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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

lições CPAD jovens ausencia de relacinamentos 4 trim-6/12/2015



                Lições CPAD   4º Trimestre de 2015



Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver
Comentarista: Esdras Costa Bentho  
Lição 10: Ausência de relacionamentos
Data: 06 de Dezembro de 2015


TEXTO DO DIA

Deus faz que o solitário viva em família; liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca(Sl 68.6).

SÍNTESE

O aumento da solidão nas cidades é consequência do individualismo e impessoalidade dos relacionamentos sociais nas grandes metrópoles.O aumento da solidão nas cidades é consequência do individualismo e impessoalidade dos relacionamentos sociais nas grandes metrópoles.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — 1Sm 1-2
Sozinha, mas não desamparada


TERÇA — Ec 4.9-12
Lamento sobre o solitário


QUARTA — Sl 102.3-11
Os males da solidão


QUINTA — Sl 128.1-6
A bênção da companhia familiar


SEXTA — Ec 3.1-8
Há tempo para tudo: abraçar e se afastar


SÁBADO — Gn 32.22-32
A sós com Deus 





INTERAÇÃO

O ônus de se viver em solidão não é algo que se administra facilmente. O ser humano é um ser social e sociável. Viver em solidão é uma desventura. Mesmo as pessoas que vivem sozinhas e não sofrem de solidão, cedo ou tarde, sentem a necessidade de uma maior aproximação com outras a ponto de dividir seu espaço e vida. É a vida que se encaminha para cumprir o mandato do Éden: “Não é bom que o homem esteja só”!

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para a dinâmica desta lição você precisará de uma urna (caixa de sapato), papel e canetas. Antes de os alunos chegarem à sala, coloque a urna fechada em local de fácil acesso, juntamente com papel e caneta. Em frente a urna ou em local visível coloque um cartaz com a seguinte pergunta: “Viver em solidão é algo que se administra facilmente?”. Dê sua opinião ou faça uma pergunta. Depois de todos participarem, abra a urna e discuta os comentários e perguntas feitas com base na lição.

TEXTO BÍBLICO

Gênesis 2.15-25.

15 — E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.
16 — E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente,
17 — mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
18 — E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.
19 — Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.
20 — E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele.
21 — Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.
22 — E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.
23 — E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.
24 — Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.
25 — E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Segundo as estatísticas mais recentes do IBGE, aumentou o número de pessoas que vivem sozinhas no Brasil, de 7% para 12%, nesses vinte últimos anos. Pesquisas realizadas nos EUA afirmam que a solidão é mais prejudicial à saúde do que o vício do fumo e a obesidade, pois é fator de risco para várias doenças. O Senhor, no entanto, criou o homem como ser social, para habitar e interagir com outras pessoas (Gn 2.15-25; Sl 68.6). Nesta lição estudaremos a solidão sob os vieses das Escrituras e da vida social.

I. SOZINHO, MAS NÃO SOLITÁRIO

1. O que é solidão? (Sl 25.16-18). A solidão é um sentimento que traz uma sensação de angústia, isolamento e vazio na pessoa capaz de deprimi-la e prejudicar os poucos relacionamentos que lhe restam. Ela é um “pacote” com muitos itens prejudiciais à vida afetiva e relacional do homem, entre eles: isolamento, pena de si mesmo, irritação, ansiedade, estresse, falta de identidade e vazio existencial.
2. Filosofia e solidão. Certo filósofo existencialista definiu a solidão como a condição do homem no mundo: ele nasce, cresce e assim morre. O homem luta em toda sua existência para fugir dessa inelutável condição, criando mecanismos sociais que aliviem o sentimento de solidão. Sem Deus, a criatura está “lançada” no mundo para viver a angústia que esse estado provoca. Todavia, o ensino das Escrituras é muito distinto. Ela afirma que “o Senhor faz que o solitário viva em família” (Sl 68.6), porque disse Deus ao criar o homem: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18).
3. Solidão e solitude (Mt 14.23). Sentir solidão e “estar sozinho” são coisas diferentes. Há pessoas que estão sozinhas, mas não sentem solidão, e outras rodeadas de gente que sentem-se solitárias. A solitude é voluntária, consciente e, na maioria das vezes, criativa e necessária para o autoconhecimento. Ela é percebida quando o estudante se “afasta” para se dedicar a pesquisa ou um crente se retira para orar (Lc 5.16; Mc 14.32). Diferente da solidão, a solitude é positiva e necessária ao crescimento espiritual e pessoal.


Pense!

“Solidão: um lugar bom de visitar uma vez ou outra, mas ruim de adotar como morada” (Josh Billings).


Ponto Importante

O cristão nunca está sozinho, mesmo quando a solidão o atinge, pois o Consolador divino é sua eterna companhia.


II. SOLIDÃO E ISOLAMENTO SOCIAL: MALES MODERNOS

1. Solidão e isolamento (Pv 27.10). Algumas pessoas sofrem de solidão e não poucas encontram-se nesse estado devido ao isolamento social. Este último é caracterizado por um afastamento do convívio com outras pessoas provocado por fatores psicológicos, como a sociofobia, condições sociais, como a exclusão e marginalização social, e a exclusão do indivíduo da convivência com o grupo social. Essas formas de isolamento contribuem para a solidão, algumas vezes o indivíduo contribui para a situação, noutras ele é “jogado” para ela.
2. Dificuldade de se integrar e fazer amigos. Embora o homem seja um ser social, não poucas pessoas têm dificuldade em se integrar e fazer amigos. Algumas dificuldades partem do caráter e personalidade do indivíduo. Ser conhecido como fofoqueiro, brigão, mexeriqueiro (Pv 11.13; Lv 19.16) e mal humorado (Sl 32.4) dificulta a inserção social. A timidez também dificulta a inserção. A reclusão também pode estar relacionada a fatores psicológicos como a distimia, uma depressão moderada responsável pela baixa autoestima, mau humor, tristeza, isolamento social e desânimo do indivíduo, na qual é necessário tratamento especializado.
3. Como integrar-se e fazer amigos. Apesar dos milhares de indivíduos que circundam os espaços sociais (escola, igreja, transportes, trabalho) integrar-se e fazer amigos é um desafio para todos, indistintamente. As pessoas cada vez mais privatizam seus espaços e não permitem que outros se acheguem. Noutra instância, o desafio de integrar-se ocorre quando se muda de escola, de cidade, de igreja. O que fazer? As regras básicas e universais compreendem: ser gentil (Pv 16.24), respeitador, asseado, motivado e inspirador. Criar laços leva-se tempo, assim, tenha paciência e sabedoria.


Pense!

“A felicidade de um amigo deleita-nos. Enriquece-nos. Não nos tira nada. Caso a amizade sofra com isso, é porque não existe” (Jean Cocteau).


Ponto Importante

“Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto” (Francis Bacon).


III. REDES SOCIAIS E SOLIDÃO

1. Redes sociais e interação humana. Não é novidade alguma o fato de que as redes sociais procuram conectar as pessoas e, no entanto, a solidão dos que estão plugados à rede não diminui, mas avança. Elas foram criadas com a intenção de unir e fortalecer as interações humanas, mas segue trajetória oposta. Primeiramente, pelo fato de que na vida real não é possível se relacionar com tantos “amigos” como se propõe a rede virtual. Segundo porque os relacionamentos virtuais permitem “editar” a conversa e por meio das ferramentas apresentar o “melhor de si” numa artificialidade impossível no mundo concreto. Terceiro, os instrumentos de acesso às redes virtuais cancelam o mistério do encontro do olhar e das expressões faciais que carregam sentido às palavras e os sentimentos que elas comunicam, de modo que a hipocrisia é latente. Quarto, o tempo que as pessoas dedicam aos seus aparelhos conectados a web a distanciam daquelas que estão mais próximas.
2. Interações sociais — relações efêmeras. Várias pessoas abandonaram as interações humanas reais e concretas e as trocaram pelas virtuais e fantasiosas na esperança de não se ferirem como é comum nas relações reais. Todavia, pesquisas revelam que uma em cada três pessoas conectadas ao Facebook sentem-se solitárias e frustradas com as experiências negativas na rede. Vivemos a era do “amor líquido”, de laços afetivos instáveis, fluidos e fáceis para deletar, na qual a rede social está na vanguarda. É óbvio que isto não é consequência das redes sociais, mas da modernidade. A rede é apenas um espelho daquilo que nos transforma no contexto social.


Pense!

“A maioria das pessoas não navega na internet... Naufraga!” (Ton Gadioli).


Ponto Importante

“A rede é apenas um espelho daquilo que nos transforma no contexto social”.


CONCLUSÃO

A rede social está mudando tanto os relacionamentos quanto as pessoas. A solidão está sendo reinventada na artificialidade das interações. Seja verdadeiro na vida real, inspire confiança na concretude da vida, valorize a pessoa humana pelo que ela é, e tudo isso será manifesto na web, como também o oposto.

ESTANTE DO PROFESSOR

BLOMBERG, Graig L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
ZUCK, Roy B.
 Teologia do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.

HORA DA REVISÃO

1. O que é solidão?
É um sentimento que traz uma sensação de angústia, isolamento e vazio na pessoa capaz de deprimi-la.

2. Qual o conceito de solidão na filosofia existencialista?
A condição do homem no mundo: ele nasce, cresce e assim morre.

3. Diferencie solidão de solitude.
Há pessoas que estão sozinhas, mas não sentem solidão, e outras rodeadas de gente que se sentem solitárias.

4. Defina isolamento social.
É um afastamento do convívio com as pessoas provocado por fatores psicológicos, condições sociais, e a exclusão do indivíduo da convivência com o grupo social.

5. O que diz a pesquisa a respeito da solidão nas redes sociais?
Que uma em cada três pessoas conectadas ao Facebook sentem-se solitárias e frustradas com as experiências negativas na rede.

SUBSÍDIO I

“Caráter, sua dimensão antropo-teológica
Deus criou o homem em duas fases distintas. Na primeira o Eterno forma (hb. asah) a parte somática, corporal e visível do homem, a partir do ‘pó da terra’ (Gn 2.7a). Esse primeiro estágio é chamado de criação mediata ou formativa. Na segunda fase Deus cria (hb. bara) o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.26,27; 2.7b). Essa imagem entende-se por moral e natural. A natural diz respeito àquilo que o homem é: ser racional (intelecto), emocional e volitivo (vontade). A moral relaciona-se à constituição do caráter, da moral e da ética. Diz respeito à constituição moral do homem, suas disposições intrínsecas que inclui o caráter e a qualidade deste: justo e santo. Antes da Queda, o homem era perfeito em santidade, retidão e justiça. Essas qualidades não procediam do próprio homem, mas eram reflexos dos atributos morais e imanentes do Senhor. Os atributos morais de Deus refletiam-se na constituição do sujeito (Ef 4.24; Lv 20.7; 1Jo 2.29; 3.2,3). Porém, após a Queda, a natureza moral do homem foi corrompida pelo pecado (Rm 1.18-32; 3.23). Somente a obra salvífica de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante a ministração do Espírito Santo, é capaz de revestir o homem de uma nova natureza, criada segundo Deus (Ef 4.24; 1Co 1.30)” (BENTHO, Esdras C.Revista Ensinador Cristão, 2008).

SUBSÍDIO II

“Para que você se torne o homem ou a mulher que Deus deseja é necessário que o seu temperamento, personalidade e caráter se tornem subservientes dos projetos de Deus para a tua vida. Até que Deus prevaleça sobre nossas vidas (2Co 2.14), alguns precisam ser jogados numa cisterna, como José (Gn 37.20); outros, ser alimentado por corvos, como Elias (1Rs 17.6); e, alguns, apresentar sua língua aos serafins, como fez Isaías (Is 6.6,7).
O caminho que Deus escolhe para forjar o caráter de seus cooperadores algumas vezes é íngreme e inóspito. Mas, quando eles saem da fornalha, é perceptível até mesmo para os pagãos que eles andaram com o quarto Homem na fornalha (Dn 3.25-27). Deus jamais chamou alguém para uma grande missão sem que esse escolhido passasse por uma profunda transformação moral.

Se desejas que o Deus de José, Elias e Isaías realize em você o mesmo que fez com eles, coloque o seu caráter no altar do Espírito; apresente a sua personalidade Àquele que a todos transforma segundo a imagem de Cristo. Só assim serás a pessoa que Deus deseja que você seja” (BENTHO, Esdras C. Revista Ensinador Cristão, 2008).

lições CPAD adultos origem cultural 4 trim-6/12/2015 n.10



                           Lições Bíblicas CPAD
                   

                      Adultos 4º Trimestre de 2015


Título: O começo de todas as coisas — Estudos sobre o livro de Gênesis Comentarista: Claudionor de Andrade. 

Lição 10: A origem da diversidade cultural da humanidade  Data: 06 de Dezembro de 2015


TEXTO ÁUREO

[...] Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e, agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer (Gn 11.6).

VERDADE PRÁTICA

Apesar da multiplicidade de línguas e dialetos, decorrente da confusão de Babel, o Evangelho de Cristo pode ser perfeitamente entendido em todos os idiomas e culturas.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — Gn 11.1-9
Torre de Babel, um monumento à soberba humana


Terça — Gn 10.20
Os povos e nações são divididos em línguas


Quarta — Is 66.18
Povos e línguas contemplarão a glória de Deus


Quinta — Dn 3.4-7
Nações e línguas curvam-se à idolatria


Sexta — At 21.37-40; 27.31
Paulo, um missionário poliglota escolhido pelo Senhor


Sábado — At 2.1-4
A reversão de Babel em o Novo Testamento

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Gênesis 11.1-9.

1 — E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala.
2 — E aconteceu que, partindo eles do Oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali.
3 — E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume, por cal.
4 — E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.
5 — Então, desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam;
6 — e o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e, agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.
7 — Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.
8 — Assim, o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.
9 — Por isso, se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra.

HINOS SUGERIDOS

71, 458 e 464 da Harpa Cristã.

OBJETIVO GERAL

Mostrar como se deu a diversidade cultural da humanidade.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS


Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

·        I. Saber a respeito da torre de Babel;
·        II. Analisar como se deu a confusão de línguas;
·        III. Mostrar que a multiplicidade linguística e cultural, depois da Torre de Babel, tornou-se um fato.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Na lição de hoje estudaremos a respeito da construção da Torre de Babel. Veremos que um dos fatores que contribuíram para que a depravação da humanidade viesse a crescer de forma vertiginosa foi o monolinguismo. A Terra havia sido purificada pelas águas do dilúvio, mas a semente do pecado estava em Noé e em seus descendentes. Não demorou muito para que o pecado se alastrasse novamente. Já que não havia impedimento quanto a língua, os homens cheios de soberba, e com um espírito de rebelião se unem para fazer um monumento que seria símbolo da sua empáfia. Deus não estava preocupado com a construção ou com o tamanho da torre, mas com a arrogância que dominava, mais uma vez o coração do homem. O Senhor abomina a altivez, o orgulho (Pv 6.17). Que venhamos guardar os nossos corações destes sentimentos tão nefastos.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Um dos fatores que levaram a primeira civilização humana à depravação total foi o monolinguismo. Entre os filhos imediatos de Adão e Eva, inexistiam fronteiras idiomáticas, culturais e geográficas. Eis por que os exemplos de Caim e Lameque alastraram-se logo por toda a terra.
Na lição de hoje, encontraremos a família noética correndo o mesmo perigo. Temendo um novo dilúvio, e recusando-se a povoar a terra, puseram-se os descendentes de Noé a construir uma torre, cujo topo, segundo imaginavam, tocaria os céus.
A fim de impedir a degeneração da segunda civilização, o Senhor confunde-lhes a língua, levando a linhagem de Sem, Cam e Jafé a espalhar-se pelos mais longínquos continentes.
Deste episódio, surge a multiplicidade línquística e cultural da humanidade.


PONTO CENTRAL

O monolinguismo contribuiu para que a primeira civilização humana se tornasse uma civilização depravada e distante do Criador.


I. A TORRE DE BABEL

Não sabemos quanto tempo se havia passado desde que Noé saiu da arca até a construção da torre de Babel. De qualquer forma, seus filhos, Sem e Jafé, não puderam impedir seus descendentes de cair na apostasia de Cam.
1. O monolinguismo. Naquele tempo, a humanidade ainda era monolíngue; todos falavam uma só língua (Gn 11.1). Sobre o idioma original da humanidade, há muita especulação.
Alguns sugerem o hebraico. Nada mais ilógico. Abraão, ao deixar a sua terra natal, falava o arameu (Dt 26.5) que, nos lábios de seus descendentes, sofreria sucessivas mudanças até transformar-se na belíssima língua hebreia. O interessante é que depois do cativeiro babilônico, os israelitas voltariam a usar o aramaico, inclusive Jesus (Mc 15.34).
2. Uma nova apostasia. Se por um lado o monolinguismo facultava a rápida disseminação do conhecimento, por outro, propagava com a mesma rapidez as apostasias da nova civilização. E, assim, não demorou para que a revolta, misturada ao medo, se tornasse incontrolável. Por isso, revoltam-se os descendentes de Noé contra Deus: “Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra” (Gn 11.4).
Se Deus não tivesse intervindo a situação ficaria mais insustentável do que no período anterior ao Dilúvio.
Apesar das garantias divinas de que não haveria outro dilúvio, os filhos de Noé buscavam agora concentrar-se num lugar alto e forte. Entregando-se ao medo, acabaram por erguer um monumento à soberba e à rebelião.
A ordem do Senhor àquela gente era clara: espalhar-se até aos confins da terra (Gn 9.7; Mt 28.19,20). Séculos mais tarde, o Senhor Jesus Cristo também ordenou aos seus discípulos que fossem proclamar o Evangelho até os confins da Terra. Quando não a obedecemos, edificamos dispendiosas torres, onde a confusão é inevitável. Cada um fala a sua língua, e ninguém se entende mais.


SÍNTESE DO TÓPICO (I)

A soberba dos homens da primeira civilização os levaram a desejar construir uma torre, um monumento a soberba humana.


SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, é importante que você leia com os alunos o capítulo 10 de Gênesis antes de introduzir a lição. Explique que os “descendentes de Sem povoaram as regiões asiáticas, desde as praias do Mediterrâneo até o oceano Índico, ocupando a maior parte do território de Jafé e Cam. Foi entre eles que Deus escolheu seu povo, cuja história constitui o tema central das Sagradas Escrituras.
Os descendentes de Cam foram notavelmente poderosos no princípio da história do mundo antigo. Constituem a base dos povos que mais relações travaram com os hebreus, seja como amigos, seja como inimigos. Eles estabeleceram-se na África, no litoral mediterrâneo da Arábia e na Mesopotâmia.
Os descendentes de Jafé foram os povos indo-europeus, ou arianos. Embora não tivessem sobressaído na história antiga, tornaram-se nas raças dominantes do mundo moderno” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.47). Se desejar, reproduza, da referida Bíblia, o mapa e a tabela abaixo para seus alunos.




II. A CONFUSÃO DE LÍNGUAS

1. Uma cidade à prova d'água. A engenharia dos descendentes de Noé era bastante avançada. De início, projetaram uma cidade cujo epicentro seria uma torre que, segundo imaginavam, arranharia o céu (Gn 9.4). Aquele lugar se tornaria uma fortaleza impenetrável, mas independente dos planos dos homens, Deus lhes frustraria os objetivos e cumpriria sua vontade espalhando-os pela terra.
Em seguida, prepararam o material: tijolos bem queimados e betume. O seu objetivo era construir uma cidade à prova d'água. Se houvesse algum dilúvio, escalariam a torre, e tudo estaria bem. Na verdade, não queriam cumprir o mandato cultural que o Senhor confiara ao patriarca: repovoar e trabalhar a terra (Gn 9.4).
2. A torre que Deus não viu. Aos olhos dos homens, a torre parecia alta. Mas, à vista de Deus, nada era. Ironicamente, o Altíssimo teve de baixar à terra para vê-la: “Então, desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam” (Gn 11.5).
Assim são os projetos firmados na vaidade humana. Aos nossos olhos, muita coisa; à vista de Deus, tolas pretensões. Se o Senhor não tivesse intervindo, a segunda civilização tornar-se-ia pior do que a primeira (Gn 11.6). Nenhum limite seria forte o bastante para conter aquela gente, que já começava a depravar-se totalmente.
3. Quando ninguém mais se entende. Por isso mesmo, o Senhor decreta: “Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro” (Gn 11.7). Nascia ali, na planície de Sinear, o multilinguismo.
Como ninguém mais se entendia, os descendentes de Noé foram apartando-se uns dos outros, e reagrupando-se de acordo com a sua nova realidade idiomática. Os filhos de Sem formaram uma grande família linguística, da qual se originaram o aramaico, o moabita, o árabe e, mais tarde, o hebraico. O mesmo fenômeno deu-se entre as linhagens de Jafé e Cam. É bem provável que Pelegue tenha nascido nesse período (Gn 10.25).
Apesar da confusão da linguagem humana, Deus permitiu que os idiomas conservassem evidências de um passado, já bastante remoto, quando todos os seres humanos falavam uma só língua.


SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Como uma forma de dificultar os intentos perversos dos homens, Deus confundiu as línguas.


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“A história nos conta que, em assembleia, os novos habitantes de Sinar tomaram uma decisão totalmente fora da vontade de Deus. O propósito da ação é claro. Queriam fama (Gn 11.4). E desejavam segurança: ‘Para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra’. Ambas as metas seriam alcançadas somente pelo empreendimento humano. Não há dúvida sobre a ingenuidade das pessoas. Não tendo pedras, fabricaram tijolos de barro e depois queimaram bem. Viram a utilidade do betume abundante na área e o usaram como argamassa.
O interesse principal desse povo não estava numa torre, embora também houvesse a construção de uma cidade. A torre ia alcançar os céus. Nada é dito sobre um templo no topo da torre, por isso não está claro se a torre era como os zigurates que houve mais tarde na Babilônia.
O paganismo está indiretamente envolvido nesta história, pois havia um ímpeto construtivo em direção ao céu e o único verdadeiro Deus foi definitivamente omitido de todo planejamento e de todas as etapas. Mas Deus não estava inativo. O julgamento de Deus logo veio. Para demonstrar que a unidade humana era superficial sem Deus, Ele introduziu confusão de som na língua humana. Imediatamente estabeleceu-se o caos. O grande projeto foi abandonado e a sociedade unida, sem temor de Deus, foi despedaçada em segmentos confusos. Em hebraico, um jogo de palavras no versículo 9 é pungente. Babel significa ‘confusão’ e a diversidade de línguas resultou em balbucius ou fala ininteligível” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.55).


III. A MULTIPLICIDADE LINGUÍSTICA E CULTURAL

O episódio da torre de Babel criou diversas fronteiras entre os descendentes de Noé: linguísticas, culturais e geográficas.
1. Linguísticas. Da barreira idiomática, surgiu a noção de nacionalidade, responsável pela criação de países e reinos. Só os impérios, geralmente antagônicos a Deus, buscam unificar o que o Senhor separou em Sinear (Dn.3.7). A multiplicidade linguística dos povos oprimidos, porém, torna inviável tal unificação, ainda que possa ser considerada “duradoura”, como foi o império romano.
Já imaginou se toda a humanidade falasse o russo ou o alemão? Homens como Stalin e Hitler teriam certamente dominado toda a terra.
2. Culturais. A diversidade linguística trouxe também a diversidade cultural. Cada povo, uma língua, uma cultura e costumes bem característicos. Tais fatores tornam inviável um Estado totalitário mundial. O governo do Anticristo, aliás, reinará absoluto por apenas 42 meses (Ap 13.5). Logo após, será destruído.
3. Geográficas. Acrescente-se a essas dificuldades as fronteiras naturais: rios, mares, montanhas, vales, etc. Cada povo com o seu território. Deus sabe o que faz.


SÍNTESE DO TÓPICO (III)

A confusão das línguas contribuiu para a multiplicidade linguística e cultural da humanidade.


CONCLUSÃO

O episódio de Babel não impediu a proclamação do Evangelho, pois no Pentecostes, “todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4). A Palavra de Deus, atualmente, encontra-se em quase todas as línguas. O que parecia maldição fez-se bênção para todos os povos.

PARA REFLETIR

A respeito do livro de Gênesis:

O que levou os descendentes de Noé a construírem a torre de Babel?
Eles queriam fama e desejavam segurança. Foram movidos pelo orgulho.

Como eles construíram a torre?
Eles prepararam o material: tijolos bem queimados e betume.

O que teria acontecido se eles tivessem alcançado o seu intento?
O homem não teria cumprido o mandato cultural que Deus havia lhe dado.

O que, hoje, separa os seres humanos?
A diversidade linguística, cultural e geográfica.

Que episódio bíblico é considerado o contraponto da torre de Babel?
A proclamação do Evangelho, pois no Pentecostes, “todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

A origem da diversidade cultural da humanidade


O capítulo 11 de Gênesis expõe a história de Babel, concluindo todos os relatos pré-abraâmicos. Além de encerrar a série de narrativas das origens, a história de Babel leva o leitor diretamente para a narrativa de Abraão e a conseqüente à formação do povo de Deus. A história de Babel tem como um de seus intuitos apresentar o ambiente pagão e politeísta do nosso pai na fé, Abraão.
Gênesis 11 mostra que a confusão do idioma, quando Deus decidiu confundir as línguas da humanidade, ocorreu na quarta geração pós-diluviana. O propósito por trás do relato da Torre de Babel está paralelamente ligado ao mesmo propósito da narrativa de Adão e Eva em Gênesis 3: mostrar a busca pela própria autonomia e usurpar a glória de Deus. O povo de Babel tinha o propósito de transcender às limitações humanas. Queria mostrar que não dependia do auxílio de Deus, pois buscava a glória humana, e não a divina. Isso fica claro quando fazemos uma comparação da Torre de Babel com o Dia de Pentecoste (At 2):



A Torre de Babel representa a eterna tentativa do ser humano em ser autônomo, ser independente e dono do seu próprio destino. Mas o texto deixa claro que quando o ser humano porfia por esse caminho, ele entra pelo caminho da morte, da rebelião contra a vontade de Deus. De outro modo, o Dia de Pentecoste representa o ideal de Deus, por intermédio da Igreja, o Corpo de Cristo, em viver uma comunhão verdadeira e uma vida que faça sentido para o ser humano. A Torre de Babel é a tentativa da emancipação do homem por si mesmo; o Dia de Pentecoste é Deus, por intermédio do Espírito Santo, emancipando o ser humano.