica ou de um debate. Ele não definiu a verdade em termos subjetivos como uma coisa qualquer que as pessoas escolheriam acreditar. Jesus definiu a verdade como um fato revelado e eterno! A palavra de Deus é verdadeira independentemente do fato de eu concordar com isso, de eu aceitar e obedecer, ou rejeitar e contestar.
Outros que escreveram o Novo Testamento fizeram similares afirmações sobre a palavra de Deus, achada nas Escrituras. Em 2 Timóteo 3.16-17, Paulo disse: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (ARA). Paulo também disse que seu ensinamento não tinha palavras de sabedoria humana, e sim palavras reveladas pelo Espírito Santo (veja 1Co 2.9-13).
Deus revelou a verdade como certa e absoluta. Deus não nos deu meramente ideias subjetivas para serem moldadas de modo a se ajustarem às nossas situações. Ele não aprova distorções ou modificações das Escrituras para que se ajustem aos nossos caprichos. Deus certamente não nos deixou num mar de dúvidas onde nada podemos saber com certeza.
Devemos escolher como responder a esta revelação de Deus. Nós podemos obedecê-la ou rejeitá-la. Temos a liberdade de aceitar tudo o que Deus disse, ou somente as partes que nos interessam. Mas quando decidirmos como responder a ela, devemos lembrar de que nada o que fizermos irá mudar a veracidade de suas palavras. Aproximadamente três mil anos atrás o escritor de Salmos disse: “A tua palavra, Senhor, para sempre está firmada nos céus.” (Sl 119.89 — NVI).
3. O propósito de Deus. Deus intencionalmente gerou novas criaturas com o propósito definido de fazer delas as primícias de suas criaturas. “Primícias” é termo judaico, que seria muito bem entendido pelos leitores judeus cristãos. Representa aquilo que era separado para Deus, antes que o restante fosse usado para qualquer coisa, como a melhor parte de uma colheita ou as melhores ovelhas de um rebanho. Eram os “primeiros frutos” (NVI). No Novo Testamento o termo é usado para se referir aos cristãos, que têm as primícias do Espírito (Rm 8.23), aos judeus, que foram as primícias da massa (Igreja) (Rm 11.6), a cristãos individuais que foram os primeiros a se converter em uma região (Rm 16.5; 1Co 16.15), a Cristo, como a primeira parte da ressurreição dos mortos (1Co 15.20,23). Tiago provavelmente usa a expressão para se referir ao fato de que os regenerados são o ápice da criação de Deus, aquela parte das suas criaturas que Deus intentou tomar para si, para que se tornassem santos para o Senhor, assim como os primeiros frutos eram consagrados a Ele. É nesse sentido que o termo ocorre em Apocalipse 14.4: “Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro”.
Deus deseja uma geração que seja exclusiva para si, separada para si, consagrada para si. E esse anseio do coração de Deus se revela em toda Bíblia. É um cuidado da parte de Deus com os seus escolhidos. Sem a santidade, ninguém verá o Senhor, isto é, não entrará no Reino de Deus. A santidade não pode ser protelada para se buscar nos momentos de agonia, de sofrimento na vida. Quem não se preparar e tiver vida santa na terra, não terá santidade na Eternidade. A santidade é requerida na vida presente. Todo aquele que crê em um Deus Santo deve buscar ser santo. Ser santo não é sugestão, mas imperativo para todo aquele que se tornou filho de Deus.

CONCLUSÃO

Como igreja de Jesus Cristo, o SENHOR nos fez e nos comprou a todos. Não há diferenças em Cristo Jesus. Temos a mesma salvação, a mesma esperança, as mesmas dificuldades e a mesma expectativa futura. Deve haver amor mútuo, respeito e alegria em cada um e para com os outros. Qualquer outra atitude, como inveja, lutas ou ressentimento, é do inferno. Que a igreja de Jesus Cristo possa prosperar através do amor, e sem qualquer acepção de pessoas.

Amados, não importa o quão pobre ou rico você é nas coisas deste mundo, o Senhor o escolheu em Seu abençoado Filho para a vida e as riquezas eternas. Ele escreveu o seu nome no Livro da Vida, e Ele o predestinou para a glória e a riqueza eterna. Deveríamos ser capazes de cantar os Seus louvores para sempre, pois o nosso céu no futuro excede em muito as riquezas vazias neste mundo perverso. Portanto, o nosso cântico deve ser sempre: Santidade ao Senhor! 



LIÇÃO 4 – 27 de julho de 2014 – O líder espiritual é comprometido com a oração

TEXTO AUREO

“Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos”. Ef 6.18

VERDADE APLICADA

A oração é o elo da comunicação entre o homem e Deus. Nela dizemos quem somos e o que precisamos, e Ele diz quem é e o que pode fazer.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Relembrar algumas forças contrárias à oração;
 Mostrar que, como rotina, a oração exige disciplina;
 Apresentar o padrão paulino de oração.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

lTm 2.1 - Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens,
lTm 2.2 - Em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito.
lTm 2.3 - Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador,
lTm 2.4 - O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.
lTm 2.5 - Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem,

Efésios 6.18
Certos comentaristas consideram que a oração é a sétima peça da armadura do cristão, entretanto é mais razoável acreditar que Paulo finaliza a metáfora com a referência à “espada do Espírito” ao término do versículo 17. E verdade que ele ainda se preocupa com a vitória do cristão na luta. O particípio orando está ligado com todas as ordens precedentes (10-17). Foulkes sugere que o apóstolo está dizendo; “Cada peça colocada com oração, e depois ainda continuai com toda oração e súplica”. O soldado cristão consegue se manter fiel, sendo bem-sucedido na resistência aos inimigos espirituais, somente quando permanece em espírito de oração, sempre pronto a pôr suas necessidades diante do Senhor. palavra mais geral para referir-se a oração é proseuche, enquanto que súplica provém da palavra deesis, que transmite o significado de “solicitação” ou “petição”.
1. Orar sempre (6.18)
Em todo tempo é tradução da expressão en panti kairo, que pode ser traduzida por “em todas as ocasiões” (NVI), “o tempo todo” (BV), “sempre” (NTLH). Kairos às vezes tem a força de circunstância especial e, por conseguinte, neste contexto, significaria “na ocasião do conflito”. O mais provável é que se refira à oração habitual e constante. Em 1 Tessalonicenses 5.17, Paulo exorta os crentes: “Orai sem cessar”. Nosso Senhor declarou que as pessoas devem “orar sempre e nunca desanimar” (Lc 18.1, BAB, NTLH, NVI). A constância em oração é imperativa para a vitória.
2. Orar no Espírito (6.18)
No Espírito não se refere ao espírito humano com sua capacidade de devoção e ardor, mas ao Espírito Santo, que é quem poderosamente inspira e intercede. Ele nos ajuda a formular as petições de acordo com a vontade de Deus (cf. Rm 8.26,27).
3. Orar com Toda Perseverança e Súplica por todos os Santos (6.18)
Vigiando (agrypnountes) transmite a ideia militar de “manter-se alerta”. Os cristãos têm de ser vigilantes em oração, não se permitindo a indiferença. Esta é a única maneira de estarmos preparados. Perseverança está relacionada à súplica por todos os santos. Beare comenta: “A agilidade incansável do cristão deve ser mostrada especialmente na intercessão perseverante a favor de todos os seus companheiros de luta”. A unidade na luta contra o mal é absolutamente necessária. A oração, portanto, tem de ser altruísta. Erdman observa: “O crente luta com mais valentia e coragem quando sabe que não está só”. E sobre tudo quando ele percebe que os outros estão “firmes com ele em oração”.
Na passagem de 6.10-18, temos “A Vida Cristã é uma Guerra Real” ou, talvez, “Tirar o Melhor da Vida significa Colocar o Melhor na Vida”. Paulo sugere alguns fatores-chave, aos quais devemos prestar toda a atenção: 1) Determinação e firmeza, 13; 2) Verdade, 14; 3) Conduta correta, 14; 4) Paz com Deus e com nossos semelhantes, 15; 5) Fé, 15; 6) Experiência pessoal de salvação, 16; 7) Uso da Bíblia, 16; 8) Oração, 18; 9) Testemunho pessoal e intercessão pelos outros, 18 (A. F. Harper).
Fonte: Comentário Beacon

                                          Introdução

É uma verdadeira incisão na alma ouvir um homem conectado a Deus. Quando Jesus falava havia impacto, as pessoas abandonavam o que faziam para segui-lo, ninguém era mais o mesmo após ouvi-lo (Mt 7.29 porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei.). Mesmo assim, observamos em Jesus uma qualidade invejável em nossos dias, a oração. Mas orar não é fácil, é batalha, exige disciplina. Sempre haverá tribulações para desestimular a frequência de um líder na presença de Deus, por isso, o líder deve ser sábio e perseverar na oração (At 6.4 Apresentaram esses homens aos apóstolos, os quais oraram e lhes impuseram as mãos.).

OBJETIVO
 Relembrar algumas forças contrárias à oração;

1. Algumas forças contrárias à oração
A oração é uma prática na vida de todo bom líder. Os grandes avivalistas do século passado tinham uma coisa em comum em seus discursos, a maneira de orar. Ainda que não se veja um pregador (a) em oração, o auditório sabe muito bem se ele esteve ou não na presença de Deus. Porém, precisamos estar alertas. Porque muitas coisas contrárias se unem para que não estejamos na presença de Deus. Vejamos algumas:

1.1. A ausência de disciplina
Um dos problemas mais comuns que conflitam com a devoção de um líder espiritual é a sua falta de compromisso com a prática da oração. O líder que não costuma inserir essa prática que dá sustentação a sua vida ministerial, em sua rotina, está fadado ao fracasso. Não existe liderança espiritual sem oração (Rm 12.12 Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração.). Cada um sabe sua melhor hora de rendimento e o momento mais conveniente para se dedicar à oração. Mas, quando se trata de um líder cristão, é importante que oferte os primeiros momentos do dia a Deus, não apenas por serem as primeiras horas, mas sim, porque demonstra dedicação ao Senhor e a seu ministério. Isso se chama disciplina diária (Dn 6.10 Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém e ali fez o que costumava fazer: três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus.).

1.2. O ativismo
Muitos líderes se tornam ativistas religiosos. Esse ativismo ocupa tanto a vida do líder em resolver as questões da “obra do Senhor” que não sobra ao líder energia para o “Senhor da obra”. Naturalmente são tantos os compromissos de reuniões, aconselhamentos, visitas e agendas, que o cansaço o impede de cumprir seu devocional. É preciso um programa previamente elaborado para a prática da devoção pessoal (lTm 4.16 Atente bem para a sua própria vida e para a doutrina, perseverando nesses deveres, pois, agindo assim, você salvará tanto a si mesmo quanto aos que o ouvem.), aqueles momentos que são obrigação de todo líder cristão, leitura da bíblia, oração, jejum, etc.. Uma solução simples seria dividir responsabilidades com outras pessoas, delegar autoridade, e não centralizar as coisas tanto em si. Nem Jesus trabalhou sozinho (Lc 10.1 Depois disso o Senhor designou outros setenta e dois a e os enviou dois a dois, adiante dele, a todas as cidades e lugares para onde ele estava prestes a ir.). Custa entender isso?

1.3. Prepotência e impaciência
Outro grande empecilho à oração é a prepotência. É comum que um líder, depois de conquistar a confiança da igreja ou equipe, passe a apoiar-se em seu carisma pessoal, em sua unção inicial e vá “empurrando com a barriga” o seu dia a dia. Crer que aparentemente tudo vai bem por causa da sua aceitação na organização é prepotência. Por outro lado, na vida ministerial, existem momentos de esterilidade pelo qual todos passam; e o costume de ver tudo se realizar rapidamente em nossos dias contribui muito para que um líder não tenha a paciência para estar só e quieto diante de Deus por um tempo em oração (Mc 6.46Tendo-a despedido, subiu a um monte para orar.).
Um líder nada mais é que um servo. E como todo bom servo, ele deve buscar instruções de seu Senhor. Quando um líder cristão sai da condição de servo, pode estar incorrendo em um grande risco, o de tornar-se herege. A dependência está conectada à humildade, e esta, à obediência. Ao observar a derrota dos exércitos de Josué para a insignificante cidade de “Ai”, vamos concluir que o excesso de confiança e a ausência de oração se uniram e conduziram Josué a perder a batalha mais ganha de sua vida (Js 7.1-13).

OBJETIVO
 Mostrar que, como rotina, a oração exige disciplina;

2. O grande conflito
Estamos envolvidos em um conflito de forças que vão além das pessoas. Embora cada qual seja responsável por suas atitudes, há, porém, forças que um líder espiritual deve enfrentar para o estabelecimento e crescimento do Reino de Deus. Tais forças nem sempre são compreendidas e quase sempre negadas, mas fazem parte do combate de um líder cristão. A luta não é contra carne nem sangue, ou seja, contra as forças do mundo físico (Ef 6.12).

2.1. Lutando contra as hostes espirituais
Sabemos que a proposta do evangelho é antagônica ao sistema mundano; nós não lutamos contra as pessoas, porém lutamos contra a má influência que nelas está. Mas, como vencer um inimigo invisível? Ou nos tornamos invisíveis como ele, ou entramos em seu mundo. A única maneira de vencer um bom adversário é conhecendo seus pontos vulneráveis e que tipo de armas utiliza na batalha (Mc 3.27 De fato, ninguém pode entrar na casa do homem forte e levar dali os seus bens, sem que antes o amarre. Só então poderá roubar a casa dele.). Mas, como fazer isso se a batalha não é carnal? A resposta é: entrar na mesma dimensão em que ele está, conhecer seu mundo e sua esfera de ação. Saber se realmente estamos preparados ou não. Paulo descreve nossos inimigos invisíveis como principados, potestades, dominadores, hostes da maldade, eles são a força que controla as esferas de poder (Ef 6.12 pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.). São agentes invisíveis com ações visíveis em nosso mundo, é contra eles que consiste a luta da Igreja cristã.
Paulo tinha a consciência que estava lutando contra um sistema controlado pelas forças das trevas, e essas forças convergiriam contra a igreja, perseguindo-a e tentando anulá-la. Ao compreender como agiam e de onde o mal procedia, ele decidiu ser combativo, dedicou-se a influenciar a igreja e demais obreiros, abrindo seus olhos para que se equipassem, e assim com ele, combatessem esse inimigo invisível e real (Ef 6.10-18).

2.2. A preparação de cada dia
Antes de todo o combate, faz-se necessário uma preparação para ele. Ninguém em são juízo enfrenta um adversário sem o devido preparo (Lc 14.31-32 “Ou, qual é o rei que, pretendendo sair à guerra contra outro rei, primeiro não se assenta e pensa se com dez mil homens é capaz de enfrentar aquele que vem contra ele com vinte mil? Se não for capaz, enviará uma delegação, enquanto o outro ainda está longe, e pedirá um acordo de paz”.). Existem dias calmos, dias intensos, e o dia em que o Apóstolo Paulo denominou como: “o dia mau”, e para todos esses, devemos nos preparar antecipadamente (Ef 6.13 Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo.). Qualquer pessoa e, principalmente, um líder, deve estar pronto para resistir em todo o tempo. Embora Paulo use a expressão “dia”, ele não estava falando de um dia de vinte quatro horas, e sim, de acontecimentos surpreendentes como: tentações, luto, divisões, guerra, rebeliões, impiedade, etc. Tragédias são inevitáveis, todavia, estar preparado é uma recomendação bíblica: “Tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau” (Ef 6.13).

2.3. Dois pontos de convergência da oração
O Senhor Jesus orientou seus discípulos que orassem a Deus para que enviasse ceifeiros para a sua seara (Mt 9.37-38 Então disse aos seus discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua colheita”.). De outro modo, Paulo insistiu que Timóteo juntamente com a igreja utilizasse todo o tipo de modalidade de intercessão pelas autoridades (lTm 2.1-2Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade.). Paulo fala da prática de súplicas, orações, intercessões e ações de graças, por todos os homens e em favor dos reis e demais autoridades. As finalidades são para que os crentes em Jesus tenham uma vida quieta e sossegada (Jr 29.7 Busquem a prosperidade da cidade para a qual eu os deportei e orem ao SENHOR em favor dela, porque a prosperidade de vocês depende da prosperidade dela.); bem como, eles sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Esses são os dois pontos de convergência da oração, os quais envolvem líderes cristãos e seculares.
Nos dias de Paulo, o maior obstáculo ao evangelho de Cristo era o sistema pagão, o governo despótico romano e a própria adoração requerida por ele. Os únicos isentos da adoração a César eram os judeus. Porém, quando os cristãos vieram a crescer e a destacar-se por todo o império, isso se tornou um sério problema: perseguição, julgamentos, mortes, etc. Como Paulo era um líder de grande discernimento espiritual sabia que, por trás do Império Romano, havia forças que a influenciavam e controlavam. Ele fala de seres espirituais e os chama de governantes desse mundo tenebroso.

OBJETIVO
 Apresentar o padrão paulino de oração.

3. Estabelecendo um padrão de oração
O estabelecido padrão paulino de oração na carta aos Efésios (Ef 6.18 Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos.), diz respeito ao tempo de oração a ser dedicado, à intensidade e à abrangência com ação de graças. Trata-se de um padrão conciso, sem rodeios e eficaz. Uma vez adotado, pessoal e coletivamente, trará grandes e duradouros resultados.

3.1. O tempo de oração - “Orando em todo tempo”
É fácil entender o que a Bíblia nos ordena, orai sem cessar. Mas a oração foi difícil até mesmo para Jesus. Quantas vezes Ele tentou orar com seus discípulos, mas eles sempre deixavam a desejar (Mt 26.40 Depois, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. “Vocês não puderam vigiar comigo nem por uma hora?”, perguntou ele a Pedro.). Marcos narra um fato interessante onde os discípulos trabalharam sem sucesso para expulsar um demônio, e ao interrogarem a Jesus, Ele lhes expôs a ausência da oração e jejum, como motivo do fracasso nos confrontos do mundo espiritual (Mc 9.28-29 Depois de Jesus ter entrado em casa, seus discípulos lhe perguntaram em particular: “Por que não conseguimos expulsá-lo?” Ele respondeu: “Essa espécie só sai pela oração e pelo jejum”.). A oração não dá ibope. Ela é solitária, é um período de batalhas, é secreta, e, é investimento em longo prazo. Contudo, há um segredo em orar. Jesus orava sempre ao amanhecer mas, quando saía a campo, com apenas uma palavra, curava enfermos, libertava pessoas oprimidas, ressuscitava mortos, dava vista aos cegos. Devemos observar que os discípulos nunca pediram para Jesus lhes ensinar a fazer maravilhas, mas a orar pediram (Lc 11.1 Certo dia Jesus estava orando em determinado lugar. Tendo terminado, um dos seus discípulos lhe disse: “Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou aos discípulos dele”.). Eles compreenderam que quem é disciplinado em orar não perde o dia tentando resolver com a razão aquilo que só no espírito se vê.

3.2. A intensidade da oração - “Com toda oração e súplica”
Intensidade não tem nada a ver com a posição da oração que está sendo feita. Intensidade diz respeito ao fervor, à animação e à intimidade com que se ora (Gl 4.6 E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao coração de vocês, e ele clama: “Aba a, Pai”; Mc l4.36a). Essa intensidade deve proceder do íntimo do nosso ser, João Bunyan disse certa vez: “Na oração, é melhor ter um coração sem palavras do que palavras sem um coração”. A intensidade varia de acordo com a necessidade pelo que se está orando. As nossas palavras devem ser harmônicas com o nosso sentimento. Assim, tal sentimento deve ser demonstrado simultaneamente com as palavras, seja tanto em público quanto em particular. Todavia, há orações que são verdadeiros júbilos, dessa feita, tornam-se orações alegres de vitória. É importante que nunca falte ações de graça nas orações.

3.3. Vigiando na intercessão, na oração - “Por todos os santos”
A oração de um líder nunca é pessoal, sempre está voltada para aqueles a quem presta serviço. Uma vida de oração pede que, em dado momento, nos anulemos (Ef 3.13-14 Portanto, peço-lhes que não desanimem por causa das minhas tribulações em seu favor, pois elas são uma glória para vocês. Por essa razão, ajoelho-me diante do Pai,) e venhamos lutar por quem milita, por quem administra, preside, e por todos que são contados como autoridades (lTm 2.2 pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade.). Na verdade, não falta motivos para orarmos. O líder dedicado jamais deixará fora de sua agenda de oração: sua família, os componentes da organização ou departamento que lidera, os necessitados e os aflitos. Como o Sumo Sacerdote, leva o povo a Deus e traz Deus ao povo, o líder deve sempre entender que foi constituído como uma ponte entre o povo e Deus.
O Espírito Santo atua maravilhosamente quando se decide viver pela fé. Ele tanto transforma as nossas débeis orações em poderosas súplicas quanto usa o nosso espírito (Rm 8.26), colocando-o na brecha da oração para determinado propósito. Assim podemos orar em todo o tempo.

Conclusão
As forças contrárias à oração precisam ser anuladas, antes que anulem a nossa atuação no Reino. Devemos superar os obstáculos do ativismo que gera cansaço, distração e fraqueza, e também a falta de programa previamente estabelecido que sirva de direção. Uma vez superados esses entraves, mantenhamos um padrão de oração (lTs 5.17 Orem continuamente.) para o nosso próprio crescimento espiritual.

QUESTIONÁRIO

1. Cite uma das forças contrárias à oração.
R. Falta de programa; ativismo; prepotência e impaciência.
2. O que o líder precisa para vencer o ativismo?
R. Um programa previamente elaborado para a prática da devoção pessoal (1 Tm 4.16).
3. A proposta do evangelho é antagônica a quê?
R. Ao sistema mundano.
4. Quais são os dois pontos de convergência da oração?
R. Orar por causa da necessidade de líderes cristãos e pelos líderes seculares.
5. Para quem está voltada às orações de um líder?
R. Aqueles a quem presta serviço.

           

                  LIÇÃO 5 – 03 de agosto de 2014 

                O cuidado com a família de um líder

TEXTO AUREO

“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”. lTm 5.8

VERDADE APLICADA

Cuidar da família é dever de todos. Sucesso algum será bem vindo se não existe uma família para compartilhar.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Apontar os principais cuidados de um líder com sua família;
 Descrever o perfil que a esposa do líder deve ter;
 Descrever como deve ser o cuidado dispensado aos filhos.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

lTm 3.2 - Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
lTm 3.3 - Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento;
lTm 3.4 - E que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito
lTm 3.5 - (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?);
Tt 1.6 - Alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados.

lTm 5.8 Deixar de cumprir com o cuidado básico e o sustento de um membro da família é a mesma coisa que negar a fé, pois ninguém pode afirmar amor e fidelidade a Deus e, ao mesmo tempo, negligenciar sua família (Mt 5.46,47). Fazer isto torna a pessoa pior do que o infiel,pois até mesmo os adoradores de ídolos sem fé em Cristo entendiam a responsabilidade de cuidar das necessidades da família. Existem algumas obrigações para com aqueles que nos deram a vida que simplesmente devem ser honradas. As nossas famílias forneceram um espaço no qual nós podemos demonstrar a qualidade do nosso amor por Deus. João fez uma severa repreensão a qualquer crente que ousa declarar que ama a Deus, mas, como diz Paulo, não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família. O crente que negligencia as responsabilidades humanas mais básicas, em efeitos práticos, negou a fé.
Fonte: Comentário Bíblico de Aplicação pessoal

Introdução
Governar bem a própria casa é uma ordenança para qualquer pessoa que almeja o ministério, sem isso, não haverá enquadramento nem chances para liderar. É evidente que não existem famílias perfeitas, mas disciplina e educação fazem da vida exemplos a serem copiados. Observe o perfil de um líder descrito por Tito: “Alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não sejam acusados de dissolução, nem sejam insubordinados”. Analisemos alguns cuidados que um líder deve ter em relação a sua família:

OBJETIVO
 Apontar os principais cuidados de um líder com sua família;

1. Cuidados a serem demonstrados
A casa de Deus deve ser uma extensão da casa de um líder cristão. A sua vida doméstica deve ser tão inspiradora que o motivo dele estar exercendo sua liderança na igreja seja o exemplo de seu cuidado dispensado a sua própria família (lTm 3.12 O diácono deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua própria casa.). Não é difícil se esquecer de casa por estar comprometido com o ministério. Muitos líderes são reprovados nesse quesito, e, por esse motivo, muitos casamentos também se dissolvem. A ordem de propriedades é esta: Deus, família, trabalho e igreja. Observe que Deus começa e termina essa ordem, por isso não há o que temer. Quando saímos dessa sequência, os problemas certamente irão nos encontrar.

1.1. Cuidado espiritual no lar
O primeiro lugar onde se deve liderar é em casa. O marido deve exercer a prerrogativa de ser o pastor e sacerdote do seu lar (Ef 5.23 pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador.). É importante que cultivem o culto doméstico com afinco, desenvolvendo um clima agradável e sem cobranças domésticas nesse momento. Dependendo da idade dos filhos, é bom providenciar livros e Bíblia ilustrados para o momento devocional em família. As histórias devem ser contadas com criatividade dando, porém, sempre a entender a realidade delas, e não como contos. Os pais não devem apenas mandar seus filhos para escola dominical, e sim ir com eles (Pv 22.6 Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos a não se desviará deles.). Às vezes, não caímos na real para ver que somos líderes de todos da igreja, menos de nossa família. Temos tempo para gabinete e aconselhamento, mas nos falta tempo para observar o que está rondando nossa casa ou se infiltrando em nossos lares. O culto doméstico é uma prática esquecida por muitos, todavia, sendo posto em uso, muitos problemas, e até mesmo, a visão dos filhos em relação aos pais mudaria.

1.2. Cuidado afetivo com a esposa e os filhos
O primeiro e maior presente que o líder cristão deve doar para os seus é ele mesmo. Foi isso que Deus nos fez, doou a si mesmo, Ele é “Deus conosco” (Mt 1.23; Jo 1.14). O vocacionado ao ministério cristão deve ir além do superficial, deve desenvolver um relacionamento de alma profundo. Sua melhor maneira de dar carinho é dando atenção à esposa, passando tempo com ela. Quanto ao diálogo, deve o líder conversar mais que as coisas cotidianas e notícias; devem abrir seus corações, seus sentimentos, falar de suas ansiedades e sonhos. Declarar seu amor (Ct 2.10 O meu amado falou e me disse: Levante-se, minha querida, minha bela, e venha comigo.). Quanto aos filhos, deve ouvir-lhes as histórias mesmo que isso lhe pareça penoso, mostrar real interesse com a forma de olhar e no tom de voz quando fala.

1.3. Cuidado com a disciplina
O amor paterno deve ser demonstrado sempre pela disposição em corrigir os filhos, sem, contudo, irritá-los e desanimá-los (Cl 3.21 Pais, não irritem seus filhos, para que eles não desanimem.). Na atualidade, muitos educadores escolares estão sofrendo com a falta de limites demonstrada pelas crianças nas escolas, isso porque os pais estão deixando seus filhos para que as escolas eduquem. A correção deve ser aplicada com amor desde cedo, enquanto a criança está em formação, nessa fase é comum que façam tolices. Mas é nessa época que ainda há esperança. Por isso, o ensino, admoestação, exortação, a presença e o amor se fazem necessários (Pv 19.18 Discipline seu filho, pois nisso há esperança; não queira a morte dele.; 22.15).
O vocacionado em particular deve ter: “os filhos em sujeição, com toda modéstia” (lTm 3.4). Corrigir os filhos é tão importante quanto alimentá-los, a correção traz recompensa no futuro: “Corrige o teu filho, e te dam descanso, dará delícias à tua alma” (Pv 29.17). Essa recompensa também inclui livrar a alma do filho do inferno (Pv 23.13-14).

OBJETIVO
 Descrever o perfil que a esposa do líder deve ter;

2. Recomendações à esposa do líder
Nos passos de um homem bom sempre estará uma boa mulher, e, é claro, em todo tempo ao seu lado (Sl 128a). A mulher é peça fundamental no ministério do marido, por isso, ela é uma dádiva de Deus para ajudá-lo. Ela deve, de igual modo, estar consciente de sua responsabilidade nessa missão, pois, como esposa, é parte vital para o sucesso ministerial de seu marido. Na primeira carta a Timóteo 3.11, existem três recomendações que comentaremos a seguir:

2.1. Mulheres respeitáveis em tudo
É preciso compreender que a esposa de um líder nem sempre será líder como ele numa organização (lTm 2.13-15 Porque primeiro foi formado Adão, e depois Eva. E Adão não foi enganado, mas sim a mulher que, tendo sido enganada, tornou-se transgressora. Entretanto, a mulher  será salva dando à luz filhos se elas permanecerem na fé, no amor e na santidade, com bom senso.). Há casos de mulheres que trabalham em igrejas e são notoriamente mais influentes que seus maridos. Primeiro, porque a elas foi concedido o ministério; segundo, porque alguns maridos não possuem vocação ministerial ou ainda não se converteram. Mas há também líderes que têm esposas que somente os acompanha, porém, por se tratar de ser a esposa de um líder cristão, ela deve ser uma mulher respeitável, digna de consideração, venerável como a Bíblia diz: “a esposa respeite o marido” (Ef 5.33 Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.), é dessa forma que ela alcançará respeitabilidade em seu lar e igreja. Respeitável significa: “que se dá ao respeito - não dada a falatórios”. Enfim, uma mulher deve ser respeitável em todas as suas relações, e principalmente, em relação ao seu marido.

2.2. Mulheres não maldizentes
Maldizente é aquela que fala mal dos outros, dada a fazer fofocas (lTm 3.13 Os que servirem bem alcançarão uma excelente posição e grande determinação na fé em Cristo Jesus.). A expressão grega usada por Paulo nesse texto é uma advertência para que as esposas não tenham esse adjetivo “me diabolous”, que pode ser traduzida por: “não caluniadoras”. Isto é, que não atribuam falsamente a alguém determinada coisa. Nesse caso, a vítima passa a ter sua imagem desfigurada e sua reputação comprometida até que se descubra a verdade, que mesmo após ser dita, não será suficiente para reparar os danos causados por uma semente tão maligna. E preciso muito cuidado, pois quando essa “fofoca” parte dos lábios da esposa de um líder, a liderança fica minada e prestes a desmoronar-se.

2.3. Mulheres temperantes e fiéis
Quando se fala de liderança, fala-se de um conjunto. Embora uma mulher não governe completamente com seu esposo, sua harmonia e compreensão para com o ministério de seu marido são imprescindíveis (Ef 5.22 Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor,). Uma pessoa pode amar a outra, mas isso não significa que irá acompanhar na mesma visão. Hoje muitos lares estão sofrendo por causa dessa indiferença, pessoas que se casaram com diferentes visões. Os membros de uma igreja não abraçam um líder solitário e mal resolvido sentimentalmente, afinal que espelho seria ele para as famílias? Mesmo tendo um chamado visível, esse será incompleto pela ausência de um cônjuge. Família é a credencial de um líder.
Uma esposa egoísta ou imatura não terá muita paciência em esperar seu marido atender as pessoas depois do culto ou das sessões de aconselhamento. Uma mulher egoísta desejará o marido só para ela e não terá prazer de compartilhar as visitas, orações e responsabilidades dele. Uma mulher que não entende uma vocação ministerial não deve servir para futura esposa, pois ela será um estorvo no ministério do marido. A esposa de um líder deve estar disposta a suportar aquilo que chamamos de: “as dores do ministério”. Bom seria ver isso antes do casamento.

OBJETIVO
 Descrever como deve ser o cuidado dispensado aos filhos.

3. Cuidados com os filhos
Os pais devem ter o objetivo de reproduzir seu próprio comportamento em seus filhos (Gn 5.3). Quando Deus criou a humanidade, criou a sua imagem e semelhança (Gn 1.27), de modo a parecer e pensar como Ele, como também carregar suas características e suas qualidades, agindo como Ele. Do mesmo modo, os pais precisam seguir esses mesmos objetivos, semelhantemente, os filhos devem sentir Deus em seus corações. E, em seu cotidiano, responder ao chamado divino da mesma forma que seus pais.

3.1. Filhos bem disciplinados (lTm 3.4)
Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade.
Criar filhos sem disciplinas, além de ser uma atitude insana, acarretará em problemas para o futuro. Governar a própria casa não é tarefa fácil. Se de fato desejamos um mundo melhor, devemos criar filhos melhores. Não é comum em nossos dias vermos famílias reunidas à mesa (Sl 128.3 Sua mulher será como videira frutífera em sua casa; seus filhos serão como brotos de oliveira ao redor da sua mesa.). Os tempos são outros, os pais trabalham demais para o sustento da família, as mães auxiliam com seus ganhos, e, por isso, quem educa os filhos são as creches e as babás eletrônicas. O resultado é claro, filhos de personalidades mescladas e de difícil comportamento perante os pais. A Bíblia nos ordena ensinar os filhos “no” caminho, isso é tarefa dos pais, não das escolas ou creches. Ela nos diz que se não ensinarmos “no” caminho, eles se desviarão (Pv 22.6). Deus não nos deu filhos para que outros desempenhem nosso papel de pais.
Um líder que enxerga a si mesmo como um pai, deve se sentir no dever de entesourar uma boa herança para seus filhos e netos (2Co 12.14). A satisfação de todo o bom pai é ver seus filhos crescerem e prosperarem em tudo o que fazem. Esse pai se empenha e se esforça para que o filho seja desprendido, e, sem o uso da força, alcance sucesso no futuro, isso porque recebeu de seu pai o alicerce necessário para ir adiante.

3.2. Filhos respeitosos
Seguido da disciplina, deve vir o respeito, que deve ser manifesto mutuamente pelos membros da família, revelando ordem e as coisas peculiares à fé. Ora, temos nas Escrituras dois exemplos muito bons: positivo, os descendentes dos recabitas, filhos de Jonadabe que honravam a palavra do pai (Jr 35.1-10); o exemplo negativo vem de Hofni e Finéias, filhos de Eli que não honravam a palavra do pai, e nem tampouco as coisas sagradas, por isso, eles sofreram severo juízo (ISm 2.12-16; 2.22-25). Temos dois assuntos muito importantes aqui: honra e desonra. Um traz bênçãos e vida fértil, o outro traz punição e morte. Observemos nossa geração! Muitos filhos hoje não completam maior idade morrendo antes do tempo. E por quê? Desobediência ao pai e à mãe. O mandamento diz que respeito é vida, e desonra é morte antecipada (Ef 6.1-3).

3.3. Filhos fiéis (Tt 1.6)
É preciso que o presbítero seja irrepreensível, marido de uma só mulher e tenha filhos crentes que não sejam acusados de
libertinagem ou de insubmissão.
A versão da Bíblia ARC traduz melhor esse texto, e o faz da seguinte maneira: “que tenha filhos fiéis”. Paulo era homem de visão extraordinária, de ideias amplas, mas sem meios termos. Os filhos deveriam ser fiéis à fé dos pais. Naqueles tempos, quando um chefe de família aceitava uma nova religião, todos da sua casa deveriam acompanhá-lo (At 16.31 Eles responderam: “Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa”.). Todavia, Paulo está impondo uma condição severa, que não era apenas aceitar a religiosidade do chefe da casa, mas que os outros pudessem ser testemunhas de que ali (no caso de Creta) eram filhos verdadeiros e fiéis nos negócios, nas obrigações sociais e na fé cristã.
Tem sido uma tragédia a realidade dos filhos de muitos obreiros em todos os níveis, e principalmente, líderes do círculo de oração. De um lado, tem faltado disciplina aplicada aos filhos, de outro, há extremos exigidos aos filhos como uma postura adulta e impecável, por serem filhos do pastor. Por causa disso, muitos têm deixado a igreja no decorrer dos anos.

Conclusão
Sendo a casa de Deus uma extensão da casa de um líder cristão, sua vida doméstica deve ser inspiradora. Todavia, os pais devem evitar pôr um fardo pesado demais sobre os filhos. Assim eles devem também lutar com muita sabedoria por seus filhos evitando um legalismo intransigente e a possibilidade de afastamento da fé deles. As cobranças que pesam sobre a família e principalmente sobre os filhos do pastor é muito grande e até injusta muitas vezes. Por isso o líder junto com a sua esposa deverão ter um sério equilíbrio nessa questão.

QUESTIONÁRIO

1. Qual a grande ordenança para quem almeja o ministério?
R. Que governe bem a sua própria casa.
2. Quais são principais cuidados a serem demonstrados por um líder em relação ao seu lar?
R. Cuidado espiritual, afetivo e com a disciplina.
3. De que forma a esposa alcançará respeitabilidade na família e igreja?
R. Respeitando o marido.
4. Por que os filhos de nossa geração morrem antes do tempo?
R. Por desonrarem seus pais.
5. Como deve ser aplicada a correção nos filhos?

R. Deve ser aplicada com amor desde cedo. 


 



     LIÇÃO 6 – 10 de agosto de 2014 

   Liderança e sua influência inspiradora


TEXTO AUREO


“Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza”. lTm 4.12

VERDADE APLICADA

O mundo aguarda uma manifestação da igreja repleta de autoridade baseada na integridade e no exemplo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Descrever o que é ser um padrão de inspiração;
Apontar o modelo de comunicação em que uma liderança deve se esmerar;
Demonstrar a importância do perfil inspirador do líder exemplar.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Tt 2.1 - Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.
Tt 2.2 - Quanto aos homens idosos, que sejam temperantes, respeitáveis, sensatos, sadios na fé, no amor e na constância.
Tt 2.3 - Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem,
Tt 2.4 - a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos,
Tt 2.5 - a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada.
Tt 2.6 - Quanto aos moços, de igual modo, exorta-os para que, em todas as coisas, sejam criteriosos.
Tt 2.7 - Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência,

Introdução
O estilo de liderança do Senhor Jesus foi além de prático, muito inspirador. Ele mesmo disse: “eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15). Noutra ocasião também falou: “aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29). Tais palavras destacam a qualidade da sua liderança inspiradora. Igualmente, os termos “façais e aprendei” trazem consigo um apelo de compromisso com o seu exemplo.

OBJETIVO
Descrever o que é ser um padrão de inspiração;

1. Padrões de inspiração
Quem conhece Jesus não o segue pelo que Ele faz, mas pelo que Ele é. O que Jesus tem de mais impactante, em sua liderança, é sua integridade de vida. Suas palavras transformaram a vida das pessoas, Ele é o homem perfeito, o nosso maior modelo. Sua liderança para influenciar na melhora das pessoas era extraordinária e com testemunho (Jo 5.36 “Eu tenho um testemunho maior que o de João; a própria obra que o Pai me deu para concluir, e que estou realizando, testemunha que o Pai me enviou.). “Ele liderava homens e mulheres para uma causa e propósito comum, através do seu caráter que inspira confiança” (Jo 13.15). Liderança é, acima de tudo, um exercício de relacionamentos.

1.1. Bons líderes são padrões de excelência
Todo e qualquer padrão ou modelo tem uma forma e conteúdo específico. Na questão da liderança inspiradora ela não foge a esta regra. Paulo diz ao jovem líder Timóteo: “torna-te padrão dos fiéis” (lTm 4.12). O homem sem Jesus Cristo é como o início da criação: sem forma e vazio (Gn 1.2). Mas a presença de Deus em sua vida o torna criativo e capaz. Ele passa a ter forma e conteúdo. O que o forma é a Palavra (Gn 1.3a), e o que o preenche é o Espírito de Deus. E seguindo o modelo que é Cristo, os cristãos amadurecidos e líderes espirituais se tornam espelhos nos quais a próxima geração adquire forma e conteúdo também (lJo 2.6 aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou.). A palavra padrão vem do grego “tipos”, ela se refere a “uma figura formada por um golpe ou impressão”. E exatamente isso que Deus quer formar através de seus líderes, e como acontecerá? Com a forma da sua Palavra e o conteúdo do Espírito Santo.
Padrão é aquilo que serve de modelo para outros. Uma séria acusação que pesa sobre a igreja através dos tempos, tem sido a falta de exemplo dos cristãos e se?xs líderes. Há uma enorme diferença entre aquilo que se ensina e se exige para o que muitas vezes é exemplificado. Uma liderança plena de autoridade é aquela que obedece à Palavra e se oferece como padrão a ser seguido.

1.2. Bons líderes são incentivadores
O líder também tem a função de despertar as motivações das pessoas para que os resultados aconteçam. Não existe nada mais incentivador que um bom exemplo (Gl 6.17 Sem mais, que ninguém me perturbe, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus.). Além disso, toda liderança tem a função de gerar benefícios significativos na vida dos seus liderados, tornando-o também um agente multiplicador. O líder sempre tem a função de agregar valores, buscando performances diferenciadas. A liderança é resultado comum entre as partes; é uma situação em que se evidencia o comprometimento em busca de um objetivo comum. Um líder deve não somente gostar do que faz, como também “gostar de gente”. Sua meta é sempre fazer as pessoas refletirem e participarem (ICo 15.58 Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.). Treinar, formar, ouvir, acrescentar e controlar situações, é coisa comum ao dia-a-dia de cada bom líder.

1.3. Bons líderes são esclarecedores
Líderes identificam problemas, mas criam soluções. Os problemas escravizam as pessoas ao ponto de enxergarem apenas as dificuldades. Jesus era perito em criar soluções (Jo 20.30 Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais miraculosos, que não estão registrados neste livro.). Ao encontrar a mulher Samaritana, Jesus lhe deixou tão empolgada com suas declarações que ela, além de esquecer quem era e se revelar aos outros, abandonou o símbolo de sua vergonha, o cântaro que trazia consigo. A confiança deve ser um dos primeiros passos para solução dos problemas. Quanto mais confiança um líder instila em outra pessoa, maiores as chances de ela superar suas barreiras. Jesus era assim, ele inspirava confiança (Jo 6.2 e grande multidão continuava a segui-lo, porque vira os sinais miraculosos que ele tinha realizado nos doentes.).
Aquela mulher à beim do poço tinha além de problemas psicológicos, um grande problema social. O horário em que se dirigiu ao poço denunciava sua situação. Era o horário em que não havia ninguém, e, assim, as criticas e as repúdios dos vizinhos não poderiam atingi-la. Jesus lhe revela o número de seus relacioruimentos e lhe assegura que o que vivia atualmente também era roubado. Ela sai dali impactada., alegre e liberta. Abandona o cântaro e a vida de tiisteza, e conta para todos quem é, e quem a libertou: “Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens: Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito” (Jo 4.28.29).

OBJETIVO
Apontar o modelo de comunicação em que uma liderança deve se esmerar;

2. Padrão de comunicação
As palavras são poderosas ferramentas, elas têm o poder de matar e vivificar, é por elas que seremos vistos como salvos ou ímpios. Jesus disse: “Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12.37). A melhor forma de um líder apresentar-se como um comunicador do evangelho é não ter do que se envergonhar, vivendo com integridade (2Tm 2.1-5). A transparência e a coerência inspiram confiança nos liderados.

2.1. O manejo da palavra da verdade (2Tm 2.15)
Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade.
Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós” (Tt 2.7-8). Quem vai a um culto cristão, vai antes de tudo, alimentar-se da Palavra de Deus. A Palavra de Deus alimenta a alma, corrige os nossos erros, esclarece nossas dúvidas e causa bem estar. Manejar bem a palavra é muito mais que saber citar passagens inteiras ou versículos-chave. Os homens de Deus não saem da presença dele com discursos enlatados ou fábulas. Uma coisa notável no discurso de Jesus era sua autoridade (a certeza daquilo que ensinava). “E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas” (Mc 1.22). A Palavra é uma arma letal e incisiva, quando manejada com verdade produz vida, e penetra nas regiões mais ocultas da alma humana (Hb 4.12c).
Não é o poder que faz as pessoas seguirem um líder, mas seu caráter, integridade e a maneira de relacionar-se com elas. O líder é um ser humano que se dispôs e assumiu a realização de uma missão com as pessoas. O significado original da palavra ‘liderança’ é continuar uma jornada na companhia dos outros. Assim, um líder está indo para algum lugar, ele tem uma meta e uma visão. Aqueles que se unem a ele na jornada confiam nele, embora não conheçam o caminho, confiam no líder para conduzi-los. Uma liderança cativa às pessoas pelo comportamento e pela ética irrepreensíveis. Não ordena para que algo seja feito ele apenas motiva e seus liderados realizam.

2.2. O conteúdo da sã doutrina (Tt 2.1-6)
Você, porém, fale o que está de acordo com a sã doutrina. Ensine os homens mais velhos a serem moderados, dignos de respeito, sensatos e sadios na fé, no amor e na perseverança. Semelhantemente, ensine as mulheres mais velhas a serem reverentes na sua maneira de viver, a não serem caluniadoras nem escravizadas a muito vinho, mas a serem capazes de ensinar o que é bom. Assim, poderão orientar as mulheres mais jovens a amarem seus maridos e seus filhos, a serem prudentes e puras, a estarem ocupadas em casa, e a serem bondosas e sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja difamada. Da mesma maneira, encoraje os jovens a serem prudentes.
O conteúdo da sã doutrina parte de alguns fatos ligados a pessoa de Deus: Do poder criador, sustentador e regenerador, da sua santidade e do seu amor imenso pela sua criatura. Doutrinar significa instruir, ensinar, incutir, educar e corrigir. Paulo, ao escrever a Tito, acerca do conteúdo da sã doutrina, demonstra preocupação com a vida de santidade dos cristãos cretenses. Paulo contempla homens e mulheres idosos, jovens recém-casadas e os jovens solteiros. Esse é o público alvo de Tito e de todas as igrejas que precisam de doutrinamento quanto a sua conduta cristã. Trata-se da conduta que devemos almejar, possuir e preservar. Nenhum pregador tem o direito de subtrair o teor da Palavra, a não ser àqueles, que por motivo de lucro, exploram os outros (2Co 2.17 Ao contrário de muitos, não negociamos a palavra de Deus visando lucro; antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus.).

2.3. Coisas a serem evitadas (2Tm 2.16-19)
Evite as conversas inúteis e profanas, pois os que se dão a isso prosseguem cada vez mais para a impiedade. O ensino deles alastra-se como câncer a; entre eles estão Himeneu e Fileto. Estes se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição já aconteceu, e assim a alguns pervertem a fé. Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece inabalável e selado com esta inscrição: “O Senhor conhece quem lhe pertence” e “afaste-se da iniqüidade todo aquele que confessa o nome do Senhor”.
Paulo recomenda a Timóteo que rejeite completamente questões inúteis, porque elas não edificam e só produzem contendas. A missão não era fácil. Ensinar com mansidão (Tt 3.1-2 Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às autoridades, sejam obedientes, estejam sempre prontos a fazer tudo o que é bom, não caluniem ninguém, sejam pacíficos, amáveis e mostrem sempre verdadeira mansidão para com todos os homens.) aos que resistem à verdade, na expectativa que Deus lhes concedesse arrependimento e lhes despertassem do sono espiritual. O líder ou ministro deve estar pronto a suportar o sofrimento que advém da observação da ignorância e endurecimento daqueles que estão debaixo do seu ministério, os quais devem ser instruídos com mansidão.
Quanto ao discurso, os falsos líderes são neste aspecto facilmente identificáveis, eles gostam de entreter o povo com piadas, amam contendas de palavras, não doutrinam o povo, porque veem o evangelho como fonte de lucros.

OBJETIVO
Demonstrar a importância do perfil inspirador do líder exemplar.

3. Padrão de boas obras
O líder cristão deve em sua própria pessoa oferecer-se como um modelo de boas obras (Tt 2.7 Em tudo seja você mesmo um exemplo para eles, fazendo boas obras. Em seu ensino, mostre integridade e seriedade;). Note que a palavra de Paulo está no imperativo “torna-te padrão”. Palavra semelhante encontramos em lTm 4.12. Este homem que lidera deve ser um padrão dos fiéis:

3.1. Na linguagem
Tanto o testemunho verbal como o testemunho pessoal deve refletir um elevado padrão. Significa que a linguagem deve ser sadia e irrepreensível, é notório que quem tem domínio da língua alcança a perfeição (Tg 3.2 Todos tropeçamos de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no falar, tal homem é perfeito, sendo também capaz de dominar todo o seu corpo.), pois somos constituídos por aquilo que falamos. Assim, um líder cristão deve pensar no que vai falar e selecionar bem as suas palavras. Nesse caminho não faltam adversários que busquem envergonhar um líder cristão. Eles buscam ocasião, principalmente, no tocante a linguagem utilizada pelo obreiro: Se é indecente, se causa nojo, se faz fofocas, se usa palavras profanas, etc. Logo, pelas palavras um líder pode ser condenado ou justificado, então deve preocupar-se em cultivar uma linguagem de mui elevado padrão! Só dessa maneira não haverá indignidade para acusá-lo (Dn 6.5a Finalmente esses homens disseram: “Jamais encontraremos algum motivo para acusar esse Daniel,), ao contrário, tais adversários é que serão envergonhados ao tentarem lançar alguma culpa contra um homem ou mulher de Deus.
Líderes existem para construir, mas a Bíblia nos alerta: cada um observe como edi-fica... Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto (ICo 3.10b. 11). Muitos prédios bonitos caem com o passar do tempo, porque seus alicerces não foram preparados para suas estruturas. Assim são não somente os líderes, mas aqueles que são edificados sem terem os alicerces adequados.

3.2. No procedimento
Há uma necessidade para o líder cristão ser autocrítico. Ele deve avaliar se seu procedimento está em acordo com o evangelho de Cristo. É mais fácil proceder assim quando esse alguém se lembra de que prestará contas do próprio procedimento tanto no presente quanto no porvir. Quanto ao amor, ele é mais que um sentimento, ele tem a capacidade de agregar a si as várias virtudes que o compõe. Um líder que almeja os homens, isto é, conquistar discípulos e seguidores precisa ser um padrão de amor. Esse amor deverá se manifestar nos relacionamentos conforme se fizer necessário, por exemplo: às vezes, alguém precisa que se demonstre confiança, outros paciência, outros retidão, outros gentileza (Tt 2.1-3 Você, porém, fale o que está de acordo com a sã doutrina. Ensine os homens mais velhos a serem moderados, dignos de respeito, sensatos e sadios na fé, no amor e na perseverança. Semelhantemente, ensine as mulheres mais velhas a serem reverentes na sua maneira de viver, a não serem caluniadoras nem escravizadas a muito vinho, mas a serem capazes de ensinar o que é bom.).

3.3. Na fé e pureza
Tanto a fé quanto a pureza são inspiradores, pois nada se compara a uma vida completamente resignada a Jesus Cristo. A fé é diferente de saber que Deus existe, ela é capaz de moldar o procedimento de qualquer ser humano. A fé é sucedida pelas obras no princípio, mas depois caminham juntas, fé e obras (Tg 2.22 Você pode ver que tanto a fé como as obras estavam atuando juntas, e a fé foi aperfeiçoada pelas obras.). Homens cheios de fé, são contagiantes por serem cheios de boas obras (At 6.1Naqueles dias, crescendo o número de discípulos, os judeus de fala grega entre eles queixaram-se dos judeus de fala hebraica a, porque suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária de alimento.) e, isso não depende de seus temperamentos. Afinal, as pessoas se prendem a resultados práticos visíveis. Vejamos o exemplo de Estevão. Ele foi um homem cheio de fé. Isso significa que sua vida era tão cheia de fé, que não havia vazio que o medo, ou a dúvida pudesse ocupar.

Conclusão
A verdadeira liderança cristã tem forma e conteúdo, por isso, ela é inspiradora. O mundo ainda aguarda vozes de líderes cujos corações andam através das chamas do amor de Deus. Homens que não se contentem com nada mais neste tempo presente senão a se oferecem como sacrifício no altar de Cristo.

QUESTIONÁRIO

1. Que elementos espirituais podem produzir forma e conteúdo a um líder ?
R. O que dá forma é a Palavra de Deus e o conteúdo é o Espírito Santo.
2. O que torna um líder motivador?
R. Seu bom exemplo.
3. Como um líder pode ajudar alguém a resolver um problema?
R. Fazendo com que alguém veja a solução.
4. O que um líder busca na autocrítica:
R. Se seu procedimento está em acordo com o evangelho de Cristo.
5. O que o discurso público ou conversação comum devem refletir?
R. Um elevado padrão.



            LIÇÃO 7 – 17 de agosto de 2014 

          A visão de um líder chamado por Deus



TEXTO AUREO


“Então o Senhor me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo”. Hc 2.2

VERDADE APLICADA

Visão é a capacidade de ver não somente o que é, mas o que pode vir a ser uma realidade.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Explicar o que significa uma visão e qual sua fonte;
Expor, de forma clara, o conteúdo e a finalidade de uma visão;
Apresentar como deve ser intrínseco o relacionamento entre o líder e a visão.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Gn 15.3 - Disse mais Abrão: A mim não me concedeste descendência, e um servo nascido na minha casa será o meu herdeiro.
Gn 15.4 - A isto respondeu logo o Senhor, dizendo: Não será esse o teu herdeiro; mas aquele que será gerado de ti será o teu herdeiro.
Gn 15.5 - Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade.
Gn 15.6 - Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça.
Gn 15.7 - Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te por herança esta terra.


Introdução
Quando Deus chamou Abraão, deu-lhe um encargo e lhe fez grandes promessas. A partir de então, uma visão passa a dar sentido a sua vida. Todavia, essa visão precisava se desenvolver e tomar forma, vindo a tornar-se clara com a experiência do tempo e do convívio ao lado de Deus. O desenvolvimento e a compreensão dessa visão fizeram de Abraão um homem esperançoso e cheio de fé no Deus que chama a existência as coisas que ainda não são.

OBJETIVO
Explicar o que significa uma visão e qual sua fonte;

1. A aquisição de uma visão
O que é uma visão? Visão é a habilidade de enxergar além do que nossos olhos físicos conseguem ver (Mc 6.34a). A capacidade de não apenas ver o que é, mas também o que pode vir a ser realidade. E como se adquire uma visão? Visão é um conceito que é inspirado por Deus no coração de um ser humano. Nós podemos enxergar e ao mesmo tempo não ter visão (Is 6.9 Ele disse: “Vá, e diga a este povo: “Estejam sempre ouvindo, mas nunca entendam; estejam sempre vendo, e jamais percebam.). Vejamos alguns aspectos de uma verdadeira visão:

1.1. Deus a fonte da visão
Então o Senhor me respondeu: Escreva claramente a visão em tábuas, para que se leia facilmente.” (Hc 2.3). Deus é a fonte. Ele comunica a visão a seus servos, e, embora seus caminhos sejam desconhecidos, eles são sempre seguros. Pois as visões dadas por Deus são sempre perfeitas em seus propósitos (Am 3.7 Certamente o SENHOR, o Soberano, não faz coisa alguma sem revelar o seu plano aos seus servos, os profetas.). As visões divinas são coerentes com as circunstâncias e com o futuro desejável que Deus quer para seus filhos. Deus cria e modifica o futuro de seus filhos, a partir dessa visão desejável. Abraão, por exemplo, era um produtor e comerciante pastoril já bem sucedido em sua terra de origem (At 7.2 A isso ele respondeu: “Irmãos e pais, ouçam-me! O Deus glorioso apareceu a Abraão, nosso pai, estando ele ainda na Mesopotâmia, antes de morar em Harã, e lhe disse:). Mas Deus transformou sua vida e a de muita gente por causa de uma visão a ele confiada. A visão cria prioridades (ela diz o que devemos fazer). Sem visão o povo perece (Pv 29.18 Onde não há revelação divina, o povo se desvia; mas como é feliz quem obedece à lei!). O maior bem que um líder dá a seus seguidores é uma visão.
Hebreus 11.8 nos diz que Abraão “saiu”. Saiu para obedecer o que Deus lhe havia dito. Ele saiu “Sem saber”. Isso significa que para obedecer não necessitamos “saber'. Necessitamos somente de vontade para caminhar naquilo que Deus nos mostra. Na medida em que caminhamos, a porta se amplia, a perspectiva se aclara, e podemos visualizar mais na medida em que avançamos. Muitos de nós não vamos além porque não queremos sair. “E não sair quando Deus diz é tão
perigoso quanto sair quando Ele não diz”.

1.2. A visão de uma realidade futura (Gn 15.5)
Levando-o para fora da tenda, disse-lhe: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las”. E prosseguiu: “Assim será a sua descendência”.
Deus é quem projeta em nós a visão de uma realidade futura preferível (Ez 40.2 Em visões de Deus ele me levou a Israel e me pôs num monte muito alto, sobre o qual, no lado sul, havia alguns prédios que tinham a aparência de uma cidade.). Tanto o nosso presente quanto nosso futuro podem sofrer alteração mediante o poder de uma visão comunicada por Deus. As pessoas seguem e são influenciadas, porque acreditam na grandiosidade da visão que elas demonstram possuir. Essa visão sempre é maior que o visionário, sempre desafia o natural e o óbvio, gera esperança e, por isso, é tão contagiante. Jamais faltaram seguidores a Moisés, porque ele inspirava seus seguidores. Para o povo tudo era escravidão, mas para ele a liberdade era uma realidade visível, mesmo sob as mais turbulentas circunstâncias (Hb 11.27 Pela fé saiu do Egito, não temendo a ira do rei, e perseverou, porque via aquele que é invisível.).

1.3. Visão transformadora (Gn 15.6)
Abrão creu no SENHOR, e isso lhe foi creditado como justiça.
Abraão estava adiantado em idade juntamente com Sara sua mulher, e seu maior questionamento era a ausência de um herdeiro na família. Ele vai a Deus e questiona sua situação, Deus lhe compreende e lhe dá um entendimento diferente de sua promessa. Não seria o damasceno Eliezer, seu servo, o herdeiro de sua fortuna e sim aquele que viria nascer dele próprio. Para uma compreensão maior, Deus lhe convida a sair da tenda, lhe mostra as estrelas do céu, os grãos de areia do mar, fazendo-lhe entender que assim seria a sua descendência. Tal visão foi tão poderosa que mudou o interior de Abraão a partir dali. “Abraão creu no Senhor, e isso lhe foi imputado por justiça”. Embora a visão de Deus seja um retrato futuro, ela é poderosa para mudar o nosso íntimo.
O que dizer de Paulo que sempre viveu movido por uma visão de uma realidade futura além do paganismo que imperava em seus dias. Ele ouvia o Senhor Jesus lhe dizer: “tenho muito povo aqui”, e, em cima dessa visão, trabalhava (At 18.9-10). A visão dada por Cristo sempre nos motivará a sermos agentes transformadores.

OBJETIVO
Expor, de forma clara, o conteúdo e a finalidade de uma visão;

2. O conteúdo de uma visão
Existe uma diferença muito grande entre visão e devaneio. E a diferença está na origem, no conteúdo e no fim de ambos. Visão tem origem em Deus e nas suas promessas, e, embora se pareça utópica em dado momento da vida, ela difere de um devaneio, cujo produto é o resultado de fantasia mental ou de delírio. Uma visão afeta positivamente o relacionamento com Deus e a realidade, enquanto o devaneio sendo uma coisa utópica nada acrescenta.

2.1. A visão coloca os liderados em consonância com o líder(Jo 15.15)
Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido.
Existe um enorme abismo entre um sonhador e uma pessoa com visão. Um sonhador tem muitos sonhos e raras vezes converte esse sonho em realidade, enquanto que uma pessoa com visão, não somente tem sonhos, como também sabe como os converter em realidade (Dn 2.36 “Foi esse o sonho, e nós o interpretaremos para o rei.). A fonte da visão espiritual de um líder não está em si mesmo, mas em uma revelação que vem da parte de Deus para dar sentido a sua vida. Sua visão deve ser mais que uma boa ideia, deve ser um destino inspirado por Deus (At 16.10 Depois que Paulo teve essa visão, preparamo-nos imediatamente para partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos tinha chamado para lhes pregar o evangelho.). E crucial para um líder aprender a distinguir de onde vêm seus recursos e sua força. Finalmente, deve saber que Deus é a origem de seu sonho ou sua visão. O conteúdo de uma visão divina e o interesse em realizá-la coloca criador e criatura em plena sintonia.
A realidade presente de Abraão era de insegurança e medo, mas Deus se aproxima dele e lhe conforta por meio de uma visão (Gn 15.1). Deus conversa com ele e o anima, mostra-lhe as estrelas e as areias do mar como exemplos de um futuro glorioso, depois lhe pede um sacrifício de adoiução. O fato de Abraão cansar; e Deus passar como um fogo pelo sacrifício revela que Deus o ajudaria na realização de sua visão. Em tempos de dúvidas, Deus jamais abandona seus servos. Antes, Ele se aproxima, anima e reaviva as suas promessas (Gn 15. 5,6,11,12,17).

2.2. Deus trabalha para o cumprimento da visão (Gn 15. 9-10)
Respondeu-lhe o SENHOR: “Traga-me uma novilha, uma cabra e um carneiro, todos com três anos de vida, e também uma rolinha e um pombinho”. Abrão trouxe todos esses animais, cortou-os ao meio e colocou cada metade em frente à outra; as aves, porém, ele não cortou.
A visão de Deus para Abrão tinha dois aspectos: primeiro, uma descendência numerosa. Ele creu e recebeu a justiça de Deus; O segundo aspecto era que daria a Abraão a terra de sua peregrinação. Interessante que neste ponto Abraão questiona como ele poderia ter certeza ou saber que isso lhe sucederia? De modo surpreendente Deus lhe dá uma receita específica de adoração (Gn 15.9-18). Nela havia alguns animais que ele deveria sacrificar, porém, algumas aves de rapina tentaram macular o sacrifício e impedi-lo de realizar. Abraão lutou, mas se cansou, e Deus completou com fogo divino o que Ele mesmo havia pedido. Isto nos alerta para as dificuldades de uma grande liderança, onde as hostes malignas sempre tentarão impedir nossos sacrifícios de adoração a Deus. Por outro lado, uma visão dada por Deus também é por Ele corroborada. Abraão dormiu, mas Deus não dorme! (SI 121.3-4 Ele não permitirá que você tropece; o seu protetor se manterá alerta, sim, o protetor de Israel não dormirá; ele está sempre alerta!). Quando Deus tem um projeto a realizar, está sempre se unindo a quem concedeu a visão para que esta se torne realidade (Gn 15.12,17).

2.3. Líderes protegem a visão (Gn 15.11)
Nisso, aves de rapina começaram a descer sobre os cadáveres, mas Abrão as enxotava.
A adoração por meio do sacrifício foi o método eficaz para que Abraão tivesse certeza que seria herdeiro da terra de sua peregrinação. A primeira parte consistiu em ele obedecer sacrificando os animais pedidos. A segunda parte foi o fogo divino que passou entre aqueles pedaços. Essa foi a maneira de Deus confirmar a Abrão a sua visão a ele entregue. Quando um sonho é de Deus e fazemos a nossa parte, Deus se compraz em confirmar através do fogo. Agora é importante que assim como Abraão lutou para proteger o holocausto das aves de rapina, que eram uma oposição a seu destino profético, de igual modo, um líder deve proteger a visão que Deus lhe confiou.
O que toma uma pessoa Líder é uma visão. Ele não apenas se relaciona com o presente, mas determina o seu futuro mediante tal visão. E ela que atrairá seguidores, mas nenhuma pessoa ajuizada seguirá outra pessoa que não tenha uma visão convincente, ou alguém que tenha devaneios.

OBJETIVO
Apresentar como deve ser intrínseco o relacionamento entre o líder e a visão.

3. Relacionando-se com a visão
A visão divina é para todo possuidor uma fonte de esperança. A função dos olhos é enxergar, mas a visão se estende além do globo ocular, quem a possui tem um alvo e um destino a chegar, vive e respira por ela, é incansável em sua caminhada, e nem mesmo a afronta e a presença da morte o pode desestimular. Abraão viveu por aquilo que Deus lhe mostrou. Ele tinha no coração a convicção de que era real e isso era sua força para viver. Vejamos alguns pontos importantes de como se relacionar com uma visão.

3.1. Um líder deve amar a visão, mas priorizar a fonte
A visão de um líder deve ser ultracontigencial, ou seja para além dos limites (Gn 13.14-17). Deve ser capaz de tornar o invisível em realidade, e o desconhecido em possibilidade. Todavia o visionário não pode esquecer a origem da visão: DEUS! No caso de Abraão a base de sua fé foi Deus, não suas promessas. Ele não foi chamado de amigo de Deus pelo interesse da promessa, mas pelo convívio com o que prometera (2Cr 20.7; Is 41.8; Tg 2:23 Cumpriu-se assim a Escritura que diz: “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça” e, e ele foi chamado amigo de Deus.). O mais fascinante numa visão é que quando se passa a ter afinidade com seu doador ela se torna secundária, e Ele a principal razão de nossas vidas.


3.2. Um líder fala sem o uso de palavras
Deus tem prioridades. E os líderes, precisam conhecê-las para não motivar erroneamente as pessoas a trabalharem e a sacrificarem por sua própria visão, em vez da visão e propósitos divinos. Deus tem como finalidade estar unido a nós. Todavia, o chamado é para aqueles que desejam desenvolver e equipar a outros para cumprir seus propósitos. Assim, devemos avaliar nossa visão de acordo com a vontade e direção de Deus, e aprender a comunicar isso àqueles que influenciamos. O mundo precisa urgentemente de pessoas visionárias capazes de romper com o natural (Pv 29.18 Onde não há revelação divina, o povo se desvia; mas como é feliz quem obedece à lei!; Rm 8.19 A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados.). Abraão hoje está calado, mas sua vida fala e ensina gerações e gerações através de seu exemplo de fé (Tg 2.23 Cumpriu-se assim a Escritura que diz: “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça” e, e ele foi chamado amigo de Deus.).

3.3. Um líder deve se manter fiel a visão
Deus tem como amigo o homem que com dignidade é fiel à visão que lhe foi entregue. Abraão teve motivos de sobra para abandonar a visão, mas sua respiração não estava nas coisas temporais, e sim, nas que são eternas. Ele deixou tudo para trás, foi fiel e capaz de sacrificar sua vida e seus sentimentos. A visão torna o sofrimento e o desapontamento suportáveis, é capaz de gerar esperança em meio ao desespero e prover paciência na tribulação, ela é o fundamento da coragem e o combustível da persistência. A vida é dinâmica, o tempo passa, as coisas se transformam, e desprezar uma visão pode provocar um vazio que nem mesmo a eternidade será capaz de preencher. Quem sabe Esaú pudesse explicar melhor sobre esse vazio quando viu o real valor da benção que trocou por um prato de comida?

Conclusão
A aquisição, o desenvolvimento e o relacionamento de uma visão são etapas que todo líder deve passar. Quando falamos de fidelidade à visão confiada, compete-nos também passá-la adiante e não morrer com ela. Toda a visão que se encerra com a existência de um líder indica que tudo foi feito na pessoa dele próprio, por isso, ela morreu com ele. Líderes geram filhos, jamais deixam a próxima geração órfã de visão. O líder passa, mas a visão é de gerações.

QUESTIONÁRIO

1. O que é uma visão?
R. Visão é a habilidade de enxergar além do que nossos olhos físicos conseguem ver.
2. O que acontece mediante uma visão comunicada por Deus?
R. Tanto o nosso presente quanto o futuro podem sofrer alterações.
3. O que a visão é capaz de fazer em os liderados?
R. A visão coloca os liderados em consonância com o líder (Jo 15.15).
4. Ao enxotar as aves Abraão cansou e dormiu, o que fez Deus? 
R. Completou com fogo divino o que Ele mesmo havia pedido.
5. A quem Deus tem como amigo? 
R. Ao homem que com dignidade é fiel à visão que lhe foi entregue.



        LIÇÃO 8 – 24 de agosto de 2014 

O líder e  suas responsabilidade nas decisões
     
                      TEXTO AUREO

“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” Js 24.15

VERDADE APLICADA

É inevitável que surjam novos tempos e novos desafios. Mas é imprescindível que, antes das decisões, Deus seja consultado.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Explicar que caminhos tomar na hora das decisões;
Conscientizar acerca da mudança dos tempos e a busca de soluções ajustadas;
Demonstrar como buscar soluções em algumas situações difíceis.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Js 1.1 - Sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do Senhor, que este falou a Josué, filho de Num, servidor de Moisés, dizendo:
Js 1.2 - Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.
Js 1.3 - Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés.
Js 1.6 - Sê forte e corajoso, porque tu farás este povo herdar a terra que, sob juramento, prometi dar a seus pais.
Js 1.7 - Tão-somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares.



Introdução
Os desafios, problemas e dificuldades de nossa época são tantos que não existe uma fórmula ou modelo para solucioná-los. Entendemos que, para cada caso, exista um tipo de tratamento e uma solução a descobrir. Todavia, há rumos seguros a tomar, e as Escrituras nos dão bases muito sólidas para resolvê-los. Não precisamos ficar à mercê da sorte, nem procrastinando, porque Deus tem dado aos seus servos um manual e um Espírito de sabedoria (1Jo 2.20 Mas vocês têm uma unção que procede do Santo, e todos vocês têm conhecimento.). Na verdade, não há como dissecar todo o assunto nesta lição, mas lançaremos luzes para iluminar mentes criativas a seguir.

OBJETIVO
Explicar que caminhos tomar na hora das decisões;

1. Prepare-se para tomar decisões
A iniciativa de uma decisão genuína tem suas bases na liberdade, na capacidade de discernir e na capacidade de escolher o melhor rumo a tomar (Jl 3.14 Multidões, multidões no vale da Decisão! Pois o dia do SENHOR está próximo, no vale da Decisão.). Qualquer ser humano com essas prerrogativas e, principalmente, os lideres, são capazes de tomar decisões. Para isso, ele precisará de entendimento e preparo prático para exercer sua liberdade e resoluções. Vejamos, a priori, que entendimento e preparo um líder deve ter.

1.1. Atitude na vontade de Deus
Como servir a Deus é uma sábia escolha, logo quem o escolheu deve dispor-se com dedicação. Deus exige uma atitude séria de seu servo-líder Josué. Percebemos isso na expressão, “dispõe-te” (Js 1.2) que significa levante-se, ponha-se em pé, esteja pronto a fazer a minha vontade. Para se tomar decisões acertadas, o servo de Deus deve estar, acima de qualquer coisa, na vontade de Deus, seja na função, seja no lugar, ou seja, no ponto crítico a enfrentar. Por mais incrível e ilógico que possa parecer, para alguns, estar na vontade específica de Deus é o lugar mais cômodo, interessante e próspero de encontrar-se (Rm 12.2Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.).
A razão pela qual as pessoas encontram dificuldades em desenvolver seu potencial de liderança está sempre nas decisões a serem tomadas. Os problemas surgem continuamente em tudo o que fazemos. As pessoas não gostam de problemas e fazem de tudo para livrar-se deles, por isso, muitos desistem e passam para outros a oportunidade dada por Deus. Problemas sempre existirão, e aqueles que têm habilidades e que são capazes de auxiliar outros a resolvê-los sempre serão necessários nas organizações. Pois, quando os problemas surgem, as pessoas observam onde e quem encontrar para solucioná-los.

1.2. Os problemas dão sentido à vida
Um sábio filósofo comentava certa vez que o único obstáculo que uma águia precisava vencer para voar com mais velocidade e maior facilidade era o ar. Todavia, se o ar lhe fosse tirado e a orgulhosa ave tivesse que voar no vazio cairia instantaneamente, totalmente sem possibilidades de voar. Os mesmos elementos que oferecem resistência ao voo são, ao mesmo tempo, a condição indispensável para voar. Uma vida livre de obstáculos e dificuldades reduziria todas as suas possibilidades e poderes a zero. Elimine os problemas, e a vida perderá sua tensão criativa. A vida cristã não nos isenta das tempestades da vida (Mc 4.38 Jesus estava na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e clamaram: “Mestre, não te importas que morramos?”). Deus não diz a Josué apenas para ser forte, mas para ter coragem (Js 1.6-7 Seja forte e corajoso, porque você conduzirá este povo para herdar a terra que prometi sob juramento aos seus antepassados. Somente seja forte e muito corajoso! Tenha o cuidado de obedecer a toda a lei que o meu servo Moisés lhe ordenou; não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, para que você seja bem-sucedido por onde quer que andar.). Deus não isentou sua vida de problemas, mas cada conquista ensinava que existe uma saída para cada problema.

1.3. Arme-se das promessas de Deus (Js 1.3-5,13)
Como prometi a Moisés, todo lugar onde puserem os pés eu darei a vocês. Seu território se estenderá do deserto ao Líbano a, e do grande rio, o Eufrates, toda a terra dos hititas, até o mar Grande, no oeste. Ninguém conseguirá resistir a você todos os dias da sua vida. Assim como estive com Moisés, estarei com você; nunca o deixarei, nunca o abandonarei.
Lembrem-se da ordem que Moisés, servo do SENHOR, deu a vocês, quando o SENHOR, o seu Deus, lhes prometeu descanso e dar-lhes esta terra:
Um homem chamado por Deus também receberá suas promessas. A decisão de suceder a Moisés por mais honrosa que fosse era envolta em riscos para si e todos os demais. Apenas alguém determinado por Deus de fato traria o cumprimento das promessas para si e seus liderados. Estar de pé, e disposto, é essencial. Porém, necessário é ser guiado pelas Escrituras; elas ditam os limites que podemos alcançar. Tomar decisões é pensar e decidir antes. Desse modo, alguns questionamentos podem ser feitos como: O que a Bíblia diz a respeito desse assunto? Como o personagem encontrou solução para essa crise? Se Jesus Cristo estivesse em meu lugar, como decidiria? É também muito importante a busca de conselhos, é na multidão de conselhos que nascem os sábios (Ex 18.17Respondeu o sogro de Moisés: “O que você está fazendo não é bom.; Pv 11.14 Sem diretrizes a nação cai; o que a salva é ter muitos conselheiros.).
A primeira marca de um líder espiritual é a humildade. Sem ela a pessoa fica bloqueada para o aprendizado, o aconselhamento, etc. Por outro lado vive-se, no Brasil, um momento áureo em que há muitos livros, palestras e mentores espirituais, resta então, praticar aquilo que se aprendeu.

OBJETIVO
Conscientizar acerca da mudança dos tempos e a busca de soluções ajustadas;

2. Seja versátil ao tomar decisões
A grande aprovação de um líder está em sua capacidade de reconhecer um problema antes que este se converta em uma emergência. Numa liderança eficaz é raridade quando um problema adquire proporções gigantescas, isso porque a maioria dos problemas são reconhecidos e solucionados logo nas etapas iniciais.

2.1. Transforme problemas em soluções
Existe uma diferença enorme entre uma pessoa que tem um grande problema e uma pessoa que faz um problema ser grande. As estatísticas mostram que as pessoas que são aconselhadas nos gabinetes não são as que possuem os maiores problemas, mas as que estão conscientes de seus problemas e permanecem ocultando (Pv 28.13 Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia.). Por que os vencedores superaram os problemas quando milhares de pessoas foram oprimidas por eles? Simplesmente porque se recusaram a usar as desculpas mais comuns para o fracasso. Eles transformaram as grandes armadilhas em pequenas pedras sobre as quais cruzaram os rios. Eles perceberam que não poderiam evitar todas as circunstâncias de uma vida, mas poderiam escolher que atitudes tomar diante de cada circunstância.
Um líder sabe que o único problema que tem é o que ele permite que seja problema devido a sua reação equivocada diante dele. Os problemas o podem deter temporariamente. Mas ele sabe que é o único que pode atuar de forma permanente.

2.2. Se ajuste as mudanças
Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel” (Js 1.2). A morte de Moisés foi a oportunidade de Josué. Assim aprendemos uma lição: “líderes passam, a visão continua” (2 Tm 2.2 E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros.). Josué deveria se ajustar aos novos tempos, antes ele era liderado, agora deveria ser o líder. E a pergunta é: se Josué não fosse constante, não aprendesse com Moisés, não fosse confiável, será que Deus o veria como um sucessor à altura? Aqui cabe outra pergunta: o que os nossos ouvintes estão aprendendo? Será que estão prontos para assumir novas lideranças ou vão ser liderados até morrer? Josué dormiu servo e acordou líder. Será que estamos prontos para sermos surpreendidos?

2.3. Domine seus medos e seja ousado
Josué estava incrivelmente cômodo, mas agora com a morte de seu líder tinha que tomar decisões. Deus fala que ele deve dispor-se e reiteradamente ordena para que ele seja “forte e corajoso”. Todos os anos anteriores serviram de treinamento para aquele momento, e o povo o reconhecia como líder. Ele estava pronto, mas era necessário que dominasse algum tipo de medo e ousasse conquistar as promessas de Deus (lJo 4.18 No amor não há medo; ao contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor.; S1 91.5 Você não temerá o pavor da noite, nem a flecha que voa de dia,). Este é um princípio importantíssimo, o de dominar os próprios medos a cada situação. Para cada situação existe um líder, e com Josué não foi diferente, precisava vencer para avançar. Por esse motivo, o Senhor insistiu em dizer-lhe: seja forte e muito corajoso, não se desvie do livro da lei, sejas bem-sucedido por onde quer que andares (Js 1.7 Somente seja forte e muito corajoso! Tenha o cuidado de obedecer a toda a lei que o meu servo Moisés lhe ordenou; não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, para que você seja bem-sucedido por onde quer que andar.).
Um líder não sacrifica um princípio por causa de um momento de prazer como fez Esaú. Ao tomar decisões devemos nos preparar com todo arsenal espiritual que estiver a nossa disposição. De igual modo, um líder deve ser versátil em suas decisões. As gerações mudam. Observe que Josué viveu um momento totalmente diferente de Moisés.

OBJETIVO
Demonstrar como buscar soluções em algumas situações difíceis.

3. Decisões em situações difíceis
Selecionamos intencionalmente três episódios críticos da vida de Josué e as soluções por ele encontradas. Embora nesta lição, tenhamo-nos concentrado em Josué, há muitos outros exemplos dignos de estudo.

3.1. Conheça o terreno onde vai pisar (Js 2.22-24)
Quando partiram, foram para a montanha e ali ficaram três dias, até que os seus perseguidores regressassem. Estes os procuraram ao longo de todo o caminho e não os acharam. Por fim os dois homens voltaram; desceram a montanha, atravessaram o rio e chegaram a Josué, filho de Num, e lhe contaram tudo o que lhes havia acontecido. E disseram a Josué: “Sem dúvida o SENHOR entregou a terra toda em nossas mãos; todos estão apavorados por nossa causa”.
Como líder das tribos dos filhos de Israel, Josué decidiu iniciar a conquista da terra prometida. Já fazia tempo que ele e Calebe haviam espiado a terra juntamente com mais dez príncipes tribais. Todavia, apenas eles dois se mantiveram fiéis à missão de Moisés. Depois de muitos anos, era necessário que fosse feita uma nova expedição secreta, mas de maneira mais específica, em Jericó. Mediante o relatório, puderam saber todo o possível, para então iniciarem a arte do cerco e a extinção da cidade, exceto o de Raabe e sua família. É imprescindível que o líder conheça, investigue todo o possível para que possa então realizar suas conquistas. Conheça bem a igreja, conheça seus membros, conheça em oração e ajude-os a superar seus desafios.

3.2. Discipline quem precisar com sabedoria
Há certas coisas que um líder espiritual terá de enfrentar em sua prática ministerial. Terá de aconselhar, enfrentará antagonismos, terá de dizer “não” e terá também que disciplinar. Com certeza, este é um dos momentos mais delicados de uma liderança. Este servo-líder de Deus não terá escolha, apenas estará bem preparado ou despreparado para o momento. Há certas decisões que, se forem adiadas, toda a congregação sofrerá retrocesso (Js 22.20 Quando Acã, filho de Zerá, foi infiel com relação às coisas consagradas, não caiu a ira sobre toda a comunidade de Israel? E ele não foi o único que morreu por causa do seu pecado.), o caso de Acã é um clássico exemplo disso. Disciplinar com sabedoria é ser justo e misericordioso, sempre tentando recuperar a ovelha que se desgarrou. Há vários níveis de disciplina que os que desempenham liderança devem conhecer, para trabalharem com justiça: admoestação, repreensão, suspensão e desligamento. Disciplina nunca visa destruir, por isso, ela deve ser aplicada na medida certa e cada caso é um caso.

3.3. Busque a aprovação de Deus acima de tudo
Nunca tome decisões que não estejam de acordo com as Escrituras Sagradas e sem consultar ao Dono da obra. A liderança de Josué diante dos filhos de Israel estava consolidada, e algumas vitórias eles haviam conquistado sob direção de Deus. Os Gibeonitas sabiam que o destino que lhes aguardava era o mesmo de Jericó e Ai, por isso, elaboraram um estratagema para escaparem da mira dos hebreus. A terra distava três dias de caminhada, mas se fingiram de pobres e de uma terra remota. Assim solicitaram aliança, e Josué e seus líderes, sem consultarem a Deus, decidiram poupá-los sob juramento. Mas, ao descobrirem o engano, Josué e os demais príncipes os pouparam, tomando-os rachadores de lenha. Esse é um exemplo clássico da necessidade de se consultar sempre a Deus em cada questão, situação difícil ou crise (Js 9.1-27).
Embora você esteja na linha de frente e já tenha experimentado muitas adversidades, sugerimos que não considere o problema alheio uma tempestade num copo de água, caso isso aconteça ele não lhe procurará mais. Ouça com respeito e consideração, às vezes, basta um desabafo para alguém encontrar a solução. As lições sobre liderança são muitas. Seja investigativo e ore sempre buscando orientação de Deus para as decisões. O que aqui expomos não passa de um lampejo, mas que pode desperta-lo a aprofundar-se melhor no assunto.

Conclusão
Deus tem sempre uma saída, um escape, uma provisão para um servo-líder por Ele vocacionado. Não tenha medo, porque os tempos mudam e as situações também. Creia e seja ousado em aplicar soluções adequadas a cada problema.

QUESTIONÁRIO

1. Quais são as bases de uma decisão genuína?
R. Elas se baseiam na liberdade, na capacidade de discernir e na capacidade de escolher o melhor rumo a tomar.
2. Qual o significado da expressão “dispõe-te” em (Js 1.2)?
R. Significa levante-se, ponha-se em pé, esteja pronto a fazer
3. O que nasce na multidão dos conselhos?
R. Os sábios.
4. O que Deus exigiu de Josué para liderar sua obra (Js 1.6-7)?
R. Se forte e corajoso.
5. Todos os anos anteriores à morte de Moisés serviram de que maneira para Josué?

R. Serviram de treinamento.

        
      LIÇÃO 9 – 31 de agosto de 2014 

Orientações bíblicas para delegação de poderes






TEXTO AUREO

“Escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e os constituiu por cabeças sobre o povo: chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez”. Êx 18.25

VERDADE APLICADA

Uma das maiores lições que um líder precisa aprender é que ninguém pode fazer tudo sozinho.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Compreender a importância de se delegar poderes;
Mostrar que um líder não é um fim em si mesmo, por isso, deve delegar;
Orientações como deve agir um líder antes de delegar poderes.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Ex 18.14 - Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto que fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até ao pôr-do-sol?
Ex 18.15 - Respondeu Moisés a seu sogro: É porque o povo me vem a mim para consultar a Deus;
Ex 18.16 - quando tem alguma questão, vem a mim, para que eu julgue entre um e outro e lhes declare os estatutos de Deus e as suas leis.
Ex 18.17 - O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes.
Ex 18.18 - Sem dúvida, desfalecerás, tanto tu como este povo que está contigo; pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer.
Ex 18.19 - Ouve, pois, as minhas palavras; eu te aconselharei, e Deus seja contigo; representa o povo perante Deus, leva as suas causas a Deus,


Introdução
Não importa quão excelente seja um líder, a unidade é tudo em um ministério aprovado. Uma das maiores lições que um líder precisa aprender é que ninguém pode fazer tudo sozinho. Do mesmo modo que uma equipe necessita de bons jogadores para ganhar, uma organização também necessita de bons líderes para alcançar êxito.

OBJETIVO
Compreender a importância de se delegar poderes;

1. O ato de delegar
Já imaginou um jogador que bate o escanteio e ao mesmo tempo corre para cabecear a bola? Impossível não é? Ele jamais daria conta de fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Assim estava Moisés, solitário, prestando assistência ao povo, desde a manhã até o pôr do sol (Ex 18.14). Uma fila enorme de pessoas para atender e responder às suas necessidades, sem ter sequer um auxiliar. Jetro, seu sogro, observou que não era bom o que Moisés fazia, e teve a preocupação, e a ousadia de lhe dizer que era incorreto. Jetro, sem dúvida, demonstrou um tino especial para liderança, apontando-lhe a solução, o ato de delegar.

1.1. O que é delegar
Delegar é o ato de transmitir poderes, de conferir a alguém representatividade, de incumbir alguém a julgar, resolver ou trabalhar em alguma coisa. Nas Escrituras, encontramos inúmeros exemplos do ato de delegar: Deus delegou Moisés para libertar o povo do governo egípcio; Moisés instituiu líderes que julgassem o povo; Josué foi delegado para ser sucessor de Moisés; Jesus delegou seus discípulos para evangelizarem a Israel (Lc 10.1,19 Depois disso o Senhor designou outros setenta e dois e os enviou dois a dois, adiante dele, a todas as cidades e lugares para onde ele estava prestes a ir. ... Eu lhes dei autoridade para pisarem sobre cobras e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; nada lhes fará dano.); Paulo delegou muitos obreiros para trabalharem em várias regiões, por exemplo, enviou Timóteo a Éfeso, enviou Tito a Creta, Epafras a Colossos, etc. Quando um líder entende que é limitado e que precisa expandir a visão além de si mesmo, ele delega poderes a outros. Assim a sua capacidade se multiplica (2Tm 2.2 E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros.).

1.2. Clareza de objetivos na delegação
Não basta a um líder apenas entender que possui limitações, e que precisa ser representado para aumentar seu raio de ação. Um líder precisa ser claro quanto ao que o seu representante vai fazer. Jetro interveio na liderança de Moisés, dando-lhe claras explicações de como deveria interagir. “E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta, e maiorais de dez; Para que julguem este povo em todo o tempo; e seja que todo o negócio grave tragam a ti, mas todo o negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo (Ex 18. 21-22 Mas escolha dentre todo o povo homens capazes, tementes a Deus, dignos de confiança e inimigos de ganho desonesto. Estabeleça-os como chefes de mil, de cem, de cinquenta e de dez. Eles estarão sempre à disposição do povo para julgar as questões. Trarão a você apenas as questões difíceis; as mais simples decidirão sozinhos. Isso tornará mais leve o seu fardo, porque eles o dividirão com você.). Jetro aconselhou e Moisés seguiu o que havia dito. Moisés ganhou e pode servir melhor, os liderados se ocuparam, e todos passaram a trabalhar num objetivo comum. Diferente desse modelo, hoje, em muitas igrejas, encontramos dois grupos de pessoas nomeadas: os que não sabem o que fazer, e os que querem fazer o que não lhes foi determinado.

1.3. Cuidados no ato de delegar
Todo líder precisa compreender a responsabilidade que está sobre seus ombros ao dar poder a alguém para agir. O poder pode mudar a mentalidade de uma pessoa (At 8.19-21 e disse: “Deem-me também este poder, para que a pessoa sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo”. Pedro respondeu: “Pereça com você o seu dinheiro! Você pensa que pode comprar o dom de Deus com dinheiro? Você não tem parte nem direito algum neste ministério, porque o seu coração não é reto diante de Deus.). Um líder precisa observar se além de capacidade, o tal também possui uma chamada da parte de Deus. A posição pode mudar o status, mas pode não resolver o problema para o qual foi designado. Um certificado de médico não resolve o problema de um doente. O conselho de Jetro era para que Moisés buscasse pessoas capazes, e os nomeasse conforme a capacidade de cada um: “põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez; para que julguem este povo em todo tempo”. Se a capacidade dos encarregados for negligenciada bem como outras qualidades o prejuízo será de todos.
Note que o Senhor Jesus foi criterioso ao enviar seus discípulos representantes. Além de instruí-los Ele os enviou aos pares, pois a solidão é desagradável e traz consigo as suas tentações. E mesmo dentro desses pares, Jesus também utilizou critérios ligados ao temperamento, afinidade e aptidão de cada um. Observe atentamente como ficou estabelecidos os pares: Simão Pedro e André, esses dois eram irmãos; Tiago e João, ambos filhos de Zebedeu; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que traiu Jesus. Note, por exemplo, que Simão, o Zelote e Judas, o Iscariotes, eram pessoas que tinham ambições e diálogo mais político.

OBJETIVO
Mostrar que um líder não é um fim em si mesmo, por isso, deve delegar;

2. Por que alguns não delegam
Como já sabemos, numa administração, se alguém deixar de delegar ou delegar negligentemente isso acarretará prejuízo a todos. Em muitos casos, a sucessão só acontece quando alguns líderes já não suportam mais, estão em desespero, ou à beira da morte. Vejamos alguns motivos que podem impedir a delegação:

2.1. A insegurança impede a progressão
Há poucos dias, os jornais trouxeram a realista notícia: “Por falta de profissionais qualificados, aposentados estão sendo recontratados”. Essa manchete nos ensina como algumas pessoas podem ser egoístas e insensatas, enquanto outras são desmotivadas. Uns não ensinam para não serem superados e substituídos, outros não aprendem porque não se interessam por aprender. Dois exemplos nos deixariam satisfeitos quanto à questão: Eliseu sucedeu Elias com honras e méritos; mas Geazi, além de não suceder Eliseu, ainda foi capaz de adquirir a lepra de Naamã (2Rs 5.25-27 Depois entrou e apresentou-se ao seu senhor Eliseu. E este perguntou: “Onde você esteve, Geazi?” Geazi respondeu: “Teu servo não foi a lugar algum”. Mas Eliseu lhe disse: “Você acha que eu não estava com você em espírito quando o homem desceu da carruagem para encontrar-se com você? Este não era o momento de aceitar prata nem roupas, nem de cobiçar olivais, vinhas, ovelhas, bois, servos e servas. Por isso a lepra de Naamã atingirá você e os seus descendentes para sempre”. Então Geazi saiu da presença de Eliseu já leproso, parecendo neve.). O conselho de Jetro apresenta um Moisés responsável, mas ainda imaturo nas questões de liderança. Ele estava só, e isso é muito ruim para um líder. Ao distribuir as tarefas Moisés tanto pode respirar quanto dar aos homens a oportunidade de tornarem-se líderes. Se um líder morre sem passar o bastão à organização, sucumbe juntamente com sua infrutífera liderança.
Moisés já estava consolidado como líder, seu problema não era insegurança, era inexperiência. Jetro aparece com conselhos sábios visando o crescimento de missão de Moisés. Se Moisés continuasse daquele jeito o rumo de sua liderança seria complicado, cansativo e deprimente. Muitos não encarregam outros, porque são inseguros. Afinal, delegar é transmitir e investir alguém de poderes que antes se encontrava i apenas em sua mão. O medo de repartir autoridade pode ser tão grande que muitos preferem afundar a organização em vez de liderar com outros.

2.2. Perfeccionistas e centralizadores
Moisés tinha um perfil muito ativo, mas de temperamento predominantemente melancólico, um tipo reflexivo. Isso é demonstrado pelo seu gosto de escrever tão apropriadamente e compor poemas (salmos) com tanto lirismo. Ele era um homem dado a certo perfeccionismo, algo próprio do seu temperamento. Supomos que talvez por isso tinha dificuldade em pensar em delegar autoridade. Todavia, ele, sob a orientação de Deus, com o tempo, foi se aperfeiçoando, alargando a visão, e instituindo mais delegados (Nm 11.16-17 E o SENHOR disse a Moisés: “Reúna setenta autoridades de Israel, que você sabe que são líderes e supervisores entre o povo. Leve-os à Tenda do Encontro, para que estejam ali com você. Eu descerei e falarei com você; e tirarei do Espírito que está sobre você e o porei sobre eles. Eles o ajudarão na árdua responsabilidade de conduzir o povo, de modo que você não tenha que assumir tudo sozinho., 24-30). Alguns líderes são perfeccionistas, e, por isso, acham que alguns jamais farão certas coisas como eles mesmos fazem. Por causa disso se tornam centralizadores, achando que sem eles nada se pode fazer. Quem lidera e administra deve ser tolerante com os outros e consigo. Ficar com tudo na mão por excesso de zelo trará prejuízo ao líder e a organização como um todo.

2.3. Líderes controladores
Existe outro tipo de líder que não tem dificuldade em delegar poderes, mas teme e fica chateado quando as coisas fogem ao seu controle. Nenhum líder deve pensar que todas as coisas ligadas a sua liderança devem acontecer com seu consentimento (Lc 9.50 “Não o impeçam”, disse Jesus, “pois quem não é contra vocês, é a favor de vocês.”). Líderes inseguros, perfeccionistas ou muito controladores, precisam entender que tal comportamento, além de prejudicial, poderá se tomar opressivo. Nenhuma liderança com esse perfil determinará que as coisas saiam certas. Mesmo que façam tudo certo, ou controlem o possível, ainda assim haverá margens para o insucesso. Nenhum líder deve ter medo de se arriscar em confiar nas pessoas, porque tanto os erros quanto os acertos são normais numa liderança. E bom saber que grande parte do sucesso em equipe dependerá de como ela foi escolhida para trabalhar.

OBJETIVO
Orientações como deve agir um líder antes de delegar poderes.

3. Delegando poderes
A visão de Reino é diferente de uma visão particular. Quando se pensa no Reino, se é capaz de viver acima dos caprichos e da ignorância. Um líder centrado sabe que, para o crescimento e expansão do Reino, é preciso que surjam novos líderes e novas ideias. É claro que isso deve ser visto com cuidado e se promova outros líderes com critérios. Observemos o conselho de Jetro, ele pode em muito nos instruir.

3.1. “Procure homens” (capazes, tementes, de verdade)
Quando Jetro aconselhou a Moisés a procurar homens que tratassem das questões legais entre o povo, ficou claro que, para o desempenho daquela função, não caberia qualquer pessoa. Antes deveriam ser pessoas com perfil adequado para aquela função. Jetro demonstrou um excelente tino administrativo ao dizer: “procure homens...”, visto que é necessário um olhar investigativo, observador para identificar a pessoa adequada para a função auxiliar. Antes, porém, Moisés os deveria preparar, declarar, ensinar-lhes os estatutos. Dentre esses ensinados, Jetro falou de homens capazes, cujo alcance de liderança deveria se ajustar à capacidade de cada um. Deveria haver, dentre eles, chefes de mil, cem, cinquenta, e dez. Mas a aptidão ainda não era tudo! Era necessário que fossem homens de caráter probo: tementes, pessoas de verdade e que aborrecessem a avareza. Tais critérios são aplicáveis na maioria das organizações e principalmente nas igrejas.
A escolha deve ter um foco e também preencher alguns requisitos. Se desejamos ver qualidade em nossas organizações, devemos passar o bastão para aqueles que além de qualificações especiais, possuam também a visão de dar continuidade.

3.2. “Ponha-os por chefes”
A seleção destes homens previamente instruídos, capazes, etc., deveria ser seguida por uma investidura pública: “põe por chefes... será assim mais fácil para ti, e eles levarão a carga contigo”. A investidura não deveria ser privada e sim pública, todos deveriam ver quem foram os escolhidos. Afinal se tratava de homens que deveriam ser vistos como “chefes” delegados por Moisés. Esses seus legítimos representantes levariam a carga junto com ele. Ser apenas reconhecido como líder não é tudo, é necessário que leve também a carga de seu líder maior, que cumpra sua missão, que ame o que se faz. A prévia de nossos dias é que muitos são nomeados para o desempenho de determinadas funções quer seja na igreja ou noutra organização, mas nada fazem. São pessoas que apenas ostentam títulos para o cargo designado, contudo, são inoperantes, inúteis.

3.3. “Estes julgarão o povo”
Assim que aqueles homens tiveram o reconhecimento público cumpriram a sua missão, “julgaram o povo”. Há muitas verdades nessa pequena expressão supracitada. A expressão: “julgaram o povo” significa que eles atenderam as necessidades do povo. É claro que elas não deixaram de existir, mas eles prestavam seus serviços dia a dia. Também significa que aliviaram a carga de Moisés, deixando-o mais suavizado. E ainda, significa que muitos homens puderam realizar-se em seu encargo fazendo algo útil ao próximo. Veja quanta coisa boa acontece quando uma liderança ou administração delega poderes, divide responsabilidades - TODOS GANHAM!
Se para alguns é difícil delegar autoridade pense nos resultados e formule critérios. Aqui chamaremos de: as peneiras de Jetro: 1) Ensine, prepare liderados sempre, 2) Dentre os ensinados procure pessoas capazes, 3) Adeque o encargo ao potencial de liderança de cada um, 4) Faça uma investidura pública para que tanto sejam responsabilizados quanto honrados, 5) Acompanhe os resultados, mas deixe-os à vontade. Observe que não será tão difícil assim.

Conclusão
O tempo de qualquer pessoa é precioso, mas principalmente quando se trata de um líder de uma organização eclesiástica. Por isso, ele deve se concentrar em buscar, treinar e empossar pessoas adequadas para essa organização, para aliviarem a sua carga. Ele não estará livre das decepções, todavia, encontrará grande realização juntamente com a sua equipe.

QUESTIONÁRIO

1. O que é delegar poderes?
R. E o ato de transmitir poderes, de conferir a alguém representatividade.
2. Segundo o tópico 1.3 por que um líder precisa observar as qualidades de quem escolhe?
R. Porque o poder pode mudar a mentalidade de uma pessoa.
3. Como deveria ser, segundo o conselho de Jetro, a posição de chefia?
R. Conforme a capacidade de cada um.
4. Por que alguns não delegam autoridade a outros?
R. Porque se sentem inseguros, perfeccionistas, e controladores.
5. Descreva uma vantagem em delegar poderes a outrem?

R. Homens se podem realizar, fazendo algo útil ao próximo.    





                       

Um Líder em Crescimento Constante

07 de setembro de 2014      LIÇÃO 10


TEXTO AUREO

“Ele é como árvore plantada junto à corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido”. Sl 1.3


VERDADE APLICADA
A liderança que prospera e sempre cresce é aquela que diligentemente tira o melhor proveito das oportunidades boas e ruins.


TEXTOS DE REFERÊNCIA


2Cr 17.1 - Em lugar de Asa, reinou seu filho Josafá, que se fortificou contra Israel;
2Cr 17.2 - Ele pôs tropas em todas as cidades fortificadas de Judá e estabeleceu guarnições na terra de Judá, como também nas cidades de Efraim, que Asa, seu pai, tinha tomado.
2Cr 17.3 - O Senhor foi com Josafá, porque andou nos primeiros caminhos de Davi, seu pai, e não procurou a baalins. 
2Cr 17.4 - Antes, procurou ao Deus de seu pai e andou nos seus mandamentos e não segundo as obras de Israel.
2Cr 17.5 - O Senhor confirmou o reino nas suas mãos, e todo o Judá deu presentes a Josafá, o qual teve riquezas e glória em abundância.
2Cr 17.6 - Tornou-se-lhe ousado o coração em seguir os caminhos do Senhor, e ainda tirou os altos e os postes-ídolos de Judá.


INTRODUÇÃO

Uma liderança solidificada crescerá em todo o tempo. Para algumas pessoas as circunstâncias adversas podem ser pedras de tropeços, mas para líderes de visão, as circunstâncias podem se tornar ferramentas pelas quais avançarão e obterão sucesso. Os servos de Deus cresceram independentemente de fatores externos, eles nunca olham para fora, mas para dentro si, para a visão que Deus tem neles implantado (Fp 3.14).


1. Aproveite melhor o seu tempo

A maturidade necessita de tempo. Aprender a valorizar o tempo e administrá-lo com sabedoria trará não somente sucesso, mas confiança naquilo que se faz. O dicionário Houaiss diz que: “tempo é um período contínuo e indefinido no qual os eventos se sucedem”. O tempo não pode ser parado ou guardado. Assim, o que nos resta fazer em nossa breve existência é administrá-lo. Vejamos alguns exemplos de como administrar o tempo:


1.1. Um líder deve se organizar e estabelecer alvos

“E ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do SENHOR; e foram a todas as cidades de Judá, ensinando entre o povo” (2Cr 17.9). Sem organização os seres humanos perdem tempo e energia. Organizar é por ordem, é estabelecer metas e objetivos, tanto para si quanto para organização a que se pertence. Dentro de qualquer organização é imprescindível que se estabeleça metas a curto, médio, e longo prazo. Existem coisas que levam tempo para se concretizar. Quando olhamos para o exemplo do rei Josafá, vemos um líder que alcançou grandes realizações. Ele decidiu ser um homem exemplar; decidiu reformar o culto a Jeová eliminando toda a idolatria possível; instituiu ensinadores do Livro da Lei para ensinarem nas cidades de Judá, e, juntamente com isso, veio-lhe muita prosperidade e respeito das terras em redor. Josafá era um homem organizado e de metas, por isso, todos o respeitavam (2Cr 17.1-10).


1.2. Um líder deve eleger prioridades

A disciplina para eleger prioridades e a capacidade para trabalhar em uma meta estabelecida são essenciais para o sucesso. Um bom líder sempre terá prioridades, saberá separar o que é importante daquilo que é urgente. Não é questão de trabalhar demais, mas a maneira eficiente de como trabalhar. Estabelecer prioridades é uma forma de se evitar muitos desperdícios, é determinar o que vem primeiro, o que é mais importante e mais digno (Mt 6.33).0 líder que escolhe trabalhar as prioridades, distribuirá sua energia na proporção adequada aos seus alvos e sempre alcançará um ótimo desempenho. Um bom líder saberá fugir daquilo que lhe tira o foco. Note que Josafá tinha um foco, ele era disciplinado. Sua motivação era servir a Deus de coração e seu objetivo maior era reformar o culto a Jeová e servir o povo da melhor maneira possível.


1.3. Um líder deve amar aquilo que faz

A vida pode ser maravilhosamente feliz quando fazemos aquilo que gostamos. É raro quando não nos decepcionamos por um mau atendimento em alguma repartição, inclusive na igreja. Existem pessoas que servem com mal humor, como se estivessem ali obrigadas e não por gostar da função que ocupam. Por isso, é importante que um líder anime seus liderados a amarem o que fazem a ponto de serem capazes de fazê-lo com excelência (ICo 16.14). Que aprendam a fazê-lo tão bem que as pessoas desejem pagar pelo serviço que prestam. Quando alcançamos sucesso em algo que gostamos, isso não é trabalho, é uma fonte de vida. Ao mesmo tempo em que estamos dando nossa contribuição estamos também desfrutando. Cabe aqui uma pergunta: Se pudéssemos viver outra vez, o que faríamos de maneira diferente? John Maxwell diz que todas as pessoas têm dois dias muito felizes em suas vidas: o dia em que nasce e o que se entende o propósito da vida. Afirma que devemos descobrir a tarefa à qual nos doamos por inteiro, aquela que o tempo passa e sequer sentimos, por que amamos fazê-la. Diz também que existem pessoas trabalhando com o que não amam. Do contrário, não haveria tanta gente que se esforça, mas não faz sucesso, tantas empresas quebradas e tantos artistas que não conseguem vender suas obras.


2. Comunique o melhor de você

A vida de Josafá como líder é impressionante. Ele não somente alcançou o reconhecimento de Deus, mas também o de seu povo. Note que o escritor diz: “O Senhor confirmou o reino nas suas mãos”, em seguida acrescenta: “e todo o Judá deu presentes a Josafá”. O povo se viu tão satisfeito e grato que lhe trouxe incontáveis riquezas. Qual o segredo de Josafá, que lições podemos aprender? Vejamos:


2.1. Um líder deve trabalhar com diligência

E o SENHOR era com Jeosafá; porque andou nos primeiros caminhos de Davi seu pai, e não buscou a Baalins. Antes buscou ao Deus de seu pai, andou nos seus mandamentos, e não segundo as obras de Israel (2Cr 17. 3-4). A palavra “diligência" significa: fazer as coisas com zelo e dedicação procedente de um coração que ama o que faz”. Essa palavra vem do latim “diligentiae”, da mesma raiz procede à palavra “diligo” que significa: estimar, amar. Observamos que o coração de Josafá era puro e firme, seu foco era tanto servir a Deus quanto à nação que presidia como rei. Josafá não cometeu um defeito presente em muitos líderes, que é zerar o que os líderes passados fizeram e começar algo novo baseado apenas em suas ideias. Ele andou nos caminhos de Davi, ou seja, ele se inspirou no modelo do rei que mais agradou a Deus. Isso é diligência.


2.2. Um líder deve ser fiel à organização que preside

Quando falamos em organização, trata-se de um grupo de pessoas que se reúne com um propósito comum. Em nosso caso, prioritariamente uma igreja, mas podendo ser uma empresa, escola, etc., esteja liderando onde for, seja fiel a Deus, à sua organização. Um líder deve sempre lembrar de que foi posto como modelo, e para o seu crescimento em liderança deve manter-se como tal. Muitos reis orientais do passado exigiam honra e presentes, Josafá recebeu sem ao menos pedi-los, porque trabalhava com dedicação ao seu povo e era fiel a eles. Isso prova que o reflexo da benção é um coração disposto a agradar a Deus e servir com majestade.


2.3. Um líder deve ser sempre vigilante

“Porque Acabe, rei de Israel, disse a Jeosafá, rei de Judá: Irás tu comigo a Ramote de Gileade? E ele lhe disse: Como tu és, serei eu; e o meu povo, como o teu povo; iremos contigo à guerra” (2Cr 18.3). Não raro sempre há aqueles que se utilizam do exercício de liderança para darem vazão aos seus caprichos egoístas, procurando tirar vantagens nas alianças com servos bem intencionados. Esse foi o motivo da aliança de Acabe, e por não vigiar Josafá sofreu prejuízos presentes e futuros. Essa aliança envolvia cooperação bélica dos dois Reinos contra os sírios (lRs 22.1-3). Houve tragédia, os reis perderam a batalha e Acabe foi assassinado (lRs 22.17-28). Além das perdas e dos danos, os desdobramentos da aliança atingiram a família de Josafá. Jeorão, seu filho, assassinou todos os seus irmãos quando assumiu o reino (2Cr 21.1-5). Acazias, seu neto, foi morto por proceder impiamente, e depois dele seus bisnetos (2Cr 22.3-10). A aliança com Acabe comprometeu o futuro moral, espiritual e eterno da família e das gerações de Josafá.


3. Aproveite melhor as oportunidades

Josafá sendo herdeiro do trono de Asa, seu pai, pôde implementar uma série de mudanças em sua gestão como rei de Judá. Ele aproveitou para buscar a Deus e diferentemente dos reis de Israel, andou nos seus caminhos integralmente. Ele descobriu e se realizou tanto nisso que se tornou mais ousado em seguir ao Senhor e reformar o culto a Jeová. Josafá eliminou os lugares públicos de falsa adoração e removeu os postes-ídolos de Judá (lCr 17.6). Enfim, ele aproveitou todas as oportunidades possíveis para servil- a Deus e crescer em liderança.


3.1. Um líder deve sempre buscar a Deus (2Cr 17.4)

Josafá procurou a Deus, andou nos seus caminhos e Ele se deixou ser achado. O escritor demonstra que essa foi a verdadeira força que gerou o sucesso na sua gestão. Os caminhos pelos quais percorreu não foram fáceis, todavia, podemos inferir que grande parte do povo desejava um rei diferente dos anteriores. Assim, Josafá foi essa dádiva por eles alcançada. Desde cedo, ele aprendeu a depender de Deus e foi tremendamente favorecido em sua liderança por essa busca. Sobretudo, porque se tornou um homem sábio e admirável. Tais e tais são os tesouros da sabedoria reservados para uma administração que a busca (Pv 8.17.18).


3.2. Um líder sempre ousa inovar e reformar (2Cr 17.6)

O fato de Josafá ser herdeiro legítimo do trono lhe conferia alguma vantagem, mas ele não usou suas próprias estratégias para governar, ele se orientava em Deus. Ele primeiro buscou a Deus, ganhou a confiança de seu povo para depois iniciar algumas mudanças, inovar e reformar. Nenhum líder prudente assume uma organização mudando tudo logo a seguir, exceto em casos raros de muita precariedade. Todavia, à medida que o tempo passa, tornar-se mais ousado e, em seguida, inova em sua organização, reforma e elimina o que precisa. Asa, pai de Josafá, já havia iniciado uma série de reformas eliminando os lugares de adoração a Asera (poste ídolo) e de Baal, os deuses da promiscuidade. Asa enfrentou um problema seríssimo em família ligado a essa questão, ou seja, ele teve de destituir Maaca, sua mãe, do posto de rainha visto que ela era patrocinadora do paganismo em Judá (lRs 15.1114). Josafá, porém, pôde tomar uma medida interventiva mais profunda, eliminando tanto os ídolos quanto os lugares altos de adoração pública.


3.3. Todo líder de sucesso tem uma boa equipe (2Cr 17.7-8)

Sabemos que o individualismo é o alicerce do fracasso, e que o avanço de uma boa liderança está em uma equipe bem desenvolvida para fins específicos. Josafá, por exemplo, nomeou e enviou cinco príncipes e nove levitas versados na Lei do Senhor para ensinarem ao povo. Sua equipe muito coesa fez um trabalho pedagógico eficaz em Judá. Foi tão profundo que produziu grande temor em Judá e sobre os reinos vizinhos, trouxe o terror que levou os inimigos a abandonarem o pensamento de guerra contra o rei e seu reino (2Cr 17.10). Observe que Josafá se fez representar e se reproduziu por meio de seus legítimos representantes. Josafá transmitiu eficazmente a sua visão de trabalho reformista ensinado a “Lei do Senhor” através de sua equipe. Isso significa que ele “se multiplicou” e pôde estar em todos os lugares possíveis do seu reino.


CONCLUSÃO

Para ser bem sucedido em tudo quanto faz em termos de liderança sem dúvida há um conjunto de atitudes como foi brevemente demonstrado acima. Porém, tudo isso pode ser resumido numa única palavra: “diligência”, que representa zelo, dedicação e amor constante ao que se faz. Josafá e tantos outros agiram assim, por que não fazê-lo também?

 

 

Pecados Capitais de uma Liderança

14 de setembro de 2014

TEXTO AUREO

“Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Corá”. Jd v.ll



VERDADE APLICADA

A vigilância e a prudência são ingredientes essenciais na vida de todo aquele que milita na obra do Senhor.


TEXTOS DE REFERÊNCIA

Ne 5.14 - Também desde o dia em que fui nomeado seu governador na terra de Judá, desde o vigésimo ano até ao trigésimo segundo ano do rei Artaxerxes, doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos o pão devido ao governador.
Ne 5.15 - Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram o povo e lhe tomaram pão e vinho, além de quarenta siclos de prata; até os seus moços dominavam sobre o povo, porém eu assim não fiz, por causa do temor de Deus. 
Ne 5.16 - Antes, também na obra deste muro fiz reparação, e terra nenhuma compramos; e todos os meus moços se ajuntaram ali para a obra.
Ne 5.17 - Também cento e cinquenta homens dos judeus e dos magistrados e os que vinham a nós, dentre as gentes que estavam ao nosso redor, eram meus hóspedes.


INTRODUÇÃO

A definição básica de pecado no grego é “hamartia”, e significa: “errar o alvo”. Pecar é desvincular-se do propósito original de Deus, que é alcançar determinado objetivo. Com o pecado não se brinca, e aquele que está ativo no exercício de liderança deve trabalhar preventivamente vigiando. Quem está sob a pressão da tentação deve se resguardar orando, resistindo ou até mesmo fugindo (ICo 6.18), dependendo da natureza da tentação. Portanto, é imprescindível conhecermos os principais pecados ligados à liderança e algumas de suas consequências.


1. Pecados emocionais

Assim como alguém definiu que há virtudes ligadas à emoção tais como o amor, a alegria e a paz interior, há logicamente seus contrapontos e contrastes em sentido pecaminoso. Nossa lista está longe de ser perfeita, e até sabemos que todos os pecados têm algum peso emocional, mas destacaremos aqueles que precisam ser considerados no estudo desta lição.

1.1. Soberba
De todos os pecados enumerados na Palavra de Deus, a soberba é provavelmente o mais sutil e mais perigoso. Ela tem origem no próprio Satanás (lTm 3.6), e é usado por ele como uma armadilha no coração humano para desfigurar a imagem daqueles que galgam posições elevadas. O que começa a ser uma obra para a glória de Deus pode, de forma rápida e fácil, converter-se em glória para si mesmo. A soberba faz com que seu possuidor tenha um elevado conceito de si mesmo, colocando-se acima das demais (Pv 21.24). Geralmente, as pessoas que possuem tal sentimento costumam não ouvir os outros, acham que sabem tudo, eles dispensam bons conselhos porque acreditam que os outros não sabem de nada. A soberba é tida como a mãe de todos os outros pecados. Quem age assim cometerá sérios erros em sua liderança e trará sérios riscos e prejuízos a sua organização. A Bíblia é clara quando afirma que a soberba precede à ruína (Pv 16.18).


1.2. Mau humor

O relacionamento interpessoal é, sem sombra de dúvida, um dos fatores que influenciam no dia a dia e no desempenho de um grupo, daí surge à necessidade de trocar informações sobre o trabalho e de cooperar com a equipe, o que, sem um bom relacionamento, fatalmente prejudicará a organização. E importante saber conviver com as pessoas, primeiro porque a Bíblia ordena, e também, porque necessitamos de uma intensa interação devido às mudanças que ocorrem em todos os seguimentos da sociedade, da cultura ou até mesmo diante de troca de lideranças. O líder pode ser o motivo das pessoas entrarem e também de saírem das organizações. Disse Oscar Wilde: “algumas pessoas proporcionam felicidade aonde vão, outras proporcionam felicidade quando se vão”. Algumas fontes estimam que 65 por cento das pessoas abandonem as empresas por causa de seus gestores.


1.3. Coração impiedoso

Só quem nunca ofendeu alguém é que nunca precisou de perdão. Todos os seres humanos, de alguma maneira, ofenderam alguém, principalmente o próximo a quem se ama. Um líder deve antecipadamente ter o seu coração tratado e curado pela graça de Deus, afim de que sua vida dentro de uma organização cristã seja a mais sadia possível (Mt 12.35). Quem não experimenta graça não pode dispensar graça, senão acusações, rancor e sentimento de vingança (Lc 6.45). E imprescindível que um líder tenha um coração misericordioso e perdoador, principalmente quando alguém diz compor uma organização cristã. Jesus não especificou um limite para o perdão, mas deixou claro que devemos perdoar quantas vezes se fizer necessário (Mt 18.21 e 22).


2. Pecados relacionais

Como já dissemos acima, a soberba é a mãe de todos os demais pecados. Os pecados a serem comentados a seguir não fogem a regra. Veremos como um líder pode pecar tão seriamente contra Cristo, contra si mesmo e a organização a qual pertence.


2.1. Centralização excessiva

A princípio não há nada de errado em ser centralizador, o problema está em centralizar as coisas por orgulho. Existem líderes que são excessivamente centralizadores com o fim de impedir ou sonegar determinadas informações aos seus liderados. Esse é um tipo inseguro, que teme ser superado e perder sua posição. Na verdade, não podemos generalizar. Mas aqueles que agem assim não são democráticos quanto ao conhecimento, e quando se trata de Reino de Deus, podemos dizer que tais atitudes impedem a chegada de novos valores, desestimulam aqueles que sonham e almejam desenvolver uma visão dada por Deus, e impedem que outras ideias sejam colocadas, as quais poderiam até ser melhores e mais eficazes que a do atual líder.


2.2. A cobiça pelo reconhecimento

Ligado à soberba está a sede pelo reconhecimento. Também não há nada errado em fazer as coisas pensando em ter reconhecimento alheio. O perigo reside quando uma pessoa está possuída desse desejo de reconhecimento como foi o caso de Caim, que, dando lugar à ira, matou seu próprio irmão (Gn 4.6-8). A cobiça é como uma bola de neve, ou seja, começa como algo muito pequeno e termina como uma grande avalanche, algo que pode causar grande destruição. Afinal de contas, não são as grandes raposas que destroem as vinhas, e sim as pequenas (Ct 2.15). Temos exímio cuidado com as grandes rochas, porém, são as pequenas pedras que sempre nos fazem tropeçar. Muitos caem nos laços da cobiça, simplesmente porque os ignoram. Sansão é um exemplo clássico daqueles que acham que sempre se livrarão de cordas frágeis. Ainda que algo pareça muito insignificante não devem ser ignoradas. A Bíblia nos adverte: “não deis lugar ao diabo” (Ef 4.26).


2.3. Agressividade

A agressividade é mais uma consequência de outros pecados sérios como a soberba, o ser cobiçoso de vanglorias e a inveja, como dissemos acima. A agressividade costuma ser na maioria das vezes de natureza verbal através de humilhações a alguém, o desprezo à ideia de outro, ofensas verbais, assédio moral, etc. Seu mau humor bem como a sua agressividade faz com que este indivíduo não permaneça muito tempo na organização. Todo líder vive exposto a grande pressões, por isso deve exercitar a longanimidade e a paciência (2Tm 3.10, Hb 12.1) para evitar a agressividade. Observe o que nos ensina a Escritura: “Assim como as moscas mortas fazem exalar mau cheiro e inutilizar o unguento do perfumador, assim é, para o famoso em sabedoria e em honra, um pouco de estultícia” (Ec 10.1).


3. Pecados laborais

Agora trataremos de alguns pecados que se relacionam diretamente com o trabalho: a luxúria, a negligência e a preguiça.


3.1. Luxúria

Olhando rapidamente, parece que a luxúria não tem a ver com o trabalho. Ela é definida como “comportamento desregrado quanto aos prazeres do sexo”, seu sinônimo é lascívia, que, de igual modo, refere-se à incontinência, dissolução, corrupção. Todavia, aqueles que dão vazão à luxúria, sejam ocasionalmente ou como um estilo de vida acabam, por fim, afetando a sua vida em varias esferas, incluindo a profissional e como líder. Para sustentar a luxúria ou lascívia, o indivíduo se vê obrigado a tomar algumas atitudes, que certamente vão gerar consequências desastrosas. A maneira como alguns encontram para isso é laborando mais, o que talvez seja uma mínima minoria. O mais comum é a prática da exploração alheia em todos os sentidos, a prática da corrupção e improbidade administrativa. E também caracterizada por assédio a funcionário (a) ou membro de equipe, gerando o escândalo dentro da organização, seu enfraquecimento e até mesmo a sua dissolução.


3.2. Negligência

Enquanto a diligência é fazer as coisas com zelo, dedicação e amor, a negligência é a negação de tudo isso. Enfim, podemos dizer que a negligência é a maneira relaxada, desleixada e preguiçosa de fazer as coisas. Em qualquer organização eclesiástica ou secular, isso é percebido pela falta de comprometimento, pela falta de entusiasmo, pela falta de energia. Quem é negligente tende a desperdiçar oportunidades e o próprio crescimento na igreja ou outra organização a que pertença (Pv l8.9). Nunca planeje metas se não está disposto a tomar atitudes para realizá-las. Veja a parábola do servo que recebeu um único talento sem nada produzir. E por que não o fez? Porque era negligente e mau. Note que seu fim não foi dos melhores (Mt 25.24-29).


3.3. Falta de ética (no falar)

A principal falta de ética no falar se chama fofoca ou mexerico. E a atitude de maldizer com base em inverdade sobre determinada coisa ou sobre alguém. Tal estilo prejudica a organização como um todo. Há pessoas que fazem isso procurando logicamente obter alguma vantagem, mas por ser um comportamento que cedo ou tarde será descoberto, acaba se voltando contra a própria pessoa. Em nossos dias, isso já se tornou um padrão de vida para muitos, até mesmo líderes, os quais se envolvem em fofocas, e causam intrigas ao levantar questões da vida alheia, as quais muitas vezes visam destituir alguém de sua posição, seja por inveja ou falta de afinidade. Líderes que agem assim apenas geram desrespeito, estresse e má vontade em seus liderados.


CONCLUSÃO

Enfim, existem algumas atitudes que são fundamentais para que o líder possa encarar tais pecados e evitá-los, a saber: prudência na conduta pessoal sempre, orar, vigiar e ter um momento devocional consistente para resistir as astutas ciladas do diabo (Ef 6.11). 



    LIÇÃO 11 – 14 de setembro de 2014 – Editora Betel

Pecados capitais de uma liderança

TEXTO AUREO

“Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Corá”. Jd v.ll

VERDADE APLICADA

A vigilância e a prudência são ingredientes essenciais na vida de todo aquele que milita na obra do Senhor.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Apontar alguns tipos de pecados principais ligados à liderança;
Descrever concisamente as consequências principais desses pecados;
Oferecer uma chance para uma constante autoanálise.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Ne 5.14 - Também desde o dia em que fui nomeado seu governador na terra de Judá, desde o vigésimo ano até ao trigésimo segundo ano do rei Artaxerxes, doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos o pão devido ao governador.
Ne 5.15 - Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram o povo e lhe tomaram pão e vinho, além de quarenta siclos de prata; até os seus moços dominavam sobre o povo, porém eu assim não fiz, por causa do temor de Deus.
Ne 5.16 - Antes, também na obra deste muro fiz reparação, e terra nenhuma compramos; e todos os meus moços se ajuntaram ali para a obra.
Ne 5.17 - Também cento e cinquenta homens dos judeus e dos magistrados e os que vinham a nós, dentre as gentes que estavam ao nosso redor, eram meus hóspedes.

Introdução
A definição básica de pecado no grego é “hamartia”, e significa: “errar o alvo”. Pecar é desvincular-se do propósito original de Deus, que é alcançar determinado objetivo. Com o pecado não se brinca, e aquele que está ativo no exercício de liderança deve trabalhar preventivamente vigiando. Quem está sob a pressão da tentação deve se resguardar orando, resistindo ou até mesmo fugindo (ICo 6.18), dependendo da natureza da tentação. Portanto, é imprescindível conhecermos os principais pecados ligados à liderança e algumas de suas consequências.

1. Pecados emocionais
Assim como alguém definiu que há virtudes ligadas à emoção tais como o amor, a alegria e a paz interior, há logicamente seus contrapontos e contrastes em sentido pecaminoso. Nossa lista está longe de ser perfeita, e até sabemos que todos os pecados têm algum peso emocional, mas destacaremos aqueles que precisam ser considerados no estudo desta lição.


1.1. Soberba
De todos os pecados enumerados na Palavra de Deus, a soberba é provavelmente o mais sutil e mais perigoso. Ela tem origem no próprio Satanás (lTm 3.6), e é usado por ele como uma armadilha no coração humano para desfigurar a imagem daqueles que galgam posições elevadas. O que começa a ser uma obra para a glória de Deus pode, de forma rápida e fácil, converter-se em glória para si mesmo. A soberba faz com que seu possuidor tenha um elevado conceito de si mesmo, colocando-se acima das demais (Pv 21.24). Geralmente, as pessoas que possuem tal sentimento costumam não ouvir os outros, acham que sabem tudo, eles dispensam bons conselhos porque acreditam que os outros não sabem de nada. A soberba é tida como a mãe de todos os outros pecados. Quem age assim cometerá sérios erros em sua liderança e trará sérios riscos e prejuízos a sua organização. A Bíblia é clara quando afirma que a soberba precede à ruína (Pv 16.18).
Humildade vem da palavra “húmus” que significa terra fértil, solo sobre nós. É a qualidade das pessoas que se procuram manter com os “pés na terra”, no nível dos outros. Ninguém é pior.; ou melhor; todos estamos no mesmo nível, porque somente Deus está acima, por isso devemos manter dignidade, cordialidade, respeito, simplicidade e honestidade com todos, se quisermos alcançar a Deus. Humildade é assumir seus direitos e obrigações, erros e culpas sem resistir. Agir diferente disto é uma arrogância, e uma negação da sua origem.



1.2. Mau humor
O relacionamento interpessoal é, sem sombra de dúvida, um dos fatores que influenciam no dia a dia e no desempenho de um grupo, daí surge à necessidade de trocar informações sobre o trabalho e de cooperar com a equipe, o que, sem um bom relacionamento, fatalmente prejudicará a organização. E importante saber conviver com as pessoas, primeiro porque a Bíblia ordena, e também, porque necessitamos de uma intensa interação devido às mudanças que ocorrem em todos os seguimentos da sociedade, da cultura ou até mesmo diante de troca de lideranças. O líder pode ser o motivo das pessoas entrarem e também de saírem das organizações. Disse Oscar Wilde: “algumas pessoas proporcionam felicidade aonde vão, outras proporcionam felicidade quando se vão”. Algumas fontes estimam que 65 por cento das pessoas abandonem as empresas por causa de seus gestores.



1.3. Coração impiedoso
Só quem nunca ofendeu alguém é que nunca precisou de perdão. Todos os seres humanos, de alguma maneira, ofenderam alguém, principalmente o próximo a quem se ama. Um líder deve antecipadamente ter o seu coração tratado e curado pela graça de Deus, afim de que sua vida dentro de uma organização cristã seja a mais sadia possível (Mt 12.35). Quem não experimenta graça não pode dispensar graça, senão acusações, rancor e sentimento de vingança (Lc 6.45). E imprescindível que um líder tenha um coração misericordioso e perdoador, principalmente quando alguém diz compor uma organização cristã. Jesus não especificou um limite para o perdão, mas deixou claro que devemos perdoar quantas vezes se fizer necessário (Mt 18.21 e 22).
A vida é recíproca. Se nos relacionarmos bem com as pessoas, elas também se relacionarão bem conosco. Às vezes, não entendemos bem o significado da palavra “humildade”. A humildade que Jesus nos ensinou é ser como se não fossemos, e ter como se nada tivéssemos. Uma pessoa mansa e humilde de coração sabe conviver de forma amável com as demais. Embora esteja passando por momentos difíceis e de grande provação, não descarrega seu mau humor nas pessoas. Tal pessoa jamais se orgulha da posição que ocupa; do contrário, é capaz de perder para ver o Reino de Deus progredir.

2. Pecados relacionais
Como já dissemos acima, a soberba é a mãe de todos os demais pecados. Os pecados a serem comentados a seguir não fogem a regra. Veremos como um líder pode pecar tão seriamente contra Cristo, contra si mesmo e a organização a qual pertence.


2.1. Centralização excessiva
A princípio não há nada de errado em ser centralizador, o problema está em centralizar as coisas por orgulho. Existem líderes que são excessivamente centralizadores com o fim de impedir ou sonegar determinadas informações aos seus liderados. Esse é um tipo inseguro, que teme ser superado e perder sua posição. Na verdade, não podemos generalizar. Mas aqueles que agem assim não são democráticos quanto ao conhecimento, e quando se trata de Reino de Deus, podemos dizer que tais atitudes impedem a chegada de novos valores, desestimulam aqueles que sonham e almejam desenvolver uma visão dada por Deus, e impedem que outras ideias sejam colocadas, as quais poderiam até ser melhores e mais eficazes que a do atual líder.
Não raro se vê líderes omitindo títulos de livros que leem, desestimulam o aprendizado em seminários teológicos, impedindo membros de participar de palestras, etc., por serem inseguros, tudo tem que se iniciar neles. E como se sempre estivessem maquinando passar-lhe a perna e derrubá-lo de sua liderança. A consequência dessa centralização excessiva é que, quando as coisas não vão indo bem, a culpa recai sobre ele. Na verdade esse tipo de postura faz com que os liderados fiquem desmotivados e até torçam para que as coisas deem errado.



2.2. A cobiça pelo reconhecimento
Ligado à soberba está a sede pelo reconhecimento. Também não há nada errado em fazer as coisas pensando em ter reconhecimento alheio. O perigo reside quando uma pessoa está possuída desse desejo de reconhecimento como foi o caso de Caim, que, dando lugar à ira, matou seu próprio irmão (Gn 4.6-8). A cobiça é como uma bola de neve, ou seja, começa como algo muito pequeno e termina como uma grande avalanche, algo que pode causar grande destruição. Afinal de contas, não são as grandes raposas que destroem as vinhas, e sim as pequenas (Ct 2.15). Temos exímio cuidado com as grandes rochas, porém, são as pequenas pedras que sempre nos fazem tropeçar. Muitos caem nos laços da cobiça, simplesmente porque os ignoram. Sansão é um exemplo clássico daqueles que acham que sempre se livrarão de cordas frágeis. Ainda que algo pareça muito insignificante não devem ser ignoradas. A Bíblia nos adverte: “não deis lugar ao diabo” (Ef 4.26).



2.3. Agressividade
A agressividade é mais uma consequência de outros pecados sérios como a soberba, o ser cobiçoso de vanglorias e a inveja, como dissemos acima. A agressividade costuma ser na maioria das vezes de natureza verbal através de humilhações a alguém, o desprezo à ideia de outro, ofensas verbais, assédio moral, etc. Seu mau humor bem como a sua agressividade faz com que este indivíduo não permaneça muito tempo na organização. Todo líder vive exposto a grande pressões, por isso deve exercitar a longanimidade e a paciência (2Tm 3.10, Hb 12.1) para evitar a agressividade. Observe o que nos ensina a Escritura: “Assim como as moscas mortas fazem exalar mau cheiro e inutilizar o unguento do perfumador, assim é, para o famoso em sabedoria e em honra, um pouco de estultícia” (Ec 10.1).
Assim como uma mosca pode estragar todo o aroma de um bom perfume, uma atitude errada por parte de um líder pode colocar uma organização em sérias dificuldades.

3. Pecados laborais
Agora trataremos de alguns pecados que se relacionam diretamente com o trabalho: a luxúria, a negligência e a preguiça.



3.1. Luxúria
Olhando rapidamente, parece que a luxúria não tem a ver com o trabalho. Ela é definida como “comportamento desregrado quanto aos prazeres do sexo”, seu sinônimo é lascívia, que, de igual modo, refere-se à incontinência, dissolução, corrupção. Todavia, aqueles que dão vazão à luxúria, sejam ocasionalmente ou como um estilo de vida acabam, por fim, afetando a sua vida em varias esferas, incluindo a profissional e como líder. Para sustentar a luxúria ou lascívia, o indivíduo se vê obrigado a tomar algumas atitudes, que certamente vão gerar consequências desastrosas. A maneira como alguns encontram para isso é laborando mais, o que talvez seja uma mínima minoria. O mais comum é a prática da exploração alheia em todos os sentidos, a prática da corrupção e improbidade administrativa. E também caracterizada por assédio a funcionário (a) ou membro de equipe, gerando o escândalo dentro da organização, seu enfraquecimento e até mesmo a sua dissolução.
Fomos alertados que, nos últimos dias, haveria homens amantes de si mesmos, blasfemos, enganadores, e que fariam do evangelho uma causa de ganhos. O que Paulo disse a Timóteo como recomendação é uma verdade que, em nossos dias, deve ser confrontada pela veracidade da Escritura.



3.2. Negligência
Enquanto a diligência é fazer as coisas com zelo, dedicação e amor, a negligência é a negação de tudo isso. Enfim, podemos dizer que a negligência é a maneira relaxada, desleixada e preguiçosa de fazer as coisas. Em qualquer organização eclesiástica ou secular, isso é percebido pela falta de comprometimento, pela falta de entusiasmo, pela falta de energia. Quem é negligente tende a desperdiçar oportunidades e o próprio crescimento na igreja ou outra organização a que pertença (Pv l8.9). Nunca planeje metas se não está disposto a tomar atitudes para realizá-las. Veja a parábola do servo que recebeu um único talento sem nada produzir. E por que não o fez? Porque era negligente e mau. Note que seu fim não foi dos melhores (Mt 25.24-29).



3.3. Falta de ética (no falar)
A principal falta de ética no falar se chama fofoca ou mexerico. E a atitude de maldizer com base em inverdade sobre determinada coisa ou sobre alguém. Tal estilo prejudica a organização como um todo. Há pessoas que fazem isso procurando logicamente obter alguma vantagem, mas por ser um comportamento que cedo ou tarde será descoberto, acaba se voltando contra a própria pessoa. Em nossos dias, isso já se tornou um padrão de vida para muitos, até mesmo líderes, os quais se envolvem em fofocas, e causam intrigas ao levantar questões da vida alheia, as quais muitas vezes visam destituir alguém de sua posição, seja por inveja ou falta de afinidade. Líderes que agem assim apenas geram desrespeito, estresse e má vontade em seus liderados.
Mesmo que alguém possa encontrar alguma coisa de positivo em alguns desses comportamentos, isso não passa de engano pueril. Os prejuízos são muitos diante de si mesmo, da igreja, e diante de Deus. O pecado sempre deve ser visto de maneira séria, com efeito regressivo. Daí haver uma maneira própria de encarar tais pecados.

Conclusão
Enfim, existem algumas atitudes que são fundamentais para que o líder possa encarar tais pecados e evitá-los, a saber: prudência na conduta pessoal sempre, orar, vigiar e ter um momento devocional consistente para resistir as astutas ciladas do diabo (Ef 6.11).

QUESTIONÁRIO

1. Onde reside o perigo de ser um líder dado a centralização?
R. Em centralizar as coisas por orgulho.
2. O que é a soberba em relação aos outros pecados?
R. É a mãe de todos os outros pecados.
3. Quando não existe um bom relacionamento, o que o corre à organização?
R. Muito prejuízo.
4. Qual é a prática comum de quem costuma dá vazão à luxúria?
R. A prática da exploração alheia em todos os sentidos.
5. Como se chama a principal falta de ética no falar?
R. Fofoca ou mexerico.




     

O Maior Legado de um Líder
21 de setembro de 2014



TEXTO AUREO
“Chamou Moisés a Josué e lhe disse na presença de todo o Israel: Sê forte e corajoso; porque, com este povo, entrarás na terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar a teus pais; e tu os farás herdá-la”. Dt 31.7



VERDADE APLICADA

Não deixar um legado é como roubar o futuro da próxima geração. Líderes sem legado são líderes sem história.


TEXTOS DE REFERÊNCIA


Nm 27.15 - Então, disse Moisés ao Senhor:
Nm 27.16 - Ó Senhor, autor e conservador de toda vida, ponha um homem sobre esta congregação 
Nm 27.17 - que saia adiante deles, e que entre adiante deles, e que os faça sair, e que os faça entrar, para que a congregação do Senhor não seja como ovelhas que não têm pastor.
Nm 27.18 - Disse o Senhor a Moisés: Toma Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe-lhe as mãos;
Nm 27.19 - apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação; e dá-lhe, à vista deles, as tuas ordens.
Nm 27.20 - Põe sobre ele da tua autoridade, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de Israel.


INTRODUÇÃO

Um pai responsável sempre age pensando em deixar uma herança para seus filhos. Em relação à organização Igreja, um líder deve ver a si mesmo como um pai que busca deixar tesouros para seus filhos (2Co 12.14). Nós seres humanos fomos criados para reprodução (Gn 1.28). Nossa história não termina em nós, daí a necessidade de compreendermos o que significa deixarmos um legado para a posteridade.


1. Compreendendo um legado

Um líder sábio trabalhará pela sua igreja, departamento ou organização secular para que elas se mantenham depois dele, não se acabe quando ele sair ou venha a falecer. Todo líder cristão que tem Jesus como modelo procura deixar um legado. É claro que para que isso aconteça eficientemente não dependerá apenas do líder, mas de sua equipe, diretoria, e do próprio sucessor.


1.1. O que é um legado

Liderança é algo absolutamente pessoal. Ou se exercita ou se renuncia. Todavia, existe uma terceira coisa que pode ser feita, passá-la a um sucessor. Esse é realmente um dos maiores desafios de nossos tempos. O legado é uma herança que se deixa para alguém quando morre. Legado nada mais é do que deixar alguém pronto para dar seguimento ao que já estava sendo feito, para que tal coisa não seja desprezada e desapareça com o tempo. Todo líder de uma grande organização dirige com o hoje e o amanhã em sua mente. Jesus preparou seus discípulos não apenas para caminhar a seu lado, mas para dar seguimento ao que fazia quando partisse. Jesus não deixou templos nem riquezas para seus discípulos administrarem, mas deixou um pensamento e uma cultura que deveria ser compartilhada através deles e daqueles que a recebessem (Jo 17.20).


1.2. Líderes responsáveis pensam no futuro do povo

A única forma de desenvolver uma ampla liderança e fazer com que a formação de novos lideres faça parte da nossa cultura. Observe que a preocupação de Moisés não era ficar de fora da terra da promessa, sua preocupação era o que aconteceria ao povo, quem o sucederia, quem iria dar continuidade a partir dali (Nm 27.15-17). Líderes passam a visão para as gerações futuras. Por isso, é importante preparar alguém, porque a vida é breve, e a partida é sempre repentina. Qualquer líder que deseje ver sua organização progredir, deve estar disposto a pagar o preço para assegurar um êxito duradouro. Moisés pode partir em paz, porque sabia que Josué honraria seu legado. Mas será que o sacerdote Eli poderia dizer o mesmo? Fica aqui uma pergunta: líderes que não prepararam outros, viveram para quê?


1.3. Plante para o reino e o reino florescerá

Os líderes passam a compreender a importância de um legado quando são sucedidos por outros que afundam ou destroem aquilo que construíram com amor, suor e muitas lágrimas. Nessa hora a indignação toma conta da vida de um líder. Todavia, deveria pensar em uma coisa importante. Se realmente houvesse feito um bom trabalho naquela igreja ou organização, não importaria quem viesse liderar depois dele. Pois qualquer um que assumisse, estaria apto para levar adiante aquele propósito inicial. E aí que pecamos! Sabemos construir templos, sabemos reformá-los, dar-lhes dimensão e aparência. Mas, infelizmente, deixamos a desejar no tratamento de almas e morremos muitas vezes sem sucessão. Talvez essa reflexão nos faça compreender melhor o significado de um legado, e porque Moisés buscou a Deus pedindo um líder capaz (Nm 27.15-17).


2. O propósito de um legado

Somos capazes de descobrir quantas sementes existem em uma laranja, mas é impossível saber quantas laranjas existem em cada semente. Essa é uma descoberta de quem planta. O que seria das próximas gerações de árvores e de frutos se a semente não fosse plantada? Deixar um legado é exatamente isso, é plantar para que a próxima geração produza muito mais frutos que a anterior. É pensar na perpetuação da espécie. Para isso um líder precisa ser um catalisador. Vejamos:


2.1. Todo grande líder é um catalisador

Cientificamente, o catalisador é uma substância que afeta a velocidade de uma reação, mas emerge do processo, inalterada. O catalisador é um agente transformador que se mantém intocável no curso de sua função. É uma enzima que se reproduz sem nunca ser alterada. Ele é como a matriz de uma produção, que a partir dela tudo se reproduz. Ou seja, o catalisador utiliza o que já existe, precisando apenas do pouco para produzir bastante. Sem enzima catalista a reação biológica mais lenta levaria um trilhão de anos para entrar e um processo de transformação. O maior exemplo de líder catalisador é Jesus Cristo. Ele levou três anos e meio para formar doze pessoas. Nós levaríamos um milhão de anos para fazer o mesmo. E por quê? Por causa de nossa incapacidade de reproduzir. Os catalisadores formam sucessores e não seguidores. Eles não são influenciados, eles confrontam. Havendo catalisadores, ocorrerão mudanças e transformação.


2.2. Todo líder catalisador é como um pai

Um pai não cria filhos para si mesmo. Entenda! Não casaremos com nossos filhos, eles não viverão para sempre em nossa casa; um dia deverão seguir seus próprios destinos. Essa é a visão de um catalisador. Ele sabe que deve preparar alguém para alguém. O que esperamos de nossos filhos? O pai não deseja que seus filhos sejam como eles. Os pais trabalham no intento de que seus filhos avancem, progridam e alcancem degraus sempre mais elevados. Para isso devem lhes dar mantimento, vestimenta, educação e prepará-los para enfrentar os desafios da sociedade. Agora a pergunta é: fazemos assim com os nossos filhos espirituais? Cuidamos deles ao ponto de que possam assumir nosso legado e ir em frente? Investimos em vidas? Ou somente pregamos a Palavra achando que isso é tudo?


2.3. Todo líder catalisador é capaz de influenciar

Todo líder catalisador é influente. Ele não busca nada em outro lugar, ele influencia com o que existe em suas propriedades sem deixar que sua propriedade seja alterada. Jesus influenciou o mundo sem jamais ser influenciado. Jesus jamais precisou copiar o modelo de alguém. Ele era o verbo, a ação (Jo 1.1). O fato de saber que Ele habita em nós, nos dá a garantia de que temos em nós a mesma unção que estava sobre Ele. Não precisamos ficar imitando modelos, eles dão certo dependendo da visão, do local, e da pessoa a quem o Senhor quis se revelar. A maior descoberta está no potencial que existe dentro de cada um de nós. Infelizmente nos apaixonamos pelos nossos próprios métodos e modelos de culto. Achamos que estamos fazendo a obra, mas, na verdade, só estamos tendo enfado e cansaço. É tempo de criar! O potencial para criação já nos foi dado, e está vivo dentro de cada um.


3. Preparando um sucessor

Os filhos de Israel eram uma enorme congregação que já se contava aos milhões nos dias de Moisés. Sabendo Moisés que, por determinação divina, não duraria muito mais, tomou as providências no sentido de preparar um sucessor. Vejamos como agiu:


3.1. Toda sucessão exige orientação divina

É claro que, ao saber que não entraria mais na terra prometida, Moisés se entristeceu muito, afinal tinha investido toda a sua vida naquilo. Ele orou para que Deus reconsiderasse a sua determinação, mas ao contrário, Ele permaneceu irredutível e passou a orientar-lhe no que fazer. Sabiamente Moisés ora ao Senhor, autor e conservador de toda vida, para que desse um líder ao seu povo, para que não ficassem como ovelhas dispersas. Então, o Senhor Deus ordenou a Moisés que tomasse a Josué, filho de Num, homem em que há o Espírito. Evidentemente, que era o Espírito Santo e também alguém que já tinha afinidade com o espírito de Moisés.


3.2. Um sucessor deve ser fortalecido e legitimado

Uma das atitudes mais importantes para que Josué viesse a aceitar e a permanecer na liderança foi o seu fortalecimento. Deus diretamente ordenou que Moisés fizesse todo um trabalho para o estímulo de Josué. Ele deveria ser apresentado a Eleazar, o sacerdote e perante toda a congregação. Ao receber a imposição de mãos e as orientações diante de todos, Josué estava sendo legitimado como sucessor de Moisés (Nm 27.21-23). Todos a partir dali deveriam respeitá-lo de um modo diferente depois daquela legitimação. Não se sabe quanto tempo Moisés ainda viveu a partir dali, porém, tudo estava encaminhado agora. O exemplo de Moisés fala por si só e ensina qual é o procedimento correto nessa questão. Não precisamos ter que morrer para que se busquem, às pressas, alguém para substituir-nos, devemos também ter em mente a hora de passar o bastão.


3.3. Toda sucessão tem um tempo determinado

Todo líder que pensa no avanço e na progressão do Reino de Deus deve identificar a fase que está vivendo. Precisamos saber quando o tempo acabou, quando é a hora de parar, o momento de eleger alguém e o que Deus nos permite fazer ou não. Existem labores que a fase não nos permitirá fazer, porque não é o tempo, ou porque não seremos nós que iremos executar. Um grande exemplo para nós é Davi. Ele foi guerreiro, organizou os exércitos de Israel, fundou Jerusalém. Mas não pôde construir o templo. Não era sua fase. Isso era para Salomão, seu filho, executar. Davi só pôde ofertar e não construir. Mas ele desanimou? Não. Ele fez o que faz um bom líder. Ele proveu de tudo para o que vinha depois dele. Um bom líder não deixa dívida para o próximo. Dá-lhe meios para que execute.


CONCLUSÃO


Uma coisa deve ficar muito clara. O maior legado de um líder é trabalhar para que a igreja ou organização se mantenha depois dele, tendo a alegria e o zelo em preparar e deixar alguém que ame a Deus respeite o povo, e siga a visão deixada pelo seu legado.

       DOMINICAL - Conteúdo da Lição 13 - Revista da Editora Betel



Jesus, o Modelo Inigualável de Liderança
28 de setembro de 2014

TEXTO AUREO
“Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz. Farei repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará juízo aos gentios”. Mt 12.18

VERDADE APLICADA

Jesus Cristo é o modelo mais perfeito para aqueles que desejam sucesso na vida e em sua liderança.

TEXTOS DE REFERÊNCIA


Is 42.1 - Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios.
Is 42.2 - Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça.
Is 42.3 - Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o direito.
Is 42.4 - Não desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras do mar aguardarão a sua doutrina.
Is 42.5 - Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela. 
Is 42.6 - Eu, o Senhor, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios;
Is 42.7 - para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas.

INTRODUÇÃO

O maior modelo de liderança será sempre Jesus Cristo. Desde sua anunciação já se previa um Messias com qualidades jamais vistas pelos seres humanos. Jesus Cristo é o homem perfeito, o modelo para uma vida saudável, feliz e vitoriosa. Não existe líder que não deseje ser como Jesus. Nesta lição, veremos três pilares principais sobre os quais a liderança messiânica repousou, os quais nos servem de base para o desempenho do papel de liderança.

1. Liderança delegada

Em várias ocasiões, Jesus demonstrou que sua missão e liderança haviam sido delegadas pelo Pai. Era imprescindível, portanto, que as pessoas cressem nele como alguém vindo de Deus. Séculos antes Ele havia sido apresentado de algumas maneiras que cabia àqueles cidadãos judeus observarem e conferir.

1.1. Ele foi apresentado como servo

Isaías profeticamente apresenta o Messias como “ebed Javé” servo do Senhor. Na verdade a expressão servo nos remete para o caráter da missão resgatadora de Jesus (Mc 10.45). Embora, nos dias atuais, na visão do mundo a ideia de um líder servo não seja agradável, não temos o direito de omitir aos leitores o que a própria Bíblia quer dizer. Por isso, na igreja, se usa muito a expressão “liderança servidora” que comunica uma ideia diferente da proposta mundana. Visto que é a que mais se aproxima daquela determinada por Deus a Jesus, o Messias. Como Ele próprio chegou a dizer: “o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20.28).

1.2. Escolhido para o prazer de Deus

O Messias profeticamente foi enviado para o deleite de Deus. Ele é simplesmente um servo obediente que se agrada em cumprir o seu propósito. Esse Servo-Líder foi escolhido e sustentado na sua missão até que todo o seu propósito se cumprisse. Os evangelistas fizeram questão de apontai' esse aspecto messiânico em Jesus, ao registrarem a voz de Deus, demonstrando o seu agrado com relação à pessoa de Jesus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17) Devemos lembrar que, em termos de submissão, não havia diferença entre servo e filho. E Jesus nos ensina tanto a ser filhos quanto servos. Um servo-líder de Cristo deve entender que sua vida existe para o deleite de seu Senhor e não para deleite próprio. Na verdade, grande prazer têm aqueles que obedecem a Deus seja em que aspecto for, principalmente, liderando.

1.3. Ele foi habilitado para servir

“Pus sobre ele o meu Espírito” (Is 42.1). O Espírito de Deus foi posto sobre o Messias para o serviço. É maravilhosa essa ideia de que um servo-líder de Cristo recebe uma graça adicional, o próprio Espírito de Deus vem habitá-lo, para capacitar-lhe a fazer a sua obra, e liderar na autoridade, e sob a ótica divina. O mais intrigante nisso tudo é que até mesmo Jesus atuou movido pelo Espírito Santo. Observemos agora o que diz Isaías quanto à qualidade do serviço executado por esse servo: “ele promulgará o direito para os gentios” (Is 42.1b). O modelo de serviço cristocêntrico contrasta em muito com o modelo de muitas lideranças, que em vez de servir desejam ser servidos.

2. Liderança servidora

Toda liderança tem um objetivo e uma maneira de alcançá-lo. Deus se preocupou em revelar riquíssimos detalhes acerca da tarefa messiânica. Todavia, o espaço não permite uma exposição maior, sendo assim, ateremo-nos ao texto profético de Isaías.

2.1. Ele promulgará o direito
O profeta anuncia que o servo recebe uma investidura régia, pois é o eleito do próprio Deus. Dos versículos 5 ao 7, fala sobre o próprio Javé como criador. Este se dirige ao servo confirmando sua vocação que é orientada para uma libertação. No corpo da mensagem, vemos que o servo traria justiça às nações, teria um alcance mundial, e seria feita, no entanto, sem barulho e sem violência. Ele procederia de maneira calma e mansa para o estabelecimento da justiça no mundo. Nos dias atuais muitos companheiros de caminhada precisam de compaixão e encorajamento para suportar a carga que é parte de suas vidas e não resistindo desanimam. Algumas pessoas que estão em nosso convívio se parecem com esses pavios fumegantes. Por isso, somos todos convocados para animar e fortalecer mutuamente as canas quebradas e os pavios que se apagam. Essa foi a missão de Jesus, essa é a missão de cada líder e cristão.

2.2. Servirá com suavidade

A comunicação messiânica seria sem estardalhaço, porém, cumpriria a sua missão de: “em verdade promulgar o direito”. Não haveria clamor, gritos, voz pública, mas haveria direito outorgado às pessoas. Um líder numa organização eclesiástica se defrontará com o momento em que seu papel não será pregar, gritar e clamar, apenas anunciar o direito em Cristo Jesus das pessoas. São verdades que numa conversa em tom suave aumentam a compreensão e trazem um poderoso efeito nas vidas. Embora a gentileza seja suave, será firme o suficiente para acabar com a desumanidade. Interessante é a expressão “pavio que fumega”. As lamparinas tinham pavios de linho cru, que, com o passar do tempo, passavam a produzir menos chama e mais fumaça. Tornavam-se sem utilidade e incômodo, devendo ser descartados. Precisamos de ferramentas que amolem outras ferramentas que já estão desgastadas com o tempo e sendo postas de lado (Is 42.2).

2.3. Servirá sem agressões

O servir do Messias foi sem agressões, humilhações, e repleto de compaixão. Quem estava quebrado seria restaurado, aquele que estava triste seria consolado, quem estava preso seria livre (Is 61.1). O ministério messiânico foi socorrista para os quebrados, e de cuidado para com os que estavam se apagando, com base na verdade e direito divino. Todos estavam condenados, mas Jesus Cristo trouxe em si mesmo o direito ao perdão e a reconciliação plena com Deus (Ef 2.11-13). Não dá para entender um líder que se apresenta como embaixador de Cristo na terra e vive a pisar, usurpar, humilhar os outros. O líder genuíno traz consigo as características daquele que é seu modelo. Se o modelo for Jesus, veremos o fruto do Espírito. Todavia, se vemos outro comportamento, a fonte da paternidade pode ser outra.

3. Liderança recompensada

A recompensa do trabalho messiânico está na realização do próprio trabalho e não fora dele. Como um administrador que tem prazer em ver dar certo o seu empreendimento, sendo-lhe isso uma folga e um prazer. Assim Cristo se realiza e se recompensa com a sua organização.

3.1. Mediador da aliança

O propósito de uma aliança é firmar laços de fidelidade e confiança. O pacto firmado entre Cristo e a igreja envolve salvação e nova vida. E Cristo nomeou ministros para juntamente com Ele anunciarem essas boas novas (2Co 3.6). O que cabe a cada um de nós? Anunciar quem é Cristo, o que fez, e o que pode fazer. Todos nós fomos chamados para esse fim, e ninguém está isento dessa missão (1 Pe 2.9). Pedro em sua primeira epístola nos alerta para algo interessante. Ele diz que somos “pedras vivas” (1 Pe 2.5). Não existe uma pedra igual à outra, todas elas se parecem, mas possuem pequenos detalhes que as tomam diferenciadas. Nós não somos azulejos. Os azulejos são postos em uma matriz e são todos iguais. Nós somos pedras. Somos parecidos por fora, mas distintos por dentro. Isso implica dizer que não precisamos imitar nada de ninguém, e que todos nós somos úteis em alguma coisa. Uns foram chamados para apontar o alvo, outros para realizar a tarefa.

3.2. Luz para os que jazem em trevas

“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados. Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Ef 2.1-3). Era assim que Deus nos via, e a missão de Jesus foi nos tirar desse ambiente perdido e de trevas, não somente para vivermos estagnados, mas para dizer aos outros que ainda há esperança. Quando olhamos para trás, para tudo o que realizamos na vida, encontraremos mais satisfação nas alegrias que trouxemos a vida de outras pessoas do que nas ocasiões em que as superamos. As pessoas sempre irão apreciar e admirar alguém que é capaz de ajudá-las a alcançar outro nível, alguém que lhes faça sentir importantes e lhes capacite para alcançar êxito. Líderes existem para apontar o caminho.

3.3. A glória exclusiva

A recompensa do servo é a glória exclusiva do seu Senhor. Qualquer glória terrena é efêmera, e de certo haverá grande honra para aqueles que plantaram para colher na eternidade. A glória de uma vida não está baseada nas realizações, mas sim na certeza de que se viveu para fazer a coisa certa. Jesus disse: “eu para isso nasci e para isso vim ao mundo” (Jo l8.37). Será que estamos conscientes da razão pela qual estamos no mundo? Todos nós deixaremos impressões nos outros que serão lembradas mesmo depois da nossa morte. A pergunta é? Como queremos ser lembrados? Que impressão nós deixaremos em nossos filhos, amigos, parentes e irmãos em Cristo? Ou será que estamos mergulhados num egoísmo tão profundo que nos impede de enxergar tanto a nós mesmos quanto os outros?

CONCLUSÃO


Jesus é até hoje um enigma para muitas pessoas. Seguir a Jesus não é somente um desafio, mas uma contracultura que nos conduz a viver de um modo diferente e regrado. O que sobressai em Jesus é sua qualidade de vida, sua maneira de agir, sua justiça, verdade, integridade e santidade. E como seguidores, basta-nos apenas seguir seu exemplo de vida: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15).

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PAZ DO SENHOR

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