LIÇÃO 1 – 06 de julho
de 2014 –
O
perfil bíblico de um líder
TEXTO AUREO
"E
graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e, por meio de nós,
manifesta, emtodo lugar o cheiro do seu conhecimento". 2Co 2.14
VERDADE APLICADA
A
capacidade de liderar é dada por Deus. Preparar-se é um dever de todo
aquele que lidera.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar
que um líder é aquele que se relaciona em três dimensões distintas;
Apresentar
o impacto causado por um líder nessas três dimensões;
Demonstrar
as qualidades pessoais indispensáveis de um líder.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
ISm 17.48 - E sucedeu
que, levantando-se o filisteu, e indo encontrar-se com Davi, apressou-se Davi,
e correu ao combate, a encontrar-se com o filisteu.
ISm 17.49 - E Davi pôs a
mão no alforje, e tomou dali uma pedra e com a funda lha atirou, e feriu o
filisteu na testa, e a pedra se lhe encravou na testa, e caiu sobre o seu rosto
em terra.
ISm 17.50 - Assim Davi
prevaleceu contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e feriu o
filisteu, e o matou; sem que Davi tivesse uma espada na mão.
ISm 17.51 - Por isso correu
Davi, e pôs-se em pé sobre o filisteu, e tomou a sua espada, e tirou-a da
bainha, e o matou, e lhe cortou com ela a cabeça; vendo então os filisteus, que
o seu herói era morto, fugiram.
Introdução
Neste
trimestre, estudaremos sobre liderança e o que é necessário para entendê-la e
praticá-la. Nesta lição, falaremos biblicamente sobre o perfil geral de um
líder. Há pelo menos três dimensões de vínculos relacionais que tornam uma
pessoa líder em alguma coisa. O líder relaciona-se com pessoas, com a organização
e consigo, vejamos de maneira concisa e prática como essas dimensões se desenvolvem.
OBJETIVO
Mostrar
que um líder é aquele que se relaciona em três dimensões distintas;
1. O
líder em relação às pessoas
A
palavra líder procede do inglês (leader) que tem, como significado, aquele que
pastoreia, isto é, um pastor ou aquele que lidera. Dessa maneira, um líder é
alguém que guia ou conduz pessoas a algum lugar para realização de um
propósito (Jo 10.3-4 A
este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas
ovelhas e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai
adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.).
O líder é aquele que sabe para onde vai. Daí se pressupõe que um líder é alguém
que sabe o que está fazendo, principalmente quando diz respeito ao bem estar
das pessoas.
1.1. Um
líder inspira através de seu exemplo
Quer aceitemos ou não, somos
influenciados uns pelos outros. Influenciar exige esforço, boasideias e muitos
riscos. Na verdade, ninguém deseja seguir as ideias de um derrotado. Por isso,
líderes precisam ser inspiradores, ter ousadia e, acima de tudo, coragem. Davi
foi o primeiro homem a derrotar um gigante em sua geração. Sua coragem e
ousadia inspiraram o tremente e acovardado exército de Saul (ISm 17.11). O que
fez Saul? Nada. Davi tinha unção, Saul também, mas unção sem atitude não forma
um líder. Um líder é diferente de um chefe. Enquanto um dá as ordens, o outro
inspira e motiva através de seu exemplo (1 Pe 5.2 apascentai o rebanho de
Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas
voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;). Influenciar o
outro exige esforço, porque, na vida, tudo o que pode conduzir à vitória, requer
empenho e dedicação, o que é dignificante (Jo 15.13 Ninguém tem maior amor
do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.).
Por que existem recordes? Recordes
existem para serem quebrados. Porque alguém sempre inspira alguém a vencer
obstáculos. Porque quando as coisas acontecem com facilidade, sem luta, sem
batalha, sem envolvimento, há a tendência de não darmos o devido valor. A
Bíblia ensina que a operação de influenciar as pessoas é função do Espírito Santo (Jo
16.8), mas "Ele não fará nada " se não estivermos dispostos a
cooperar em nossa parte.
1.2. O líder influencia na
tomada de decisões
Tomar decisões acertadas envolve
conhecimento, experiência, coragem, riscos, perdas ou vitórias. Um líder é uma
pessoa decidida, próativa, firme e imparcial na tomada de decisões com
relação a um grupo, família, igreja, etc. Nada é corrigido sem liderança. (1Co 4.17 Por esta causa vos
mandei Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os
meus caminhos em Cristo, como por toda parte ensino em cada igreja.) Quando algo está
errado, é para ser tratado e corrigido. É preciso ter coragem para
confrontar e isso, até mesmo em família. A postura de liderança de Davi
foi decisiva para trazer vitória aos hebreus. E, depois que derrotou o
primeiro gigante, outros foram inspirados a fazê-lo. Não importa a condição que
exista, em qualquer situação, nada muda sem liderança. Reclamar não muda
a situação, liderar sim! (ISm 17.39-40;45-46)
1.3. Um
líder conduz seu povo ao cumprimento de metas
Todo líder deve ter visão (Gn 13.14 E disse o SENHOR a
Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta, agora, os teus olhos e olha desde
o lugar onde estás, para a banda do norte, e do sul, e do oriente, e do
ocidente;), sem visão, ninguém chega a lugar algum. Porque a visão nos leva a um
destino, e, líder sem alvo é povo sem destino. Ser líder é ter essa chama
acesa e contagiar outros através dela. A alegria de um líder são os seus
liderados e o destino dos liderados depende da visão do líder (Nm 14.6-8E Josué, filho de Num,
e Calebe, filho de Jefoné, dos que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes. E
falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pelo meio
da qual passamos a espiar é terra muito boa. Se o SENHOR se agradar de nós,
então, nos porá nesta terra e no-la dará, terra que mana leite e mel.). Que triste seria
desperdiçar uma vida inteira sem descobrir o propósito pelo qual fomos
criados. No relacionamento com pessoas o líder é alguém que exerce um papel
especial para incentivar seus liderados aalcançarem suas metas (Sl 77.20 Guiaste o teu povo,
como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão.). Apesar de
estarmos falando no perfil geral de liderança, não estamos esquecidos de que,
no Reino de Deus, todo líder tem o compromisso de ser um servo, logo uma
característica indispensável no líder cristão é a humildade. Essa é a maior
virtude de um líder: ser servo. (Jol3.14-17)
Um líder solitário nada poderá
construir, mas ao agregar qualidade a um grupo e trazer ânimo a seus liderados,
tudo se torna mais fácil, e até mesmo, os alvos mais impossíveis se cumprirão
em tempo recorde. (Exemplo Bíblico: Neemias)
OBJETIVO
Apresentar
o impacto causado por um líder nessas três dimensões;
2. O
líder em relação à organização
Uma
organização se refere a um grupo de pessoas, uma instituição ou órgãos que
sirvam à determinados interesses. A isso incluímos à igreja local,
evidentemente (ICo 12.14-20 Porque
também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou
mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E, se a orelha disser:
Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo
o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o
olfato? Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como
quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Agora,
pois, há muitos membros, mas um corpo.).
Um líder, em relação a uma organização, é alguém que pode atuar de diferentes
maneiras, pois devemos reconhecer que existem qualidades que caracterizam bons
líderes.
2.1. Bons líderes organizam
Os líderes não existem para manter as
coisas, a função de um líder é sempre melhorá-las. Bons líderes tomam decisões
que produzem crescimento e qualidade, mesmo que isso não agrade a muitos.
Agradar a Deus nem sempre é agradar ao povo. Casa que não tem liderança vira
bagunça! Observe o conselho de Paulo ao jovem pastor Tito: "Por esta
causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda
restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei"
(Tt 1.5). Tito não estava em Creta, para realizar cultos, ele foi enviado para
"colocar as coisas em ordem". Sem liderança nada será corrigido.
O fracasso ou o sucesso de uma
organização são resultados de uma liderança. Não devemos jamais colocar a culpa
nas pessoas se somos nós quem as lideramos. O sucesso de um líder não é
brilhar, mas trazer luz onde havia trevas. Disse John C. Maxwell: "a
pessoa bem-sucedida é aquela que pega a água fria jogada em seus planos,
aquece-a com entusiasmo e produz o vapor que a ajuda a seguir adiante".
2.2. Bons líderes administram
Administrar é exercer autoridade de
acordo com as regras, mas também significa servir alguém ou ainda gerir. Uma
palavra muito comum para referir-se à administração no grego do Novo Testamento
é "oikonomia". Essa palavra faz parte do vocabulário do português na
forma de "economia". Mas "oikonomia" é formada por
duas palavras "oikos" que significa casa e "nomos" que
significa regra, princípio e norma. Logo, economia refere-se à
administração de um lar ou dos afazeres de um lar. Líderes são pessoas que cuidam
de administrar a casa de Deus com todos os recursos a eles confiados. Para
que alguém possa ser recomendado como um líder na casa de Deus deve dar provas
da sua administração doméstica. Caso ele não prove ser bom administrador do
seu lar, fica a pergunta: "pois, se alguém não sabe governar a própria
casa, como cuidará da igreja de Deus?" (lTm 3.4-5; Tt 1.6-7).
2.3. Bons Líderes trabalham com
propósitos e unidade
Resultados não acontecem sem
planejamento, sem trabalho, ou sem foco. Um líder deve estabelecer metas a
curto, médio, e longo prazo para ser bem sucedido (Lc 14.28 Pois qual de vós,
querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos
gastos, para ver se tem com que a acabar?). Sucesso só vem antes de trabalho
no dicionário. O êxito de um líder é o êxito de sua equipe de liderados que cooperam
com ele. Mas, para que isso aconteça, todos devem falar uma mesma língua e
focalizar um mesmo objetivo. Podemos considerar a torre de Babel como um grande
trabalho de equipe (Gn 11.1-4). Embora seus desígnios fossem maus perante
Deus, o próprio Deus considerou que a unidade é produtiva. "E disse o Senhor: “Eles
são um só povo e falam uma só língua, e começaram a construir isso. Em
breve nada poderá impedir o que planejam fazer" (Gn 11.6).
O grande afã de um líder é trabalhar
para alcançar resultados através de sua equipe de liderados, o que exige
unidade (Sl 133). Vejamos como exemplo o conselho de Jetro (Ex 17.13-26).
OBJETIVO
Demonstrar
as qualidades pessoais indispensáveis de um líder.
3. O líder em relação a si mesmo
Vimos acima que um líder é alguém que
se relaciona com pessoas e com coisas (administrativas). Agora, porém, veremos
que os relacionamentos chegam a uma dimensão intrapessoal. E quem sabe, seja
esse o principal requisito, visto que envolve o possuir de uma imagem e a
relação do equilíbrio consigo (Rm 14.7).
3.1. Um bom líder deve ser fiel à
visão recebida (ICo 11.23a Porque eu recebi do
Senhor o que também vos ensinei)
Um líder deve ser fiel a visão
recebida. A visão é sua respiração, é quem o motiva a acordar mais cedo, ela é
seu destino. Os líderes são possuídos pelo futuro, pelo senso de direção, eles
não vivem só o presente. O que dizia Jesus? Meu reino não é deste mundo. Ele
estava aqui, seu pensamento e alvo não. Até hoje, muitos não compreendem porque
Paulo e Silas cantavam enquanto eram chicoteados. Eles tiveram uma visão
do futuro, viviam e respiravam através dela, sabiam que havia algo tão maravilhoso
que o viver aqui lhes era de pouca importância (Fp 1.21 Porque para mim o viver
é Cristo, e o morrer é ganho.). É lastimável quando vemos pessoas
morrendo por coisas efémeras, porque jamais tiveram um vislumbre das coisas
eternas (2Co 12.1-4 Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei
às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze
anos (se no corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus o sabe), foi
arrebatado até ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do
corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras
inefáveis, de que ao homem não é lícito falar.).
A autêntica visão envolve também o
atender de uma vocação e aptidão para realização de um propósito específico
através de seus meios próprios. Ninguém no Reino de Deus pode ficar sem uma
visão. Há pessoas que recebem uma visão para levá-la a efeito, outros devem
abraçar a visão de seus líderes, tomando-a como sendo deles mesmos, visto que
ninguém deve ficar parado ou como "peso morto" na Casa de Deus.
3.2. Um bom líder busca seu próprio
crescimento
Alguém que se considera vocacionado
para uma determinada liderança deverá se preparar para o seu exercício, ou
caso já exerça, deverá buscar, a cada dia, o crescimento (2Pe 1.5 e vós também, pondo
nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a
ciência,). Isso inclui investimento, tempo, aprendizado, erros e acertos.
Lembremos o exemplo de Davi, que cresceu e tornou-se popular ao derrotar a Golias,
depois se tornou oficial do exército de Saul e continuou crescendo mesmo numa
caverna escura, onde encontrou forças para liderar um bando de homens
endividados e amargurados de espírito, transformando-os em grandes heróis
(ISm 22.2). Davi cresceu mais, e foi crescendo até tornar-se o rei de todo o
Israel. Vemos, em Davi, um homem de contínuo crescimento. Todavia, ele jamais
foi um homem obcecado pelo poder.
3.3. Um Bom líder possui satisfação
pessoal
Como pode uma pessoa que vive em
conflito consigo mesma liderar a outros? As pessoas querem seguir quem lhes traga
soluções e não problemas. Quem tem uma imagem de si mesmo desequilibrada e ou
sentimentos negativos de mágoa, vingança, etc, terá dificuldade de influenciar
outros e permanecer liderando. Você consegue pensar em algum líder que não
tenha autoestima, que não seja entusiasmado? É muito difícil não é? Assim, quem
lidera deve ser uma pessoa que se ame, ame imensamente o ser humano, e que se
satisfaça em conduzi-lo também a satisfação. Pense em como Davi transformou
muitos fugitivos, desacreditados, amargurados em heróis (ISm 22.2). Davi era
um perito soldado, mas descobriu homens valorosos e com capacidade de guerra
muito acima das que ele mesmo possuía. Davi soube honrá-los, soube ser generoso
para com eles, e tantos outros que jamais saberemos seus nomes. Daí se conclui
facilmente que a satisfação de um líder é a satisfação simultânea de seus
liderados, visto que trabalham para uma meta em comum.
Conclusão
Biblicamente,
por princípio Divino, toda a liderança procede de Deus (Rm 13.1). Esteja onde
estiver, seja igreja ou empresa, etc, a liderança deve ser uma forma de pôr,
em movimento, os dons recebidos de Deus. Tais dons e aptidões devem servir
para que outros possam atingir seus objetivos, a fim de glorificar a Cristo
Jesus.
QUESTIONÁRIO
1. Por que Paulo deixou Tito em
Creta?
R. Para "colocar as coisas em
ordem", (Tt 1.5).
2. Em relação a pessoas, qual é
a diferença entre um líder e um chefe?
R. Um líder inspira peio exemplo,
(IPe 5.2).
3. Segundo a lição qual é a
maior virtude de um líder cristão?
R. Ser servo, (Jo 13.14-17).
4. O que é necessário para um
líder alcançar êxito?
R. Que todos falem uma mesma língua e
tenham um só objetivo.
5. Por principio Divino, qual é
a origem de toda liderança?
R. Toda a liderança procede de Deus,
(Rm 13.1).
LIÇÃO 1 – 06 de julho de 2014
O
perfil bíblico de um líder
TEXTO AUREO
"E
graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e, por meio de nós,
manifesta, emtodo lugar o cheiro do seu conhecimento". 2Co 2.14
VERDADE APLICADA
A
capacidade de liderar é dada por Deus. Preparar-se é um dever de todo
aquele que lidera.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar
que um líder é aquele que se relaciona em três dimensões distintas;
Apresentar
o impacto causado por um líder nessas três dimensões;
Demonstrar
as qualidades pessoais indispensáveis de um líder.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
ISm 17.48 - E sucedeu
que, levantando-se o filisteu, e indo encontrar-se com Davi, apressou-se Davi,
e correu ao combate, a encontrar-se com o filisteu.
ISm 17.49 - E Davi pôs a
mão no alforje, e tomou dali uma pedra e com a funda lha atirou, e feriu o
filisteu na testa, e a pedra se lhe encravou na testa, e caiu sobre o seu rosto
em terra.
ISm 17.50 - Assim Davi
prevaleceu contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e feriu o
filisteu, e o matou; sem que Davi tivesse uma espada na mão.
ISm 17.51 - Por isso correu
Davi, e pôs-se em pé sobre o filisteu, e tomou a sua espada, e tirou-a da
bainha, e o matou, e lhe cortou com ela a cabeça; vendo então os filisteus, que
o seu herói era morto, fugiram.
Introdução
Neste
trimestre, estudaremos sobre liderança e o que é necessário para entendê-la e
praticá-la. Nesta lição, falaremos biblicamente sobre o perfil geral de um
líder. Há pelo menos três dimensões de vínculos relacionais que tornam uma
pessoa líder em alguma coisa. O líder relaciona-se com pessoas, com a organização
e consigo, vejamos de maneira concisa e prática como essas dimensões se desenvolvem.
OBJETIVO
Mostrar
que um líder é aquele que se relaciona em três dimensões distintas;
1. O
líder em relação às pessoas
A
palavra líder procede do inglês (leader) que tem, como significado, aquele que
pastoreia, isto é, um pastor ou aquele que lidera. Dessa maneira, um líder é
alguém que guia ou conduz pessoas a algum lugar para realização de um
propósito (Jo 10.3-4 A
este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas
ovelhas e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai
adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.).
O líder é aquele que sabe para onde vai. Daí se pressupõe que um líder é alguém
que sabe o que está fazendo, principalmente quando diz respeito ao bem estar
das pessoas.
1.1. Um
líder inspira através de seu exemplo
Quer aceitemos ou não, somos
influenciados uns pelos outros. Influenciar exige esforço, boasideias e muitos
riscos. Na verdade, ninguém deseja seguir as ideias de um derrotado. Por isso,
líderes precisam ser inspiradores, ter ousadia e, acima de tudo, coragem. Davi
foi o primeiro homem a derrotar um gigante em sua geração. Sua coragem e
ousadia inspiraram o tremente e acovardado exército de Saul (ISm 17.11). O que
fez Saul? Nada. Davi tinha unção, Saul também, mas unção sem atitude não forma
um líder. Um líder é diferente de um chefe. Enquanto um dá as ordens, o outro
inspira e motiva através de seu exemplo (1 Pe 5.2 apascentai o rebanho de
Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas
voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;). Influenciar o
outro exige esforço, porque, na vida, tudo o que pode conduzir à vitória, requer
empenho e dedicação, o que é dignificante (Jo 15.13 Ninguém tem maior amor
do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.).
Por que existem recordes? Recordes
existem para serem quebrados. Porque alguém sempre inspira alguém a vencer
obstáculos. Porque quando as coisas acontecem com facilidade, sem luta, sem
batalha, sem envolvimento, há a tendência de não darmos o devido valor. A
Bíblia ensina que a operação de influenciar as pessoas é função do Espírito Santo (Jo
16.8), mas "Ele não fará nada " se não estivermos dispostos a
cooperar em nossa parte.
1.2. O líder influencia na
tomada de decisões
Tomar decisões acertadas envolve
conhecimento, experiência, coragem, riscos, perdas ou vitórias. Um líder é uma
pessoa decidida, próativa, firme e imparcial na tomada de decisões com
relação a um grupo, família, igreja, etc. Nada é corrigido sem liderança. (1Co 4.17 Por esta causa vos
mandei Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os
meus caminhos em Cristo, como por toda parte ensino em cada igreja.) Quando algo está
errado, é para ser tratado e corrigido. É preciso ter coragem para
confrontar e isso, até mesmo em família. A postura de liderança de Davi
foi decisiva para trazer vitória aos hebreus. E, depois que derrotou o
primeiro gigante, outros foram inspirados a fazê-lo. Não importa a condição que
exista, em qualquer situação, nada muda sem liderança. Reclamar não muda
a situação, liderar sim! (ISm 17.39-40;45-46)
1.3. Um
líder conduz seu povo ao cumprimento de metas
Todo líder deve ter visão (Gn 13.14 E disse o SENHOR a
Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta, agora, os teus olhos e olha desde
o lugar onde estás, para a banda do norte, e do sul, e do oriente, e do
ocidente;), sem visão, ninguém chega a lugar algum. Porque a visão nos leva a um
destino, e, líder sem alvo é povo sem destino. Ser líder é ter essa chama
acesa e contagiar outros através dela. A alegria de um líder são os seus
liderados e o destino dos liderados depende da visão do líder (Nm 14.6-8E Josué, filho de Num,
e Calebe, filho de Jefoné, dos que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes. E
falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pelo meio
da qual passamos a espiar é terra muito boa. Se o SENHOR se agradar de nós,
então, nos porá nesta terra e no-la dará, terra que mana leite e mel.). Que triste seria
desperdiçar uma vida inteira sem descobrir o propósito pelo qual fomos
criados. No relacionamento com pessoas o líder é alguém que exerce um papel
especial para incentivar seus liderados aalcançarem suas metas (Sl 77.20 Guiaste o teu povo,
como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão.). Apesar de
estarmos falando no perfil geral de liderança, não estamos esquecidos de que,
no Reino de Deus, todo líder tem o compromisso de ser um servo, logo uma
característica indispensável no líder cristão é a humildade. Essa é a maior
virtude de um líder: ser servo. (Jol3.14-17)
Um líder solitário nada poderá
construir, mas ao agregar qualidade a um grupo e trazer ânimo a seus liderados,
tudo se torna mais fácil, e até mesmo, os alvos mais impossíveis se cumprirão
em tempo recorde. (Exemplo Bíblico: Neemias)
OBJETIVO
Apresentar
o impacto causado por um líder nessas três dimensões;
2. O
líder em relação à organização
Uma
organização se refere a um grupo de pessoas, uma instituição ou órgãos que
sirvam à determinados interesses. A isso incluímos à igreja local,
evidentemente (ICo 12.14-20 Porque
também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou
mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E, se a orelha disser:
Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo
o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o
olfato? Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como
quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Agora,
pois, há muitos membros, mas um corpo.).
Um líder, em relação a uma organização, é alguém que pode atuar de diferentes
maneiras, pois devemos reconhecer que existem qualidades que caracterizam bons
líderes.
2.1. Bons líderes organizam
Os líderes não existem para manter as
coisas, a função de um líder é sempre melhorá-las. Bons líderes tomam decisões
que produzem crescimento e qualidade, mesmo que isso não agrade a muitos.
Agradar a Deus nem sempre é agradar ao povo. Casa que não tem liderança vira
bagunça! Observe o conselho de Paulo ao jovem pastor Tito: "Por esta
causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda
restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei"
(Tt 1.5). Tito não estava em Creta, para realizar cultos, ele foi enviado para
"colocar as coisas em ordem". Sem liderança nada será corrigido.
O fracasso ou o sucesso de uma
organização são resultados de uma liderança. Não devemos jamais colocar a culpa
nas pessoas se somos nós quem as lideramos. O sucesso de um líder não é
brilhar, mas trazer luz onde havia trevas. Disse John C. Maxwell: "a
pessoa bem-sucedida é aquela que pega a água fria jogada em seus planos,
aquece-a com entusiasmo e produz o vapor que a ajuda a seguir adiante".
2.2. Bons líderes administram
Administrar é exercer autoridade de
acordo com as regras, mas também significa servir alguém ou ainda gerir. Uma
palavra muito comum para referir-se à administração no grego do Novo Testamento
é "oikonomia". Essa palavra faz parte do vocabulário do português na
forma de "economia". Mas "oikonomia" é formada por
duas palavras "oikos" que significa casa e "nomos" que
significa regra, princípio e norma. Logo, economia refere-se à
administração de um lar ou dos afazeres de um lar. Líderes são pessoas que cuidam
de administrar a casa de Deus com todos os recursos a eles confiados. Para
que alguém possa ser recomendado como um líder na casa de Deus deve dar provas
da sua administração doméstica. Caso ele não prove ser bom administrador do
seu lar, fica a pergunta: "pois, se alguém não sabe governar a própria
casa, como cuidará da igreja de Deus?" (lTm 3.4-5; Tt 1.6-7).
2.3. Bons Líderes trabalham com
propósitos e unidade
Resultados não acontecem sem
planejamento, sem trabalho, ou sem foco. Um líder deve estabelecer metas a
curto, médio, e longo prazo para ser bem sucedido (Lc 14.28 Pois qual de vós,
querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos
gastos, para ver se tem com que a acabar?). Sucesso só vem antes de trabalho
no dicionário. O êxito de um líder é o êxito de sua equipe de liderados que cooperam
com ele. Mas, para que isso aconteça, todos devem falar uma mesma língua e
focalizar um mesmo objetivo. Podemos considerar a torre de Babel como um grande
trabalho de equipe (Gn 11.1-4). Embora seus desígnios fossem maus perante
Deus, o próprio Deus considerou que a unidade é produtiva. "E disse o Senhor: “Eles
são um só povo e falam uma só língua, e começaram a construir isso. Em
breve nada poderá impedir o que planejam fazer" (Gn 11.6).
O grande afã de um líder é trabalhar
para alcançar resultados através de sua equipe de liderados, o que exige
unidade (Sl 133). Vejamos como exemplo o conselho de Jetro (Ex 17.13-26).
OBJETIVO
Demonstrar
as qualidades pessoais indispensáveis de um líder.
3. O líder em relação a si mesmo
Vimos acima que um líder é alguém que
se relaciona com pessoas e com coisas (administrativas). Agora, porém, veremos
que os relacionamentos chegam a uma dimensão intrapessoal. E quem sabe, seja
esse o principal requisito, visto que envolve o possuir de uma imagem e a
relação do equilíbrio consigo (Rm 14.7).
3.1. Um bom líder deve ser fiel à
visão recebida (ICo 11.23a Porque eu recebi do
Senhor o que também vos ensinei)
Um líder deve ser fiel a visão
recebida. A visão é sua respiração, é quem o motiva a acordar mais cedo, ela é
seu destino. Os líderes são possuídos pelo futuro, pelo senso de direção, eles
não vivem só o presente. O que dizia Jesus? Meu reino não é deste mundo. Ele
estava aqui, seu pensamento e alvo não. Até hoje, muitos não compreendem porque
Paulo e Silas cantavam enquanto eram chicoteados. Eles tiveram uma visão
do futuro, viviam e respiravam através dela, sabiam que havia algo tão maravilhoso
que o viver aqui lhes era de pouca importância (Fp 1.21 Porque para mim o viver
é Cristo, e o morrer é ganho.). É lastimável quando vemos pessoas
morrendo por coisas efémeras, porque jamais tiveram um vislumbre das coisas
eternas (2Co 12.1-4 Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei
às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze
anos (se no corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus o sabe), foi
arrebatado até ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do
corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras
inefáveis, de que ao homem não é lícito falar.).
A autêntica visão envolve também o
atender de uma vocação e aptidão para realização de um propósito específico
através de seus meios próprios. Ninguém no Reino de Deus pode ficar sem uma
visão. Há pessoas que recebem uma visão para levá-la a efeito, outros devem
abraçar a visão de seus líderes, tomando-a como sendo deles mesmos, visto que
ninguém deve ficar parado ou como "peso morto" na Casa de Deus.
3.2. Um bom líder busca seu próprio
crescimento
Alguém que se considera vocacionado
para uma determinada liderança deverá se preparar para o seu exercício, ou
caso já exerça, deverá buscar, a cada dia, o crescimento (2Pe 1.5 e vós também, pondo
nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a
ciência,). Isso inclui investimento, tempo, aprendizado, erros e acertos.
Lembremos o exemplo de Davi, que cresceu e tornou-se popular ao derrotar a Golias,
depois se tornou oficial do exército de Saul e continuou crescendo mesmo numa
caverna escura, onde encontrou forças para liderar um bando de homens
endividados e amargurados de espírito, transformando-os em grandes heróis
(ISm 22.2). Davi cresceu mais, e foi crescendo até tornar-se o rei de todo o
Israel. Vemos, em Davi, um homem de contínuo crescimento. Todavia, ele jamais
foi um homem obcecado pelo poder.
3.3. Um Bom líder possui satisfação
pessoal
Como pode uma pessoa que vive em
conflito consigo mesma liderar a outros? As pessoas querem seguir quem lhes traga
soluções e não problemas. Quem tem uma imagem de si mesmo desequilibrada e ou
sentimentos negativos de mágoa, vingança, etc, terá dificuldade de influenciar
outros e permanecer liderando. Você consegue pensar em algum líder que não
tenha autoestima, que não seja entusiasmado? É muito difícil não é? Assim, quem
lidera deve ser uma pessoa que se ame, ame imensamente o ser humano, e que se
satisfaça em conduzi-lo também a satisfação. Pense em como Davi transformou
muitos fugitivos, desacreditados, amargurados em heróis (ISm 22.2). Davi era
um perito soldado, mas descobriu homens valorosos e com capacidade de guerra
muito acima das que ele mesmo possuía. Davi soube honrá-los, soube ser generoso
para com eles, e tantos outros que jamais saberemos seus nomes. Daí se conclui
facilmente que a satisfação de um líder é a satisfação simultânea de seus
liderados, visto que trabalham para uma meta em comum.
Conclusão
Biblicamente,
por princípio Divino, toda a liderança procede de Deus (Rm 13.1). Esteja onde
estiver, seja igreja ou empresa, etc, a liderança deve ser uma forma de pôr,
em movimento, os dons recebidos de Deus. Tais dons e aptidões devem servir
para que outros possam atingir seus objetivos, a fim de glorificar a Cristo
Jesus.
QUESTIONÁRIO
1. Por que Paulo deixou Tito em
Creta?
R. Para "colocar as coisas em
ordem", (Tt 1.5).
2. Em relação a pessoas, qual é
a diferença entre um líder e um chefe?
R. Um líder inspira peio exemplo,
(IPe 5.2).
3. Segundo a lição qual é a
maior virtude de um líder cristão?
R. Ser servo, (Jo 13.14-17).
4. O que é necessário para um
líder alcançar êxito?
R. Que todos falem uma mesma língua e
tenham um só objetivo.
5. Por principio Divino, qual é
a origem de toda liderança?
R. Toda a liderança procede de Deus,
(Rm 13.1).
LIÇÃO 3 – 20 de julho
de 2014 –
O líder vocacionado por Deus
TEXTO AUREO
“Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem
por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o
ressuscitou dentre os mortos”. Gl 1.1
VERDADE APLICADA
A função de liderança não pertence a todos, mas
aqueles a quem Deus escolheu para trabalhar para si em sua seara segundo os
seus dons.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Trazer
entendimento de que Deus chama alguns para trabalhar para si;
Demonstrar
que a certeza da chamada servirá de segurança futura no ministério;
Orientar,
com sugestões, chaves de como atender o chamado.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
G1 1.8 - Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro
evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
G1 1.9 - Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se
alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
G1 1.10 - Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a
homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.
G1 1.11 - Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi
anunciado não é segundo os homens.
G1 1.12 - Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela
revelação de Jesus Cristo.
Introdução
Qual é o
perfil da pessoa vocacionada por Deus para liderar? (lTm 4.12 Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para
os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza.) É claro que são pessoas dotadas de dons e aptidões que confirmem, com
comportamentos exemplares, essa vocação. Devemos lembrar que há vários níveis
de liderança, mas nem todos serão líderes. A igreja de Cristo, porém, reconhece
prontamente aqueles que são enviados, por Ele. Outra questão decisiva é como
alguém pode ter certeza da vocação divina? Vejamos a seguir como identificar
tal vocação.
OBJETIVO
► Trazer entendimento de que Deus
chama alguns para trabalhar para si;
1. Deus dá vocação aos líderes
Vocação
vem do latim “vocationis” e trata-se da ação de chamar, convidar. Deus é aquele
que “chama e convida” pessoas para servirem como líderes em sua igreja (lTm
1.12 Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor,
que me deu forças e me considerou fiel, designando-me para o ministério,). Note a expressão “líderes”, logo indica que não falaremos com
exclusividade do trabalho pastoral, embora seja inevitável essa tônica do
assunto determinadas vezes.
1.1. Vocação variada
Pessoas
são chamadas de várias formas para prestar serviços variados na obra do Senhor
Jesus. Não existe uma regra estabelecida que venha determinar se uma pessoa
realmente foi chamada ou não. Da mesma forma também nem todos serão chamados
para fazerem o mesmo trabalho (ICo 1.26 Irmãos, pensem
no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões
humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento.). No Reino de Deus, há lideranças e serviços em todas as esferas
imagináveis para a satisfação e crescimento do Corpo de Cristo na terra. Cada
um servirá segundo a vocação em que foi chamado, de acordo com as necessidades
locais ou gerais. (ICo 7.20 Cada um deve
permanecer na condição em que foi chamado por Deus.; Ef 4.11-12 E ele designou alguns para
apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para
pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério,
para que o corpo de Cristo seja edificado,)
1.2. Tipos
de vocacionados
Há uma
vocação presunçosa, baseada em indícios, aparências e confiança excessiva em si
mesmo, etc. Tal vocação pode ser denominada como “carnal” (ICo 3.3-4 porque ainda são carnais. Porque, visto que há inveja e divisão entre
vocês, não estão sendo carnais e agindo como mundanos? Pois quando alguém diz:
“Eu sou de Paulo”, e outro: “Eu sou de Apolo”, não estão sendo mundanos?). Como ela está baseada em pressupostos não devidamente sondados e
confirmados, aqueles que se envolvem num trabalho assim costumam se sentir
inseguros, envoltos em confusão e até em rebelião (Nm 16.1-50). Há também a
vocação pervertida que nasce por se dar ouvidos a “doutrina de demônios” por
trás de homens desviados (lTm 4.1-2 O Espírito diz
claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos
enganadores e doutrinas de demônios. Tais ensinamentos vêm de homens hipócritas
e mentirosos, que têm a consciência cauterizada). Mas é comum tais pessoas basearem seu chamado em vozes ou visões,
reivindicando para si autoridade. Por outro lado, quando alguém é chamado por
Deus em momentos difíceis, descansa nele através de uma fé tranquilizadora e
esperançosa. (Jo 6.70:13.18; 15.16; At 9.15; lTm 2.7).
1.3. Vocação que se concretiza
Há dois
aspectos quanto ao assunto vocacional. O primeiro é que Deus chama o homem,
para servi-lo, como líder, em meio a seu rebanho (lPd 5.2-3 pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele,
não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por
ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes
foram confiados, mas como exemplos para o rebanho.). O seguinte é que os líderes são presentes de Deus para o seu povo.
Cristo concedeu diferentes dons e ministérios aos homens (ICo 12.4-6 Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes
tipos de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes formas de atuação,
mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos.). Esses
dons são diferentes das funções administrativas. Tanto os dons quanto os
ministérios são importantes para a organização e o crescimento da igreja. O
mais importante é que cada um fique na vocação em que foi chamado, (ICo 7.20 Cada um deve permanecer na condição em que foi chamado por Deus.) quer seja administrando, ensinando, evangelizando etc., não desejando
ser outra coisa para a qual não foi chamado.
"E
ele mesmo deu uns para,.. Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do
ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.11-12). Os dons
concedidos por Deus convergem para uma só finalidade: o aperfeiçoamento dos
santos. Deus deixou ferramentas para aprimorar outras ferramentas. Não
vocacionou pessoas egoístas que pensam que ministério é uma visão particular,
que produz apenas para si mesmo, sem jamais estar ligado ao bem estar de
outrem. Esse é um pensamento equivocado e vivido por muitos homens de nossa
geração.
OBJETIVO
► Demonstrar que a certeza da chamada
servirá de segurança futura no ministério;
Uma pessoa
que se considera chamada por Deus, por questão de prudência, não deveria se
apoiar em sinais externos (2Co 5.7 Porque vivemos
por fé, e não pelo que vemos.). Alguns
gostariam que Deus lhes fizesse como Moisés, Gideão ou outros, com
demonstrações espetaculares do seu poder. Na verdade, hoje, Deus deseja que nós
sejamos o sinal do seu poder. De igual forma, ninguém deve se apoiar em visões,
revelações e profecias para tal fim.
2.1. Os
sinais de uma vocação
Por uma
questão de cautela, destacamos os sinais internos de uma chamada, que são o
desejo ardente para fazer a obra de Deus e os dons espirituais que se
harmonizam com ela. Esses dois aspectos já foram tratados na lição anterior,
porém, eles jamais deveriam ser olvidados. Mesmo assim, externamente, há um
sinal decisivo na confirmação de uma vocação. Trata-se da aceitação da vocação
dessa pessoa com seus dons e aptidões pela comunidade onde ela serve (Js 1.17Então eles responderam a Josué: “Tudo o que você nos ordenar faremos, e
aonde quer que nos enviar iremos.; Ed 10.4 Levante-se! Esta questão está em suas mãos, mas nós o apoiaremos. Tenha
coragem e mãos à obra!”). E, portanto, de suma
importância que um candidato, ao pregar, aconselhar, etc., tenha boa aceitação.
Por exemplo: Como a igreja reage à mensagem do candidato? Ele realmente
influencia os crentes locais? Pessoas aceitam a Cristo convencidos por sua
evangelização ou pregação? Se, na maioria das vezes, sim, isso é um bom sinal
(At l6.5 Assim as igrejas eram fortalecidas na fé
e cresciam em número cada dia.). Existe
uma enorme diferença entre uma liderança imposta e uma liderança conquistada.
2.2. Um
ministério seguro
Todo o
ministério iniciado em Deus tem um potencial para suportar grandes pressões. A
sua grande fortaleza ou capacidade de resistência reside na fé inabalável de
uma chamada divina (Gl 1.1 Paulo,
apóstolo enviado, não da parte de homens nem por meio de pessoa alguma, mas por
Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos,). Os que se encontram nessa condição conseguem descansar em Deus na
certeza do seu agir. Quão grandes pressões suportaram os servos de Deus diante
do seu povo; lembremo-nos de Moisés, de Davi, de Neemias, do Senhor Jesus e
Paulo. Eles tiveram, como hoje qualquer um tem, as chances de abortarem a sua
missão, de desistir do seu chamado, no entanto foram além da linha da
desistência; tudo suportaram por causa da certeza inabalável de uma chamada
divina (2Tm 2.10 Por isso, tudo suporto por causa dos
eleitos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus, com
glória eterna.). Quem tem visão jamais desiste!
Líderes não vivem pelo que ouvem, mas pela convicção. Eles, com certeza, viram
algo que ainda precisamos ver para sermos impactados e impactar nossa geração.
2.3. Um
ministério sinérgico
Ao
oferecer vocação a alguém, Deus não abandona essa pessoa, ao contrário, Ele se
torna parceiro dela (1 Ts 5.24 Aquele que os
chama é fiel, e fará isso.). Quando falamos de um
ministério sinérgico queremos dizer que Deus é cooperador daquele a quem ele
chamou (Rm 8.28 Sabemos que Deus age em todas as coisas
para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu
propósito.). Esse é um trabalho sério por
demais, para ser realizado solitário e presunçosamente. Entra aí outro elemento
deveras importante, a humildade (Pv 15.33 O temor do SENHOR ensina a sabedoria, e a humildade antecede a honra.). Tanto os arrogantes quanto os presunçosos possuem em si uma confiança
exacerbada. Apenas os humildes recebem cooperação dos outros. Não raro, há
pessoas que recebem mensagens de uma vocação ministerial. A partir daí, suas
vidas mudam. Elas começam a sonhar alto e entram numa terrível ansiedade para
que se concretize tal coisa, não esperando o tempo certo de entrar em cena. Por
esse motivo, muitos se tornam impacientes e se desesperam, acabando por cometer
tolices (Jd v. 12 Esses homens são rochas submersas
nas festas de fraternidade que vocês fazem, comendo com vocês de maneira
desonrosa. São pastores que só cuidam de si mesmos. São nuvens sem água,
impelidas pelo vento; árvores de outono, sem frutos, duas vezes mortas,
arrancadas pela raiz.).
Sabemos
que Moisés foi educado por sua própria mãe, e talvez essa influência o tenha
feito agir antes da hora. Ele se precipitou, acreditou que as pessoas o veriam
pronto, e em condições de libertá-las. Moisés tinha uma vocação, mas ainda não
estava como Deus queria para a execução de sua missão. O que fez? Em vez de
salvar uma nação, fugiu como um vagabundo deserto afora, para ver se salvava
apenas sua vida. Esse foi seu balde de água fria, e como não se sentiu
desestimulado após tal sofrimento? Todo grande chamado exige um grande preparo.
Espere seu momento.
OBJETIVO
Orientar, com sugestões, chaves de
como atender o chamado.
Se alguém
puder viver sem exercer um ministério, que busque enquadrar-se dignamente
diante Deus. Afinal, se todos fossem líderes não haveriam liderados. Mas, se
por acaso, não encontrar realização satisfatória em nenhum setor da vida
secular, aceite o seu chamado. Um chamado sempre “persegue” a quem Deus
comissiona, é inútil fugir dele. Devemos compreender, acima de tudo, que a
liderança na casa de Deus deve ser confiada a pessoas bem resolvidas (2Tm 2.2 E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas,
confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros.). Vejamos algumas recomendações importantes:
3.1.
Aguarde o tempo
Tempo é um
fator fundamental na formação de um líder, seja em que área for (Gl 1.18 Depois de três anos, subi a Jerusalém para conhecer Pedro
pessoalmente, e estive com ele quinze dias.; 2.1 Catorze anos depois, subi novamente a Jerusalém, dessa vez com Barnabé,
levando também Tito comigo.; Ec 3.1 Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito
debaixo do céu:). Esse tempo de espera é muito
precioso para rever uma série de coisas: Será um tempo para refletir mais
profundamente acerca do assunto, será um tempo para desenvolver os próprios
dons e talentos pessoais, será um tempo para analisar como está a própria
família em relação à fé e à vida cristã. A necessidade da seara é realmente
grande, mas ela precisa de ceifeiros amadurecidos em todos os sentidos. Jesus
não disse que havia poucos obreiros; obreiros a igreja tem aos montes, o problema
é transformar esses obreiros em ceifeiros (Mt 9.37Então disse aos seus discípulos: “A colheita é grande, mas os
trabalhadores são poucos.). Deus e a Escritura não
mudam, mas a sociedade sim. Desse modo, um aspirante à liderança deve também
estar em consonância com seu tempo.
3.2.
Preparar-se incansavelmente
Ninguém
vai a uma guerra sem qualquer preparo, (2Tm 2.4 Nenhum soldado se deixa envolver pelos negócios da vida civil, já que
deseja agradar aquele que o alistou.) mesmo
porque isso será um suicídio certo. E, para guerrear as guerras do Senhor,
precisamos de muito preparo. Qualquer soldado nos dias de Paulo passava por um
sério preparo físico, vestia-se de sua indumentária, e fazia seu juramento,
para depois partir para a guerra. No campo espiritual, no que tange a assumir
uma liderança, é importante que o candidato pratique sólidos exercícios
espirituais (lTm 4.8 O exercício físico é de pouco
proveito; a piedade, porém, para tudo é proveitosa, porque tem promessa da vida
presente e da futura.) como: a incansável leitura bíblica,
oração e jejum; mas, também, avalie o fruto do Espírito em sua vida
reconhecendo suas virtudes e admitindo os seus erros e necessidade de auto
aperfeiçoamento. Enfim, o mais importante nesse tempo de espera é o preparo,
assim não desperdice nem tempo e nem energia (2Tm 2.15 Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que
se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade.).
3.3. Deixe
Deus agir nos corações e nas circunstâncias
É comum
acontecer que alguns motivados pelo insucesso na vida secular concluam que
devam então trabalhar na direção de uma igreja ou departamento em tempo
integral, vendo seu chamado como um motivo para lucros. A liderança ou chamado jamais
podem ser vistos por esse prisma. Embora a Bíblia nos ensine que o trabalhador
é digno de seu salário, não se pode trabalhar na obra de Deus apenas com essa
visão, isso seria anti bíblico e perigoso (Mt 27.5 Então Judas jogou o dinheiro dentro do templo e, saindo, foi e
enforcou-se.) para alguém que se diz vocacionado.
O sucesso ministerial depende única e exclusivamente de Deus. Tudo o que Ele
criou foi com um objetivo; basta a cada um de nós descobrirmos para o que fomos
chamados.
É muito
importante que qualquer um que se considera chamado por Deus, demonstre uma fé
capaz de descansar em Deus. Uma fé sadia permitirá também ao chamado
influenciar os outros na igreja onde serve, bem como ver-se a si mesmo como já
sendo um líder. E por esse motivo que o preparo é vital. Outro requisito básico
é jamais negligenciar o bom relacionamento com a direção local e todos os
demais. Firmado nesses pilares só resta aguardar Deus agir nos corações e nas
circunstâncias, até a separação final e definitiva, seja para que liderança
for.
Conclusão
Alguém que
se considera chamado no Corpo de Cristo para exercer liderança é alguém
convidado e jamais se impõe como líder. Ele sabe que precisa esperar em Deus e,
enquanto isso, pratica exercícios espirituais e influencia outros a quem pode.
Até, finalmente, ser confirmado pelo corpo da igreja onde serve como tal, quer
seja para um departamento ou mesmo para a direção da própria igreja.
QUESTIONÁRIO
1. De
acordo com os tipos de vocacionados, uma vocação presunçosa está baseada em
quê?
R. Está baseada em
indícios, aparências e confiança excessiva em si mesmo, etc.
2. Como
deve se comportar alguém que foi chamado por Deus em momentos difíceis?
R.
Descansar em Deus através de uma fé tranquilizadora e esperançosa.
3. Quais
são os dois principais sinais internos de uma chamada?
R. É o
desejo ardente para fazer a obra de Deus e os dons espirituais que se
harmonizam com ela.
4. Há um
sinal decisivo na confirmação de uma vocação, qual é ele?
R. É a
aceitação da vocação dessa pessoa com seus dons e aptidões pela igreja
onde ela serve.
5. Um
ministério iniciado em Deus tem potencial para suportar o quê?
R.
Suportar grandes pressões.
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
3º Trimestre de 2014
Título: Fé e Obras — Ensinos de Tiago para uma
vida
cristã autêntica Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição
4: Gerados
pela Palavra da Verdade
Data: 27 de Julho de 2014
TEXTO ÁUREO
“Sendo de novo
gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de
Deus, viva e que permanece para sempre” (1Pe
1.23).
VERDADE PRÁTICA
Somente aqueles que foram gerados pela Palavra da Verdade são
guiados pelo Espírito Santo.
HINOS SUGERIDOS
50, 106, 128.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
1Pe 4.12,13
Alegrai-vos
com a provação
Terça - Lm
5.21
Nossa
oração pelo perdão
Quarta -
Jo 3.3
Novo
nascimento e Reino de Deus
Quinta -
1Jo 5.4
A vitória
sobre o mundo
Sexta -
2Co 6.2
Hoje é dia
de salvação
Sábado -
1Tm 2.4
Deus a
todos quer salvar
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tiago
1.9-11,16-18.
9 - Mas glorie-se o irmão abatido na
sua exaltação,
10 - E o rico em seu abatimento; porque
ele passará como a flor da erva.
11 - Porque sai o sol com ardor, e a
erva seca, e a sua flor cai, e a formosa aparência do seu aspecto perece; assim
se murchará também o rico em seus caminhos.
16 - Não erreis, meus amados irmãos.
17 - Toda a boa dádiva e todo o dom
perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem
sombra de variação.
18 - Segundo a sua vontade, ele nos
gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas
criaturas.
INTERAÇÃO
Deus pode fazer o mal? O contexto da epístola de Tiago mostra
que Ele é bom e, portanto, a sua sabedoria só pode fazer o bem, jamais o mal.
Nele, não há variação de bondade e malignidade; de luz ou trevas. O nosso Pai
Celestial decidiu de uma vez por todas, em Jesus, fazer o bem para reconciliar
o mundo consigo mesmo. Por isso, a sabedoria de Deus é pura, bondosa, benigna,
humilde, cordata, temperante, etc. Porque Ele é bom! Prezado professor, que a
bondade de Deus inunde a sua vida e a dos seus alunos. Que eles decidam amar o
próximo como o nosso Pai o ama.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Analisar a relação entre
os pobres e os ricos da igreja.
·
Defender a verdade que
Deus só faz o bem.
·
Compreender que os filhos de
Deus são as primícias dentre as criaturas.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, para concluir o primeiro tópico da lição
sugerimos mais uma leitura dos versículos 9-11 do primeiro capítulo de Tiago.
Logo em seguida, explique aos alunos que à luz das Escrituras, apesar de o
pobre ser marginalizado pela sociedade cuja cultura predominante é a de “ter” e
não de “ser”, ele é convidado a gloriar-se em Cristo pela sua nova posição de
filho de Deus. Enquanto o rico, no encontro com o Evangelho de Cristo, é
convidado por Cristo a se humilhar para compreender a natureza passageira da
sua riqueza. Sabendo assim acerca da sua missão de suprir o pobre necessitado.
Conclua o tópico afirmando que Deus é o Senhor dos pobres e dos ricos.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra
Chave
Verdade: Propriedade de está conforme os
fatos ou a realidade.
Na lição de hoje vamos estudar acerca da qualidade relacional da
igreja nos diversos níveis de interação entre pessoas geradas pela Palavra.
Veremos a Epístola de Tiago apontando as distorções sociais que podem existir
em um ambiente eclesiástico ou de convivência entre irmãos. A nossa perspectiva
é a de que possamos nos relacionar com o outro independente da sua condição
econômica e social. Ligados, sobretudo, pelo Evangelho.
I. A RELAÇÃO
ENTRE OS POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1.9-11)
1. Os pobres na Igreja do primeiro século. Do ponto de vista social, a pobreza exclui o
ser humano dos direitos básicos necessários à sua subsistência. Não é difícil
reconhecer que a Igreja do primeiro século era constituída por duas classes
sociais: a dos pobres e a dos ricos, tendo evidentemente mais pobres em sua
composição. Uma vez que não podemos fazer acepção de pessoas (Rm 2.11; Cl
3.11), os pobres daquela época, que foram gerados pela Palavra e inseridos no corpo
de Cristo — a Igreja — tinham motivos de alegrar-se no Senhor, pois além do
novo nascimento, eles eram acolhidos pela igreja local (Gl 2.10).
2. Os ricos na Igreja Antiga. Por vezes, os ricos são identificados na Bíblia
como judeus proprietários de muitos bens e que negligenciavam as obrigações que
pesam sobre os que desfrutam de tal condição (Lv 19.10; 23.22,35-55; Dt
15.1-18; Is 1.15-17; Mq 6.9-16; 1Tm 6.9,17-19). Por cuja razão, e pelas suas
atitudes, eles eram frequentemente repreendidos pelas Escrituras (Am 3.10; Pv
11.28; 1Tm 6.17-19; Lc 6.24; 18.24,25). Os ricos e abastados têm a tendência a
desenvolverem a arrogância, a autossuficiência e a postura de senhores
poderosos, que pensam poder comprar as pessoas a qualquer preço. As Escrituras
são claras em afirmar que o Reino de Deus não pode ser comprado por dinheiro
algum. É possível o irmão rico ser gerado pela Palavra e tornar-se um filho de
Deus? Sim, claro (Lc 18.25-26). Porém, ele pode encontrar maior dificuldade
para desprender-se de suas riquezas (Mt 19.23-26, cf. v.11). É imprescindível
que os mais abastados compreendam que após entregarem-se a Cristo, obedecerão
ao mesmo Evangelho a que os irmãos pobres submetem-se. Aqui, torna-se ainda
mais clara a verdade bíblica: para Deus não há acepção de pessoas (Rm 2.11; Cl
3.11).
3. Perante Deus, pobres e ricos são iguais. A igreja local deve receber a todos no
espírito do Evangelho, isto é, como membros da família de Deus, pois através da
salvação em Cristo, independentemente da condição social, todos têm a Deus como
Pai (Rm 8.14), e a Jesus como irmão (Lc 8.21). Somos coerdeiros, juntamente com
Cristo, de uma herança eterna (1Pe 1.4), pertencentes à santa família de Deus
(Ef 2.19) e cidadãos de um reino imutável (Hb 12.28). Na família de Deus há
lugar para todo ser humano justificado por Cristo. Portanto, o irmão pobre e o
irmão rico não devem se envergonhar de suas condições sociais. Se o Evangelho
alcançou seus corações, o rico saberá biblicamente o que fazer com a sua
riqueza. E o pobre, de igual forma, como viverá sua pobreza. O importante é que
Cristo em tudo seja exaltado!
SINOPSE DO
TÓPICO (I)
Na igreja do primeiro século, pobres e ricos eram acolhidos em
amor.
II. DEUS SÓ
FAZ O BEM (Tg 1.16,17)
1. Não erreis (v.16). Com essa advertência o meio-irmão do Senhor
não está afirmando a doutrina da “santidade plena” ou perfeccionista: a de que o
homem, uma vez remido, não mais pecará. Tal palavra tem como propósito
conclamar o crente a não dar ouvidos à “voz” da concupiscência carnal.
Recapitulando a mensagem dos versículos 12 a 15, que tratam do tema da
tentação, os versículos 9 a 11 formam uma introdução ao tema da tentação, ao
passo o que versículo 16 é uma advertência para os crentes não se curvarem aos
desejos imorais e infames do mundo, pois Deus é a fonte de tudo o que é bom.
Logo, não podemos dar crédito àquilo que é mau.
2. Todo dom e boa dádiva vêm de Deus. Um dom de Deus, como a sabedoria que torna uma
pessoa espiritualmente madura (v.4), não pode ser recebido pelo crente através
de esforço humano. Quem o distribui é Deus. Este dom é fruto da graça do Pai
para nós. Num tempo onde o ascetismo religioso tende a tirar o foco da glória
de Deus e da sua benignidade, tornando o ser humano “digno” do céu, precisamos
lembrar que a nossa vida espiritual não depende de disciplinas humanas para
receber dádivas de Deus. Depende de um relacionamento livre, espontâneo e
sincero com o Pai das Luzes mediante o seu Filho, Jesus Cristo, e na força do
Espírito Santo.
3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das Luzes. Ao escrever que “toda boa dádiva e todo dom
perfeito vêm do alto”, Tiago declara que apenas as boas virtudes vêm de Deus.
Não há sombra de variação no Pai das Luzes, isto é, nEle não há momentos de
trevas e outros de luzes. Só há luz. Ele não muda e é bom! Não faz o mal aos
seus filhos (Lc 11.11-13). Infelizmente, muitos têm uma visão turva de Deus
como se Ele fosse um carrasco pronto a castigar-nos na primeira oportunidade.
Não devemos falar sobre o Pai desta maneira, lembremo-nos do ensinamento
joanino que fala sobre sermos defendidos e advogados por Jesus, o Filho de Deus
(1Jo 2.1,2).
SINOPSE DO
TÓPICO (II)
Tudo o que é bom vem de Deus, pois nEle não há momento de bondade e
maldade. Ele é sempre bom!
III.
PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)
1. Algo que somente Deus faz. A regeneração é um milagre proveniente do Pai
das Luzes, segundo a sua vontade (v.17). Foi Ele que nos gerou pela Palavra da
Verdade. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente pelo Pai das
Luzes através do Santo Espírito. Ele limpa o homem dos seus pecados (Is 1.18),
dando-lhe perdão e implantando-lhe um novo caráter. Aqui, acontece o que o
nosso Senhor falou aos seus discípulos: “Se alguém me ama, guardará a minha
palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo
14.23). O Pai é a fonte de nossa vida espiritual (Jo 1.12,13).
2. A Palavra da Verdade. Naqueles dias, parte da igreja estava
dispersa, sofrendo muitas tribulações. Para superá-las era preciso uma
inabalável convicção de que, apesar das lutas, ela não havia deixado de ser as
primícias do Senhor entre as criaturas. Por esse motivo, Tiago enfatiza a
expressão “Palavra da Verdade”. Fomos gerados e enxertados pela Palavra que
salva a nossa alma (v.21). Assim, a despeito de todas as circunstâncias
difíceis da vida, podemos aplicar essa verdade afirmando que somos filhos de
Deus, as primícias entre as criaturas do Senhor.
3. O propósito de Deus. A salvação é a maior bênção de Deus para a
humanidade. O propósito divino não é primeiramente abençoar o crente com
bênçãos materiais, mas fazer dele primícias de suas criaturas: os salvos pela
graça mediante a fé (Ef 2.8). No Antigo Testamento, as primícias eram a
colheita do melhor fruto (Lv 23.10,11 cf. Êx 23.19; Dt 18.4). Ao referir-se às
primícias, Tiago dizia aos primeiros irmãos, notadamente judeus, que eles foram
escolhidos como primícias do Evangelho. Os primeiros de muitos outros que Deus
havia começado a colher. Alegre-se no Senhor! Você faz parte das primícias da
sua geração. Escolhido por Deus e nomeado por Ele para proclamar as virtudes do
Senhor neste mundo.
SINOPSE DO
TÓPICO (III)
A partir da promessa da salvação, Deus colhe as suas primícias (os
salvos) dentre as criaturas.
CONCLUSÃO
Inseridos no processo de aperfeiçoamento espiritual, sofremos os
mais diversos tipos de provações, independentemente de nossa posição social,
econômica e cultural. Tais situações aperfeiçoam-nos e amadurecem-nos como
pessoas. Quando alguém é gerado pela Palavra da Verdade, ele é chamado pelo Pai
a viver o Evangelho em fidelidade. Não podemos nos esquecer do nosso maior
desafio: fazer o Evangelho falar num mundo dominado por relacionamentos
distorcidos. Somos o Corpo de Cristo, a Igreja de Deus: a coluna e firmeza da
verdade (1Tm 3.15).
VOCABULÁRIO
Ascetismo: Doutrina de pensamento ou de fé que considera
a ascese, isto é, a disciplina e o autocontrole estritos do corpo e do espírito,
um caminho imprescindível em direção a Deus, à verdade ou à virtude.
Joanino: Referente ao Evangelho de João.
Joanino: Referente ao Evangelho de João.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PFEIFFER,
Charles F.; VOS, Howard Dicionário
Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD,
2009.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição, RJ: CPAD, 2007.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição, RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. A Igreja do primeiro século era constituída por
duas classes sociais. Quais eram elas?
R. A dos pobres e a dos ricos, tendo evidentemente
mais pobres em sua composição.
2. Quem eram os ricos identificados na Bíblia?
R. Os ricos são identificados na Bíblia como judeus
proprietários de muitos bens e que negligenciavam as obrigações que pesam sobre
os que desfrutam de tal condição (Lv 19.10; 23.22,35-55; Dt 15.1-18; Is 1.15-17;
Mq 6.9-16; 1Tm 6.9,17-19).
3. Quem pode distribuir o dom da sabedoria?
R. Deus.
4. Ser gerado de novo é uma ação realizada
exclusivamente por quem?
R. Ser gerado de novo é uma ação realizada
exclusivamente pelo Pai das Luzes através do Santo Espírito.
5. Qual é a maior bênção de Deus para a humanidade?
R. A salvação.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio
Histórico-Cultural
“Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação, e o rico, em
seu abatimento (1.9,10). A primeira palavra é hypsos, ‘exaltação’.
A segunda é tapeinosis,
‘humildade/humilhação’. O perigo da pobreza é que uma pessoa pode invejar os
ricos e sentir-se inferior, ao passo que o perigo da riqueza é que uma pessoa
pode tornar-se orgulhosa e arrogante. Cada perigo é equilibrado pela
perspectiva da vida, que é modelada pela fé. O pobre encontra conforto e
identidade na percepção de que em Cristo ele foi exaltado até a posição de um
filho de Deus. O rico recupera a humildade ao contemplar o fato de que a
riqueza material é passageira, e que para vir até o Senhor ele abandonou a
dependência de suas posses, aproximando-se de Deus como um homem necessitado,
procurando a salvação que está enraizada na graça” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do
Novo Testamento. 1ª Edição,
RJ: CPAD, 2007, p.513).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio
Teológico
“O Nascimento através da Palavra (1.17-18).
Nesse capítulo de abertura, ao insistir que ‘Toda boa dádiva e
todo dom perfeito vêm do alto’ (v.17), Tiago está realçando dois pontos
cruciais de seu argumento.
Deixa claro que um ‘dom perfeito’, tal como a sabedoria,
necessário para tornar uma pessoa ‘madura’ (‘madura’ em 1.4 e ‘perfeita’ em
1.17 são traduções da mesma palavra grega, teleios), não
pode ser recebido através do esforço humano, pois este vem somente de Deus.
Ao afirmar que ‘todos’ esses dons têm sua origem em Deus, Tiago
está também declarando sua convicção de que somente bons dons vêm de Deus.
Quando diz que Deus é o ‘Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de
variação’, está provavelmente fazendo uma alusão a fenômenos astronômicos, tais
como eclipses lunares ou solares, ou às fases da lua. Pode-se confiar que cada
dom de Deus será bom e não resultará em qualquer tentação ou provação (1.13 e
comentários).
A vontade de Deus difere da humana não só em sua perfeita
bondade, mas também em seus efeitos. Enquanto a vontade humana, pela sua
inclinação ao mal, originária de nossa natureza pecaminosa, leva a ações que
irão ao final resultar em morte, a vontade de Deus leva à vida. Na verdade,
Tiago estabelece o contraste desses diferentes resultados por meio de paralelos
entre os processos de três estágios que se iniciam com a vontade humana e a
divina” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. 2ª Edição, RJ:
CPAD, 2004, p.1666).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Gerados pela Palavra da Verdade
Qual o contexto social em que a sua igreja local está
localizada? Trata-se de uma cidade nobre? Ou da periferia? Quem são os seus
alunos? Como se dá a relação social entre os seus alunos? O professor não pode
planejar essa lição sem antes fazer estas perguntas e respondê-las com
sinceridade.
Inicie a aula descrevendo as classes sociais da Igreja do
Primeiro Século. Para isso, use o Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento, pois na seção bíblica de Tiago [Orgulhando-se da “Coroa da Vida”
(1.9-12)], o teólogo Timothy B. Cargal procura responder como era, ou deveria
ser, a relação dos crentes oriundos de distintos contextos sociais, isto é,
entre os ricos e os pobres da igreja. A conclusão que o teólogo chega nesta
seção da carta é que os “leitores estavam muito conscientes de sua posição, e
nem sempre se aproveitavam das oportunidades para demonstrar a preocupação de
Deus por aqueles que estavam necessitados (2.14-17). Já se orgulhavam de sua
elevada posição, talvez por considerarem ‘ricos’, moralmente superiores, mesmo
quando se identificavam com as armadilhas das posições elevadas e do poder. Até
mesmo pensavam a respeito de sua salvação utilizando a imagem da sua posição
social, isto é, a coroa da vida” (p.1665).
Um desastre que pode ocorrer ao crente economicamente bem
sucedido é quando ele interpreta as ocorrências cotidianas da vida como
“acontecimentos espirituais”. Ele faz uma teologia particular sem se importar
com os outros ao redor. Por exemplo, é comum um crente atribuir a Deus a compra
de um bem material dizendo “foi Deus quem me deu!”. Mas ele não pode esquecer o
contexto desta aquisição. Ora, estamos num país economicamente equilibrado e
que, por isso, lhe proporcionou uma linha de crédito para esse fim. Se nós não
considerarmos tais realidades poderemos entrar em questões bem difíceis, tais
como: Por que Deus deu um bem para um irmão e não deu ao outro? Ambos não são
salvos? É preciso explicar o mal que uma teologia individualista, como a da
prosperidade, pode causar a uma igreja local. Não podemos ignorar o ensino da
Palavra: a de que o rico deve suprir o necessitado, e este, deve se alegrar por
se achar o filho escolhido por Deus.
AUXÍLIOS COMPLEMENTARES
Elaboração: Escriba Digital
Palavra
Chave
Verdade: Propriedade do que é real; que se
conforma com a realidade. Genuíno. Nesta epístola a Palavra de Deus é
identificada como a verdade.
INTRODUÇÃO
O ensino de Tiago sobre esse assunto é aplicado para uma
comunidade que está passando por problemas econômicos sérios. Há diversas
classes de pobres na comunidade de Tiago: aqueles que estão desamparados e
negligenciados sem culpa própria — viúvas e órfãos; aqueles vitimados
economicamente — trabalhadores cujo estado deplorável ocorria em virtude da
ganância e indiferença dos empregadores; e ainda aqueles que foram reduzidos a
necessidades medonhas de pobreza e miséria, talvez por não terem direitos legais.
A pobreza e a riqueza, independentemente de suas origens, são
fatos comuns à realidade da existência humana. Evidentemente que nunca foi
propósito de Deus que uns poucos tivessem consigo tanta fortuna, enquanto que a
maioria das pessoas vive uma vida que abeira a extrema miséria. Então, de
acordo com o ensino de Tiago, qual deve ser a relação entre pobres e ricos?
Tentaremos responder esta questão analisando-a no contexto da igreja.
I. A RELAÇÃO
ENTRE OS POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1.9-11)
1. Os pobres na Igreja do primeiro século. Tiago sabia que muitos irmãos estavam vivendo
em profunda pobreza e ocupavam os cargos de menor remuneração na sociedade.
Essas pessoas precisavam de palavras de encorajamento, pois as condições
econômicas eram opressivas e difíceis de entender. No entanto ele afirma que
irmão cristão (v.9) pode regozijar-se mesmo debaixo da opressão da pobreza. Ele
não tem prazer nas suas privações, mas possui a fonte da verdadeira alegria que
eleva o seu espírito acima das limitações materiais. A exaltação é o que a
comunhão com Cristo faz pelo sentimento de dignidade de uma pessoa diante de
Deus. Quando um homem sabe que pertence a Cristo e aprendeu a valorizar os
valores espirituais da vida, não precisa de muitas vantagens materiais para ser
um homem satisfeito e alegre (Cf. Fp 4.10-13).
A pobreza é uma adversidade externa. Mas o cristão pobre deve se
regozijar em seu novo estado em Jesus Cristo. Este relacionamento deu-lhe
verdadeira riqueza. Ele é um herdeiro de Deus e um co-herdeiro com Jesus
Cristo! Desta forma todo cristão pobre é estimulado não apenas a saber de sua
posição elevada mas também a orgulhar-se dela. É com orgulho que aponta para
seu Pai celeste e seu irmão, Jesus Cristo.
2. Os ricos na Igreja Antiga. Tiago não está preocupado com as riquezas, mas
com a pessoa que as possui. Concluo, portanto, que o homem rico ou não vivia em
comunhão com Deus ou não é um cristão. Como pode uma pessoa rica “orgulhar-se
de sua posição inferior”? O pobre orgulha-se de suas riquezas espirituais, mas
o homem rico que não vive em comunhão com o Senhor ou que rejeita Deus é
espiritualmente cego e incapaz de ver seu “abatimento”. Ele se gloria de sua
riqueza material, mas a riqueza terrena “passará como a flor da erva”. Os bens
terrenos podem ser comparados às marés: eles vêm e vão.
Em uma única frase o autor descreve as condições climáticas de
Israel. A principal causa da seca é o calor ardente do sol que se levanta,
especialmente quando acompanhado do vento causticante do deserto. Essa
combinação faz as plantas murcharem rapidamente e sua flor e beleza desaparecem
em questão de horas. Quando o vento chamado siroco sopra dia e noite vindo do
leste, o aspecto da paisagem transforma-se drasticamente.
“Assim se murchará também o rico em seus caminhos”. Certamente
as posses terrenas do homem podem desaparecer num tempo incrivelmente curto,
mas o texto não diz que as riquezas desaparecerão. Afirma que o “rico
murchará”. Em forma poética, esta é a descrição do ser humano encontrada no
Salmo 103.
A grande verdade que Tiago procura mostrar é que a vida do rico
chega ao fim enquanto ele se ocupa em ganhar dinheiro. Suas riquezas não são
capazes de prolongar sua vida, pois ele parte deixando para trás as suas posses.
3. Perante Deus, pobres e ricos são iguais. Teria o sábio realmente vantagem sobre o tolo,
ou isso seria apenas um conceito humano? Seria o pobre qualificado para ter um
espaço na sociedade, ou somente os ricos estariam qualificados? Nos seus questionamentos
irônicos, Salomão, com todo seu conhecimento, parece deixar claro que a
superioridade do conhecimento e de uma boa qualificação social não nos faz
superior a ninguém.
O mundo e a igreja estão cheios de pessoas que, por terem uma
condição financeira ou uma posição social melhor, se acham superiores às
outras, e elas vivem a vida julgando-se mais especiais. Deus não faz diferença,
não discrimina, nem privilegia seus filhos isoladamente. Para Ele todos são
iguais, todos têm o mesmo amor, todos são seus filhos e merecem a mesma luz, a
mesma proteção. Não importa a raça, o sexo, o nível cultural, se rico, ou
pobre, se novo ou velho; todos são iguais para os Seus olhos: “Nisto não há
judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos
vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28).
Falar dessa igualdade significa reconhecer que Deus foi tão
justo na sua criação que criou o homem Sua imagem e semelhança, nos dando a
igualdade como uma condição primeira do homem como sua criatura. Se somos todos
iguais aos olhos de Deus, por que o homem se faz diferente, criando
indiferenças com o irmão? Sejamos sim, todos iguais. Façamos dessa semelhança
com o Criador a nossa perfeição para uma convivência fraterna com o nosso
irmão, nosso semelhante. Reconheçamos essa igualdade aos olhos de Deus e nos
tornemos um ser perfeito, assim como perfeita foi sua Criação.
Deus nos criou a Sua imagem e semelhança (Gn 1.26), mas o pecado
vem desqualificando essa igualdade que Deus colocou nos seres humanos. Desde
que o pecado entrou no mundo, as comparações e discriminações se tornaram algo
evidente na vida dos seres humanos. Na luta incontida pela sobrevivência, nós
queremos saber quem é o melhor e o maior.
II. DEUS SÓ
FAZ O BEM (Tg 1.16,17)
1. Não erreis (v.16). Não tirem conclusões falsas por meio de uma
lógica aparente (consciente ou inconsciente). O ser humano que tenta se afirmar
contra Deus empenha de múltiplas maneiras sua capacidade mental para justificar
essa atitude errada. Ver a situação corretamente constitui o primeiro passo
para que possamos obter auxílio.
Não vagueiam tanto no seu pensamento a ponto de acreditar que
qualquer provação ou tentação, com um propósito mal, vem de Deus. Ele tem medo
de que esses crentes possam cair no erro da dúvida quanto à bondade de Deus, o
que poderia ser fatal à fé. Isso é um argumento com base na ideia oposta; pois
assim como Deus é o autor de todo o bem, assim também é absurda a suposição que
ele é o autor do mal. A Ele pertence fazer o bem; e de acordo com a Sua natureza,
e da parte dEle, todas as coisas boas chegam até nós. Portanto, qualquer
maldade que exista não concorda com a Sua natureza.
Ainda hoje alguns cristãos que são provados e testados perdem a
perspectiva correta e questionam a providência divina. Se Deus é Todo-Poderoso,
por que Ele não evita as tragédias e calamidades? O homem pode multiplicar as
acusações verbais e não-verbais contra Deus, mas não deve fazê-lo.
2. Todo dom e boa dádiva vêm de Deus. Deus é a personificação da bondade, a fonte de
tudo o que é bom, pois a bondade se origina dEle. Deus dá por meio da criação
do céu e da terra; Deus dá quando envia seu Filho; Deus dá ao derramar seu
Espírito. As dádivas que Deus coloca à disposição de Seu povo são boas e
perfeitas — cada uma delas. Elas incluem dádivas espirituais e materiais.
Todas as coisas nos são dadas pelas mãos de Deus, pois recebemos
dEle tanto a prosperidade quanto a adversidade. Deus dá ao seu povo provações e
testes que, por vezes, tomam a forma de calamidades. Assim diz o profeta Amós
para o povo de Israel: “Sucederá algum mal à cidade sem que o Senhor o tenha
feito?” (3.6 — ARA).
Deus está completamente no controle de cada situação e sabe o
que é melhor para seus filhos. “Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas
coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens
aos que lhos pedirem?” (Mt 7.11; comparar com Lc 11.13).
3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das Luzes. Olhe ao redor e considere a bondade de Deus
(1.17). Quando Satanás tentou Eva no jardim do Éden e Jesus no deserto, ele
questionou o amor de Deus. A bondade de Deus é o grande escudo contra a
tentação do diabo. Quando sabemos que Deus é bom, não precisamos cair nas
armadilhas do diabo para suprir nossas necessidades. E melhor estar faminto
dentro da vontade de Deus do que estar farto e cheio fora da vontade de Deus
(Dt 6.10-15). Jesus foi categórico com Satanás: “...Nem só de pão viverá o
homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Uma coisa é ser
tentado, outra coisa é ceder à tentação. Não é pecado ser tentado, mas sim
ceder à tentação. Lutero costumava dizer: “Você não pode impedir que um pássaro
voe sobre a sua cabeça, mas você pode impedir que ele faça ninho em sua
cabeça”.
Tiago apresenta três fatos sobre a bondade de Deus: Deus dá
somente boas dádivas. Tudo o que Deus dá é bom, até as provas. O espinho na
carne de Paulo foi um dom estranho, mas foi uma grande bênção para ele (2Co
12.1-10). Deus dá constantemente. O verbo “descendo” é um presente particípio,
cujo significado é: continua sempre descendo. Deus não dá seus dons apenas
ocasionalmente, mas constantemente. Deus não muda. Deus não pode mudar para
pior porque Ele é santo. Ele não pode mudar para melhor porque Ele é perfeito.
O primeiro escudo contra a tentação é o julgamento de Deus. O segundo é a
bondade de Deus.
Tudo o que Deus nos dá é bom. Toda boa dádiva procede das Suas
mãos. Ele, muitas vezes, nos dá não o que pedimos, mas o que precisamos.
Seríamos destruídos se Deus deferisse todas nossas orações. Muitas vezes
pedimos uma pedra, pensando que estamos pedindo um pão; pedimos uma serpente,
pensando que estamos pedindo um peixe. Deus, então, é tão bondoso, que não nos
dá o que pedimos, mas o que necessitamos.
III.
PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)
1. Algo que somente Deus faz. Tiago afirma que “Ele nos gerou”. A
regeneração expressa a experiência do recebimento da nova vida, da vida eterna.
Isso acontece quando o homem se encontra com Deus na busca da salvação. Por
isso só Ele faz isso.
O novo nascimento significa a entrada do homem no Reino de Deus
(Jo 3.3). Ninguém pode ser contado como cidadão antes de nascer. Do mesmo modo,
ninguém pode pertencer ao Reino de Deus antes de nascer de novo. A Bíblia diz:
“O Senhor, ao fazer descrição dos povos, dirá: Este é nascido ali” (Sl 87.6).
São os nascidos de novo que são inscritos no Livro da Vida (Lc 10.20).
Essa nova natureza é Cristo em nós (cf. Cl 3.4). Qualquer que é
de novo gerado, é gerado de “uma herança incorruptível” (1Pe 1.23), “a sua semente
[de Deus] permanece nele” (1Jo 3.9). O crente nasceu de novo pela semente
divina e, por isso, é participante da divina natureza (cf. 2Pe 1.4), e também
participa da santidade de Deus (Hb 12.10). Cumpre-se o milagre que Ezequiel
predisse: “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo;
e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne. E
porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e
guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ez 36.26,27). Quando a vara é
enxertada na árvore, ela se torna participante, não só da raiz e da seiva (Rm
11.17), mas também da natureza da árvore, o que se verifica na qualidade do
fruto que essa vara agora produz (Jo 15.1-5). Assim também acontece com aqueles
em cujas vidas, pelo novo nascimento, operou a influência divina. Essa
influência os impulsiona andar nos caminhos do Senhor: “Ou dizeis que a árvore
é boa e o seu fruto, bom, ou dizeis que a árvore é má e o seu fruto, mau” (Mt
12.33-35). Que milagre! Que maravilha é o novo nascimento! Por meio dessa
operação da graça divina, Deus restaura a imagem da sua semelhança moral no
homem, pois para isso o criou (Gn 1.26,27).
Ele, antes, estava escravizado pela própria carne. Agora, pelo
novo nascimento, tornou-se um filho de Deus (Jo 1.12), um ser livre, um súdito
do Reino de Deus (Jo 3.5; Ef 2.19). Tudo aconteceu porque o Espírito Santo
agora habita nele (1Co 3.16; 6.19; Rm 8.9), e exerce domínio sobre ele de modo
total, o que deu origem à transformação da sua personalidade. O homem recebe
pois, pela regeneração, tanto uma nova direção sobre sua vida, como poder de
Deus para seguir essa direção. O homem regenerado sente que, agora:
• Seu pensamento mudou; ele pensa
diferentemente, de conformidade com a vontade de Deus (Cl 3.10; Fp 4.7).
• Seu entendimento se abriu para as
coisas de Deus, pois antes não as entendia (1Co 2.15; 2Co 4.6) e Deus o renova
para o conhecimento (Cl 3.10).
• O seu sentimento registra o gozo
pela presença de Deus (cf. Sl 16.11); agora ele ama a Deus (1Jo 4.19) e aos
irmãos (1Jo 3.14).
• A sua vontade, que antes era
escravizada pela carne (Ef 2.2,3; Is 53.6), conforma-se com a vontade de Deus
(Mt 6.10; 1Pe 1.22; 4.2; At 13.22).
• A sua consciência, agora purificada
(Hb 9.14), torna-se sensível à direção de Deus (Rm 2.15).
• Não está mais debaixo da carne, mas
do Espírito (Rm 8.9). A sua carne, a sua velha natureza, não foi aniquilada,
pois ele a possui ainda, porém ela está dominada pela nova natureza e foi
entregue à morte (Gl 5.16,17; Rm 8.12,13), a cruz (Gl 2.20).
“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a
vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele
que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (1Jo 5.4,5). O que nasceu de novo vive e
se move em Jesus (At 17.28). Jesus disse: “Estai em mim, e eu, em vós” (Jo
15.4). Por Jesus estar em nós, “o homem velho”, a nossa natureza caída que
antes atendia às tentações do mundo (Ef 2.2,3) agora está crucificada (Rm 6.8)
e despida (Ef 4.22), com o que ficamos livres da lei da morte (Rm 8.2). Cristo
está em nós, é a nossa força (Fp 4.13). Por isso, aquele que é nascido de Deus
vence o mundo. Essa transformação interna que a regeneração nos oferece por
Cristo viver em nós, também opera uma transformação radical na nossa vida
exterior — não mais nos conformamos com o mundo (Rm 12.2). A Bíblia diz:
“Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado” (1Jo 3.9). Isso significa
que não mais podemos viver em pecado, isto é, continuamente pecando. Se surgir
algum problema, se chegarmos a pecar, nossa nova natureza imediatamente nos
impulsiona a buscar perdão, restauração, renovação da íntima comunhão com Deus,
que, pelo pecado, ficara interrompida (1Jo 2.1,2). Assim poderemos continuar
vencendo o mundo.
2. A Palavra da verdade. O conceito da “verdade” vem desafiando a
humanidade por milhares de anos. Filósofos da antiga Grécia debatiam a natureza
da verdade. Eles discutiam se ela era real e absoluta, ou relativa e ilusória.
Suas dúvidas podem ter sido refletidas numa questão de Pilatos: “Que é a
verdade?” (Jo 18.38).
Os humanos podem andar em dúvida e incerteza, mas Jesus é
inequívoco. Ele fala sobre a verdade como algo exato e objetivo. Em outra parte
ele nos fala que a verdade é a Palavra de Deus revelada. Quando ele falou com
seu Pai (Jo 17.17), ele disse: “tua palavra é a verdade”. Quando Jesus falou
sobre a verdade, ele não estava falando sobre uma vaga abstração resultante de
um intenso pensamento humano, meditação, lógica ou de um debate. Ele não
definiu a verdade em termos subjetivos como uma coisa qualquer que as pessoas
escolheriam acreditar. Jesus definiu a verdade como um fato revelado e eterno!
A palavra de Deus é verdadeira independentemente do fato de eu concordar com isso,
de eu aceitar e obedecer, ou rejeitar e contestar.
Outros que escreveram o Novo Testamento fizeram similares
afirmações sobre a palavra de Deus, achada nas Escrituras. Em 2 Timóteo
3.16-17, Paulo disse: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim
de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa
obra” (ARA). Paulo também disse que seu ensinamento não tinha palavras
de sabedoria humana, e sim palavras reveladas pelo Espírito Santo (veja 1Co
2.9-13).
Deus revelou a verdade como certa e absoluta. Deus não nos deu
meramente ideias subjetivas para serem moldadas de modo a se ajustarem às
nossas situações. Ele não aprova distorções ou modificações das Escrituras para
que se ajustem aos nossos caprichos. Deus certamente não nos deixou num mar de
dúvidas onde nada podemos saber com certeza.
Devemos escolher como responder a esta revelação de Deus. Nós
podemos obedecê-la ou rejeitá-la. Temos a liberdade de aceitar tudo o que Deus
disse, ou somente as partes que nos interessam. Mas quando decidirmos como
responder a ela, devemos lembrar de que nada o que fizermos irá mudar a
veracidade de suas palavras. Aproximadamente três mil anos atrás o escritor de
Salmos disse: “A tua palavra, Senhor, para sempre está firmada nos céus.” (Sl
119.89 — NVI).
3. O propósito de Deus. Deus intencionalmente gerou novas criaturas
com o propósito definido de fazer delas as primícias de suas criaturas.
“Primícias” é termo judaico, que seria muito bem entendido pelos leitores
judeus cristãos. Representa aquilo que era separado para Deus, antes que o
restante fosse usado para qualquer coisa, como a melhor parte de uma colheita
ou as melhores ovelhas de um rebanho. Eram os “primeiros frutos” (NVI).
No Novo Testamento o termo é usado para se referir aos cristãos, que têm as
primícias do Espírito (Rm 8.23), aos judeus, que foram as primícias da massa
(Igreja) (Rm 11.6), a cristãos individuais que foram os primeiros a se
converter em uma região (Rm 16.5; 1Co 16.15), a Cristo, como a primeira parte
da ressurreição dos mortos (1Co 15.20,23). Tiago provavelmente usa a expressão
para se referir ao fato de que os regenerados são o ápice da criação de Deus,
aquela parte das suas criaturas que Deus intentou tomar para si, para que se
tornassem santos para o Senhor, assim como os primeiros frutos eram consagrados
a Ele. É nesse sentido que o termo ocorre em Apocalipse 14.4: “Estes são os que
dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro”.
Deus deseja uma geração que seja exclusiva para si, separada
para si, consagrada para si. E esse anseio do coração de Deus se revela em toda
Bíblia. É um cuidado da parte de Deus com os seus escolhidos. Sem a santidade,
ninguém verá o Senhor, isto é, não entrará no Reino de Deus. A santidade não
pode ser protelada para se buscar nos momentos de agonia, de sofrimento na
vida. Quem não se preparar e tiver vida santa na terra, não terá santidade na
Eternidade. A santidade é requerida na vida presente. Todo aquele que crê em um
Deus Santo deve buscar ser santo. Ser santo não é sugestão, mas imperativo para
todo aquele que se tornou filho de Deus.
CONCLUSÃO
Como igreja de Jesus Cristo, o SENHOR nos fez e nos comprou a
todos. Não há diferenças em Cristo Jesus. Temos a mesma salvação, a mesma
esperança, as mesmas dificuldades e a mesma expectativa futura. Deve haver amor
mútuo, respeito e alegria em cada um e para com os outros. Qualquer outra
atitude, como inveja, lutas ou ressentimento, é do inferno. Que a igreja de
Jesus Cristo possa prosperar através do amor, e sem qualquer acepção de
pessoas.
Amados, não importa o quão pobre ou rico você é nas coisas deste
mundo, o Senhor o escolheu em Seu abençoado Filho para a vida e as riquezas
eternas. Ele escreveu o seu nome no Livro da Vida, e Ele o predestinou para a
glória e a riqueza eterna. Deveríamos ser capazes de cantar os Seus louvores
para sempre, pois o nosso céu no futuro excede em muito as riquezas vazias
neste mundo perverso. Portanto, o nosso cântico deve ser sempre: Santidade ao
Senhor!
LIÇÃO 4 – 27 de julho de 2014 – O líder espiritual é comprometido com a oração
TEXTO AUREO
“Orando em todo o tempo com toda a oração e
súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por
todos os santos”. Ef 6.18
VERDADE APLICADA
A oração é o elo da comunicação entre o homem e
Deus. Nela dizemos quem somos e o que precisamos, e Ele diz quem é e o que pode
fazer.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Relembrar
algumas forças contrárias à oração;
Mostrar
que, como rotina, a oração exige disciplina;
Apresentar
o padrão paulino de oração.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
lTm 2.1 - Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas,
orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens,
lTm 2.2 - Em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de
autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e
respeito.
lTm 2.3 - Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador,
lTm 2.4 - O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade.
lTm 2.5 - Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens,
Cristo Jesus, homem,
Efésios
6.18
Certos
comentaristas consideram que a oração é a sétima peça da armadura do cristão,
entretanto é mais razoável acreditar que Paulo finaliza a metáfora com a
referência à “espada do Espírito” ao término do versículo 17. E verdade que ele
ainda se preocupa com a vitória do cristão na luta. O particípio orando está
ligado com todas as ordens precedentes (10-17). Foulkes sugere que o apóstolo
está dizendo; “Cada peça colocada com oração, e depois ainda continuai com toda
oração e súplica”. O soldado cristão consegue se manter fiel, sendo
bem-sucedido na resistência aos inimigos espirituais, somente quando permanece
em espírito de oração, sempre pronto a pôr suas necessidades diante do Senhor. A palavra
mais geral para referir-se a oração é proseuche, enquanto
que súplica provém da palavra deesis, que
transmite o significado de “solicitação” ou “petição”.
1. Orar
sempre (6.18)
Em todo
tempo é tradução da expressão en
panti kairo, que pode ser traduzida por “em todas as ocasiões”
(NVI), “o tempo todo” (BV), “sempre” (NTLH). Kairos às
vezes tem a força de circunstância especial e, por conseguinte, neste contexto,
significaria “na ocasião do conflito”. O mais provável é que se refira à oração
habitual e constante. Em 1 Tessalonicenses 5.17, Paulo exorta os crentes: “Orai
sem cessar”. Nosso Senhor declarou que as pessoas devem “orar sempre e nunca
desanimar” (Lc 18.1, BAB, NTLH, NVI). A constância em oração é imperativa para
a vitória.
2. Orar
no Espírito (6.18)
No
Espírito não se refere ao espírito humano com
sua capacidade de devoção e ardor, mas ao Espírito Santo, que é quem
poderosamente inspira e intercede. Ele nos ajuda a formular as petições de
acordo com a vontade de Deus (cf. Rm 8.26,27).
3. Orar
com Toda Perseverança e Súplica por todos os Santos (6.18)
Vigiando (agrypnountes) transmite a ideia militar de “manter-se alerta”.
Os cristãos têm de ser vigilantes em oração, não se permitindo a indiferença.
Esta é a única maneira de estarmos preparados. Perseverança está
relacionada à súplica por todos os santos. Beare comenta: “A
agilidade incansável do cristão deve ser mostrada especialmente na intercessão
perseverante a favor de todos os seus companheiros de luta”. A unidade na
luta contra o mal é absolutamente necessária. A oração, portanto, tem de ser
altruísta. Erdman observa: “O crente luta com mais valentia e coragem quando
sabe que não está só”. E sobre tudo quando ele percebe que os outros estão
“firmes com ele em oração”.
Na passagem
de 6.10-18, temos “A Vida Cristã é uma Guerra Real” ou, talvez, “Tirar o Melhor
da Vida significa Colocar o Melhor na Vida”. Paulo sugere alguns fatores-chave,
aos quais devemos prestar toda a atenção: 1) Determinação e firmeza, 13; 2)
Verdade, 14; 3) Conduta correta, 14; 4) Paz com Deus e com nossos semelhantes,
15; 5) Fé, 15; 6) Experiência pessoal de salvação, 16; 7) Uso da Bíblia, 16; 8)
Oração, 18; 9) Testemunho pessoal e intercessão pelos outros, 18 (A. F.
Harper).
Fonte:
Comentário Beacon
Introdução
É uma
verdadeira incisão na alma ouvir um homem conectado a Deus. Quando Jesus falava
havia impacto, as pessoas abandonavam o que faziam para segui-lo, ninguém era
mais o mesmo após ouvi-lo (Mt 7.29 porque ele as
ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei.). Mesmo assim, observamos em Jesus uma qualidade invejável em nossos
dias, a oração. Mas orar não é fácil, é batalha, exige disciplina. Sempre
haverá tribulações para desestimular a frequência de um líder na presença de
Deus, por isso, o líder deve ser sábio e perseverar na oração (At 6.4 Apresentaram esses homens aos apóstolos, os quais oraram e lhes
impuseram as mãos.).
OBJETIVO
Relembrar algumas forças contrárias à oração;
1. Algumas
forças contrárias à oração
A oração é
uma prática na vida de todo bom líder. Os grandes avivalistas do século passado
tinham uma coisa em comum em seus discursos, a maneira de orar. Ainda que não se
veja um pregador (a) em oração, o auditório sabe muito bem se ele esteve ou não
na presença de Deus. Porém, precisamos estar alertas. Porque muitas coisas
contrárias se unem para que não estejamos na presença de Deus. Vejamos algumas:
1.1. A
ausência de disciplina
Um dos
problemas mais comuns que conflitam com a devoção de um líder espiritual é a
sua falta de compromisso com a prática da oração. O líder que não costuma
inserir essa prática que dá sustentação a sua vida ministerial, em sua rotina,
está fadado ao fracasso. Não existe liderança espiritual sem oração (Rm 12.12 Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na
oração.). Cada um sabe sua melhor hora de
rendimento e o momento mais conveniente para se dedicar à oração. Mas, quando
se trata de um líder cristão, é importante que oferte os primeiros momentos do
dia a Deus, não apenas por serem as primeiras horas, mas sim, porque demonstra
dedicação ao Senhor e a seu ministério. Isso se chama disciplina diária (Dn
6.10 Quando Daniel soube que o decreto tinha
sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as
janelas davam para Jerusalém e ali fez o que costumava fazer: três vezes por
dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus.).
1.2. O
ativismo
Muitos
líderes se tornam ativistas religiosos. Esse ativismo ocupa tanto a vida do
líder em resolver as questões da “obra do Senhor” que não sobra ao líder
energia para o “Senhor da obra”. Naturalmente são tantos os compromissos de
reuniões, aconselhamentos, visitas e agendas, que o cansaço o impede de cumprir
seu devocional. É preciso um programa previamente elaborado para a prática da
devoção pessoal (lTm 4.16 Atente bem
para a sua própria vida e para a doutrina, perseverando nesses deveres, pois,
agindo assim, você salvará tanto a si mesmo quanto aos que o ouvem.), aqueles momentos que são obrigação de todo líder cristão, leitura da
bíblia, oração, jejum, etc.. Uma solução simples seria dividir
responsabilidades com outras pessoas, delegar autoridade, e não centralizar as
coisas tanto em si. Nem Jesus trabalhou sozinho (Lc 10.1 Depois disso o Senhor designou outros setenta e dois a e os enviou dois
a dois, adiante dele, a todas as cidades e lugares para onde ele estava prestes
a ir.). Custa entender isso?
1.3.
Prepotência e impaciência
Outro
grande empecilho à oração é a prepotência. É comum que um líder, depois de
conquistar a confiança da igreja ou equipe, passe a apoiar-se em seu carisma
pessoal, em sua unção inicial e vá “empurrando com a barriga” o seu dia a dia.
Crer que aparentemente tudo vai bem por causa da sua aceitação na organização é
prepotência. Por outro lado, na vida ministerial, existem momentos de
esterilidade pelo qual todos passam; e o costume de ver tudo se realizar
rapidamente em nossos dias contribui muito para que um líder não tenha a
paciência para estar só e quieto diante de Deus por um tempo em oração (Mc 6.46Tendo-a despedido, subiu a um monte para orar.).
Um líder
nada mais é que um servo. E como todo bom servo, ele deve buscar instruções de
seu Senhor. Quando um líder cristão sai da condição de servo, pode estar
incorrendo em um grande risco, o de tornar-se herege. A dependência está
conectada à humildade, e esta, à obediência. Ao observar a derrota dos
exércitos de Josué para a insignificante cidade de “Ai”, vamos concluir que o
excesso de confiança e a ausência de oração se uniram e conduziram Josué a
perder a batalha mais ganha de sua vida (Js 7.1-13).
OBJETIVO
Mostrar que, como rotina, a oração exige disciplina;
2. O
grande conflito
Estamos
envolvidos em um conflito de forças que vão além das pessoas. Embora cada qual
seja responsável por suas atitudes, há, porém, forças que um líder espiritual
deve enfrentar para o estabelecimento e crescimento do Reino de Deus. Tais
forças nem sempre são compreendidas e quase sempre negadas, mas fazem parte do
combate de um líder cristão. A luta não é contra carne nem sangue, ou seja,
contra as forças do mundo físico (Ef 6.12).
2.1.
Lutando contra as hostes espirituais
Sabemos
que a proposta do evangelho é antagônica ao sistema mundano; nós não lutamos
contra as pessoas, porém lutamos contra a má influência que nelas está. Mas,
como vencer um inimigo invisível? Ou nos tornamos invisíveis como ele, ou
entramos em seu mundo. A única maneira de vencer um bom adversário é conhecendo
seus pontos vulneráveis e que tipo de armas utiliza na batalha (Mc 3.27 De fato, ninguém pode entrar na casa do homem forte e levar dali os seus
bens, sem que antes o amarre. Só então poderá roubar a casa dele.). Mas, como fazer isso se a batalha não é carnal? A resposta é: entrar
na mesma dimensão em que ele está, conhecer seu mundo e sua esfera de ação.
Saber se realmente estamos preparados ou não. Paulo descreve nossos inimigos
invisíveis como principados, potestades, dominadores, hostes da maldade, eles
são a força que controla as esferas de poder (Ef 6.12 pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e
autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças
espirituais do mal nas regiões celestiais.). São
agentes invisíveis com ações visíveis em nosso mundo, é contra eles que
consiste a luta da Igreja cristã.
Paulo
tinha a consciência que estava lutando contra um sistema controlado pelas
forças das trevas, e essas forças convergiriam contra a
igreja, perseguindo-a e tentando anulá-la. Ao compreender como agiam e de
onde o mal procedia, ele decidiu ser combativo, dedicou-se a influenciar a
igreja e demais obreiros, abrindo seus olhos para que se equipassem,
e assim com ele, combatessem esse inimigo invisível e real (Ef 6.10-18).
2.2. A
preparação de cada dia
Antes de
todo o combate, faz-se necessário uma preparação para ele. Ninguém em são juízo
enfrenta um adversário sem o devido preparo (Lc 14.31-32 “Ou, qual é o rei que, pretendendo sair à guerra contra outro rei,
primeiro não se assenta e pensa se com dez mil homens é capaz de enfrentar
aquele que vem contra ele com vinte mil? Se não for capaz, enviará uma
delegação, enquanto o outro ainda está longe, e pedirá um acordo de paz”.). Existem dias calmos, dias intensos, e o dia em que o Apóstolo Paulo
denominou como: “o dia mau”, e para todos esses, devemos nos preparar
antecipadamente (Ef 6.13 Por isso,
vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e
permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo.). Qualquer pessoa e, principalmente, um líder, deve estar pronto para
resistir em todo o tempo. Embora Paulo use a expressão “dia”, ele não estava
falando de um dia de vinte quatro horas, e sim, de acontecimentos
surpreendentes como: tentações, luto, divisões, guerra, rebeliões, impiedade,
etc. Tragédias são inevitáveis, todavia, estar preparado é uma recomendação
bíblica: “Tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia
mau” (Ef 6.13).
2.3. Dois
pontos de convergência da oração
O Senhor
Jesus orientou seus discípulos que orassem a Deus para que enviasse ceifeiros
para a sua seara (Mt 9.37-38 Então disse
aos seus discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Peçam, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua
colheita”.). De outro modo, Paulo insistiu que
Timóteo juntamente com a igreja utilizasse todo o tipo de modalidade de
intercessão pelas autoridades (lTm 2.1-2Antes de tudo,
recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por
todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que
tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade.). Paulo fala da prática de súplicas, orações, intercessões e ações de
graças, por todos os homens e em favor dos reis e demais autoridades. As
finalidades são para que os crentes em Jesus tenham uma vida quieta e sossegada
(Jr 29.7 Busquem a prosperidade da cidade para a
qual eu os deportei e orem ao SENHOR em favor dela, porque a prosperidade de
vocês depende da prosperidade dela.); bem
como, eles sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Esses são
os dois pontos de convergência da oração, os quais envolvem líderes cristãos e
seculares.
Nos dias
de Paulo, o maior obstáculo ao evangelho de Cristo era o sistema pagão,
o governo despótico romano e a própria adoração requerida por ele. Os
únicos isentos da adoração a César eram os judeus. Porém, quando os cristãos
vieram a crescer e a destacar-se por todo o império, isso se tornou
um sério problema: perseguição, julgamentos, mortes, etc. Como Paulo era um
líder de grande discernimento espiritual sabia que, por trás do
Império Romano, havia forças que a influenciavam e controlavam. Ele fala de
seres espirituais e os chama de governantes desse mundo tenebroso.
OBJETIVO
Apresentar o padrão paulino de
oração.
O
estabelecido padrão paulino de oração na carta aos Efésios (Ef 6.18 Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo
isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos.), diz respeito ao tempo de oração a ser dedicado, à intensidade e à
abrangência com ação de graças. Trata-se de um padrão conciso, sem rodeios e
eficaz. Uma vez adotado, pessoal e coletivamente, trará grandes e duradouros
resultados.
3.1. O
tempo de oração - “Orando em todo tempo”
É fácil
entender o que a Bíblia nos ordena, orai sem cessar. Mas a oração foi difícil
até mesmo para Jesus. Quantas vezes Ele tentou orar com seus discípulos, mas
eles sempre deixavam a desejar (Mt 26.40 Depois, voltou
aos seus discípulos e os encontrou dormindo. “Vocês não puderam vigiar comigo
nem por uma hora?”, perguntou ele a Pedro.). Marcos
narra um fato interessante onde os discípulos trabalharam sem sucesso para
expulsar um demônio, e ao interrogarem a Jesus, Ele lhes expôs a ausência da
oração e jejum, como motivo do fracasso nos confrontos do mundo espiritual (Mc
9.28-29 Depois de Jesus ter entrado em casa, seus
discípulos lhe perguntaram em particular: “Por que não conseguimos expulsá-lo?”
Ele respondeu: “Essa espécie só sai pela oração e pelo jejum”.). A oração não dá ibope. Ela é solitária, é um período de batalhas, é
secreta, e, é investimento em longo prazo. Contudo, há um segredo em orar.
Jesus orava sempre ao amanhecer mas, quando saía a campo, com apenas uma
palavra, curava enfermos, libertava pessoas oprimidas, ressuscitava mortos,
dava vista aos cegos. Devemos observar que os discípulos nunca pediram para
Jesus lhes ensinar a fazer maravilhas, mas a orar pediram (Lc 11.1 Certo dia Jesus estava orando em determinado lugar. Tendo terminado, um
dos seus discípulos lhe disse: “Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou
aos discípulos dele”.). Eles compreenderam que quem é
disciplinado em orar não perde o dia tentando resolver com a razão aquilo que
só no espírito se vê.
3.2. A
intensidade da oração - “Com toda oração e súplica”
Intensidade
não tem nada a ver com a posição da oração que está sendo feita. Intensidade
diz respeito ao fervor, à animação e à intimidade com que se ora (Gl 4.6 E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao
coração de vocês, e ele clama: “Aba a, Pai”; Mc
l4.36a). Essa intensidade deve proceder do íntimo do nosso ser, João Bunyan
disse certa vez: “Na oração, é melhor ter um coração sem palavras do que
palavras sem um coração”. A intensidade varia de acordo com a necessidade pelo
que se está orando. As nossas palavras devem ser harmônicas com o nosso
sentimento. Assim, tal sentimento deve ser demonstrado simultaneamente com as
palavras, seja tanto em público quanto em particular. Todavia, há orações que
são verdadeiros júbilos, dessa feita, tornam-se orações alegres de vitória. É
importante que nunca falte ações de graça nas orações.
A oração
de um líder nunca é pessoal, sempre está voltada para aqueles a quem presta
serviço. Uma vida de oração pede que, em dado momento, nos anulemos (Ef 3.13-14 Portanto, peço-lhes que não desanimem por causa das minhas tribulações
em seu favor, pois elas são uma glória para vocês. Por essa razão, ajoelho-me
diante do Pai,) e venhamos lutar por quem milita,
por quem administra, preside, e por todos que são contados como autoridades
(lTm 2.2 pelos reis e por todos os que exercem
autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade
e dignidade.). Na verdade, não falta motivos para
orarmos. O líder dedicado jamais deixará fora de sua agenda de oração: sua
família, os componentes da organização ou departamento que lidera, os necessitados
e os aflitos. Como o Sumo Sacerdote, leva o povo a Deus e traz Deus ao povo, o
líder deve sempre entender que foi constituído como uma ponte entre o povo e
Deus.
O Espírito
Santo atua maravilhosamente quando se decide viver pela fé. Ele tanto transforma
as nossas débeis orações em poderosas súplicas quanto usa o nosso espírito (Rm
8.26), colocando-o na brecha da oração para determinado propósito. Assim
podemos orar em todo o tempo.
Conclusão
As forças
contrárias à oração precisam ser anuladas, antes que anulem a nossa atuação no
Reino. Devemos superar os obstáculos do ativismo que gera cansaço, distração e
fraqueza, e também a falta de programa previamente estabelecido que sirva de
direção. Uma vez superados esses entraves, mantenhamos um padrão de oração (lTs
5.17 Orem continuamente.) para o nosso próprio crescimento espiritual.
QUESTIONÁRIO
1. Cite
uma das forças contrárias à oração.
R. Falta
de programa; ativismo; prepotência e impaciência.
2. O que o
líder precisa para vencer o ativismo?
R. Um programa previamente elaborado para
a prática da devoção pessoal (1 Tm 4.16).
3. A
proposta do evangelho é antagônica a quê?
R. Ao
sistema mundano.
4. Quais
são os dois pontos de convergência da oração?
R. Orar
por causa da necessidade de líderes cristãos e pelos líderes seculares.
5. Para
quem está voltada às orações de um líder?
R. Aqueles
a quem presta serviço.
LIÇÃO 5 – 03 de
agosto de 2014
O cuidado com a família de um líder
TEXTO AUREO
“Ora, se alguém não tem cuidado dos
seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o
descrente”. lTm 5.8
VERDADE APLICADA
Cuidar da família é dever de todos. Sucesso algum será bem
vindo se não existe uma família para compartilhar.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apontar
os principais cuidados de um líder com sua família;
Descrever
o perfil que a esposa do líder deve ter;
Descrever
como deve ser o cuidado dispensado aos filhos.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
lTm 3.2 - Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de
uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
lTm 3.3 - Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe
ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento;
lTm 3.4 - E que governe bem a própria casa, criando os filhos sob
disciplina, com todo o respeito
lTm 3.5 - (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como
cuidará da igreja de Deus?);
Tt 1.6 - Alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher,
que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são
insubordinados.
lTm 5.8 Deixar de cumprir com o cuidado básico e o sustento de um
membro da família é a mesma coisa que negar a fé, pois ninguém pode afirmar
amor e fidelidade a Deus e, ao mesmo tempo, negligenciar sua família (Mt
5.46,47). Fazer isto torna a pessoa pior do que o infiel,pois até mesmo os adoradores de
ídolos sem fé em Cristo entendiam a responsabilidade de cuidar das necessidades
da família. Existem algumas obrigações para com aqueles que nos deram a vida
que simplesmente devem ser honradas. As nossas famílias forneceram um espaço no
qual nós podemos demonstrar a qualidade do nosso amor por Deus. João fez uma
severa repreensão a qualquer crente que ousa declarar que ama a Deus, mas, como
diz Paulo, não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua
família. O crente que negligencia as responsabilidades humanas mais
básicas, em efeitos práticos, negou a fé.
Fonte:
Comentário Bíblico de Aplicação pessoal
Introdução
Governar bem a própria casa é uma
ordenança para qualquer pessoa que almeja o ministério, sem isso, não haverá
enquadramento nem chances para liderar. É evidente que não existem famílias
perfeitas, mas disciplina e educação fazem da vida exemplos a serem copiados.
Observe o perfil de um líder descrito por Tito: “Alguém que seja
irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não sejam
acusados de dissolução, nem sejam insubordinados”. Analisemos alguns cuidados
que um líder deve ter em relação a sua família:
OBJETIVO
Apontar os principais cuidados de um líder
com sua família;
1. Cuidados a serem demonstrados
A casa de Deus deve ser uma extensão
da casa de um líder cristão. A sua vida doméstica deve ser tão inspiradora que
o motivo dele estar exercendo sua liderança na igreja seja o exemplo de seu
cuidado dispensado a sua própria família (lTm 3.12 O
diácono deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua
própria casa.). Não é difícil se esquecer de casa
por estar comprometido com o ministério. Muitos líderes são reprovados nesse
quesito, e, por esse motivo, muitos casamentos também se dissolvem. A ordem de
propriedades é esta: Deus, família, trabalho e igreja. Observe que Deus começa
e termina essa ordem, por isso não há o que temer. Quando saímos dessa
sequência, os problemas certamente irão nos encontrar.
1.1. Cuidado espiritual no lar
O primeiro lugar onde se deve liderar
é em casa. O marido deve exercer a prerrogativa de ser o pastor e sacerdote do
seu lar (Ef 5.23 pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o
cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador.). É importante que cultivem o culto doméstico com afinco,
desenvolvendo um clima agradável e sem cobranças domésticas nesse momento.
Dependendo da idade dos filhos, é bom providenciar livros e Bíblia ilustrados
para o momento devocional em família. As histórias devem ser contadas com
criatividade dando, porém, sempre a entender a realidade delas, e não como
contos. Os pais não devem apenas mandar seus filhos para escola dominical, e
sim ir com eles (Pv 22.6 Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela,
e mesmo com o passar dos anos a não se desviará deles.). Às vezes, não caímos na real para ver que somos líderes
de todos da igreja, menos de nossa família. Temos tempo para gabinete e
aconselhamento, mas nos falta tempo para observar o que está rondando nossa
casa ou se infiltrando em nossos lares. O culto doméstico é uma prática
esquecida por muitos, todavia, sendo posto em uso, muitos problemas, e até
mesmo, a visão dos filhos em relação aos pais mudaria.
1.2. Cuidado afetivo com a esposa e
os filhos
O primeiro e maior presente que o
líder cristão deve doar para os seus é ele mesmo. Foi isso que Deus nos fez,
doou a si mesmo, Ele é “Deus conosco” (Mt 1.23; Jo 1.14). O vocacionado ao
ministério cristão deve ir além do superficial, deve desenvolver um
relacionamento de alma profundo. Sua melhor maneira de dar carinho é dando
atenção à esposa, passando tempo com ela. Quanto ao diálogo, deve o líder
conversar mais que as coisas cotidianas e notícias; devem abrir seus corações,
seus sentimentos, falar de suas ansiedades e sonhos. Declarar seu amor (Ct 2.10 O
meu amado falou e me disse: Levante-se, minha querida, minha bela, e venha
comigo.). Quanto aos filhos, deve ouvir-lhes
as histórias mesmo que isso lhe pareça penoso, mostrar real interesse com a
forma de olhar e no tom de voz quando fala.
1.3. Cuidado com a disciplina
O amor paterno deve ser demonstrado
sempre pela disposição em corrigir os filhos, sem, contudo, irritá-los e
desanimá-los (Cl 3.21 Pais, não irritem seus filhos, para que eles não desanimem.). Na atualidade, muitos educadores escolares estão
sofrendo com a falta de limites demonstrada pelas crianças nas escolas, isso
porque os pais estão deixando seus filhos para que as escolas eduquem. A
correção deve ser aplicada com amor desde cedo, enquanto a criança está em
formação, nessa fase é comum que façam tolices. Mas é nessa época que ainda há
esperança. Por isso, o ensino, admoestação, exortação, a presença e o amor se
fazem necessários (Pv 19.18 Discipline
seu filho, pois nisso há esperança; não queira a morte dele.; 22.15).
O vocacionado em particular deve ter:
“os filhos em sujeição, com toda modéstia” (lTm 3.4). Corrigir os filhos é tão
importante quanto alimentá-los, a correção traz recompensa no futuro: “Corrige
o teu filho, e te dam descanso, dará delícias à tua alma” (Pv 29.17). Essa
recompensa também inclui livrar a alma do filho do inferno (Pv 23.13-14).
OBJETIVO
► Descrever o perfil que a esposa do líder
deve ter;
2. Recomendações à esposa do líder
Nos passos de um homem bom sempre
estará uma boa mulher, e, é claro, em todo tempo ao seu lado (Sl 128a). A
mulher é peça fundamental no ministério do marido, por isso, ela é uma dádiva
de Deus para ajudá-lo. Ela deve, de igual modo, estar consciente de sua
responsabilidade nessa missão, pois, como esposa, é parte vital para o sucesso
ministerial de seu marido. Na primeira carta a Timóteo 3.11, existem três
recomendações que comentaremos a seguir:
2.1. Mulheres respeitáveis em tudo
É preciso compreender que a esposa de
um líder nem sempre será líder como ele numa organização (lTm 2.13-15 Porque
primeiro foi formado Adão, e depois Eva. E Adão não foi enganado, mas sim a
mulher que, tendo sido enganada, tornou-se transgressora. Entretanto, a mulher
será salva dando à luz filhos se elas permanecerem na fé, no amor e na
santidade, com bom senso.). Há
casos de mulheres que trabalham em igrejas e são notoriamente mais influentes
que seus maridos. Primeiro, porque a elas foi concedido o ministério; segundo,
porque alguns maridos não possuem vocação ministerial ou ainda não se
converteram. Mas há também líderes que têm esposas que somente os acompanha,
porém, por se tratar de ser a esposa de um líder cristão, ela deve ser uma
mulher respeitável, digna de consideração, venerável como a Bíblia diz: “a
esposa respeite o marido” (Ef 5.33 Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si
mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.), é dessa forma que ela alcançará respeitabilidade em seu
lar e igreja. Respeitável significa: “que se dá ao respeito - não dada a
falatórios”. Enfim, uma mulher deve ser respeitável em todas as suas relações,
e principalmente, em relação ao seu marido.
2.2. Mulheres não maldizentes
Maldizente é aquela que fala mal dos
outros, dada a fazer fofocas (lTm 3.13 Os que servirem bem alcançarão uma excelente posição e grande
determinação na fé em Cristo Jesus.).
A expressão grega usada por Paulo nesse texto é uma advertência para que as
esposas não tenham esse adjetivo “me diabolous”, que pode ser traduzida por:
“não caluniadoras”. Isto é, que não atribuam falsamente a alguém determinada
coisa. Nesse caso, a vítima passa a ter sua imagem desfigurada e sua reputação
comprometida até que se descubra a verdade, que mesmo após ser dita, não será
suficiente para reparar os danos causados por uma semente tão maligna. E
preciso muito cuidado, pois quando essa “fofoca” parte dos lábios da esposa de
um líder, a liderança fica minada e prestes a desmoronar-se.
2.3. Mulheres temperantes e fiéis
Quando se fala de liderança, fala-se
de um conjunto. Embora uma mulher não governe completamente com seu esposo, sua
harmonia e compreensão para com o ministério de seu marido são imprescindíveis
(Ef 5.22 Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor,). Uma pessoa pode amar a outra, mas isso não significa
que irá acompanhar na mesma visão. Hoje muitos lares estão sofrendo por causa
dessa indiferença, pessoas que se casaram com diferentes visões. Os membros de
uma igreja não abraçam um líder solitário e mal resolvido sentimentalmente,
afinal que espelho seria ele para as famílias? Mesmo tendo um chamado visível,
esse será incompleto pela ausência de um cônjuge. Família é a credencial de um
líder.
Uma esposa egoísta ou imatura não
terá muita paciência em esperar seu marido atender as pessoas depois do culto
ou das sessões de aconselhamento. Uma mulher egoísta desejará o marido só para
ela e não terá prazer de compartilhar as visitas, orações e responsabilidades
dele. Uma mulher que não entende uma vocação ministerial não deve servir para
futura esposa, pois ela será um estorvo no ministério do marido. A esposa de um
líder deve estar disposta a suportar aquilo que chamamos de: “as dores do
ministério”. Bom seria ver isso antes do casamento.
OBJETIVO
► Descrever como deve ser o cuidado
dispensado aos filhos.
3. Cuidados com os filhos
Os pais devem ter o objetivo de
reproduzir seu próprio comportamento em seus filhos (Gn 5.3). Quando Deus criou
a humanidade, criou a sua imagem e semelhança (Gn 1.27), de modo a parecer e
pensar como Ele, como também carregar suas características e suas qualidades,
agindo como Ele. Do mesmo modo, os pais precisam seguir esses mesmos objetivos,
semelhantemente, os filhos devem sentir Deus em seus corações. E, em seu
cotidiano, responder ao chamado divino da mesma forma que seus pais.
3.1. Filhos bem disciplinados (lTm
3.4)
Ele deve governar bem sua própria
família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade.
Criar filhos sem disciplinas, além de
ser uma atitude insana, acarretará em problemas para o futuro. Governar a
própria casa não é tarefa fácil. Se de fato desejamos um mundo melhor, devemos
criar filhos melhores. Não é comum em nossos dias vermos famílias reunidas à
mesa (Sl 128.3 Sua mulher será como videira frutífera em sua casa; seus
filhos serão como brotos de oliveira ao redor da sua mesa.). Os tempos são outros, os pais trabalham demais para o
sustento da família, as mães auxiliam com seus ganhos, e, por isso, quem educa
os filhos são as creches e as babás eletrônicas. O resultado é claro, filhos de
personalidades mescladas e de difícil comportamento perante os pais. A Bíblia
nos ordena ensinar os filhos “no” caminho, isso é tarefa dos pais, não das
escolas ou creches. Ela nos diz que se não ensinarmos “no” caminho, eles se
desviarão (Pv 22.6). Deus não nos deu filhos para que outros desempenhem nosso
papel de pais.
Um líder que enxerga a si mesmo como
um pai, deve se sentir no dever de entesourar uma boa herança para seus filhos
e netos (2Co 12.14). A satisfação de todo o bom pai é ver seus filhos crescerem
e prosperarem em tudo o que fazem. Esse pai se empenha e se esforça para que o
filho seja desprendido, e, sem o uso da força, alcance sucesso no futuro, isso
porque recebeu de seu pai o alicerce necessário para ir adiante.
3.2. Filhos respeitosos
Seguido da disciplina, deve vir o
respeito, que deve ser manifesto mutuamente pelos membros da família, revelando
ordem e as coisas peculiares à fé. Ora, temos nas Escrituras dois exemplos
muito bons: positivo, os descendentes dos recabitas, filhos de Jonadabe que
honravam a palavra do pai (Jr 35.1-10); o exemplo negativo vem de Hofni e
Finéias, filhos de Eli que não honravam a palavra do pai, e nem tampouco as
coisas sagradas, por isso, eles sofreram severo juízo (ISm 2.12-16; 2.22-25).
Temos dois assuntos muito importantes aqui: honra e desonra. Um traz bênçãos e
vida fértil, o outro traz punição e morte. Observemos nossa geração! Muitos
filhos hoje não completam maior idade morrendo antes do tempo. E por quê?
Desobediência ao pai e à mãe. O mandamento diz que respeito é vida, e desonra é
morte antecipada (Ef 6.1-3).
3.3. Filhos fiéis (Tt 1.6)
É preciso que o presbítero seja
irrepreensível, marido de uma só mulher e tenha filhos crentes que não sejam
acusados de
libertinagem ou de insubmissão.
A versão da Bíblia ARC traduz melhor
esse texto, e o faz da seguinte maneira: “que tenha filhos fiéis”. Paulo era
homem de visão extraordinária, de ideias amplas, mas sem meios termos. Os
filhos deveriam ser fiéis à fé dos pais. Naqueles tempos, quando um chefe de família
aceitava uma nova religião, todos da sua casa deveriam acompanhá-lo (At 16.31 Eles
responderam: “Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa”.). Todavia, Paulo está impondo uma condição severa, que
não era apenas aceitar a religiosidade do chefe da casa, mas que os outros
pudessem ser testemunhas de que ali (no caso de Creta) eram filhos verdadeiros
e fiéis nos negócios, nas obrigações sociais e na fé cristã.
Tem sido uma tragédia a realidade dos
filhos de muitos obreiros em todos os níveis, e principalmente, líderes do
círculo de oração. De um lado, tem faltado disciplina aplicada aos filhos, de
outro, há extremos exigidos aos filhos como uma postura adulta e impecável, por
serem filhos do pastor. Por causa disso, muitos têm deixado a igreja no
decorrer dos anos.
Conclusão
Sendo a casa de Deus uma extensão da
casa de um líder cristão, sua vida doméstica deve ser inspiradora. Todavia, os
pais devem evitar pôr um fardo pesado demais sobre os filhos. Assim eles devem
também lutar com muita sabedoria por seus filhos evitando um legalismo
intransigente e a possibilidade de afastamento da fé deles. As cobranças que
pesam sobre a família e principalmente sobre os filhos do pastor é muito grande
e até injusta muitas vezes. Por isso o líder junto com a sua esposa deverão ter
um sério equilíbrio nessa questão.
QUESTIONÁRIO
1. Qual a grande ordenança para quem
almeja o ministério?
R. Que governe bem a sua própria casa.
2. Quais são principais cuidados a
serem demonstrados por um líder em relação ao seu lar?
R. Cuidado espiritual, afetivo e com
a disciplina.
3. De que forma a esposa alcançará
respeitabilidade na família e igreja?
R. Respeitando o marido.
4. Por que os filhos de nossa geração
morrem antes do tempo?
R. Por desonrarem seus pais.
5. Como deve ser aplicada a correção
nos filhos?
R. Deve ser aplicada com amor desde cedo.
LIÇÃO 6 – 10 de
agosto de 2014 –
Liderança e sua influência
inspiradora
TEXTO AUREO
“Ninguém despreze a tua mocidade;
pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no
amor, na fé, na pureza”. lTm
4.12
VERDADE
APLICADA
O mundo aguarda uma manifestação da
igreja repleta de autoridade baseada na integridade e no exemplo.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
►Descrever o que é ser um padrão de inspiração;
►Apontar o modelo de comunicação em que uma liderança deve
se esmerar;
►Demonstrar a importância do perfil inspirador do líder
exemplar.
TEXTOS
DE REFERÊNCIA
Tt 2.1 - Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.
Tt 2.2 - Quanto aos homens idosos, que sejam temperantes, respeitáveis,
sensatos, sadios na fé, no amor e na constância.
Tt 2.3 - Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em
seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras
do bem,
Tt 2.4 - a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e
a seus filhos,
Tt 2.5 - a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas,
sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada.
Tt 2.6 - Quanto aos moços, de igual modo, exorta-os para que, em todas as
coisas, sejam criteriosos.
Tt 2.7 - Torna-te, pessoalmente, padrão de
boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência,
Introdução
O estilo de liderança do Senhor Jesus
foi além de prático, muito inspirador. Ele mesmo disse: “eu vos dei o exemplo,
para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15). Noutra ocasião também
falou: “aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29). Tais
palavras destacam a qualidade da sua liderança inspiradora. Igualmente, os
termos “façais e aprendei” trazem consigo um apelo de compromisso com o seu
exemplo.
OBJETIVO
►Descrever
o que é ser um padrão de inspiração;
1. Padrões de inspiração
Quem conhece Jesus não o segue pelo
que Ele faz, mas pelo que Ele é. O que Jesus tem de mais impactante, em sua
liderança, é sua integridade de vida. Suas palavras transformaram a vida das
pessoas, Ele é o homem perfeito, o nosso maior modelo. Sua liderança para
influenciar na melhora das pessoas era extraordinária e com testemunho (Jo 5.36 “Eu tenho um testemunho maior que o de João; a própria obra que o
Pai me deu para concluir, e que estou realizando, testemunha que o Pai me
enviou.). “Ele liderava homens e mulheres para uma
causa e propósito comum, através do seu caráter que inspira confiança” (Jo 13.15). Liderança é, acima de tudo, um exercício de
relacionamentos.
1.1. Bons líderes são padrões de
excelência
Todo e qualquer padrão ou modelo tem
uma forma e conteúdo específico. Na questão da liderança inspiradora ela não
foge a esta regra. Paulo diz ao jovem líder Timóteo: “torna-te padrão dos fiéis” (lTm 4.12). O homem sem Jesus
Cristo é como o início da criação: sem forma e vazio (Gn 1.2). Mas a presença de Deus em
sua vida o torna criativo e capaz. Ele passa a ter forma e conteúdo. O que o forma é a Palavra (Gn 1.3a), e o que o preenche é o
Espírito de Deus. E seguindo o modelo que é Cristo, os cristãos amadurecidos e
líderes espirituais se tornam espelhos nos quais a próxima geração adquire
forma e conteúdo também (lJo 2.6 aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou.). A palavra padrão vem do grego “tipos”, ela se refere a “uma
figura formada por um golpe ou impressão”. E exatamente isso que Deus quer
formar através de seus líderes, e como acontecerá? Com a forma da sua Palavra e
o conteúdo do Espírito Santo.
Padrão é aquilo que serve de modelo
para outros. Uma séria acusação que pesa sobre a igreja através dos tempos, tem
sido a falta de exemplo dos cristãos e se?xs líderes. Há uma enorme diferença
entre aquilo que se ensina e se exige para o que muitas vezes é exemplificado.
Uma liderança plena de autoridade é aquela que obedece à Palavra e se oferece
como padrão a ser seguido.
1.2. Bons líderes são incentivadores
O líder também tem a função de
despertar as motivações das pessoas para que os resultados aconteçam. Não
existe nada mais incentivador que um bom exemplo (Gl 6.17 Sem mais, que ninguém me perturbe, pois trago em meu corpo as marcas
de Jesus.). Além disso, toda liderança tem a função de gerar
benefícios significativos na vida dos seus liderados, tornando-o também um
agente multiplicador. O líder sempre tem a função de agregar valores, buscando
performances diferenciadas. A liderança é resultado comum entre as partes; é
uma situação em que se evidencia o comprometimento em busca de um objetivo
comum. Um líder deve não somente gostar do que faz, como também “gostar de
gente”. Sua meta é sempre fazer as pessoas refletirem e participarem (ICo 15.58 Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os
abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no
Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.). Treinar,
formar, ouvir, acrescentar e controlar situações, é coisa comum ao dia-a-dia de
cada bom líder.
1.3. Bons líderes são esclarecedores
Líderes identificam problemas, mas
criam soluções. Os problemas escravizam as pessoas ao ponto de enxergarem
apenas as dificuldades. Jesus era perito em criar soluções (Jo 20.30 Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais
miraculosos, que não estão registrados neste livro.). Ao encontrar a mulher Samaritana, Jesus lhe deixou tão
empolgada com suas declarações que ela, além de esquecer quem era e se revelar
aos outros, abandonou o símbolo de sua vergonha, o cântaro que trazia consigo.
A confiança deve ser um dos primeiros passos para solução dos problemas. Quanto
mais confiança um líder instila em outra pessoa, maiores as chances de ela
superar suas barreiras. Jesus era assim, ele inspirava confiança (Jo 6.2 e grande multidão continuava a segui-lo, porque vira os sinais
miraculosos que ele tinha realizado nos doentes.).
Aquela mulher à beim do poço tinha
além de problemas psicológicos, um grande problema social. O horário em que se
dirigiu ao poço denunciava sua situação. Era o horário em que não havia
ninguém, e, assim, as criticas e as repúdios dos vizinhos não poderiam
atingi-la. Jesus lhe revela o número de seus relacioruimentos e lhe assegura
que o que vivia atualmente também era roubado. Ela sai dali impactada., alegre
e liberta. Abandona o cântaro e a vida de tiisteza, e conta para todos quem é,
e quem a libertou: “Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e
disse àqueles homens: Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho
feito” (Jo 4.28.29).
OBJETIVO
►Apontar
o modelo de comunicação em que uma liderança deve se esmerar;
2. Padrão de comunicação
As palavras são poderosas
ferramentas, elas têm o poder de matar e vivificar, é por elas que seremos
vistos como salvos ou ímpios. Jesus disse: “Porque por tuas
palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12.37). A melhor forma de um líder apresentar-se como um
comunicador do evangelho é não ter do que se envergonhar, vivendo com
integridade (2Tm 2.1-5). A transparência e a coerência inspiram confiança nos
liderados.
2.1. O manejo da palavra da verdade
(2Tm 2.15)
Procure apresentar-se a Deus aprovado,
como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a
palavra da verdade.
“Em tudo te dá por exemplo de boas
obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, linguagem sã e
irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que
dizer de nós” (Tt 2.7-8). Quem vai a um culto cristão, vai antes de tudo,
alimentar-se da Palavra de Deus. A Palavra de Deus alimenta a alma, corrige os
nossos erros, esclarece nossas dúvidas e causa bem estar. Manejar bem a palavra
é muito mais que saber citar passagens inteiras ou versículos-chave. Os homens
de Deus não saem da presença dele com discursos enlatados ou fábulas. Uma coisa
notável no discurso de Jesus era sua autoridade (a certeza daquilo que
ensinava). “E maravilharam-se da sua doutrina, porque
os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas” (Mc 1.22). A Palavra é uma arma letal e incisiva, quando
manejada com verdade produz vida, e penetra nas regiões mais ocultas da alma
humana (Hb 4.12c).
Não é o poder que faz as pessoas
seguirem um líder, mas seu caráter, integridade e a maneira de relacionar-se
com elas. O líder é um ser humano que se dispôs e assumiu a realização de uma
missão com as pessoas. O significado original da palavra ‘liderança’ é
continuar uma jornada na companhia dos outros. Assim, um líder está indo para
algum lugar, ele tem uma meta e uma visão. Aqueles que se unem a ele na jornada
confiam nele, embora não conheçam o caminho, confiam no líder para conduzi-los.
Uma liderança cativa às pessoas pelo comportamento e pela ética
irrepreensíveis. Não ordena para que algo seja feito ele apenas motiva e seus
liderados realizam.
2.2. O conteúdo da sã doutrina (Tt
2.1-6)
Você, porém, fale o que está de acordo
com a sã doutrina. Ensine os homens mais velhos a serem moderados, dignos de
respeito, sensatos e sadios na fé, no amor e na perseverança. Semelhantemente,
ensine as mulheres mais velhas a serem reverentes na sua maneira de viver, a não
serem caluniadoras nem escravizadas a muito vinho, mas a serem capazes de
ensinar o que é bom. Assim, poderão orientar as mulheres mais jovens a amarem
seus maridos e seus filhos, a serem prudentes e puras, a estarem ocupadas em
casa, e a serem bondosas e sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de
Deus não seja difamada. Da mesma maneira, encoraje os jovens a serem prudentes.
O conteúdo da sã doutrina parte de
alguns fatos ligados a pessoa de Deus: Do poder criador, sustentador e
regenerador, da sua santidade e do seu amor imenso pela sua criatura. Doutrinar
significa instruir, ensinar, incutir, educar e corrigir. Paulo, ao escrever a
Tito, acerca do conteúdo da sã doutrina, demonstra preocupação com a vida de
santidade dos cristãos cretenses. Paulo contempla homens e mulheres idosos,
jovens recém-casadas e os jovens solteiros. Esse é o público alvo de Tito e de
todas as igrejas que precisam de doutrinamento quanto a sua conduta cristã.
Trata-se da conduta que devemos almejar, possuir e preservar. Nenhum pregador
tem o direito de subtrair o teor da Palavra, a não ser àqueles, que por motivo
de lucro, exploram os outros (2Co 2.17 Ao contrário de muitos, não negociamos a palavra de Deus visando
lucro; antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens
enviados por Deus.).
2.3. Coisas a serem evitadas (2Tm
2.16-19)
Evite as conversas inúteis e profanas,
pois os que se dão a isso prosseguem cada vez mais para a impiedade. O ensino
deles alastra-se como câncer a; entre eles estão Himeneu e Fileto. Estes se
desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição já aconteceu, e assim a alguns
pervertem a fé. Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece inabalável e
selado com esta inscrição: “O Senhor conhece quem lhe pertence” e “afaste-se da
iniqüidade todo aquele que confessa o nome do Senhor”.
Paulo recomenda a Timóteo que rejeite
completamente questões inúteis, porque elas não edificam e só produzem
contendas. A missão não era fácil. Ensinar com mansidão (Tt 3.1-2 Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às autoridades,
sejam obedientes, estejam sempre prontos a fazer tudo o que é bom, não caluniem
ninguém, sejam pacíficos, amáveis e mostrem sempre verdadeira mansidão para com
todos os homens.) aos que resistem à verdade, na
expectativa que Deus lhes concedesse arrependimento e lhes despertassem do sono
espiritual. O líder ou ministro deve estar pronto a suportar o sofrimento que
advém da observação da ignorância e endurecimento daqueles que estão debaixo do
seu ministério, os quais devem ser instruídos com mansidão.
Quanto ao discurso, os falsos líderes
são neste aspecto facilmente identificáveis, eles gostam de entreter o povo com
piadas, amam contendas de palavras, não doutrinam o povo, porque veem o
evangelho como fonte de lucros.
OBJETIVO
►Demonstrar
a importância do perfil inspirador do líder exemplar.
O líder cristão deve em sua própria
pessoa oferecer-se como um modelo de boas obras (Tt 2.7 Em tudo seja você mesmo um exemplo para eles, fazendo boas obras. Em
seu ensino, mostre integridade e seriedade;). Note que a
palavra de Paulo está no imperativo “torna-te padrão”. Palavra semelhante encontramos em lTm 4.12. Este homem que
lidera deve ser um padrão dos fiéis:
3.1. Na linguagem
Tanto o testemunho verbal como o
testemunho pessoal deve refletir um elevado padrão. Significa que a linguagem
deve ser sadia e irrepreensível, é notório que quem tem domínio da língua
alcança a perfeição (Tg 3.2 Todos tropeçamos de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no falar,
tal homem é perfeito, sendo também capaz de dominar todo o seu corpo.), pois somos constituídos por aquilo que falamos. Assim, um
líder cristão deve pensar no que vai falar e selecionar bem as suas palavras.
Nesse caminho não faltam adversários que busquem envergonhar um líder cristão.
Eles buscam ocasião, principalmente, no tocante a linguagem utilizada pelo
obreiro: Se é indecente, se causa nojo, se faz fofocas, se usa palavras
profanas, etc. Logo, pelas palavras um líder pode ser condenado ou justificado,
então deve preocupar-se em cultivar uma linguagem de mui elevado padrão! Só
dessa maneira não haverá indignidade para acusá-lo (Dn 6.5a Finalmente esses homens disseram: “Jamais encontraremos algum motivo
para acusar esse Daniel,), ao contrário, tais adversários é
que serão envergonhados ao tentarem lançar alguma culpa contra um homem ou
mulher de Deus.
Líderes existem para construir, mas a
Bíblia nos alerta: cada um observe como edi-fica... Porque ninguém pode pôr
outro fundamento além do que já está posto (ICo 3.10b. 11). Muitos prédios
bonitos caem com o passar do tempo, porque seus alicerces não foram preparados
para suas estruturas. Assim são não somente os líderes, mas aqueles que são
edificados sem terem os alicerces adequados.
3.2. No procedimento
Há uma necessidade para o líder
cristão ser autocrítico. Ele deve avaliar se seu procedimento está em acordo
com o evangelho de Cristo. É mais fácil proceder assim quando esse alguém se lembra
de que prestará contas do próprio procedimento tanto no presente quanto no
porvir. Quanto ao amor, ele é mais que um sentimento, ele tem a capacidade de
agregar a si as várias virtudes que o compõe. Um líder que almeja os homens,
isto é, conquistar discípulos e seguidores precisa ser um padrão de amor. Esse
amor deverá se manifestar nos relacionamentos conforme se fizer necessário, por
exemplo: às vezes, alguém precisa que se demonstre confiança, outros paciência,
outros retidão, outros gentileza (Tt 2.1-3 Você, porém, fale o que está de acordo com a sã doutrina. Ensine os
homens mais velhos a serem moderados, dignos de respeito, sensatos e sadios na
fé, no amor e na perseverança. Semelhantemente, ensine as mulheres mais velhas
a serem reverentes na sua maneira de viver, a não serem caluniadoras nem
escravizadas a muito vinho, mas a serem capazes de ensinar o que é bom.).
3.3. Na fé e pureza
Tanto a fé quanto a pureza são
inspiradores, pois nada se compara a uma vida completamente resignada a Jesus
Cristo. A fé é diferente de saber que Deus existe, ela é capaz de moldar o
procedimento de qualquer ser humano. A fé é sucedida pelas obras no princípio,
mas depois caminham juntas, fé e obras (Tg 2.22 Você pode ver que tanto a fé como as obras estavam atuando juntas, e
a fé foi aperfeiçoada pelas obras.). Homens cheios de fé, são
contagiantes por serem cheios de boas obras (At 6.1Naqueles dias, crescendo o número de discípulos, os judeus de fala
grega entre eles queixaram-se dos judeus de fala hebraica a, porque suas viúvas
estavam sendo esquecidas na distribuição diária de alimento.) e, isso não depende de seus temperamentos. Afinal, as pessoas
se prendem a resultados práticos visíveis. Vejamos o exemplo de Estevão. Ele
foi um homem cheio de fé. Isso significa que sua vida era tão cheia de fé, que
não havia vazio que o medo, ou a dúvida pudesse ocupar.
Conclusão
A verdadeira liderança cristã tem
forma e conteúdo, por isso, ela é inspiradora. O mundo ainda aguarda vozes de
líderes cujos corações andam através das chamas do amor de Deus. Homens que não
se contentem com nada mais neste tempo presente senão a se oferecem como
sacrifício no altar de Cristo.
QUESTIONÁRIO
1. Que elementos espirituais podem
produzir forma e conteúdo a um líder ?
R. O que dá forma é a Palavra de Deus
e o conteúdo é o Espírito Santo.
2. O que torna um líder motivador?
R. Seu bom exemplo.
3. Como um líder pode ajudar alguém a
resolver um problema?
R. Fazendo com que alguém veja a
solução.
4. O que um líder busca na
autocrítica:
R. Se seu procedimento está em acordo
com o evangelho de Cristo.
5. O que o discurso público ou
conversação comum devem refletir?
R. Um elevado padrão.
A visão de um líder chamado por Deus
LIÇÃO 7 – 17 de
agosto de 2014 –
A visão de um líder chamado por Deus
TEXTO AUREO
“Então o Senhor me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna
bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo”. Hc 2.2
VERDADE APLICADA
Visão é a capacidade de ver não
somente o que é, mas o que pode vir a ser uma realidade.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
►Explicar o que significa uma visão e
qual sua fonte;
►Expor, de forma clara, o conteúdo e a
finalidade de uma visão;
►Apresentar como deve ser intrínseco o
relacionamento entre o líder e a visão.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Gn 15.3 - Disse mais Abrão: A mim não me concedeste descendência, e um
servo nascido na minha casa será o meu herdeiro.
Gn 15.4 - A isto respondeu logo o Senhor, dizendo: Não será esse o teu
herdeiro; mas aquele que será gerado de ti será o teu herdeiro.
Gn 15.5 - Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as
estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade.
Gn 15.6 - Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça.
Gn 15.7 - Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor que te tirei de Ur dos caldeus,
para dar-te por herança esta terra.
Introdução
Quando Deus chamou Abraão, deu-lhe um
encargo e lhe fez grandes promessas. A partir de então, uma visão passa a dar
sentido a sua vida. Todavia, essa visão precisava se desenvolver e tomar forma,
vindo a tornar-se clara com a experiência do tempo e do convívio ao lado de
Deus. O desenvolvimento e a compreensão dessa visão fizeram de Abraão um homem
esperançoso e cheio de fé no Deus que chama a existência as coisas que ainda
não são.
OBJETIVO
►Explicar o que significa uma visão e qual sua fonte;
O que é uma visão? Visão é a
habilidade de enxergar além do que nossos olhos físicos conseguem ver (Mc
6.34a). A capacidade de não apenas ver o que é, mas também o que pode vir a ser
realidade. E como se adquire uma visão? Visão é um conceito que é inspirado por
Deus no coração de um ser humano. Nós podemos enxergar e ao mesmo tempo não ter
visão (Is 6.9 Ele disse: “Vá, e diga a este povo: “Estejam sempre ouvindo,
mas nunca entendam; estejam sempre vendo, e jamais percebam.). Vejamos alguns aspectos de uma verdadeira visão:
1.1. Deus a fonte da visão
“Então o Senhor me respondeu:
Escreva claramente a visão em tábuas, para que se leia facilmente.” (Hc
2.3). Deus é a fonte. Ele comunica a visão a seus servos, e, embora seus
caminhos sejam desconhecidos, eles são sempre seguros. Pois as visões dadas por
Deus são sempre perfeitas em seus propósitos (Am 3.7 Certamente o SENHOR, o Soberano, não faz coisa alguma sem
revelar o seu plano aos seus servos, os profetas.). As visões divinas são coerentes com as circunstâncias e com o
futuro desejável que Deus quer para seus filhos. Deus cria e modifica o futuro
de seus filhos, a partir dessa visão desejável. Abraão, por exemplo, era um
produtor e comerciante pastoril já bem sucedido em sua terra de origem (At 7.2 A isso ele respondeu: “Irmãos e pais, ouçam-me! O Deus
glorioso apareceu a Abraão, nosso pai, estando ele ainda na Mesopotâmia, antes
de morar em Harã, e lhe disse:). Mas Deus transformou sua vida e a
de muita gente por causa de uma visão a ele confiada. A visão cria prioridades
(ela diz o que devemos fazer). Sem visão o povo perece (Pv 29.18 Onde não há revelação divina, o povo se desvia; mas como é
feliz quem obedece à lei!). O maior bem que um líder dá a seus
seguidores é uma visão.
Hebreus 11.8 nos diz que Abraão
“saiu”. Saiu para obedecer o que Deus lhe havia dito. Ele saiu “Sem
saber”. Isso significa que para obedecer não necessitamos “saber'.
Necessitamos somente de vontade para caminhar naquilo que Deus nos mostra. Na
medida em que caminhamos, a porta se amplia, a perspectiva se aclara, e podemos
visualizar mais na medida em que avançamos. Muitos de nós não vamos além porque
não queremos sair. “E não sair quando Deus diz é tão
perigoso quanto sair quando Ele não
diz”.
1.2. A visão de uma realidade futura
(Gn 15.5)
Levando-o
para fora da tenda, disse-lhe: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que
pode contá-las”. E prosseguiu: “Assim será a sua descendência”.
Deus é quem projeta em nós a visão de
uma realidade futura preferível (Ez 40.2 Em visões de Deus ele me levou a Israel e me pôs num monte
muito alto, sobre o qual, no lado sul, havia alguns prédios que tinham a
aparência de uma cidade.). Tanto o nosso presente quanto
nosso futuro podem sofrer alteração mediante o poder de uma visão comunicada
por Deus. As pessoas seguem e são influenciadas, porque acreditam na
grandiosidade da visão que elas demonstram possuir. Essa visão sempre é maior
que o visionário, sempre desafia o natural e o óbvio, gera esperança e, por
isso, é tão contagiante. Jamais faltaram seguidores a Moisés, porque ele
inspirava seus seguidores. Para o povo tudo era escravidão, mas para ele a
liberdade era uma realidade visível, mesmo sob as mais turbulentas
circunstâncias (Hb 11.27 Pela fé saiu do Egito, não temendo a ira do rei, e perseverou,
porque via aquele que é invisível.).
1.3. Visão transformadora (Gn 15.6)
Abrão
creu no SENHOR, e isso lhe foi creditado como justiça.
Abraão estava adiantado em idade
juntamente com Sara sua mulher, e seu maior questionamento era a ausência de um
herdeiro na família. Ele vai a Deus e questiona sua situação, Deus lhe
compreende e lhe dá um entendimento diferente de sua promessa. Não seria o
damasceno Eliezer, seu servo, o herdeiro de sua fortuna e sim aquele que viria
nascer dele próprio. Para uma compreensão maior, Deus lhe convida a sair da
tenda, lhe mostra as estrelas do céu, os grãos de areia do mar, fazendo-lhe
entender que assim seria a sua descendência. Tal visão foi tão poderosa que
mudou o interior de Abraão a partir dali. “Abraão creu no Senhor, e isso lhe
foi imputado por justiça”. Embora a visão de Deus seja um retrato futuro, ela é
poderosa para mudar o nosso íntimo.
O que dizer de Paulo que sempre viveu
movido por uma visão de uma realidade futura além do paganismo que imperava em
seus dias. Ele ouvia o Senhor Jesus lhe dizer: “tenho muito povo aqui”, e, em
cima dessa visão, trabalhava (At 18.9-10). A visão dada por Cristo sempre nos
motivará a sermos agentes transformadores.
OBJETIVO
►Expor, de forma clara, o conteúdo e a finalidade de uma visão;
2. O conteúdo de uma visão
Existe uma diferença muito grande
entre visão e devaneio. E a diferença está na origem, no conteúdo e no fim de
ambos. Visão tem origem em Deus e nas suas promessas, e, embora se pareça
utópica em dado momento da vida, ela difere de um devaneio, cujo produto é o
resultado de fantasia mental ou de delírio. Uma visão afeta positivamente o
relacionamento com Deus e a realidade, enquanto o devaneio sendo uma coisa
utópica nada acrescenta.
2.1. A visão coloca os liderados em
consonância com o líder(Jo 15.15)
Já
não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez
disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes
tornei conhecido.
Existe um enorme abismo entre um
sonhador e uma pessoa com visão. Um sonhador tem muitos sonhos e raras vezes
converte esse sonho em realidade, enquanto que uma pessoa com visão, não somente
tem sonhos, como também sabe como os converter em realidade (Dn 2.36 “Foi esse o sonho, e nós o interpretaremos para o rei.). A fonte da visão espiritual de um líder não está em si mesmo,
mas em uma revelação que vem da parte de Deus para dar sentido a sua vida. Sua
visão deve ser mais que uma boa ideia, deve ser um destino inspirado por Deus
(At 16.10 Depois que Paulo teve essa visão, preparamo-nos imediatamente
para partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos tinha chamado para lhes
pregar o evangelho.). E crucial para um líder aprender a
distinguir de onde vêm seus recursos e sua força. Finalmente, deve saber que
Deus é a origem de seu sonho ou sua visão. O conteúdo de uma visão divina e o
interesse em realizá-la coloca criador e criatura em plena sintonia.
A realidade presente de Abraão era de
insegurança e medo, mas Deus se aproxima dele e lhe conforta por meio de uma
visão (Gn 15.1). Deus conversa com ele e o anima, mostra-lhe as estrelas e as
areias do mar como exemplos de um futuro glorioso, depois lhe pede um
sacrifício de adoiução. O fato de Abraão cansar; e Deus passar como um
fogo pelo sacrifício revela que Deus o ajudaria na realização de sua visão. Em
tempos de dúvidas, Deus jamais abandona seus servos. Antes, Ele se aproxima,
anima e reaviva as suas promessas (Gn 15. 5,6,11,12,17).
2.2. Deus trabalha para o cumprimento
da visão (Gn 15. 9-10)
Respondeu-lhe
o SENHOR: “Traga-me uma novilha, uma cabra e um carneiro, todos com três anos
de vida, e também uma rolinha e um pombinho”. Abrão trouxe todos esses animais,
cortou-os ao meio e colocou cada metade em frente à outra; as aves, porém, ele
não cortou.
A visão de Deus para Abrão tinha dois
aspectos: primeiro, uma descendência numerosa. Ele creu e recebeu a justiça de
Deus; O segundo aspecto era que daria a Abraão a terra de sua peregrinação.
Interessante que neste ponto Abraão questiona como ele poderia ter certeza ou
saber que isso lhe sucederia? De modo surpreendente Deus lhe dá uma receita
específica de adoração (Gn 15.9-18). Nela havia alguns animais que ele deveria
sacrificar, porém, algumas aves de rapina tentaram macular o sacrifício e
impedi-lo de realizar. Abraão lutou, mas se cansou, e Deus completou com fogo
divino o que Ele mesmo havia pedido. Isto nos alerta para as dificuldades de
uma grande liderança, onde as hostes malignas sempre tentarão impedir nossos
sacrifícios de adoração a Deus. Por outro lado, uma visão dada por Deus também
é por Ele corroborada. Abraão dormiu, mas Deus não dorme! (SI 121.3-4 Ele não permitirá que você tropece; o seu protetor se manterá
alerta, sim, o protetor de Israel não dormirá; ele está sempre alerta!). Quando Deus tem um projeto a realizar, está sempre se unindo
a quem concedeu a visão para que esta se torne realidade (Gn 15.12,17).
2.3. Líderes protegem a visão (Gn
15.11)
Nisso,
aves de rapina começaram a descer sobre os cadáveres, mas Abrão as enxotava.
A adoração por meio do sacrifício foi
o método eficaz para que Abraão tivesse certeza que seria herdeiro da terra de
sua peregrinação. A primeira parte consistiu em ele obedecer sacrificando os
animais pedidos. A segunda parte foi o fogo divino que passou entre aqueles
pedaços. Essa foi a maneira de Deus confirmar a Abrão a sua visão a ele
entregue. Quando um sonho é de Deus e fazemos a nossa parte, Deus se compraz em
confirmar através do fogo. Agora é importante que assim como Abraão lutou para
proteger o holocausto das aves de rapina, que eram uma oposição a seu destino
profético, de igual modo, um líder deve proteger a visão que Deus lhe confiou.
O que toma uma pessoa Líder é uma
visão. Ele não apenas se relaciona com o presente, mas determina o seu futuro
mediante tal visão. E ela que atrairá seguidores, mas nenhuma pessoa ajuizada
seguirá outra pessoa que não tenha uma visão convincente, ou alguém que tenha
devaneios.
OBJETIVO
►Apresentar como deve ser intrínseco o relacionamento entre o
líder e a visão.
A visão divina é para todo possuidor
uma fonte de esperança. A função dos olhos é enxergar, mas a visão se estende
além do globo ocular, quem a possui tem um alvo e um destino a chegar, vive e
respira por ela, é incansável em sua caminhada, e nem mesmo a afronta e a
presença da morte o pode desestimular. Abraão viveu por aquilo que Deus lhe
mostrou. Ele tinha no coração a convicção de que era real e isso era sua força
para viver. Vejamos alguns pontos importantes de como se relacionar com uma
visão.
3.1. Um líder deve amar a visão, mas
priorizar a fonte
A visão de um líder deve ser
ultracontigencial, ou seja para além dos limites (Gn 13.14-17). Deve ser capaz
de tornar o invisível em realidade, e o desconhecido em possibilidade. Todavia
o visionário não pode esquecer a origem da visão: DEUS! No caso de Abraão a
base de sua fé foi Deus, não suas promessas. Ele não foi chamado de amigo de
Deus pelo interesse da promessa, mas pelo convívio com o que prometera (2Cr
20.7; Is 41.8; Tg 2:23 Cumpriu-se assim a Escritura que diz: “Abraão creu em Deus, e
isso lhe foi creditado como justiça” e, e ele foi chamado amigo de Deus.). O mais fascinante numa visão é que quando se passa a ter
afinidade com seu doador ela se torna secundária, e Ele a principal razão de
nossas vidas.
3.2. Um líder fala sem o uso de
palavras
Deus tem prioridades. E os líderes,
precisam conhecê-las para não motivar erroneamente as pessoas a trabalharem e a
sacrificarem por sua própria visão, em vez da visão e propósitos divinos. Deus
tem como finalidade estar unido a nós. Todavia, o chamado é para aqueles que
desejam desenvolver e equipar a outros para cumprir seus propósitos. Assim,
devemos avaliar nossa visão de acordo com a vontade e direção de Deus, e
aprender a comunicar isso àqueles que influenciamos. O mundo precisa
urgentemente de pessoas visionárias capazes de romper com o natural (Pv 29.18 Onde não há revelação divina, o povo se desvia; mas como é
feliz quem obedece à lei!; Rm 8.19 A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os
filhos de Deus sejam revelados.). Abraão hoje está calado, mas sua
vida fala e ensina gerações e gerações através de seu exemplo de fé (Tg 2.23 Cumpriu-se assim a Escritura que diz: “Abraão creu em Deus, e
isso lhe foi creditado como justiça” e, e ele foi chamado amigo de Deus.).
3.3. Um líder deve se manter fiel a
visão
Deus tem como amigo o homem que com
dignidade é fiel à visão que lhe foi entregue. Abraão teve motivos de sobra
para abandonar a visão, mas sua respiração não estava nas coisas temporais, e
sim, nas que são eternas. Ele deixou tudo para trás, foi fiel e capaz de
sacrificar sua vida e seus sentimentos. A visão torna o sofrimento e o
desapontamento suportáveis, é capaz de gerar esperança em meio ao desespero e
prover paciência na tribulação, ela é o fundamento da coragem e o combustível
da persistência. A vida é dinâmica, o tempo passa, as coisas se transformam, e
desprezar uma visão pode provocar um vazio que nem mesmo a eternidade será
capaz de preencher. Quem sabe Esaú pudesse explicar melhor sobre esse vazio
quando viu o real valor da benção que trocou por um prato de comida?
Conclusão
A aquisição, o desenvolvimento e o
relacionamento de uma visão são etapas que todo líder deve passar. Quando
falamos de fidelidade à visão confiada, compete-nos também passá-la adiante e
não morrer com ela. Toda a visão que se encerra com a existência de um líder
indica que tudo foi feito na pessoa dele próprio, por isso, ela morreu com ele.
Líderes geram filhos, jamais deixam a próxima geração órfã de visão. O líder
passa, mas a visão é de gerações.
QUESTIONÁRIO
1. O que é uma visão?
R. Visão é a habilidade de
enxergar além do que nossos olhos físicos conseguem ver.
2. O que acontece mediante uma visão
comunicada por Deus?
R. Tanto o nosso presente quanto o
futuro podem sofrer alterações.
3. O que a visão é capaz de fazer em
os liderados?
R. A visão coloca os liderados em
consonância com o líder (Jo 15.15).
4. Ao enxotar as aves Abraão cansou e
dormiu, o que fez Deus?
R. Completou com fogo divino o que
Ele mesmo havia pedido.
5. A quem Deus tem como amigo?
R. Ao homem que com dignidade é fiel
à visão que lhe foi entregue.
LIÇÃO 8 – 24 de
agosto de 2014
O líder e suas responsabilidade nas
decisões
TEXTO
AUREO
“Porém, se vos parece mal aos vossos
olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem
serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em
cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” Js
24.15
VERDADE
APLICADA
É inevitável que surjam novos tempos
e novos desafios. Mas é imprescindível que, antes das decisões, Deus seja
consultado.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
Explicar que caminhos tomar na hora das decisões;
Conscientizar acerca da mudança dos tempos e a busca de
soluções ajustadas;
Demonstrar como buscar soluções em algumas situações
difíceis.
TEXTOS
DE REFERÊNCIA
Js 1.1 - Sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do Senhor, que este
falou a Josué, filho de Num, servidor de Moisés, dizendo:
Js 1.2 - Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão,
tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.
Js 1.3 - Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado,
como eu prometi a Moisés.
Js 1.6 - Sê forte e corajoso, porque tu farás este povo herdar a terra
que, sob juramento, prometi dar a seus pais.
Js 1.7 - Tão-somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de
fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies,
nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde
quer que andares.
Introdução
Os desafios, problemas e dificuldades
de nossa época são tantos que não existe uma fórmula ou modelo para
solucioná-los. Entendemos que, para cada caso, exista um tipo de tratamento e
uma solução a descobrir. Todavia, há rumos seguros a tomar, e as Escrituras nos
dão bases muito sólidas para resolvê-los. Não precisamos ficar à mercê da
sorte, nem procrastinando, porque Deus tem dado aos seus servos um manual e um
Espírito de sabedoria (1Jo 2.20 Mas vocês têm uma unção que procede do Santo, e todos vocês têm
conhecimento.). Na verdade, não há como dissecar
todo o assunto nesta lição, mas lançaremos luzes para iluminar mentes criativas
a seguir.
OBJETIVO
Explicar
que caminhos tomar na hora das decisões;
A iniciativa de uma decisão genuína
tem suas bases na liberdade, na capacidade de discernir e na capacidade de
escolher o melhor rumo a tomar (Jl 3.14 Multidões, multidões no vale da Decisão! Pois o dia do SENHOR está
próximo, no vale da Decisão.). Qualquer ser humano com essas
prerrogativas e, principalmente, os lideres, são capazes de tomar decisões.
Para isso, ele precisará de entendimento e preparo prático para exercer sua
liberdade e resoluções. Vejamos, a priori, que entendimento e preparo um líder
deve ter.
1.1. Atitude na vontade de Deus
Como servir a Deus é uma sábia
escolha, logo quem o escolheu deve dispor-se com dedicação. Deus exige uma
atitude séria de seu servo-líder Josué. Percebemos isso na expressão,
“dispõe-te” (Js 1.2) que significa levante-se, ponha-se em pé, esteja pronto a
fazer a minha vontade. Para se tomar decisões acertadas, o servo de Deus deve
estar, acima de qualquer coisa, na vontade de Deus, seja na função, seja no
lugar, ou seja, no ponto crítico a enfrentar. Por mais incrível e ilógico que
possa parecer, para alguns, estar na vontade específica de Deus é o lugar mais
cômodo, interessante e próspero de encontrar-se (Rm 12.2Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela
renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a
boa, agradável e perfeita vontade de Deus.).
A razão pela qual as pessoas
encontram dificuldades em desenvolver seu potencial de liderança está sempre
nas decisões a serem tomadas. Os problemas surgem continuamente em tudo o
que fazemos. As pessoas não gostam de problemas e fazem de tudo para livrar-se
deles, por isso, muitos desistem e passam para outros a oportunidade dada
por Deus. Problemas sempre existirão, e aqueles que têm habilidades e que são
capazes de auxiliar outros a resolvê-los sempre serão necessários nas
organizações. Pois, quando os problemas surgem, as pessoas observam onde e quem
encontrar para solucioná-los.
1.2. Os problemas dão sentido à vida
Um sábio filósofo comentava certa vez
que o único obstáculo que uma águia precisava vencer para voar com mais
velocidade e maior facilidade era o ar. Todavia, se o ar lhe fosse tirado e a
orgulhosa ave tivesse que voar no vazio cairia instantaneamente, totalmente sem
possibilidades de voar. Os mesmos elementos que oferecem resistência ao voo
são, ao mesmo tempo, a condição indispensável para voar. Uma vida livre de
obstáculos e dificuldades reduziria todas as suas possibilidades e poderes a
zero. Elimine os problemas, e a vida perderá sua tensão criativa. A vida cristã
não nos isenta das tempestades da vida (Mc 4.38 Jesus estava na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os
discípulos o acordaram e clamaram: “Mestre, não te importas que morramos?”). Deus não diz a Josué apenas para ser forte, mas para ter
coragem (Js 1.6-7 Seja forte e corajoso, porque você conduzirá este povo para herdar a
terra que prometi sob juramento aos seus antepassados. Somente seja forte e
muito corajoso! Tenha o cuidado de obedecer a toda a lei que o meu servo Moisés
lhe ordenou; não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, para
que você seja bem-sucedido por onde quer que andar.). Deus não isentou sua vida de problemas, mas cada conquista
ensinava que existe uma saída para cada problema.
1.3. Arme-se das promessas de Deus
(Js 1.3-5,13)
Como prometi a Moisés, todo lugar onde
puserem os pés eu darei a vocês. Seu território se estenderá do deserto ao
Líbano a, e do grande rio, o Eufrates, toda a terra dos hititas, até o mar
Grande, no oeste. Ninguém conseguirá resistir a você todos os dias da sua vida.
Assim como estive com Moisés, estarei com você; nunca o deixarei, nunca o
abandonarei.
Lembrem-se da ordem que Moisés, servo do
SENHOR, deu a vocês, quando o SENHOR, o seu Deus, lhes prometeu descanso e
dar-lhes esta terra:
Um homem chamado por Deus também
receberá suas promessas. A decisão de suceder a Moisés por mais honrosa que
fosse era envolta em riscos para si e todos os demais. Apenas alguém
determinado por Deus de fato traria o cumprimento das promessas para si e seus
liderados. Estar de pé, e disposto, é essencial. Porém, necessário é ser guiado
pelas Escrituras; elas ditam os limites que podemos alcançar. Tomar decisões é
pensar e decidir antes. Desse modo, alguns questionamentos podem ser feitos
como: O que a Bíblia diz a respeito desse assunto? Como o personagem encontrou
solução para essa crise? Se Jesus Cristo estivesse em meu lugar, como
decidiria? É também muito importante a busca de conselhos, é na multidão de
conselhos que nascem os sábios (Ex 18.17Respondeu o sogro
de Moisés: “O que você está fazendo não é bom.; Pv 11.14 Sem diretrizes a nação cai; o que a salva é ter muitos conselheiros.).
A primeira marca de um líder
espiritual é a humildade. Sem ela a pessoa fica bloqueada para o aprendizado, o
aconselhamento, etc. Por outro lado vive-se, no Brasil, um momento áureo
em que há muitos livros, palestras e mentores espirituais, resta então,
praticar aquilo que se aprendeu.
OBJETIVO
Conscientizar
acerca da mudança dos tempos e a busca de soluções ajustadas;
A grande aprovação de um líder está
em sua capacidade de reconhecer um problema antes que este se converta em uma
emergência. Numa liderança eficaz é raridade quando um problema adquire
proporções gigantescas, isso porque a maioria dos problemas são reconhecidos e
solucionados logo nas etapas iniciais.
2.1. Transforme problemas em soluções
Existe uma diferença enorme entre uma
pessoa que tem um grande problema e uma pessoa que faz um problema ser grande.
As estatísticas mostram que as pessoas que são aconselhadas nos gabinetes não
são as que possuem os maiores problemas, mas as que estão conscientes de seus
problemas e permanecem ocultando (Pv 28.13 Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os
abandona encontra misericórdia.). Por que os vencedores superaram os
problemas quando milhares de pessoas foram oprimidas por eles? Simplesmente
porque se recusaram a usar as desculpas mais comuns para o fracasso. Eles
transformaram as grandes armadilhas em pequenas pedras sobre as quais cruzaram
os rios. Eles perceberam que não poderiam evitar todas as circunstâncias de uma
vida, mas poderiam escolher que atitudes tomar diante de cada circunstância.
Um líder sabe que o único
problema que tem é o que ele permite que seja problema devido a sua reação
equivocada diante dele. Os problemas o podem deter temporariamente. Mas ele
sabe que é o único que pode atuar de forma permanente.
2.2. Se ajuste as mudanças
“Moisés, meu servo, é morto;
dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou
aos filhos de Israel” (Js 1.2). A morte de Moisés foi a oportunidade de Josué.
Assim aprendemos uma lição: “líderes passam, a visão continua” (2 Tm 2.2 E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas,
confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros.). Josué deveria se ajustar aos novos tempos, antes ele era
liderado, agora deveria ser o líder. E a pergunta é: se Josué não fosse
constante, não aprendesse com Moisés, não fosse confiável, será que Deus o
veria como um sucessor à altura? Aqui cabe outra pergunta: o que os nossos
ouvintes estão aprendendo? Será que estão prontos para assumir novas lideranças
ou vão ser liderados até morrer? Josué dormiu servo e acordou líder. Será que
estamos prontos para sermos surpreendidos?
2.3. Domine seus medos e seja ousado
Josué estava incrivelmente cômodo,
mas agora com a morte de seu líder tinha que tomar decisões. Deus fala que ele
deve dispor-se e reiteradamente ordena para que ele seja “forte e corajoso”.
Todos os anos anteriores serviram de treinamento para aquele momento, e o povo
o reconhecia como líder. Ele estava pronto, mas era necessário que dominasse
algum tipo de medo e ousasse conquistar as promessas de Deus (lJo 4.18 No amor não há medo; ao contrário o perfeito amor expulsa o medo,
porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor.; S1 91.5 Você não temerá o pavor da noite, nem a flecha que voa de dia,). Este é um princípio importantíssimo, o de dominar os próprios
medos a cada situação. Para cada situação existe um líder, e com Josué não foi
diferente, precisava vencer para avançar. Por esse motivo, o Senhor insistiu em
dizer-lhe: seja forte e muito corajoso, não se desvie do livro da lei, sejas
bem-sucedido por onde quer que andares (Js 1.7 Somente seja forte e muito corajoso! Tenha o cuidado de obedecer a
toda a lei que o meu servo Moisés lhe ordenou; não se desvie dela, nem para a
direita nem para a esquerda, para que você seja bem-sucedido por onde quer que
andar.).
Um líder não sacrifica um princípio
por causa de um momento de prazer como fez Esaú. Ao tomar decisões devemos nos
preparar com todo arsenal espiritual que estiver a nossa disposição. De igual
modo, um líder deve ser versátil em suas decisões. As gerações mudam. Observe
que Josué viveu um momento totalmente diferente de Moisés.
OBJETIVO
Demonstrar
como buscar soluções em algumas situações difíceis.
3. Decisões em situações difíceis
Selecionamos intencionalmente três
episódios críticos da vida de Josué e as soluções por ele encontradas. Embora
nesta lição, tenhamo-nos concentrado em Josué, há muitos outros exemplos dignos
de estudo.
3.1. Conheça o terreno onde vai pisar
(Js 2.22-24)
Quando partiram, foram para a montanha e
ali ficaram três dias, até que os seus perseguidores regressassem. Estes os
procuraram ao longo de todo o caminho e não os acharam. Por fim os dois homens
voltaram; desceram a montanha, atravessaram o rio e chegaram a Josué, filho de
Num, e lhe contaram tudo o que lhes havia acontecido. E disseram a Josué: “Sem
dúvida o SENHOR entregou a terra toda em nossas mãos; todos estão apavorados
por nossa causa”.
Como líder das tribos dos filhos de
Israel, Josué decidiu iniciar a conquista da terra prometida. Já fazia tempo
que ele e Calebe haviam espiado a terra juntamente com mais dez príncipes
tribais. Todavia, apenas eles dois se mantiveram fiéis à missão de Moisés.
Depois de muitos anos, era necessário que fosse feita uma nova expedição
secreta, mas de maneira mais específica, em Jericó. Mediante o relatório,
puderam saber todo o possível, para então iniciarem a arte do cerco e a
extinção da cidade, exceto o de Raabe e sua família. É imprescindível que o
líder conheça, investigue todo o possível para que possa então realizar suas
conquistas. Conheça bem a igreja, conheça seus membros, conheça em oração e
ajude-os a superar seus desafios.
3.2. Discipline quem precisar com
sabedoria
Há certas coisas que um líder
espiritual terá de enfrentar em sua prática ministerial. Terá de aconselhar,
enfrentará antagonismos, terá de dizer “não” e terá também que disciplinar. Com
certeza, este é um dos momentos mais delicados de uma liderança. Este
servo-líder de Deus não terá escolha, apenas estará bem preparado ou
despreparado para o momento. Há certas decisões que, se forem adiadas, toda a
congregação sofrerá retrocesso (Js 22.20 Quando Acã, filho de Zerá, foi infiel com relação às coisas
consagradas, não caiu a ira sobre toda a comunidade de Israel? E ele não foi o
único que morreu por causa do seu pecado.), o caso de
Acã é um clássico exemplo disso. Disciplinar com sabedoria é ser justo e
misericordioso, sempre tentando recuperar a ovelha que se desgarrou. Há vários
níveis de disciplina que os que desempenham liderança devem conhecer, para
trabalharem com justiça: admoestação, repreensão, suspensão e desligamento.
Disciplina nunca visa destruir, por isso, ela deve ser aplicada na medida certa
e cada caso é um caso.
3.3. Busque a aprovação de Deus acima
de tudo
Nunca tome decisões que não estejam
de acordo com as Escrituras Sagradas e sem consultar ao Dono da obra. A
liderança de Josué diante dos filhos de Israel estava consolidada, e algumas
vitórias eles haviam conquistado sob direção de Deus. Os Gibeonitas sabiam que
o destino que lhes aguardava era o mesmo de Jericó e Ai, por isso, elaboraram
um estratagema para escaparem da mira dos hebreus. A terra distava três dias de
caminhada, mas se fingiram de pobres e de uma terra remota. Assim solicitaram
aliança, e Josué e seus líderes, sem consultarem a Deus, decidiram poupá-los
sob juramento. Mas, ao descobrirem o engano, Josué e os demais príncipes os
pouparam, tomando-os rachadores de lenha. Esse é um exemplo clássico da
necessidade de se consultar sempre a Deus em cada questão, situação difícil ou
crise (Js 9.1-27).
Embora você esteja na linha de frente
e já tenha experimentado muitas adversidades, sugerimos que não considere o
problema alheio uma tempestade num copo de água, caso isso aconteça ele não lhe
procurará mais. Ouça com respeito e consideração, às vezes, basta um desabafo
para alguém encontrar a solução. As lições sobre liderança são muitas. Seja
investigativo e ore sempre buscando orientação de Deus para as decisões. O que
aqui expomos não passa de um lampejo, mas que pode desperta-lo a aprofundar-se
melhor no assunto.
Conclusão
Deus tem sempre uma saída, um escape,
uma provisão para um servo-líder por Ele vocacionado. Não tenha medo, porque os
tempos mudam e as situações também. Creia e seja ousado em aplicar soluções
adequadas a cada problema.
QUESTIONÁRIO
1. Quais são as bases de uma decisão
genuína?
R. Elas se baseiam na liberdade, na
capacidade de discernir e na capacidade de escolher o melhor rumo a tomar.
2. Qual o significado da expressão
“dispõe-te” em (Js 1.2)?
R. Significa levante-se, ponha-se em
pé, esteja pronto a fazer
3. O que nasce na multidão dos
conselhos?
R. Os sábios.
4. O que Deus exigiu de Josué para
liderar sua obra (Js 1.6-7)?
R. Se forte e corajoso.
5. Todos os anos anteriores à morte
de Moisés serviram de que maneira para Josué?
R. Serviram de treinamento.
LIÇÃO 9 – 31 de
agosto de 2014
Orientações bíblicas para delegação
de poderes
TEXTO
AUREO
“Escolheu Moisés homens capazes, de
todo o Israel, e os constituiu por cabeças sobre o povo: chefes de mil, chefes
de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez”. Êx
18.25
VERDADE
APLICADA
Uma das maiores lições que um líder
precisa aprender é que ninguém pode fazer tudo sozinho.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
►Compreender a importância de se delegar poderes;
►Mostrar que um líder não é um fim em si mesmo, por isso,
deve delegar;
►Orientações como deve agir um líder antes de delegar
poderes.
TEXTOS
DE REFERÊNCIA
Ex 18.14 - Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo,
disse: Que é isto que fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está
em pé diante de ti, desde a manhã até ao pôr-do-sol?
Ex 18.15 - Respondeu Moisés a seu sogro: É porque o povo me vem a mim para
consultar a Deus;
Ex 18.16 - quando tem alguma questão, vem a mim, para que eu julgue entre
um e outro e lhes declare os estatutos de Deus e as suas leis.
Ex 18.17 - O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes.
Ex 18.18 - Sem dúvida, desfalecerás, tanto tu como este povo que está
contigo; pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer.
Ex 18.19 - Ouve, pois, as minhas palavras; eu te aconselharei, e Deus seja
contigo; representa o povo perante Deus, leva as suas causas a Deus,
Introdução
Não importa quão excelente seja um
líder, a unidade é tudo em um ministério aprovado. Uma das maiores lições que
um líder precisa aprender é que ninguém pode fazer tudo sozinho. Do mesmo modo
que uma equipe necessita de bons jogadores para ganhar, uma organização também
necessita de bons líderes para alcançar êxito.
OBJETIVO
►Compreender
a importância de se delegar poderes;
1. O ato de delegar
Já imaginou um jogador que bate o
escanteio e ao mesmo tempo corre para cabecear a bola? Impossível não é? Ele
jamais daria conta de fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Assim estava Moisés,
solitário, prestando assistência ao povo, desde a manhã até o pôr do sol (Ex
18.14). Uma fila enorme de pessoas para atender e responder às suas
necessidades, sem ter sequer um auxiliar. Jetro, seu sogro, observou que não
era bom o que Moisés fazia, e teve a preocupação, e a ousadia de lhe dizer que era
incorreto. Jetro, sem dúvida, demonstrou um tino especial para liderança,
apontando-lhe a solução, o ato de delegar.
1.1. O que é delegar
Delegar é o ato de transmitir
poderes, de conferir a alguém representatividade, de incumbir alguém a julgar,
resolver ou trabalhar em alguma coisa. Nas Escrituras, encontramos inúmeros
exemplos do ato de delegar: Deus delegou Moisés para libertar o povo do governo
egípcio; Moisés instituiu líderes que julgassem o povo; Josué foi delegado para
ser sucessor de Moisés; Jesus delegou seus discípulos para evangelizarem a
Israel (Lc 10.1,19 Depois disso o Senhor designou outros setenta e dois e os
enviou dois a dois, adiante dele, a todas as cidades e lugares para onde ele
estava prestes a ir. ... Eu lhes dei autoridade para pisarem sobre cobras e
escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; nada lhes fará dano.); Paulo delegou muitos obreiros para trabalharem em várias
regiões, por exemplo, enviou Timóteo a Éfeso, enviou Tito a Creta, Epafras a
Colossos, etc. Quando um líder entende que é limitado e que precisa expandir a
visão além de si mesmo, ele delega poderes a outros. Assim a sua capacidade se
multiplica (2Tm 2.2 E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas
testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar
outros.).
1.2. Clareza de objetivos na delegação
Não basta a um líder apenas entender
que possui limitações, e que precisa ser representado para aumentar seu raio de
ação. Um líder precisa ser claro quanto ao que o seu representante vai fazer.
Jetro interveio na liderança de Moisés, dando-lhe claras explicações de como
deveria interagir. “E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a
Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por
maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta, e maiorais de dez;
Para que julguem este povo em todo o tempo; e seja que todo o negócio grave
tragam a ti, mas todo o negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te
aliviarás da carga, e eles a levarão contigo (Ex 18. 21-22 Mas escolha dentre todo o povo homens capazes, tementes a Deus,
dignos de confiança e inimigos de ganho desonesto. Estabeleça-os como chefes de
mil, de cem, de cinquenta e de dez. Eles estarão sempre à disposição do povo
para julgar as questões. Trarão a você apenas as questões difíceis; as mais
simples decidirão sozinhos. Isso tornará mais leve o seu fardo, porque eles o
dividirão com você.). Jetro aconselhou e Moisés seguiu o
que havia dito. Moisés ganhou e pode servir melhor, os liderados se ocuparam, e
todos passaram a trabalhar num objetivo comum. Diferente desse modelo, hoje, em
muitas igrejas, encontramos dois grupos de pessoas nomeadas: os que não sabem o
que fazer, e os que querem fazer o que não lhes foi determinado.
1.3. Cuidados no ato de delegar
Todo líder precisa compreender a
responsabilidade que está sobre seus ombros ao dar poder a alguém para agir. O
poder pode mudar a mentalidade de uma pessoa (At 8.19-21 e disse: “Deem-me também este poder, para que a pessoa sobre
quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo”. Pedro respondeu: “Pereça com
você o seu dinheiro! Você pensa que pode comprar o dom de Deus com dinheiro?
Você não tem parte nem direito algum neste ministério, porque o seu coração não
é reto diante de Deus.). Um líder precisa observar se além
de capacidade, o tal também possui uma chamada da parte de Deus. A posição pode
mudar o status, mas pode não resolver o problema para o qual foi designado. Um
certificado de médico não resolve o problema de um doente. O conselho de Jetro
era para que Moisés buscasse pessoas capazes, e os nomeasse conforme a
capacidade de cada um: “põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem,
chefes de cinquenta e chefes de dez; para que julguem este povo em todo tempo”.
Se a capacidade dos encarregados for negligenciada bem como outras qualidades o
prejuízo será de todos.
Note que o Senhor Jesus foi
criterioso ao enviar seus discípulos representantes. Além de instruí-los Ele os
enviou aos pares, pois a
solidão é desagradável e traz consigo as suas tentações. E mesmo dentro desses
pares, Jesus também utilizou critérios
ligados ao temperamento, afinidade e aptidão de cada um. Observe atentamente
como ficou estabelecidos os pares: Simão Pedro e André, esses dois eram irmãos; Tiago e
João, ambos filhos de Zebedeu; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano;
Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que traiu
Jesus. Note, por exemplo, que Simão, o Zelote e Judas, o Iscariotes, eram
pessoas que tinham ambições e diálogo mais político.
OBJETIVO
►Mostrar
que um líder não é um fim em si mesmo, por isso, deve delegar;
2. Por que alguns não delegam
Como já sabemos, numa administração,
se alguém deixar de delegar ou delegar negligentemente isso acarretará prejuízo
a todos. Em muitos casos, a sucessão só acontece quando alguns líderes já não
suportam mais, estão em desespero, ou à beira da morte. Vejamos alguns motivos
que podem impedir a delegação:
2.1. A insegurança impede a progressão
Há poucos dias, os jornais trouxeram
a realista notícia: “Por falta de profissionais qualificados, aposentados estão
sendo recontratados”. Essa manchete nos ensina como algumas pessoas podem ser
egoístas e insensatas, enquanto outras são desmotivadas. Uns não ensinam para
não serem superados e substituídos, outros não aprendem porque não se
interessam por aprender. Dois exemplos nos deixariam satisfeitos quanto à
questão: Eliseu sucedeu Elias com honras e méritos; mas Geazi, além de não
suceder Eliseu, ainda foi capaz de adquirir a lepra de Naamã (2Rs 5.25-27 Depois entrou e apresentou-se ao seu senhor Eliseu. E este
perguntou: “Onde você esteve, Geazi?” Geazi respondeu: “Teu servo não foi a
lugar algum”. Mas Eliseu lhe disse: “Você acha que eu não estava com você em
espírito quando o homem desceu da carruagem para encontrar-se com você? Este
não era o momento de aceitar prata nem roupas, nem de cobiçar olivais, vinhas,
ovelhas, bois, servos e servas. Por isso a lepra de Naamã atingirá você e os
seus descendentes para sempre”. Então Geazi saiu da presença de Eliseu já
leproso, parecendo neve.). O conselho de Jetro apresenta um
Moisés responsável, mas ainda imaturo nas questões de liderança. Ele estava só,
e isso é muito ruim para um líder. Ao distribuir as tarefas Moisés tanto pode
respirar quanto dar aos homens a oportunidade de tornarem-se líderes. Se um
líder morre sem passar o bastão à organização, sucumbe juntamente com sua
infrutífera liderança.
Moisés já estava consolidado como
líder, seu problema não era insegurança, era inexperiência. Jetro aparece com
conselhos sábios visando o crescimento de missão de Moisés. Se Moisés
continuasse daquele jeito o rumo de sua liderança seria complicado, cansativo e
deprimente. Muitos não encarregam outros, porque são inseguros. Afinal, delegar
é transmitir e investir alguém de poderes que antes se encontrava i apenas em sua mão. O medo de
repartir autoridade pode ser tão grande que muitos preferem afundar a
organização em vez de liderar com outros.
2.2. Perfeccionistas e
centralizadores
Moisés tinha um perfil muito ativo,
mas de temperamento predominantemente melancólico, um tipo reflexivo. Isso é
demonstrado pelo seu gosto de escrever tão apropriadamente e compor poemas
(salmos) com tanto lirismo. Ele era um homem dado a certo perfeccionismo, algo
próprio do seu temperamento. Supomos que talvez por isso tinha dificuldade em
pensar em delegar autoridade. Todavia, ele, sob a orientação de Deus, com o
tempo, foi se aperfeiçoando, alargando a visão, e instituindo mais delegados
(Nm 11.16-17 E o SENHOR disse a Moisés: “Reúna setenta autoridades de
Israel, que você sabe que são líderes e supervisores entre o povo. Leve-os à
Tenda do Encontro, para que estejam ali com você. Eu descerei e falarei com
você; e tirarei do Espírito que está sobre você e o porei sobre eles. Eles o
ajudarão na árdua responsabilidade de conduzir o povo, de modo que você não
tenha que assumir tudo sozinho., 24-30). Alguns líderes são
perfeccionistas, e, por isso, acham que alguns jamais farão certas coisas como
eles mesmos fazem. Por causa disso se tornam centralizadores, achando que sem
eles nada se pode fazer. Quem lidera e administra deve ser tolerante com os
outros e consigo. Ficar com tudo na mão por excesso de zelo trará prejuízo ao
líder e a organização como um todo.
2.3. Líderes controladores
Existe outro tipo de líder que não
tem dificuldade em delegar poderes, mas teme e fica chateado quando as coisas
fogem ao seu controle. Nenhum líder deve pensar que todas as coisas ligadas a
sua liderança devem acontecer com seu consentimento (Lc 9.50 “Não o impeçam”, disse Jesus, “pois quem não é contra vocês, é
a favor de vocês.”). Líderes inseguros, perfeccionistas
ou muito controladores, precisam entender que tal comportamento, além de
prejudicial, poderá se tomar opressivo. Nenhuma liderança com esse perfil
determinará que as coisas saiam certas. Mesmo que façam tudo certo, ou
controlem o possível, ainda assim haverá margens para o insucesso. Nenhum líder
deve ter medo de se arriscar em confiar nas pessoas, porque tanto os erros
quanto os acertos são normais numa liderança. E bom saber que grande parte do
sucesso em equipe dependerá de como ela foi escolhida para trabalhar.
OBJETIVO
►Orientações
como deve agir um líder antes de delegar poderes.
A visão de Reino é diferente de uma
visão particular. Quando se pensa no Reino, se é capaz de viver acima dos
caprichos e da ignorância. Um líder centrado sabe que, para o crescimento e
expansão do Reino, é preciso que surjam novos líderes e novas ideias. É claro
que isso deve ser visto com cuidado e se promova outros líderes com critérios.
Observemos o conselho de Jetro, ele pode em muito nos instruir.
3.1. “Procure homens” (capazes,
tementes, de verdade)
Quando Jetro aconselhou a Moisés a
procurar homens que tratassem das questões legais entre o povo, ficou claro
que, para o desempenho daquela função, não caberia qualquer pessoa. Antes
deveriam ser pessoas com perfil adequado para aquela função. Jetro demonstrou
um excelente tino administrativo ao dizer: “procure homens...”, visto que é
necessário um olhar investigativo, observador para identificar a pessoa
adequada para a função auxiliar. Antes, porém, Moisés os deveria preparar,
declarar, ensinar-lhes os estatutos. Dentre esses ensinados, Jetro falou de
homens capazes, cujo alcance de liderança deveria se ajustar à capacidade de
cada um. Deveria haver, dentre eles, chefes de mil, cem, cinquenta, e dez. Mas
a aptidão ainda não era tudo! Era necessário que fossem homens de caráter
probo: tementes, pessoas de verdade e que aborrecessem a avareza. Tais
critérios são aplicáveis na maioria das organizações e principalmente nas
igrejas.
A escolha deve ter um foco e também
preencher alguns requisitos. Se desejamos ver qualidade em nossas organizações,
devemos passar o bastão para aqueles que além de qualificações especiais,
possuam também a visão de dar continuidade.
3.2. “Ponha-os por chefes”
A seleção destes homens previamente
instruídos, capazes, etc., deveria ser seguida por uma investidura pública:
“põe por chefes... será assim mais fácil para ti, e eles levarão a carga
contigo”. A investidura não deveria ser privada e sim pública, todos deveriam
ver quem foram os escolhidos. Afinal se tratava de homens que deveriam ser
vistos como “chefes” delegados por Moisés. Esses seus legítimos representantes
levariam a carga junto com ele. Ser apenas reconhecido como líder não é tudo, é
necessário que leve também a carga de seu líder maior, que cumpra sua missão,
que ame o que se faz. A prévia de nossos dias é que muitos são nomeados para o
desempenho de determinadas funções quer seja na igreja ou noutra organização,
mas nada fazem. São pessoas que apenas ostentam títulos para o cargo designado,
contudo, são inoperantes, inúteis.
3.3. “Estes julgarão o povo”
Assim que aqueles homens tiveram o
reconhecimento público cumpriram a sua missão, “julgaram o povo”. Há muitas
verdades nessa pequena expressão supracitada. A expressão: “julgaram o povo”
significa que eles atenderam as necessidades do povo. É claro que elas não
deixaram de existir, mas eles prestavam seus serviços dia a dia. Também
significa que aliviaram a carga de Moisés, deixando-o mais suavizado. E ainda,
significa que muitos homens puderam realizar-se em seu encargo fazendo algo
útil ao próximo. Veja quanta coisa boa acontece quando uma liderança ou
administração delega poderes, divide responsabilidades - TODOS GANHAM!
Se para alguns é difícil delegar
autoridade pense nos resultados e formule critérios. Aqui chamaremos de: as
peneiras de Jetro: 1) Ensine, prepare liderados sempre, 2) Dentre os ensinados
procure pessoas capazes, 3) Adeque o encargo ao potencial de liderança de cada
um, 4) Faça uma investidura pública para que tanto sejam responsabilizados
quanto honrados, 5) Acompanhe os resultados, mas deixe-os à vontade. Observe
que não será tão difícil assim.
Conclusão
O tempo de qualquer pessoa é
precioso, mas principalmente quando se trata de um líder de uma organização
eclesiástica. Por isso, ele deve se concentrar em buscar, treinar e empossar
pessoas adequadas para essa organização, para aliviarem a sua carga. Ele não
estará livre das decepções, todavia, encontrará grande realização juntamente
com a sua equipe.
QUESTIONÁRIO
1. O que é delegar poderes?
R. E o ato de transmitir poderes, de
conferir a alguém representatividade.
2. Segundo
o tópico 1.3 por que um líder precisa observar as qualidades de quem escolhe?
R. Porque o poder pode mudar a
mentalidade de uma pessoa.
3. Como deveria ser, segundo o
conselho de Jetro, a posição de chefia?
R. Conforme a capacidade de cada um.
4. Por que alguns não delegam
autoridade a outros?
R. Porque se sentem inseguros,
perfeccionistas, e controladores.
5. Descreva uma vantagem em delegar
poderes a outrem?
R. Homens se podem realizar, fazendo algo útil ao próximo.
Um Líder em Crescimento Constante
07 de setembro de 2014 LIÇÃO 10
TEXTO
AUREO
“Ele
é como árvore plantada junto à corrente de águas, que, no devido tempo, dá o
seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido”.
Sl 1.3
VERDADE
APLICADA
A
liderança que prospera e sempre cresce é aquela que diligentemente tira o
melhor proveito das oportunidades boas e ruins.
TEXTOS
DE REFERÊNCIA
2Cr
17.1 - Em lugar de Asa, reinou seu filho Josafá, que se fortificou contra
Israel;
2Cr
17.2 - Ele pôs tropas em todas as cidades fortificadas de Judá e estabeleceu
guarnições na terra de Judá, como também nas cidades de Efraim, que Asa, seu
pai, tinha tomado.
2Cr
17.3 - O Senhor foi com Josafá, porque andou nos primeiros caminhos de Davi,
seu pai, e não procurou a baalins.
2Cr
17.4 - Antes, procurou ao Deus de seu pai e andou nos seus mandamentos e não
segundo as obras de Israel.
2Cr
17.5 - O Senhor confirmou o reino nas suas mãos, e todo o Judá deu presentes a
Josafá, o qual teve riquezas e glória em abundância.
2Cr
17.6 - Tornou-se-lhe ousado o coração em seguir os caminhos do Senhor, e ainda
tirou os altos e os postes-ídolos de Judá.
INTRODUÇÃO
Uma
liderança solidificada crescerá em todo o tempo. Para algumas pessoas as
circunstâncias adversas podem ser pedras de tropeços, mas para líderes de
visão, as circunstâncias podem se tornar ferramentas pelas quais avançarão e
obterão sucesso. Os servos de Deus cresceram independentemente de fatores
externos, eles nunca olham para fora, mas para dentro si, para a visão que Deus
tem neles implantado (Fp 3.14).
1.
Aproveite melhor o seu tempo
A
maturidade necessita de tempo. Aprender a valorizar o tempo e administrá-lo com
sabedoria trará não somente sucesso, mas confiança naquilo que se faz. O
dicionário Houaiss diz que: “tempo é um período contínuo e indefinido no qual
os eventos se sucedem”. O tempo não pode ser parado ou guardado. Assim, o que
nos resta fazer em nossa breve existência é administrá-lo. Vejamos alguns exemplos
de como administrar o tempo:
1.1.
Um líder deve se organizar e estabelecer alvos
“E
ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do SENHOR; e foram a todas as
cidades de Judá, ensinando entre o povo” (2Cr 17.9). Sem organização os seres
humanos perdem tempo e energia. Organizar é por ordem, é estabelecer metas e
objetivos, tanto para si quanto para organização a que se pertence. Dentro de
qualquer organização é imprescindível que se estabeleça metas a curto, médio, e
longo prazo. Existem coisas que levam tempo para se concretizar. Quando olhamos
para o exemplo do rei Josafá, vemos um líder que alcançou grandes realizações.
Ele decidiu ser um homem exemplar; decidiu reformar o culto a Jeová eliminando
toda a idolatria possível; instituiu ensinadores do Livro da Lei para ensinarem
nas cidades de Judá, e, juntamente com isso, veio-lhe muita prosperidade e
respeito das terras em redor. Josafá era um homem organizado e de metas, por
isso, todos o respeitavam (2Cr 17.1-10).
1.2.
Um líder deve eleger prioridades
A
disciplina para eleger prioridades e a capacidade para trabalhar em uma meta
estabelecida são essenciais para o sucesso. Um bom líder sempre terá
prioridades, saberá separar o que é importante daquilo que é urgente. Não é
questão de trabalhar demais, mas a maneira eficiente de como trabalhar.
Estabelecer prioridades é uma forma de se evitar muitos desperdícios, é
determinar o que vem primeiro, o que é mais importante e mais digno (Mt 6.33).0
líder que escolhe trabalhar as prioridades, distribuirá sua energia na
proporção adequada aos seus alvos e sempre alcançará um ótimo desempenho. Um
bom líder saberá fugir daquilo que lhe tira o foco. Note que Josafá tinha um
foco, ele era disciplinado. Sua motivação era servir a Deus de coração e seu
objetivo maior era reformar o culto a Jeová e servir o povo da melhor maneira
possível.
1.3.
Um líder deve amar aquilo que faz
A
vida pode ser maravilhosamente feliz quando fazemos aquilo que gostamos. É raro
quando não nos decepcionamos por um mau atendimento em alguma repartição,
inclusive na igreja. Existem pessoas que servem com mal humor, como se
estivessem ali obrigadas e não por gostar da função que ocupam. Por isso, é
importante que um líder anime seus liderados a amarem o que fazem a ponto de
serem capazes de fazê-lo com excelência (ICo 16.14). Que aprendam a fazê-lo tão
bem que as pessoas desejem pagar pelo serviço que prestam. Quando alcançamos
sucesso em algo que gostamos, isso não é trabalho, é uma fonte de vida. Ao
mesmo tempo em que estamos dando nossa contribuição estamos também desfrutando.
Cabe aqui uma pergunta: Se pudéssemos viver outra vez, o que faríamos de
maneira diferente? John Maxwell diz que todas as pessoas têm dois dias muito
felizes em suas vidas: o dia em que nasce e o que se entende o propósito da
vida. Afirma que devemos descobrir a tarefa à qual nos doamos por inteiro,
aquela que o tempo passa e sequer sentimos, por que amamos fazê-la. Diz também
que existem pessoas trabalhando com o que não amam. Do contrário, não haveria
tanta gente que se esforça, mas não faz sucesso, tantas empresas quebradas e
tantos artistas que não conseguem vender suas obras.
2.
Comunique o melhor de você
A
vida de Josafá como líder é impressionante. Ele não somente alcançou o
reconhecimento de Deus, mas também o de seu povo. Note que o escritor diz: “O
Senhor confirmou o reino nas suas mãos”, em seguida acrescenta: “e todo o Judá
deu presentes a Josafá”. O povo se viu tão satisfeito e grato que lhe trouxe
incontáveis riquezas. Qual o segredo de Josafá, que lições podemos aprender?
Vejamos:
2.1.
Um líder deve trabalhar com diligência
E
o SENHOR era com Jeosafá; porque andou nos primeiros caminhos de Davi seu pai,
e não buscou a Baalins. Antes buscou ao Deus de seu pai, andou nos seus
mandamentos, e não segundo as obras de Israel (2Cr 17. 3-4). A palavra
“diligência" significa: fazer as coisas com zelo e dedicação procedente de
um coração que ama o que faz”. Essa palavra vem do latim “diligentiae”, da
mesma raiz procede à palavra “diligo” que significa: estimar, amar. Observamos
que o coração de Josafá era puro e firme, seu foco era tanto servir a Deus
quanto à nação que presidia como rei. Josafá não cometeu um defeito presente em
muitos líderes, que é zerar o que os líderes passados fizeram e começar algo
novo baseado apenas em suas ideias. Ele andou nos caminhos de Davi, ou seja,
ele se inspirou no modelo do rei que mais agradou a Deus. Isso é diligência.
2.2.
Um líder deve ser fiel à organização que preside
Quando
falamos em organização, trata-se de um grupo de pessoas que se reúne com um
propósito comum. Em nosso caso, prioritariamente uma igreja, mas podendo ser
uma empresa, escola, etc., esteja liderando onde for, seja fiel a Deus, à sua
organização. Um líder deve sempre lembrar de que foi posto como modelo, e para
o seu crescimento em liderança deve manter-se como tal. Muitos reis orientais
do passado exigiam honra e presentes, Josafá recebeu sem ao menos pedi-los,
porque trabalhava com dedicação ao seu povo e era fiel a eles. Isso prova que o
reflexo da benção é um coração disposto a agradar a Deus e servir com
majestade.
2.3.
Um líder deve ser sempre vigilante
“Porque
Acabe, rei de Israel, disse a Jeosafá, rei de Judá: Irás tu comigo a Ramote de
Gileade? E ele lhe disse: Como tu és, serei eu; e o meu povo, como o teu povo;
iremos contigo à guerra” (2Cr 18.3). Não raro sempre há aqueles que se utilizam
do exercício de liderança para darem vazão aos seus caprichos egoístas,
procurando tirar vantagens nas alianças com servos bem intencionados. Esse foi
o motivo da aliança de Acabe, e por não vigiar Josafá sofreu prejuízos
presentes e futuros. Essa aliança envolvia cooperação bélica dos dois Reinos
contra os sírios (lRs 22.1-3). Houve tragédia, os reis perderam a batalha e
Acabe foi assassinado (lRs 22.17-28). Além das perdas e dos danos, os
desdobramentos da aliança atingiram a família de Josafá. Jeorão, seu filho,
assassinou todos os seus irmãos quando assumiu o reino (2Cr 21.1-5). Acazias,
seu neto, foi morto por proceder impiamente, e depois dele seus bisnetos (2Cr
22.3-10). A aliança com Acabe comprometeu o futuro moral, espiritual e eterno
da família e das gerações de Josafá.
3.
Aproveite melhor as oportunidades
Josafá
sendo herdeiro do trono de Asa, seu pai, pôde implementar uma série de mudanças
em sua gestão como rei de Judá. Ele aproveitou para buscar a Deus e
diferentemente dos reis de Israel, andou nos seus caminhos integralmente. Ele
descobriu e se realizou tanto nisso que se tornou mais ousado em seguir ao
Senhor e reformar o culto a Jeová. Josafá eliminou os lugares públicos de falsa
adoração e removeu os postes-ídolos de Judá (lCr 17.6). Enfim, ele aproveitou
todas as oportunidades possíveis para servil- a Deus e crescer em liderança.
3.1.
Um líder deve sempre buscar a Deus (2Cr 17.4)
Josafá
procurou a Deus, andou nos seus caminhos e Ele se deixou ser achado. O escritor
demonstra que essa foi a verdadeira força que gerou o sucesso na sua gestão. Os
caminhos pelos quais percorreu não foram fáceis, todavia, podemos inferir que
grande parte do povo desejava um rei diferente dos anteriores. Assim, Josafá
foi essa dádiva por eles alcançada. Desde cedo, ele aprendeu a depender de Deus
e foi tremendamente favorecido em sua liderança por essa busca. Sobretudo,
porque se tornou um homem sábio e admirável. Tais e tais são os tesouros da
sabedoria reservados para uma administração que a busca (Pv 8.17.18).
3.2.
Um líder sempre ousa inovar e reformar (2Cr 17.6)
O
fato de Josafá ser herdeiro legítimo do trono lhe conferia alguma vantagem, mas
ele não usou suas próprias estratégias para governar, ele se orientava em Deus.
Ele primeiro buscou a Deus, ganhou a confiança de seu povo para depois iniciar
algumas mudanças, inovar e reformar. Nenhum líder prudente assume uma
organização mudando tudo logo a seguir, exceto em casos raros de muita
precariedade. Todavia, à medida que o tempo passa, tornar-se mais ousado e, em
seguida, inova em sua organização, reforma e elimina o que precisa. Asa, pai de
Josafá, já havia iniciado uma série de reformas eliminando os lugares de
adoração a Asera (poste ídolo) e de Baal, os deuses da promiscuidade. Asa
enfrentou um problema seríssimo em família ligado a essa questão, ou seja, ele
teve de destituir Maaca, sua mãe, do posto de rainha visto que ela era patrocinadora
do paganismo em Judá (lRs 15.1114). Josafá, porém, pôde tomar uma medida
interventiva mais profunda, eliminando tanto os ídolos quanto os lugares altos
de adoração pública.
3.3.
Todo líder de sucesso tem uma boa equipe (2Cr 17.7-8)
Sabemos
que o individualismo é o alicerce do fracasso, e que o avanço de uma boa
liderança está em uma equipe bem desenvolvida para fins específicos. Josafá,
por exemplo, nomeou e enviou cinco príncipes e nove levitas versados na Lei do
Senhor para ensinarem ao povo. Sua equipe muito coesa fez um trabalho
pedagógico eficaz em Judá. Foi tão profundo que produziu grande temor em Judá e
sobre os reinos vizinhos, trouxe o terror que levou os inimigos a abandonarem o
pensamento de guerra contra o rei e seu reino (2Cr 17.10). Observe que Josafá
se fez representar e se reproduziu por meio de seus legítimos representantes.
Josafá transmitiu eficazmente a sua visão de trabalho reformista ensinado a
“Lei do Senhor” através de sua equipe. Isso significa que ele “se multiplicou”
e pôde estar em todos os lugares possíveis do seu reino.
CONCLUSÃO
Para
ser bem sucedido em tudo quanto faz em termos de liderança sem dúvida há um
conjunto de atitudes como foi brevemente demonstrado acima. Porém, tudo isso
pode ser resumido numa única palavra: “diligência”, que representa zelo,
dedicação e amor constante ao que se faz. Josafá e tantos outros agiram assim,
por que não fazê-lo também?
Pecados Capitais de uma Liderança
14 de setembro de 2014
TEXTO
AUREO
“Ai
deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se
precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Corá”. Jd v.ll
VERDADE
APLICADA
A
vigilância e a prudência são ingredientes essenciais na vida de todo aquele que
milita na obra do Senhor.
TEXTOS
DE REFERÊNCIA
Ne
5.14 - Também desde o dia em que fui nomeado seu governador na terra de Judá,
desde o vigésimo ano até ao trigésimo segundo ano do rei Artaxerxes, doze anos,
nem eu nem meus irmãos comemos o pão devido ao governador.
Ne
5.15 - Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram o povo
e lhe tomaram pão e vinho, além de quarenta siclos de prata; até os seus moços
dominavam sobre o povo, porém eu assim não fiz, por causa do temor de Deus.
Ne
5.16 - Antes, também na obra deste muro fiz reparação, e terra nenhuma
compramos; e todos os meus moços se ajuntaram ali para a obra.
Ne
5.17 - Também cento e cinquenta homens dos judeus e dos magistrados e os que
vinham a nós, dentre as gentes que estavam ao nosso redor, eram meus hóspedes.
INTRODUÇÃO
A
definição básica de pecado no grego é “hamartia”, e significa: “errar o alvo”.
Pecar é desvincular-se do propósito original de Deus, que é alcançar
determinado objetivo. Com o pecado não se brinca, e aquele que está ativo no
exercício de liderança deve trabalhar preventivamente vigiando. Quem está sob a
pressão da tentação deve se resguardar orando, resistindo ou até mesmo fugindo
(ICo 6.18), dependendo da natureza da tentação. Portanto, é imprescindível
conhecermos os principais pecados ligados à liderança e algumas de suas
consequências.
1.
Pecados emocionais
Assim
como alguém definiu que há virtudes ligadas à emoção tais como o amor, a
alegria e a paz interior, há logicamente seus contrapontos e contrastes em
sentido pecaminoso. Nossa lista está longe de ser perfeita, e até sabemos que
todos os pecados têm algum peso emocional, mas destacaremos aqueles que
precisam ser considerados no estudo desta lição.
1.1.
Soberba
De
todos os pecados enumerados na Palavra de Deus, a soberba é provavelmente o
mais sutil e mais perigoso. Ela tem origem no próprio Satanás (lTm 3.6), e é
usado por ele como uma armadilha no coração humano para desfigurar a imagem
daqueles que galgam posições elevadas. O que começa a ser uma obra para a
glória de Deus pode, de forma rápida e fácil, converter-se em glória para si
mesmo. A soberba faz com que seu possuidor tenha um elevado conceito de si
mesmo, colocando-se acima das demais (Pv 21.24). Geralmente, as pessoas que
possuem tal sentimento costumam não ouvir os outros, acham que sabem tudo, eles
dispensam bons conselhos porque acreditam que os outros não sabem de nada. A
soberba é tida como a mãe de todos os outros pecados. Quem age assim cometerá
sérios erros em sua liderança e trará sérios riscos e prejuízos a sua
organização. A Bíblia é clara quando afirma que a soberba precede à ruína (Pv
16.18).
1.2.
Mau humor
O
relacionamento interpessoal é, sem sombra de dúvida, um dos fatores que
influenciam no dia a dia e no desempenho de um grupo, daí surge à necessidade
de trocar informações sobre o trabalho e de cooperar com a equipe, o que, sem
um bom relacionamento, fatalmente prejudicará a organização. E importante saber
conviver com as pessoas, primeiro porque a Bíblia ordena, e também, porque
necessitamos de uma intensa interação devido às mudanças que ocorrem em todos
os seguimentos da sociedade, da cultura ou até mesmo diante de troca de
lideranças. O líder pode ser o motivo das pessoas entrarem e também de saírem
das organizações. Disse Oscar Wilde: “algumas pessoas proporcionam felicidade
aonde vão, outras proporcionam felicidade quando se vão”. Algumas fontes
estimam que 65 por cento das pessoas abandonem as empresas por causa de seus
gestores.
1.3.
Coração impiedoso
Só
quem nunca ofendeu alguém é que nunca precisou de perdão. Todos os seres
humanos, de alguma maneira, ofenderam alguém, principalmente o próximo a quem
se ama. Um líder deve antecipadamente ter o seu coração tratado e curado pela
graça de Deus, afim de que sua vida dentro de uma organização cristã seja a
mais sadia possível (Mt 12.35). Quem não experimenta graça não pode dispensar
graça, senão acusações, rancor e sentimento de vingança (Lc 6.45). E
imprescindível que um líder tenha um coração misericordioso e perdoador,
principalmente quando alguém diz compor uma organização cristã. Jesus não
especificou um limite para o perdão, mas deixou claro que devemos perdoar
quantas vezes se fizer necessário (Mt 18.21 e 22).
2.
Pecados relacionais
Como
já dissemos acima, a soberba é a mãe de todos os demais pecados. Os pecados a
serem comentados a seguir não fogem a regra. Veremos como um líder pode pecar
tão seriamente contra Cristo, contra si mesmo e a organização a qual pertence.
2.1.
Centralização excessiva
A
princípio não há nada de errado em ser centralizador, o problema está em
centralizar as coisas por orgulho. Existem líderes que são excessivamente
centralizadores com o fim de impedir ou sonegar determinadas informações aos
seus liderados. Esse é um tipo inseguro, que teme ser superado e perder sua
posição. Na verdade, não podemos generalizar. Mas aqueles que agem assim não
são democráticos quanto ao conhecimento, e quando se trata de Reino de Deus,
podemos dizer que tais atitudes impedem a chegada de novos valores,
desestimulam aqueles que sonham e almejam desenvolver uma visão dada por Deus,
e impedem que outras ideias sejam colocadas, as quais poderiam até ser melhores
e mais eficazes que a do atual líder.
2.2.
A cobiça pelo reconhecimento
Ligado
à soberba está a sede pelo reconhecimento. Também não há nada errado em fazer
as coisas pensando em ter reconhecimento alheio. O perigo reside quando uma
pessoa está possuída desse desejo de reconhecimento como foi o caso de Caim,
que, dando lugar à ira, matou seu próprio irmão (Gn 4.6-8). A cobiça é como uma
bola de neve, ou seja, começa como algo muito pequeno e termina como uma grande
avalanche, algo que pode causar grande destruição. Afinal de contas, não são as
grandes raposas que destroem as vinhas, e sim as pequenas (Ct 2.15). Temos
exímio cuidado com as grandes rochas, porém, são as pequenas pedras que sempre
nos fazem tropeçar. Muitos caem nos laços da cobiça, simplesmente porque os
ignoram. Sansão é um exemplo clássico daqueles que acham que sempre se livrarão
de cordas frágeis. Ainda que algo pareça muito insignificante não devem ser
ignoradas. A Bíblia nos adverte: “não deis lugar ao diabo” (Ef 4.26).
2.3.
Agressividade
A
agressividade é mais uma consequência de outros pecados sérios como a soberba,
o ser cobiçoso de vanglorias e a inveja, como dissemos acima. A agressividade
costuma ser na maioria das vezes de natureza verbal através de humilhações a
alguém, o desprezo à ideia de outro, ofensas verbais, assédio moral, etc. Seu
mau humor bem como a sua agressividade faz com que este indivíduo não permaneça
muito tempo na organização. Todo líder vive exposto a grande pressões, por isso
deve exercitar a longanimidade e a paciência (2Tm 3.10, Hb 12.1) para evitar a
agressividade. Observe o que nos ensina a Escritura: “Assim como as moscas
mortas fazem exalar mau cheiro e inutilizar o unguento do perfumador, assim é,
para o famoso em sabedoria e em honra, um pouco de estultícia” (Ec 10.1).
3.
Pecados laborais
Agora
trataremos de alguns pecados que se relacionam diretamente com o trabalho: a
luxúria, a negligência e a preguiça.
3.1.
Luxúria
Olhando
rapidamente, parece que a luxúria não tem a ver com o trabalho. Ela é definida
como “comportamento desregrado quanto aos prazeres do sexo”, seu sinônimo é
lascívia, que, de igual modo, refere-se à incontinência, dissolução, corrupção.
Todavia, aqueles que dão vazão à luxúria, sejam ocasionalmente ou como um
estilo de vida acabam, por fim, afetando a sua vida em varias esferas,
incluindo a profissional e como líder. Para sustentar a luxúria ou lascívia, o
indivíduo se vê obrigado a tomar algumas atitudes, que certamente vão gerar
consequências desastrosas. A maneira como alguns encontram para isso é
laborando mais, o que talvez seja uma mínima minoria. O mais comum é a prática
da exploração alheia em todos os sentidos, a prática da corrupção e improbidade
administrativa. E também caracterizada por assédio a funcionário (a) ou membro
de equipe, gerando o escândalo dentro da organização, seu enfraquecimento e até
mesmo a sua dissolução.
3.2.
Negligência
Enquanto
a diligência é fazer as coisas com zelo, dedicação e amor, a negligência é a
negação de tudo isso. Enfim, podemos dizer que a negligência é a maneira
relaxada, desleixada e preguiçosa de fazer as coisas. Em qualquer organização
eclesiástica ou secular, isso é percebido pela falta de comprometimento, pela
falta de entusiasmo, pela falta de energia. Quem é negligente tende a
desperdiçar oportunidades e o próprio crescimento na igreja ou outra
organização a que pertença (Pv l8.9). Nunca planeje metas se não está disposto
a tomar atitudes para realizá-las. Veja a parábola do servo que recebeu um
único talento sem nada produzir. E por que não o fez? Porque era negligente e
mau. Note que seu fim não foi dos melhores (Mt 25.24-29).
3.3.
Falta de ética (no falar)
A
principal falta de ética no falar se chama fofoca ou mexerico. E a atitude de
maldizer com base em inverdade sobre determinada coisa ou sobre alguém. Tal
estilo prejudica a organização como um todo. Há pessoas que fazem isso
procurando logicamente obter alguma vantagem, mas por ser um comportamento que
cedo ou tarde será descoberto, acaba se voltando contra a própria pessoa. Em
nossos dias, isso já se tornou um padrão de vida para muitos, até mesmo
líderes, os quais se envolvem em fofocas, e causam intrigas ao levantar
questões da vida alheia, as quais muitas vezes visam destituir alguém de sua
posição, seja por inveja ou falta de afinidade. Líderes que agem assim apenas
geram desrespeito, estresse e má vontade em seus liderados.
CONCLUSÃO
Enfim, existem algumas atitudes que são fundamentais para que o líder possa encarar tais pecados e evitá-los, a saber: prudência na conduta pessoal sempre, orar, vigiar e ter um momento devocional consistente para resistir as astutas ciladas do diabo (Ef 6.11).
LIÇÃO 11 – 14 de setembro de 2014 – Editora Betel
Pecados capitais de uma liderança
TEXTO AUREO
“Ai deles! Porque prosseguiram pelo
caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e
pereceram na revolta de Corá”. Jd v.ll
VERDADE APLICADA
A vigilância e a prudência são
ingredientes essenciais na vida de todo aquele que milita na obra do Senhor.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
►Apontar alguns tipos de pecados
principais ligados à liderança;
►Descrever concisamente as consequências
principais desses pecados;
►Oferecer uma chance para uma
constante autoanálise.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Ne 5.14 - Também desde o dia em que fui nomeado seu governador na
terra de Judá, desde o vigésimo ano até ao trigésimo segundo ano do rei Artaxerxes,
doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos o pão devido ao governador.
Ne 5.15 - Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim,
oprimiram o povo e lhe tomaram pão e vinho, além de quarenta siclos de prata;
até os seus moços dominavam sobre o povo, porém eu assim não fiz, por causa do
temor de Deus.
Ne 5.16 - Antes, também na obra deste muro fiz reparação, e terra
nenhuma compramos; e todos os meus moços se ajuntaram ali para a obra.
Ne 5.17 - Também cento e cinquenta homens dos judeus e dos
magistrados e os que vinham a nós, dentre as gentes que estavam ao nosso redor,
eram meus hóspedes.
Introdução
A definição básica de pecado no grego
é “hamartia”, e significa: “errar o alvo”. Pecar é desvincular-se do propósito
original de Deus, que é alcançar determinado objetivo. Com o pecado não se
brinca, e aquele que está ativo no exercício de liderança deve trabalhar
preventivamente vigiando. Quem está sob a pressão da tentação deve se
resguardar orando, resistindo ou até mesmo fugindo (ICo 6.18), dependendo da
natureza da tentação. Portanto, é imprescindível conhecermos os principais
pecados ligados à liderança e algumas de suas consequências.
1. Pecados emocionais
Assim como alguém definiu que há
virtudes ligadas à emoção tais como o amor, a alegria e a paz interior, há
logicamente seus contrapontos e contrastes em sentido pecaminoso. Nossa lista
está longe de ser perfeita, e até sabemos que todos os pecados têm algum peso
emocional, mas destacaremos aqueles que precisam ser considerados no estudo
desta lição.
1.1. Soberba
De todos os pecados enumerados na
Palavra de Deus, a soberba é provavelmente o mais sutil e mais perigoso. Ela
tem origem no próprio Satanás (lTm 3.6), e é usado por ele como uma armadilha
no coração humano para desfigurar a imagem daqueles que galgam posições
elevadas. O que começa a ser uma obra para a glória de Deus pode, de forma
rápida e fácil, converter-se em glória para si mesmo. A soberba faz com que seu
possuidor tenha um elevado conceito de si mesmo, colocando-se acima das demais
(Pv 21.24). Geralmente, as pessoas que possuem tal sentimento costumam não
ouvir os outros, acham que sabem tudo, eles dispensam bons conselhos porque
acreditam que os outros não sabem de nada. A soberba é tida como a mãe de todos
os outros pecados. Quem age assim cometerá sérios erros em sua liderança e
trará sérios riscos e prejuízos a sua organização. A Bíblia é clara quando
afirma que a soberba precede à ruína (Pv 16.18).
Humildade vem da palavra “húmus” que
significa terra fértil, solo sobre nós. É a qualidade das pessoas que se
procuram manter com os “pés na terra”, no nível dos outros. Ninguém é
pior.; ou melhor; todos estamos no mesmo nível, porque somente Deus está
acima, por isso devemos manter dignidade, cordialidade, respeito, simplicidade
e honestidade com todos, se quisermos alcançar a Deus. Humildade é assumir seus
direitos e obrigações, erros e culpas sem resistir. Agir diferente disto é uma
arrogância, e uma negação da sua origem.
1.2. Mau humor
O relacionamento interpessoal é, sem
sombra de dúvida, um dos fatores que influenciam no dia a dia e no desempenho
de um grupo, daí surge à necessidade de trocar informações sobre o trabalho e
de cooperar com a equipe, o que, sem um bom relacionamento, fatalmente
prejudicará a organização. E importante saber conviver com as pessoas, primeiro
porque a Bíblia ordena, e também, porque necessitamos de uma intensa interação
devido às mudanças que ocorrem em todos os seguimentos da sociedade, da cultura
ou até mesmo diante de troca de lideranças. O líder pode ser o motivo das
pessoas entrarem e também de saírem das organizações. Disse Oscar Wilde:
“algumas pessoas proporcionam felicidade aonde vão, outras proporcionam felicidade
quando se vão”. Algumas fontes estimam que 65 por cento das pessoas abandonem
as empresas por causa de seus gestores.
1.3. Coração impiedoso
Só quem nunca ofendeu alguém é que
nunca precisou de perdão. Todos os seres humanos, de alguma maneira, ofenderam
alguém, principalmente o próximo a quem se ama. Um líder deve antecipadamente
ter o seu coração tratado e curado pela graça de Deus, afim de que sua vida
dentro de uma organização cristã seja a mais sadia possível (Mt 12.35). Quem
não experimenta graça não pode dispensar graça, senão acusações, rancor e
sentimento de vingança (Lc 6.45). E imprescindível que um líder tenha um
coração misericordioso e perdoador, principalmente quando alguém diz compor uma
organização cristã. Jesus não especificou um limite para o perdão, mas deixou
claro que devemos perdoar quantas vezes se fizer necessário (Mt 18.21 e 22).
A vida é recíproca. Se nos
relacionarmos bem com as pessoas, elas também se relacionarão bem conosco. Às
vezes, não entendemos bem o significado da palavra “humildade”. A
humildade que Jesus nos ensinou é ser como se não fossemos, e ter como se nada
tivéssemos. Uma pessoa mansa e humilde de coração sabe conviver de forma amável
com as demais. Embora esteja passando por momentos difíceis e de grande provação,
não descarrega seu mau humor nas pessoas. Tal pessoa jamais se orgulha da
posição que ocupa; do contrário, é capaz de perder para ver o Reino de Deus
progredir.
2. Pecados relacionais
Como já dissemos acima, a soberba é a
mãe de todos os demais pecados. Os pecados a serem comentados a seguir não
fogem a regra. Veremos como um líder pode pecar tão seriamente contra Cristo,
contra si mesmo e a organização a qual pertence.
2.1. Centralização excessiva
A princípio não há nada de errado em
ser centralizador, o problema está em centralizar as coisas por orgulho.
Existem líderes que são excessivamente centralizadores com o fim de impedir ou
sonegar determinadas informações aos seus liderados. Esse é um tipo inseguro,
que teme ser superado e perder sua posição. Na verdade, não podemos
generalizar. Mas aqueles que agem assim não são democráticos quanto ao
conhecimento, e quando se trata de Reino de Deus, podemos dizer que tais
atitudes impedem a chegada de novos valores, desestimulam aqueles que sonham e almejam
desenvolver uma visão dada por Deus, e impedem que outras ideias sejam
colocadas, as quais poderiam até ser melhores e mais eficazes que a do atual
líder.
Não raro se vê líderes
omitindo títulos de livros que leem, desestimulam o aprendizado em seminários
teológicos, impedindo membros de participar de palestras, etc., por serem
inseguros, tudo tem que se iniciar neles. E como se sempre estivessem
maquinando passar-lhe a perna e derrubá-lo de sua liderança. A consequência
dessa centralização excessiva é que, quando as coisas não vão indo bem, a culpa
recai sobre ele. Na verdade esse tipo de postura faz com que os liderados
fiquem desmotivados e até torçam para que as coisas deem errado.
2.2. A cobiça pelo
reconhecimento
Ligado à soberba está a sede pelo
reconhecimento. Também não há nada errado em fazer as coisas pensando em ter
reconhecimento alheio. O perigo reside quando uma pessoa está possuída desse
desejo de reconhecimento como foi o caso de Caim, que, dando lugar à ira, matou
seu próprio irmão (Gn 4.6-8). A cobiça é como uma bola de neve, ou seja, começa
como algo muito pequeno e termina como uma grande avalanche, algo que pode
causar grande destruição. Afinal de contas, não são as grandes raposas que
destroem as vinhas, e sim as pequenas (Ct 2.15). Temos exímio cuidado com as
grandes rochas, porém, são as pequenas pedras que sempre nos fazem tropeçar.
Muitos caem nos laços da cobiça, simplesmente porque os ignoram. Sansão é um
exemplo clássico daqueles que acham que sempre se livrarão de cordas frágeis.
Ainda que algo pareça muito insignificante não devem ser ignoradas. A Bíblia
nos adverte: “não deis lugar ao diabo” (Ef 4.26).
2.3. Agressividade
A agressividade é mais uma
consequência de outros pecados sérios como a soberba, o ser cobiçoso de
vanglorias e a inveja, como dissemos acima. A agressividade costuma ser na
maioria das vezes de natureza verbal através de humilhações a alguém, o
desprezo à ideia de outro, ofensas verbais, assédio moral, etc. Seu mau humor
bem como a sua agressividade faz com que este indivíduo não permaneça muito
tempo na organização. Todo líder vive exposto a grande pressões, por isso deve
exercitar a longanimidade e a paciência (2Tm 3.10, Hb 12.1) para evitar a
agressividade. Observe o que nos ensina a Escritura: “Assim como as moscas
mortas fazem exalar mau cheiro e inutilizar o unguento do perfumador, assim é,
para o famoso em sabedoria e em honra, um pouco de estultícia” (Ec 10.1).
Assim como uma mosca pode estragar
todo o aroma de um bom perfume, uma atitude errada por parte de um líder pode
colocar uma organização em sérias dificuldades.
3. Pecados laborais
Agora trataremos de alguns pecados
que se relacionam diretamente com o trabalho: a luxúria, a negligência e a
preguiça.
3.1. Luxúria
Olhando rapidamente, parece que a
luxúria não tem a ver com o trabalho. Ela é definida como “comportamento
desregrado quanto aos prazeres do sexo”, seu sinônimo é lascívia, que, de igual
modo, refere-se à incontinência, dissolução, corrupção. Todavia, aqueles que dão
vazão à luxúria, sejam ocasionalmente ou como um estilo de vida acabam, por
fim, afetando a sua vida em varias esferas, incluindo a profissional e como
líder. Para sustentar a luxúria ou lascívia, o indivíduo se vê obrigado a tomar
algumas atitudes, que certamente vão gerar consequências desastrosas. A maneira
como alguns encontram para isso é laborando mais, o que talvez seja uma mínima
minoria. O mais comum é a prática da exploração alheia em todos os sentidos, a
prática da corrupção e improbidade administrativa. E também caracterizada por
assédio a funcionário (a) ou membro de equipe, gerando o escândalo dentro da
organização, seu enfraquecimento e até mesmo a sua dissolução.
Fomos alertados que, nos últimos
dias, haveria homens amantes de si mesmos, blasfemos, enganadores, e que fariam
do evangelho uma causa de ganhos. O que Paulo disse a Timóteo como recomendação
é uma verdade que, em nossos dias, deve ser confrontada pela veracidade da
Escritura.
3.2. Negligência
Enquanto a diligência é fazer as
coisas com zelo, dedicação e amor, a negligência é a negação de tudo isso.
Enfim, podemos dizer que a negligência é a maneira relaxada, desleixada e
preguiçosa de fazer as coisas. Em qualquer organização eclesiástica ou secular,
isso é percebido pela falta de comprometimento, pela falta de entusiasmo, pela
falta de energia. Quem é negligente tende a desperdiçar oportunidades e o
próprio crescimento na igreja ou outra organização a que pertença (Pv l8.9).
Nunca planeje metas se não está disposto a tomar atitudes para realizá-las.
Veja a parábola do servo que recebeu um único talento sem nada produzir. E por
que não o fez? Porque era negligente e mau. Note que seu fim não foi dos
melhores (Mt 25.24-29).
3.3. Falta de ética (no falar)
A principal falta de ética no falar
se chama fofoca ou mexerico. E a atitude de maldizer com base em inverdade
sobre determinada coisa ou sobre alguém. Tal estilo prejudica a organização
como um todo. Há pessoas que fazem isso procurando logicamente obter alguma
vantagem, mas por ser um comportamento que cedo ou tarde será descoberto, acaba
se voltando contra a própria pessoa. Em nossos dias, isso já se tornou um
padrão de vida para muitos, até mesmo líderes, os quais se envolvem em fofocas,
e causam intrigas ao levantar questões da vida alheia, as quais muitas vezes
visam destituir alguém de sua posição, seja por inveja ou falta de afinidade.
Líderes que agem assim apenas geram desrespeito, estresse e má vontade em seus
liderados.
Mesmo que alguém possa encontrar
alguma coisa de positivo em alguns desses comportamentos, isso não passa de
engano pueril. Os prejuízos são muitos diante de si mesmo, da igreja, e diante
de Deus. O pecado sempre deve ser visto de maneira séria, com efeito
regressivo. Daí haver uma maneira própria de encarar tais pecados.
Conclusão
Enfim, existem algumas atitudes que
são fundamentais para que o líder possa encarar tais pecados e evitá-los, a
saber: prudência na conduta pessoal sempre, orar, vigiar e ter um momento
devocional consistente para resistir as astutas ciladas do diabo (Ef 6.11).
QUESTIONÁRIO
1. Onde reside o perigo de ser um
líder dado a centralização?
R. Em centralizar as coisas por
orgulho.
2. O que é a soberba em relação aos
outros pecados?
R. É a mãe de todos os outros
pecados.
3. Quando não existe um bom
relacionamento, o que o corre à organização?
R. Muito prejuízo.
4. Qual é a prática comum de quem
costuma dá vazão à luxúria?
R. A prática da exploração alheia em
todos os sentidos.
5. Como se chama a principal falta de
ética no falar?
R. Fofoca ou mexerico.
O Maior Legado de um Líder
21 de setembro de 2014
TEXTO AUREO
“Chamou
Moisés a Josué e lhe disse na presença de todo o Israel: Sê forte e corajoso;
porque, com este povo, entrarás na terra que o Senhor, sob juramento, prometeu
dar a teus pais; e tu os farás herdá-la”. Dt 31.7
VERDADE APLICADA
Não
deixar um legado é como roubar o futuro da próxima geração. Líderes sem legado
são líderes sem história.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Nm
27.15 - Então, disse Moisés ao Senhor:
Nm
27.16 - Ó Senhor, autor e conservador de toda vida, ponha um homem sobre esta
congregação
Nm
27.17 - que saia adiante deles, e que entre adiante deles, e que os faça sair,
e que os faça entrar, para que a congregação do Senhor não seja como ovelhas
que não têm pastor.
Nm
27.18 - Disse o Senhor a Moisés: Toma Josué, filho de Num, homem em quem há o
Espírito, e impõe-lhe as mãos;
Nm
27.19 - apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação;
e dá-lhe, à vista deles, as tuas ordens.
Nm
27.20 - Põe sobre ele da tua autoridade, para que lhe obedeça toda a
congregação dos filhos de Israel.
INTRODUÇÃO
Um
pai responsável sempre age pensando em deixar uma herança para seus filhos. Em
relação à organização Igreja, um líder deve ver a si mesmo como um pai que
busca deixar tesouros para seus filhos (2Co 12.14). Nós seres humanos fomos
criados para reprodução (Gn 1.28). Nossa história não termina em nós, daí a
necessidade de compreendermos o que significa deixarmos um legado para a
posteridade.
1. Compreendendo um legado
Um
líder sábio trabalhará pela sua igreja, departamento ou organização secular
para que elas se mantenham depois dele, não se acabe quando ele sair ou venha a
falecer. Todo líder cristão que tem Jesus como modelo procura deixar um legado.
É claro que para que isso aconteça eficientemente não dependerá apenas do
líder, mas de sua equipe, diretoria, e do próprio sucessor.
1.1. O que é um legado
Liderança
é algo absolutamente pessoal. Ou se exercita ou se renuncia. Todavia, existe
uma terceira coisa que pode ser feita, passá-la a um sucessor. Esse é realmente
um dos maiores desafios de nossos tempos. O legado é uma herança que se deixa
para alguém quando morre. Legado nada mais é do que deixar alguém pronto para
dar seguimento ao que já estava sendo feito, para que tal coisa não seja
desprezada e desapareça com o tempo. Todo líder de uma grande organização
dirige com o hoje e o amanhã em sua mente. Jesus preparou seus discípulos não
apenas para caminhar a seu lado, mas para dar seguimento ao que fazia quando
partisse. Jesus não deixou templos nem riquezas para seus discípulos administrarem,
mas deixou um pensamento e uma cultura que deveria ser compartilhada através
deles e daqueles que a recebessem (Jo 17.20).
1.2. Líderes responsáveis pensam no futuro do povo
A
única forma de desenvolver uma ampla liderança e fazer com que a formação de
novos lideres faça parte da nossa cultura. Observe que a preocupação de Moisés
não era ficar de fora da terra da promessa, sua preocupação era o que
aconteceria ao povo, quem o sucederia, quem iria dar continuidade a partir dali
(Nm 27.15-17). Líderes passam a visão para as gerações futuras. Por isso, é
importante preparar alguém, porque a vida é breve, e a partida é sempre
repentina. Qualquer líder que deseje ver sua organização progredir, deve estar
disposto a pagar o preço para assegurar um êxito duradouro. Moisés pode partir
em paz, porque sabia que Josué honraria seu legado. Mas será que o sacerdote
Eli poderia dizer o mesmo? Fica aqui uma pergunta: líderes que não prepararam
outros, viveram para quê?
1.3. Plante para o reino e o reino florescerá
Os
líderes passam a compreender a importância de um legado quando são sucedidos
por outros que afundam ou destroem aquilo que construíram com amor, suor e
muitas lágrimas. Nessa hora a indignação toma conta da vida de um líder.
Todavia, deveria pensar em uma coisa importante. Se realmente houvesse feito um
bom trabalho naquela igreja ou organização, não importaria quem viesse liderar
depois dele. Pois qualquer um que assumisse, estaria apto para levar adiante
aquele propósito inicial. E aí que pecamos! Sabemos construir templos, sabemos
reformá-los, dar-lhes dimensão e aparência. Mas, infelizmente, deixamos a
desejar no tratamento de almas e morremos muitas vezes sem sucessão. Talvez
essa reflexão nos faça compreender melhor o significado de um legado, e porque
Moisés buscou a Deus pedindo um líder capaz (Nm 27.15-17).
2. O propósito de um legado
Somos
capazes de descobrir quantas sementes existem em uma laranja, mas é impossível
saber quantas laranjas existem em cada semente. Essa é uma descoberta de quem
planta. O que seria das próximas gerações de árvores e de frutos se a semente
não fosse plantada? Deixar um legado é exatamente isso, é plantar para que a
próxima geração produza muito mais frutos que a anterior. É pensar na
perpetuação da espécie. Para isso um líder precisa ser um catalisador. Vejamos:
2.1. Todo grande líder é um catalisador
Cientificamente,
o catalisador é uma substância que afeta a velocidade de uma reação, mas emerge
do processo, inalterada. O catalisador é um agente transformador que se mantém
intocável no curso de sua função. É uma enzima que se reproduz sem nunca ser alterada.
Ele é como a matriz de uma produção, que a partir dela tudo se reproduz. Ou
seja, o catalisador utiliza o que já existe, precisando apenas do pouco para
produzir bastante. Sem enzima catalista a reação biológica mais lenta levaria
um trilhão de anos para entrar e um processo de transformação. O maior exemplo
de líder catalisador é Jesus Cristo. Ele levou três anos e meio para formar
doze pessoas. Nós levaríamos um milhão de anos para fazer o mesmo. E por quê?
Por causa de nossa incapacidade de reproduzir. Os catalisadores formam
sucessores e não seguidores. Eles não são influenciados, eles confrontam.
Havendo catalisadores, ocorrerão mudanças e transformação.
2.2. Todo líder catalisador é como um pai
Um
pai não cria filhos para si mesmo. Entenda! Não casaremos com nossos filhos,
eles não viverão para sempre em nossa casa; um dia deverão seguir seus próprios
destinos. Essa é a visão de um catalisador. Ele sabe que deve preparar alguém
para alguém. O que esperamos de nossos filhos? O pai não deseja que seus filhos
sejam como eles. Os pais trabalham no intento de que seus filhos avancem,
progridam e alcancem degraus sempre mais elevados. Para isso devem lhes dar
mantimento, vestimenta, educação e prepará-los para enfrentar os desafios da
sociedade. Agora a pergunta é: fazemos assim com os nossos filhos espirituais?
Cuidamos deles ao ponto de que possam assumir nosso legado e ir em frente?
Investimos em vidas? Ou somente pregamos a Palavra achando que isso é tudo?
2.3. Todo líder catalisador é capaz de influenciar
Todo
líder catalisador é influente. Ele não busca nada em outro lugar, ele
influencia com o que existe em suas propriedades sem deixar que sua propriedade
seja alterada. Jesus influenciou o mundo sem jamais ser influenciado. Jesus
jamais precisou copiar o modelo de alguém. Ele era o verbo, a ação (Jo 1.1). O
fato de saber que Ele habita em nós, nos dá a garantia de que temos em nós a
mesma unção que estava sobre Ele. Não precisamos ficar imitando modelos, eles
dão certo dependendo da visão, do local, e da pessoa a quem o Senhor quis se
revelar. A maior descoberta está no potencial que existe dentro de cada um de
nós. Infelizmente nos apaixonamos pelos nossos próprios métodos e modelos de
culto. Achamos que estamos fazendo a obra, mas, na verdade, só estamos tendo
enfado e cansaço. É tempo de criar! O potencial para criação já nos foi dado, e
está vivo dentro de cada um.
3. Preparando um sucessor
Os
filhos de Israel eram uma enorme congregação que já se contava aos milhões nos
dias de Moisés. Sabendo Moisés que, por determinação divina, não duraria muito
mais, tomou as providências no sentido de preparar um sucessor. Vejamos como
agiu:
3.1. Toda sucessão exige orientação divina
É
claro que, ao saber que não entraria mais na terra prometida, Moisés se
entristeceu muito, afinal tinha investido toda a sua vida naquilo. Ele orou
para que Deus reconsiderasse a sua determinação, mas ao contrário, Ele
permaneceu irredutível e passou a orientar-lhe no que fazer. Sabiamente Moisés
ora ao Senhor, autor e conservador de toda vida, para que desse um líder ao seu
povo, para que não ficassem como ovelhas dispersas. Então, o Senhor Deus
ordenou a Moisés que tomasse a Josué, filho de Num, homem em que há o Espírito.
Evidentemente, que era o Espírito Santo e também alguém que já tinha afinidade
com o espírito de Moisés.
3.2. Um sucessor deve ser fortalecido e legitimado
Uma
das atitudes mais importantes para que Josué viesse a aceitar e a permanecer na
liderança foi o seu fortalecimento. Deus diretamente ordenou que Moisés fizesse
todo um trabalho para o estímulo de Josué. Ele deveria ser apresentado a
Eleazar, o sacerdote e perante toda a congregação. Ao receber a imposição de
mãos e as orientações diante de todos, Josué estava sendo legitimado como
sucessor de Moisés (Nm 27.21-23). Todos a partir dali deveriam respeitá-lo de
um modo diferente depois daquela legitimação. Não se sabe quanto tempo Moisés
ainda viveu a partir dali, porém, tudo estava encaminhado agora. O exemplo de
Moisés fala por si só e ensina qual é o procedimento correto nessa questão. Não
precisamos ter que morrer para que se busquem, às pressas, alguém para
substituir-nos, devemos também ter em mente a hora de passar o bastão.
3.3. Toda sucessão tem um tempo determinado
Todo
líder que pensa no avanço e na progressão do Reino de Deus deve identificar a
fase que está vivendo. Precisamos saber quando o tempo acabou, quando é a hora
de parar, o momento de eleger alguém e o que Deus nos permite fazer ou não.
Existem labores que a fase não nos permitirá fazer, porque não é o tempo, ou
porque não seremos nós que iremos executar. Um grande exemplo para nós é Davi.
Ele foi guerreiro, organizou os exércitos de Israel, fundou Jerusalém. Mas não
pôde construir o templo. Não era sua fase. Isso era para Salomão, seu filho,
executar. Davi só pôde ofertar e não construir. Mas ele desanimou? Não. Ele fez
o que faz um bom líder. Ele proveu de tudo para o que vinha depois dele. Um bom
líder não deixa dívida para o próximo. Dá-lhe meios para que execute.
CONCLUSÃO
Uma
coisa deve ficar muito clara. O maior legado de um líder é trabalhar para que a
igreja ou organização se mantenha depois dele, tendo a alegria e o zelo em
preparar e deixar alguém que ame a Deus respeite o povo, e siga a visão deixada
pelo seu legado.
DOMINICAL
- Conteúdo da Lição 13 - Revista da Editora Betel
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Jesus, o Modelo Inigualável de Liderança
28 de setembro de 2014
TEXTO AUREO
“Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha
alma se compraz. Farei repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará juízo
aos gentios”. Mt 12.18
VERDADE APLICADA
Jesus Cristo é o modelo mais perfeito para
aqueles que desejam sucesso na vida e em sua liderança.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Is 42.1 - Eis aqui o meu servo, a quem
sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu
Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios.
Is 42.2 - Não clamará, nem gritará, nem fará
ouvir a sua voz na praça.
Is 42.3 - Não esmagará a cana quebrada, nem
apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o direito.
Is 42.4 - Não desanimará, nem se quebrará até
que ponha na terra o direito; e as terras do mar aguardarão a sua doutrina.
Is 42.5 - Assim diz Deus, o Senhor, que criou
os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de
vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela.
Is 42.6 - Eu, o Senhor, te chamei em justiça,
tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo
e luz para os gentios;
Is 42.7 - para abrires os olhos aos cegos,
para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas.
INTRODUÇÃO
O maior modelo de liderança será sempre Jesus
Cristo. Desde sua anunciação já se previa um Messias com qualidades jamais
vistas pelos seres humanos. Jesus Cristo é o homem perfeito, o modelo para uma
vida saudável, feliz e vitoriosa. Não existe líder que não deseje ser como
Jesus. Nesta lição, veremos três pilares principais sobre os quais a liderança
messiânica repousou, os quais nos servem de base para o desempenho do papel de
liderança.
1. Liderança delegada
Em várias ocasiões, Jesus demonstrou que sua
missão e liderança haviam sido delegadas pelo Pai. Era imprescindível,
portanto, que as pessoas cressem nele como alguém vindo de Deus. Séculos antes
Ele havia sido apresentado de algumas maneiras que cabia àqueles cidadãos
judeus observarem e conferir.
1.1. Ele foi apresentado como
servo
Isaías profeticamente apresenta o Messias como
“ebed Javé” servo do Senhor. Na verdade a expressão servo nos remete para o
caráter da missão resgatadora de Jesus (Mc 10.45). Embora, nos dias atuais, na
visão do mundo a ideia de um líder servo não seja agradável, não temos o
direito de omitir aos leitores o que a própria Bíblia quer dizer. Por isso, na
igreja, se usa muito a expressão “liderança servidora” que comunica uma ideia
diferente da proposta mundana. Visto que é a que mais se aproxima daquela
determinada por Deus a Jesus, o Messias. Como Ele próprio chegou a dizer: “o
Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20.28).
1.2. Escolhido para o prazer de
Deus
O Messias profeticamente foi enviado para o
deleite de Deus. Ele é simplesmente um servo obediente que se agrada em cumprir
o seu propósito. Esse Servo-Líder foi escolhido e sustentado na sua missão até
que todo o seu propósito se cumprisse. Os evangelistas fizeram questão de
apontai' esse aspecto messiânico em Jesus, ao registrarem a voz de Deus,
demonstrando o seu agrado com relação à pessoa de Jesus: “Este é o meu Filho
amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17) Devemos lembrar que, em termos de
submissão, não havia diferença entre servo e filho. E Jesus nos ensina tanto a
ser filhos quanto servos. Um servo-líder de Cristo deve entender que sua vida
existe para o deleite de seu Senhor e não para deleite próprio. Na verdade,
grande prazer têm aqueles que obedecem a Deus seja em que aspecto for,
principalmente, liderando.
1.3. Ele foi habilitado para
servir
“Pus sobre ele o meu Espírito” (Is 42.1). O
Espírito de Deus foi posto sobre o Messias para o serviço. É maravilhosa essa
ideia de que um servo-líder de Cristo recebe uma graça adicional, o próprio
Espírito de Deus vem habitá-lo, para capacitar-lhe a fazer a sua obra, e
liderar na autoridade, e sob a ótica divina. O mais intrigante nisso tudo é que
até mesmo Jesus atuou movido pelo Espírito Santo. Observemos agora o que diz
Isaías quanto à qualidade do serviço executado por esse servo: “ele promulgará
o direito para os gentios” (Is 42.1b). O modelo de serviço cristocêntrico
contrasta em muito com o modelo de muitas lideranças, que em vez de servir
desejam ser servidos.
2. Liderança servidora
Toda liderança tem um objetivo e uma maneira
de alcançá-lo. Deus se preocupou em revelar riquíssimos detalhes acerca da
tarefa messiânica. Todavia, o espaço não permite uma exposição maior, sendo
assim, ateremo-nos ao texto profético de Isaías.
2.1. Ele promulgará o direito
O profeta anuncia que o servo recebe uma
investidura régia, pois é o eleito do próprio Deus. Dos versículos 5 ao 7, fala
sobre o próprio Javé como criador. Este se dirige ao servo confirmando sua
vocação que é orientada para uma libertação. No corpo da mensagem, vemos que o
servo traria justiça às nações, teria um alcance mundial, e seria feita, no
entanto, sem barulho e sem violência. Ele procederia de maneira calma e mansa
para o estabelecimento da justiça no mundo. Nos dias atuais muitos companheiros
de caminhada precisam de compaixão e encorajamento para suportar a carga que é
parte de suas vidas e não resistindo desanimam. Algumas pessoas que estão em
nosso convívio se parecem com esses pavios fumegantes. Por isso, somos todos
convocados para animar e fortalecer mutuamente as canas quebradas e os pavios
que se apagam. Essa foi a missão de Jesus, essa é a missão de cada líder e
cristão.
2.2. Servirá com suavidade
A comunicação messiânica seria sem
estardalhaço, porém, cumpriria a sua missão de: “em verdade promulgar o
direito”. Não haveria clamor, gritos, voz pública, mas haveria direito
outorgado às pessoas. Um líder numa organização eclesiástica se defrontará com
o momento em que seu papel não será pregar, gritar e clamar, apenas anunciar o
direito em Cristo Jesus das pessoas. São verdades que numa conversa em tom
suave aumentam a compreensão e trazem um poderoso efeito nas vidas. Embora a
gentileza seja suave, será firme o suficiente para acabar com a desumanidade.
Interessante é a expressão “pavio que fumega”. As lamparinas tinham pavios de
linho cru, que, com o passar do tempo, passavam a produzir menos chama e mais
fumaça. Tornavam-se sem utilidade e incômodo, devendo ser descartados.
Precisamos de ferramentas que amolem outras ferramentas que já estão
desgastadas com o tempo e sendo postas de lado (Is 42.2).
2.3. Servirá sem agressões
O servir do Messias foi sem agressões,
humilhações, e repleto de compaixão. Quem estava quebrado seria restaurado,
aquele que estava triste seria consolado, quem estava preso seria livre (Is
61.1). O ministério messiânico foi socorrista para os quebrados, e de cuidado
para com os que estavam se apagando, com base na verdade e direito divino.
Todos estavam condenados, mas Jesus Cristo trouxe em si mesmo o direito ao
perdão e a reconciliação plena com Deus (Ef 2.11-13). Não dá para entender um
líder que se apresenta como embaixador de Cristo na terra e vive a pisar,
usurpar, humilhar os outros. O líder genuíno traz consigo as características
daquele que é seu modelo. Se o modelo for Jesus, veremos o fruto do Espírito.
Todavia, se vemos outro comportamento, a fonte da paternidade pode ser outra.
3. Liderança recompensada
A recompensa do trabalho messiânico está na
realização do próprio trabalho e não fora dele. Como um administrador que tem
prazer em ver dar certo o seu empreendimento, sendo-lhe isso uma folga e um
prazer. Assim Cristo se realiza e se recompensa com a sua organização.
3.1. Mediador da aliança
O propósito de uma aliança é firmar laços de
fidelidade e confiança. O pacto firmado entre Cristo e a igreja envolve
salvação e nova vida. E Cristo nomeou ministros para juntamente com Ele
anunciarem essas boas novas (2Co 3.6). O que cabe a cada um de nós? Anunciar
quem é Cristo, o que fez, e o que pode fazer. Todos nós fomos chamados para
esse fim, e ninguém está isento dessa missão (1 Pe 2.9). Pedro em sua primeira
epístola nos alerta para algo interessante. Ele diz que somos “pedras vivas” (1
Pe 2.5). Não existe uma pedra igual à outra, todas elas se parecem, mas possuem
pequenos detalhes que as tomam diferenciadas. Nós não somos azulejos. Os
azulejos são postos em uma matriz e são todos iguais. Nós somos pedras. Somos
parecidos por fora, mas distintos por dentro. Isso implica dizer que não
precisamos imitar nada de ninguém, e que todos nós somos úteis em alguma coisa.
Uns foram chamados para apontar o alvo, outros para realizar a tarefa.
3.2. Luz para os que jazem em
trevas
“E vos vivificou, estando vós mortos em
ofensas e pecados. Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo,
segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos
da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos
da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por
natureza filhos da ira, como os outros também” (Ef 2.1-3). Era assim que Deus
nos via, e a missão de Jesus foi nos tirar desse ambiente perdido e de trevas,
não somente para vivermos estagnados, mas para dizer aos outros que ainda há
esperança. Quando olhamos para trás, para tudo o que realizamos na vida,
encontraremos mais satisfação nas alegrias que trouxemos a vida de outras
pessoas do que nas ocasiões em que as superamos. As pessoas sempre irão
apreciar e admirar alguém que é capaz de ajudá-las a alcançar outro nível,
alguém que lhes faça sentir importantes e lhes capacite para alcançar êxito.
Líderes existem para apontar o caminho.
3.3. A glória exclusiva
A recompensa do servo é a glória exclusiva do
seu Senhor. Qualquer glória terrena é efêmera, e de certo haverá grande honra
para aqueles que plantaram para colher na eternidade. A glória de uma vida não
está baseada nas realizações, mas sim na certeza de que se viveu para fazer a
coisa certa. Jesus disse: “eu para isso nasci e para isso vim ao mundo” (Jo
l8.37). Será que estamos conscientes da razão pela qual estamos no mundo? Todos
nós deixaremos impressões nos outros que serão lembradas mesmo depois da nossa
morte. A pergunta é? Como queremos ser lembrados? Que impressão nós deixaremos
em nossos filhos, amigos, parentes e irmãos em Cristo? Ou será que estamos
mergulhados num egoísmo tão profundo que nos impede de enxergar tanto a nós
mesmos quanto os outros?
CONCLUSÃO
Jesus é até hoje um enigma para muitas
pessoas. Seguir a Jesus não é somente um desafio, mas uma contracultura que nos
conduz a viver de um modo diferente e regrado. O que sobressai em Jesus é sua
qualidade de vida, sua maneira de agir, sua justiça, verdade, integridade e
santidade. E como seguidores, basta-nos apenas seguir seu exemplo de vida:
“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo
13.15).
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PAZ DO SENHOR
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